domingo, 26 de outubro de 2014

E NOVAMENTE Dilma FOI A ESCOLHIDA

EM TODO BRASIL SE COMEMORA  E A VOLTA OU SEJA PERMANECIAM DO NOSSO PT QUEM VAI LINGUARAR TANTA BENFEITORIA QUE OS MESMOS FIZERAM QUEM ? HOJE TEMOS MUITOS ALIMENTADOS E COM SORRISO NO ROSTO RESULTADO D E TANTO TRABALHO QUE O GRANDE LULA FEZ E ELA TAMBÉM JA FEZ MUITO SE FOI ESCOLHIDA QUE TENHA BOA GESTÃO :

DESAFIOS: Dilma terá de recompor base no Congresso para governar

Analistas avaliam dificuldades para formação de bloco de apoio ao governo.
Para eles, presidente reeleita terá de buscar uma coalizão mais consistente.

Renan Ramalho e Felipe NériDo G1, em Brasília
Uma das condições imprescindíveis para a presidente reeleita Dilma Rousseff (PT) conseguir governar será recompor sua base de apoio no Congresso Nacional. A partir de janeiro, quando assumir o segundo mandato, ela precisará de votos da maioria dos deputados e senadores para aprovar as políticas que propôs na campanha.
Desafios novo presidente Congresso Dilma (Foto: Editoria de Arte / G1)
G1 publica até a próxima quinta-feira (30) uma série de reportagens sobre cinco desafios que o futuro presidente terá de enfrentar durante o mandato. Os outros quatro temas são infraestrutura, Olimpíadas, salário mínimo e escolha de ministros para o Supremo Tribunal Federal.
Isso ocorre porque, no sistema político brasileiro, composto por 32 partidos (em 2015, 28 estarão no Legislativo), é quase impossível que a sigla do presidente saia das eleições com a maioria parlamentar. O caminho é formar uma coalizão, angariando adesão de outras legendas em troca da partilha do poder no Executivo. Tem sido assim com todos os presidentes desde a redemocratização.
Uma sinalização da força que a presidente reeleita terá no Congresso pode ser dada pelo número de parlamentares eleitos dos partidos que a apoiaram na disputa eleitoral (veja no quadro ao lado). O PT de Dilma conseguiu 70 das 513 cadeiras na Câmara e 12 das 81 vagas do Senado. A base de apoio formada para a campanha, no entanto, pode se alterar com as negociações pós-eleições.
Segundo analistas ouvidos pelo G1, a negociação das alianças começa após o segundo turno, e a tendência é que muitos partidos decidam aderir à base de sustentação de quem sai vitorioso na disputa pela Presidência.

"O presidente eleito tem muita força de atração, o que faz com que a própria oposição fique sem ação, diante da popularidade do presidente. A capacidade de formar coalizão é muito grande, a pessoa eleita tem todos os recursos possíveis para montar a coalizão", diz o sociólogo e cientista político Sérgio Abranches, precursor dos estudos sobre o chamado "presidencialismo de coalizão".

Isso ocorre por causa da concentração de poder – por meio de verbas e cargos – nas mãos do presidente. Assim, para formar a coalizão, os analistas consideram natural a entrega aos partidos aliados do comando de ministérios e órgãos importantes da administração.

"Os partidos políticos querem votos, políticas e cargos – todos esses são meios de exercer o poder. Para governar bem, tem que ter apoio dos partidos. Um país não pode depender de pessoas, tem que depender de instituições, porque instituições ficam, as pessoas passam", justifica a cientista política Argelina Maria Cheibub, do Instituto de Estudos Sociais e Políticos da Universidade Estadual do Rio de Janeiro.
Estudioso das coalizões formadas desde o governo de Fernando Henrique Cardoso, o cientista político Carlos Pereira, da Fundação Getúlio Vargas no Rio, diz que esses arranjos são necessários não apenas para aprovar as medidas lançadas pelo Executivo, como para proteger o governo.

