terça-feira, 15 de novembro de 2016

AMONÍACO

amoníaco (português europeu) ou amônia (português brasileiro) é um composto químico constituído por um átomo de nitrogênio (N) e por três átomos de hidrogênio(H). Estes átomos distribuem-se numa geometria molecular piramidal trigonal e a fórmula química do composto é NH3.

Geometria[editar | editar código-fonte]

A molécula não é plana, apresentando geometria piramidal com angulação de aproximadamente 107,8º. Esta geometria ocorre devido à formação de orbitaishíbridos sp³. Em solução aquosa, comporta-se como uma base, originando um Íon amónio, NH4+, com um átomo de hidrogênio em cada vértice do tetraedro.
Uma molécula de amônia com representação de suas nuvens eletrônicas.

Obtenção[editar | editar código-fonte]

Ver artigo principal: Síntese do amoníaco
Atualmente, o processo de Haber-Bosch (cujo desenvolvimento valeu a Fritz Haber e a Carl Bosch o Prémio Nobel da Química de 1918 e 1931, respectivamente) é o mais importante método de obtenção de amoníaco. Neste processo os gases nitrogênio e hidrogênio são combinados diretamente a uma pressão de 20 MPa e a uma temperatura de 500°C, utilizando o ferro como catalisador. A reação de síntese do amoníaco pode ser representada quimicamente por:
N2(g) + 3 H2(g) ⇄ 2 NH3(g)
A reação é uma reação de equilíbrio químico altamente exotérmica no sentido direto (direção de produção de amoníaco. Para a reação, o nitrogênio é obtido do ar atmosférico, previamente destilado fracionadamente e o hidrogênio é produzido a partir do gás natural.
O amoníaco pode ser, também, produzido através da reação do sal amoníaco com hidróxido de sódio, seguida de um aquecimento para que se liberte o amoníaco, sob a forma de gás. A reação do processo está descrita abaixo:
NH4Cl(aq) + NaOH(aq) → NH4OH(aq) + NaCl(aq)
NH4OH(aq) + CALOR → NH3(g) + H2O(g)

Aplicações[editar | editar código-fonte]

Muito usado em ciclos de compressão (refrigeração) devido ao seu elevado calor de vaporização e temperatura crítica. Também é utilizado em processos de absorção em combinação com a água.[carece de fontes]
O amoníaco e os seus derivados (ureianitrato de amônio, entre outros) são usados na agricultura, como fertilizantes e encontram-se, geralmente, na composição de produtos de limpeza. Outro importante derivado do amoníaco é o ácido nítrico.

Amoníaco na refrigeração[editar | editar código-fonte]

O amoníaco utiliza-se como refrigerante há mais de 120 anos e, por isso, as suas propriedades e aplicações são bastante conhecidas. No entanto, é devido a certos inconvenientes que esta substância apresenta, no que respeita à segurança, quanto ao uso do amoníaco, limita-se exclusivamente a grandes fábricas e indústrias que necessitam do uso deste composto.

História[editar | editar código-fonte]

O amoníaco foi reconhecida como refrigerante em 1860 quando o francês Ferdinand Carre criou um sistema de refrigeração do tipo “absorção”, onde se utilizava o amoníaco como refrigerante e a água como agente de absorção. Aproximadamente uma década depois, o americano David Byle desenvolveu um compressor que se podia usar com amoníaco.
Ambas estas técnicas se vieram a desenvolver posteriormente, sendo que a estrutura básica do compressor elaborada em 1870 ainda se utiliza e está diretamente relacionada com a refrigeração atual do amoníaco.
É de salientar que a amônia foi substituído pelos clorofluorcarbonetos (CFC's) nos anos trinta do século XX, pois o seu destino era outro. Servia para o combate, nomeadamente na fabricação de armas e explosivos. Mais recentemente voltou a ganhar “o papel principal” nos processos de arrefecimento, pois os CFC's causam um enorme dano à camada de ozônio.

Vantagens[editar | editar código-fonte]

Como fluido usado na refrigeração, o amoníaco apresenta numerosas características e vantagens, sendo as mais importantes as seguintes:
  • Possui boas propriedades termodinâmicas, de transferência, de calor e de massa, em particular dentro das condições definidas pelos serviços e o rendimento das máquinas utilizando amoníaco é dos melhores.
  • É quimicamente inerte para os elementos dos circuitos frigoríficos, com exceção do cobre.
  • O amoníaco não se mistura com o óleo lubrificante.
  • É facilmente detectável em caso de fuga por apresentar um odor pungente muito característico, desta forma, é muito difícil ter uma falha de circuito.
  • O amoníaco é fabricada para muitos mais usos além da refrigeração, o que permite a manutenção do seu preço baixo e acessível. Em qualquer caso, o preço do amoníaco é muito inferior ao custo total da maioria dos outros refrigerantes e para além disso, quantidades inferiores permitem o mesmo efeito.
Estas características fazem com que o amoníaco entre num mercado muito competitivo em termos de empresas, fábricas e máquinas de refrigeração.