"Uma coalizão estável é fundamental para que se aprove o que o presidente quer e bloqueie o que ele não quer. Caso ele não partilhe os ministérios, qualquer crise, escândalo de corrupção, crise econômica, cenário internacional menos favorável, ele pode perder logo legitimidade dentro do Parlamento", explica.
Para governar num segundo mandato, ela [Dilma] deverá fazer uma coalizão menor, com menos parceiros, mais homogênea ideologicamente e compartilhar mais poder com os partidos aliados"
Carlos Pereira,
cientista político da FGV-Rio
Dificuldades e facilidades
Questionados pelo G1 antes do segundo turno da eleição, os três analistas entrevistados avaliaram as possíveis facilidades e dificuldades que Dilma Rousseffterá para formar no Congresso uma coalizão de apoio ao governo.
Uma facilidade da petista, por exemplo, é o fato de ela já contar com uma coalizão majoritária formada no primeiro governo, atualmente composta por dez partidos e que reúne cerca de 340 deputados e 52 senadores.

Apesar do amplo apoio, no entanto, Carlos Pereira (FGV) observa instabilidade na coalizão, marcada por traições e mesmo derrotas nas votações, dando como exemplo a lei que dividiu royalties do petróleo entre União, estados e municípios, em que foi aprovado projeto que contrariava o governo – o veto de Dilma foi posteriormente derrubado no Congresso.
"Para governar num segundo mandato, ela deverá fazer uma coalizão menor, com menos parceiros, mais homogênea ideologicamente e compartilhar mais poder com os partidos aliados", recomenda Pereira. Para ele, a atual coalizão da petista, pelo tamanho, diversidade e concentração de poder no PT acaba tendo que ceder muito – por exemplo, em verbas de emendas parlamentares – em troca de pouca fidelidade dos aliados.
Sérgio Abranches aponta falta de liderança política da petista na articulação de apoio. "Dilma nunca foi parlamentar. Então, não sabe como são os procedimentos de negociação no Parlamento. Ela tem que delegar essa função para outras lideranças, o que torna muito mais difícil a formação de uma coalizão mais consistente", diz o sociólogo.
"É uma coalizão que não dá sustentação. Tem uma bacia de votos que pode dar maioria, mas negocia caso a caso, com verba e cargo. Se der [maioria] eu voto, se não der, não voto. Então, é um toma-lá-dá-cá diário".
Argelina Cheibub, no entanto, vê como normais na democracia os conflitos travados no Congresso durante o governo Dilma.
É o sucesso do desempenho inicial na economia que mantém alta a popularidade presidencial. Quando isso acontece, o Congresso tem muita dificuldade em se opor ao presidente, porque o parlamentar chega no fim de semana para falar com sua base e só ouve elogios"
Sérgio Abranches,
sociólogo
"Um governo de coalizão é mais conflitivo. Se você tem um governo de um partido só, quando ele colocar uma coisa para votar, vai discutir internamente no partido, aparar arestas internas e vai depois garantir a aprovação. Agora, quando tem 60% de membros de cinco ou seis partidos, vai ter maior conflito", afirma.
Outra dificuldade para a presidente será a consolidação da aliança com o PMDB, o principal partido aliado, mas que internamentenão tem unanimidade em relação ao governo e com o qual o PT mantém umarelação tensa.
"O PMDB é um partido típico de centro, com muitas facções e com uma bancada de tamanho considerável. Ele é bom porque pode aceitar políticas mais ou menos indefinidas em questões ideológicas. A possibilidade de aceitar é grande porque não tem muito a perder", diz a cientista política. "O apoio do PMDB é fundamental", diz Angelina Cheibub,
Segundo Sérgio Abranches, outro fator-chave para o presidente eleito manter a popularidade e conquistar o Congresso é não descuidar da economia.
"É o sucesso do desempenho inicial na economia que mantém alta a popularidade presidencial. Quando isso acontece, o Congresso tem muita dificuldade em se opor ao presidente, porque o parlamentar chega no fim de semana para falar com sua base e só ouve elogios, não tem como contrariar."
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Dilma deve se descolar da imagem de Lula no 2º mandato, avaliam aliados

Ex-governadores Alceu Collares e Olívio Dutra chefiaram a petista no RS.
Na visão dos dois políticos, petista deve conquistar independência política.