O amoníaco e o Homem[editar | editar código-fonte]

O amoníaco é utilizado em circuitos frigoríficos há mais de um século, em máquinas de compressão mecânica de potências médias e grandes (estima-se que no Mundo inteiro existam 300.000 instalações a compressão de amoníaco), e em máquinas frigoríficas de pequenas potências (refrigeradores e frigoríficos domésticas) e a grande potência (em especial para a recuperação de calor industrial).
O amoníaco é uma substância produzida em grandes quantidades por sociedades químicas. Fica queimado quando a condensação do ar atinge valores entre 16 e 25% e é inflamável quando atinge a temperatura de 651°C. Estes dois valores mostram que o risco de inflamação da amônia é muito limitado. São estas características que fazem do amoníaco uma substância muito útil na área da refrigeração. A título de curiosidade pode também referir-se que o amoníaco está também presente nos sistemas de refrigeração e controle térmico nas estações espaciais.
Apesar das vantagens, o amoníaco apresenta também alguns riscos:
  • Ingestão: Perigoso. Os sintomas incluem náusea e vômitos, causando danos aos lábios, boca e esófago.
  • Inalação: Os vapores são extremamente irritantes e corrosivos.
  • Pele: Soluções concentradas podem produzir queimaduras severas e necroses.
  • Olhos: Pode causar danos permanentes, inclusive em quantidades pequenas.
  • Urina humana: A urina é normalmente estéril quando é expelida e tem apenas um vago odor. O cheiro desagradável de urina deteriorada deve-se à ação de bactérias que provocam libertação de amônia.

Meio Ambiente[editar | editar código-fonte]

O amoníaco é facilmente biodegradável. As plantas o absorvem com muita facilidade, sendo um nutriente muito importante como fornecedor de nitrogênio pra produção de compostos orgânicos nitrogenados e oxigênio. Em concentrações muito altas, por exemplo, na água de consumo, pode causar danos graves, já que o amoníaco interfere no transporte do oxigênio pela hemoglobina, entre outros efeitos nefastos. Os organismos necessitam, nesse caso, de manter uma baixa concentração de amoníaco que, caso contrário torna-se particularmente tóxico.
Ver artigo principal: Desintoxicação de amoníaco

Referências

  1. Ir para cima (em inglês) Informação de Ammonia no livro web NIST http://webbook.nist.gov/cgi/cbook.cgi?Name=Ammonia Informação de Ammonia no livro web NIST Verifique |url= (Ajuda). Consultado em 7 de maio de 2007.. Falta o |titulo= (Ajuda)
  2. Ir para cima (em inglês) Livro Web de Química NIST (site web do Instituto Nacional de Estándares e Tecnologia dos Estados Unidos) URL http://webbook.nist.gov/cgi/fluid.cgi?Action=Load&ID=C7664417&Type=IsoTherm&PLow=0.9&PHigh=1.1&PInc=0.1&T=25&RefState=DEF&TUnit=C&PUnit=bar&DUnit=kg%2Fm3&HUnit=kJ%2Fmol&WUnit=m%2Fs&VisUnit=uPa*s&STUnit=N%2Fm Livro Web de Química NIST] (site web do Instituto Nacional de Estándares e Tecnologia dos Estados Unidos) URL] Verifique |url= (Ajuda). Consultado em 15 de maio de 2007. Falta o |titulo= (Ajuda)
  3. Ir para cima National Institute of Standards and Technology: Thermophysikal Properties of Fluid Systemshttp://webbook.nist.gov/chemistry/fluid/ aufgerufen am 1. März 2010.
  4. ↑ Ir para:a b c d Registo de Ammoniak na Base de Dados de Substâncias GESTIS do IFA, accessado em 28 de Junho de 2008.
  5. Ir para cima R. Williams: pKa-Data. eingesehen am 9. August 2009 (PDF).
  6. Ir para cima Meyer Christen: Grundlagen der allgemeinen und anorganischen Chemie. Diesterweg, 1997, ISBN 978-3-79355493-6.
  7. Ir para cima Frederick G. Bordwell, George E. Drucker, Herbert E. Fried: Acidities of Carbon and Nitrogen Acids: The Aromaticity of the Cyclopentadienyl Anion. In: J. Org. Chem. 46, 1981, S. 632–635 (doi:10.1021/jo00316a032).
  8. Ir para cima PAETEC Formelsammlung. Ausgabe 2003, S. 116.
  9. Ir para cima «MSDS Sheet] da Companhia de Serviços W.D.» (PDF) (em inglês).
  10. Ir para cima Archiv für Gewerbepathologie und Gewerbehygiene. Vol. 13, 1955, S. 528.
  11. Ir para cima American Journal of Emergency Medicine. Vol. 3, 1985, S. 320.
  12. Ir para cima Tabulae Biologicae. Vol. 3, Pg. 231, 1933.
  13. Ir para cima Federation Proceedings. In: Federation of American Societies for Experimental Biology. Vol. 41, 1982, S. 1568.
  14. Ir para cima W. B. Deichmann: Toxicology of Drugs and Chemicals. Academic Press, Inc., New York 1969, S. 607.

Ligações externas[editar | editar código-fonte]

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