Filipe Matoso*Do G1, em Brasília
A presidente Dilma Rousseff depois de votar em Porto Alegre no segundo turno da eleição (Foto: Paulo Whitaker/Reuters)A presidente Dilma Rousseff depois de votar em Porto Alegre no segundo turno da eleição (Foto: Paulo Whitaker/Reuters)
Afilhada política do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a presidente Dilma Vana Rousseff, 67 anos, tende agora – reeleita – a se descolar do padrinho, segundo avaliação de dois políticos gaúchos que a acompanham desde quando ela exerceu o primeiro cargo público, nos anos 1980, como secretária da Fazenda da Prefeitura de Porto Alegre.
Ex-militante de esquerda nos anos 1970, presa e torturada pelo regime militar (1964-1985), Dilma teve Lula como principal fiador político de suas duas vitórias eleitorais. Ao longo dos oito anos em que ele governou o país (2003-2010), Dilma comandou o Ministério de Minas e Energia e o da Casa Civil.
Ex-prefeitos da capital gaúcha e ex-governadores do Rio Grande do Sul, Alceu Collares (PDT) e Olívio Dutra (PT) foram chefes da presidente reeleita em uma época em que ela sequer cogitava governar o país. Collares trabalhou com Dilma na prefeitura e no governo estadual. Dutra, no governo estadual.
A era política que vem por aí não é do [Leonel] Brizola, do Getúlio [Vargas] ou do Lula. O que vem por aí obrigará os partidos a girarem em nome de ideias e propostas, e não em torno de pessoas"
Alceu Collares (PDT), ex-governador do RS
Na visão de Collares, um dos fundadores do PDT, Lula teve a "sensibilidade" de identificar o potencial político da petista no momento em que o ex-ministro José Dirceu se inviabilizou para disputar a Presidência em razão do escândalo do mensalão do PT.
O ex-governador gaúcho, entretanto, acredita que apesar de Lula ter sido crucial para a primeira vitória de Dilma nas urnas, o peso da influência política do ex-presidente foi menor na eleição deste ano. Por isso, ele prevê sua ex-secretária da Fazenda e de Minas e Energia conquistará a independência política nos próximos quatro anos.
"Lula, pela sua sensibilidade, viu que ela [Dilma] tinha as condições de ser presidente. A era política que vem por aí não é do [Leonel] Brizola, do Getúlio [Vargas] ou do Lula. O que vem por aí obrigará os partidos a girarem em nome de ideias e propostas, e não em torno de pessoas. Dilma, ela vai ser 1 milhão de vezes melhor no segundo mandato", opinou Collares.
Para o petista Olívio Dutra, que teve Dilma como subordinada no governo gaúcho e foi ministro junto com ela na gestão Lula, a presidente reeleita "sempre teve a identidade afirmada".
"Ele [Lula], pelo meu entendimento, nunca teve a postura de colocar Dilma debaixo do braço. Ela sempre teve a identidade afirmada. Fazemos parte de um projeto que não é personalista, é coletivo", destacou Olívio.
Primeiro mandato
Filha de um imigrante búlgaro e de uma professora mineira, Dilma disputou neste domingo (26) sua segunda eleição. Na primeira vez em que concorreu a um cargo eletivo, em 2010, ela foieleita presidente com 55,7 milhões de votos.
Em seus primeiros quatro anos de governo, a presidente reeleita deu continuidade às principais bandeiras políticas de Lula, como Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), o Bolsa Família, o  Minha Casa, Minha Vida e o Prouni. Ela, no entanto, também tentou imprimir sua própria marca política com a criação, entre outras iniciativas, do programa Mais Médicos e do Pronatec (Programa Nacional de Acesso ao Ensino e Técnico e Emprego), que concede bolsas de estudos para estudantes de cursos profissionalizantes.

O primeiro ano de mandato foi de instabilidade, com escândalos que levaram àdemissão de seis ministros: Antônio Palocci (Casa Civil), Alfredo Nascimento (Transportes), Wagner Rossi (Agricultura), Orlando Silva (Esporte), Carlos Lupi (Trabalho) e Pedro Novais (Turismo).
A crise política, entretanto, em vez de desgastar a petista, turbinou os índices de popularidade dela. A então “mãe do PAC” ganhou fama de gestora austera ao cortar de seu primeiro escalão os auxiliares suspeitos de envolvimento em irregularidades, entre os quais presidentes nacionais de partidos que integram a base governista.
 
A chamada “faxina ministerial”, que degolou em poucos meses 15% dos ministros do governo Dilma, se estendeu ao segundo ano de mandato – o então ministro das Cidades, Mário Negromonte, foi afastado do cargo após ser alvo de uma série de denúncias de irregularidades.
Em meio ao seu primeiro mandato, a presidente teve de lidar ainda, durante quase cinco meses, com o desgaste resultante da condenação de ex-integrantes da cúpula do PT no julgamento do processo do mensalão do partido no Supremo Tribunal Federal (STF).
Outro momento delicado da primeira fase do governo Dilma ocorreu em junho de 2013, quando milhares de pessoas foram às ruas do país reivindicar melhoria dos serviços públicos. Mesmo não sendo o foco principal das reivindicações populares, a petista viu a popularidade cair em meio à onda de protestos. Na tentativa de tentar se reabilitar politicamente, ela apresentou uma série de propostas ao país, entre as quais a convocação de uma constituinte exclusiva para promover uma reforma política. A ideia, contudo, sofreu resistência no Congresso Nacional e acabou engavetada.
(Veja abaixo reportagem do Jornal Nacional sobre a última semana de campanha deDilma Rousseff)
Relação com o Congresso
Apesar de, teoricamente, ter uma maioria expressiva na Câmara e no Senado, a presidente Dilma Rousseff enfrentou crises e rebeliões na base aliada. Principal sócio do governo petista, o PMDB, em alguns momentos, ajudou legendas oposicionistas a imporem derrotas ao Planalto nas duas casas legislativas.
Ao longo dos últimos quatro anos, foram frequentes as queixas dos congressistas sobre a suposta falta de diálogo do governo com o Legislativo, além de reclamações devido ao represamento de emendas parlamentares e do não-cumprimento de acordos com deputados e senadores para o preenchimento de cargos na administração federal.
Entre as principais derrotas políticas de Dilma no Congresso, está o arquivamento da proposta da presidente de realizar um plebiscito no país para promover uma reforma política. Comandados por líderes do PMDB, deputados e senadores também tiraram do governo federal, por meio da aprovação de uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC), a autonomia para decidir quais emendas parlamentares serão pagas com recursos do Orçamento. Além disso, em pleno ano eleitoral, o Palácio do Planalto não conseguiu evitar, em 2014, a criação de uma CPI mista de deputados e senadores para investigar denúncias contra a Petrobras.
Por outro lado, o Planalto contabilizou vitórias importantes no Congresso nos últimos quatro anos, como a aprovação do projeto que destina 75% dos royalties do petróleo para a educação e 25%, para a saúde. Outro episódio favorável a Dilma no Legislativo foi aaprovação da chamada MP dos Portos, que estabeleceu um novo marco regulatório para o setor portuário do país. Depois de mais de 41 horas de debates no plenário, a Câmara e o Senado aprovaram a proposta apenas quatro horas e meia antes de o texto perder a validade.
Economia
Na área econômica, a gestão de Dilma foi marcada pelo não cumprimento, na maior parte dos anos, da meta de contas públicas, ou seja, de superávit primário (economia feita para pagar juros da dívida pública). Já a inflação oscilou durante todo seu mandato, ao redor de 6%, próximo ao teto estabelecido pelo próprio governo. Nos últimos quatro anos, a economia também registrou uma expansão menor do que a dos anos Lula.
A taxa básica de juros da economia, a Selic, fixada pelo Banco Central para tentar conter a inflação, também subiu no governo Dilma. Quando assumiu, em 2011, os juros estavam em 10,75% ao ano. A taxa chegou a recuar ao menor nível da história (7,25% ao ano) em 2012, mas depois foi elevada gradativamente até atingir 11% ao ano – atual patamar – devido às pressões inflacionárias.
Com a projeção do mercado para a alta do PIB deste ano (+0,3%), a taxa média de expansão será de 1,63% na gestão Dilma. Será a primeira vez, desde o Plano Real, em 1994, que um governo terá crescimento médio abaixo de 2%. No primeiro e segundo mandatos do presidente Fernando Henrique Cardoso, o PIB teve crescimento médio, respectivamente, de 2,44% e de 2,13%.
O presidente Lula, por sua vez, registrou aumento médio do PIB de 3,49% em seu primeiro mandato e de 4,61% na segunda gestão. Entre 2009 e 2013, após a piora da crise financeira internacional, a economia brasileira registrou um crescimento médio de 2,68%. Foi superada pela maior parte dos emergentes e dos países da América Latina, mas ficou, em geral, acima da média de crescimento dos países da Europa e das economias mais desenvolvidas.
A presidente Dilma Rousseff durante entrevista coletiva no Palácio da Alvorada (Foto: Filipe Matoso / G1)A presidente Dilma Rousseff durante entrevista 
no Palácio da Alvorada (Foto: Filipe Matoso / G1)
Estilo
Classificada por auxiliares como minuciosa e perfeccionista, a presidente reeleita é dona de um estilo de gestão austero. Ao longo dos últimos quatro anos, ficaram famosas em Brasília as broncas que a petista distribuiu pela Esplanada dos Ministérios.
Um dos ministros mais próximos de Dilma, o chefe da Casa Civil, Aloizio Mercadante, arrancou risadas em um evento no Palácio do Planalto ao aconselhar seu sucessor no Ministério da Ciência e Tecnologia, Marco Antonio Raupp, sobre como se comportar com a chefe do Executivo
"Toda vez que você levar um programa à presidente, a primeira fase vai ser de espancamento do projeto. Ele vai ser desconstituído em todas as suas dimensões e, se não estiver bem consistente, você vai ouvir a seguinte expressão: 'Ele não fica de pé'", brincou Mercadante diante de Dilma e do ex-presidente Lula, que não se conteve e riu junto com a plateia. A presidente, no entanto, se limitou a sorrir diante do gracejo.
"O conselho que dou, Raupp, é: não insista. Você não vai convencê-la. Vai perder tempo. Volte para casa, junte a equipe, trabalhe intensamente e volte a apresentar o projeto. Os ministros aqui sabem que estou falando a mais absoluta verdade", complementou o atual chefe da Casa Civil, que passou por três pastas diferentes no governo Dilma.
Discreta e reservada, Dilma raramente circula por Brasília em momentos de folga. Nos dias em que não está trabalhando, costuma ficar reclusa no Palácio da Alvorada, residência oficial da Presidência. Nos últimos anos, ela dividiu as dependências do palácio desenhado pelo arquiteto Oscar Niemayer com a mãe, Dilma Jane da Silva, e com uma tia.
Durante a campanha presidencial, Dilma teve de conciliar a gestão do país com uma maratona de agendas eleitorais. Ela disse a jornalistas que, nos momentos mais intensos da disputa, dormia às 4h30 e, às 7h, já estava em pé novamente. A petista percorreu nos últimos quatro meses 47 municípios em 16 estados e no Distrito Federal.
Foto cedida pelo jornalista Ricardo Batista Amaral e publicada em seu livro 'A Vida Quer é Coragem', mostra a presidente Dilma Rousseff durante uma audiência em um tribunal militar no Rio de Janeiro em novembro de 1970  (Foto: Arquivo público do Estado de SP/HO/ADIR MERA/AFP)Fotografia mostra Dilma durante uma audiência em
um tribunal militar no Rio de Janeiro, em 1970.
(Foto: Arquivo Público SP/HO/ADIR MERA/AFP)
Trajetória política
Natural de Belo Horizonte, Dilma Rousseff nasceu em 14 de dezembro de 1947. A petista ingressou na política ainda no antigo colegial, fazendo oposição ao regime militar.
Em meio à efervescência política que tomou conta do país com o golpe de 1964, Dilma passou a integrar, na capital mineira, a Organização Revolucionária Marxista Política Operária (Polop), movimento que, na sua origem, era uma espécie de coalizão de dissidentes, com quadros dos antigos PCB e PSB, além de representantes do trabalhismo, trotskistas e outros marxistas. Na Polop, ela conheceu o primeiro marido, Cláudio Galeno de Magalhães Linhares. Ao lado dele, mais tarde, optou pela luta armada e se juntou ao Comando de Libertação Nacional (Colina).
Em 1970, quando já fazia parte da Vanguarda Revolucionária Palmares (VAR-Palmares), Dilma foi presa pela Operação Bandeirante e detida no Departamento de Ordem Política e Social (Dops), onde foi torturada.
Condenada pela ditadura, foi levada ao Presídio Tiradentes, em São Paulo. Libertada no fim de 1972, após passar quase três anos na cadeia, ela se mudou para Porto Alegre, cidade de seu segundo marido, o advogado Carlos Franklin Paixão de Araújo, que também atuava contra o regime militar.
Os dois viveram juntos por cerca de 30 anos na capital gaúcha. Desse relacionamento, nasceu a advogada Paula Rousseff.
Em Porto Alegre, Dilma cursou Economia na Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) entre 1974 e 1977. Com a volta de Leonel Brizola ao país após a Anistia, ela e Carlos Araújo participaram do grupo que ajudou o ex-governador a fundar o PDT. Até 1985, ela trabalhou como assessora de deputados do partido na Assembleia Legislativa gaúcha.
Em 1986, ela foi convidada pelo então prefeito de Porto Alegre, Alceu Collares, para chefiar a Secretaria da Fazenda do município. Quando Collares foi eleito na década de 1990 governador do Rio Grande do Sul, Dilma assumiu a presidência da Fundação de Economia e Estatística (FEE) do estado, onde ficou de 1991 a 1993.
Collares, então, a transferiu para o comando da Secretaria de Energia, Minas e Comunicação. Ela voltaria a ocupar a pasta em 1998, desta vez, sob a administração do petista Olívio Dutra, que havia sido eleito com o apoio do PDT.
Em 2001, pouco mais de duas décadas após ingressar nas fileiras do partido fundado por Leonel Brizola, Dilma se desfiliou do PDT, ao lado de um grupo de colegas de partido, por discordar do fato de a direção de sua legenda ter rompido com o governo Olívio. No mesmo ano, ela se filiou ao PT.
A experiência que havia acumulado no setor energético fez com que Dilma fosse convidada, em 2002, para integrar a equipe de transição de Lula, que recém havia sido eleito presidente da República.
O perfil técnico e contundente chamou a atenção de Lula nos meses que antecederam a posse do petista no Palácio do Planalto. Ele, então, a convidou para comandar o Ministério de Minas e Energia com a missão de evitar um novo apagão no país.
Em 2005, com a demissão de José Dirceu da Casa Civil em razão do escândalo do mensalão, Dilma foi transferida por Lula para a pasta. À frente do ministério, passou a administrar as principais obras de infraestrutura do governo federal, sendo posteriormente batizada pelo próprio presidente como “mãe do PAC”.

Antes de estrear nas urnas como candidata a presidente, ela ainda viveria mais um drama pessoal. Em abril de 2009, Dilma anunciou que estava se submetendo a um tratamento contra um câncer em seu sistema linfático. Após sessões regulares de quimioterapia em São Paulo, que a obrigaram a usar uma peruca por alguns meses por conta da queda dos cabelos, a petista foi considerada curada em setembro do mesmo ano.
* Colaboraram Fabiano Costa e Alexandro Martello, do G1, em Brasília

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