O problema não é só falta de chuva
O racionamento de água ronda São Paulo e várias metrópoles. A cultura brasileira do desperdício está com os dias contados.
Por Milton Correia Jr. e Ricardo Arnt
O racionamento de água ronda São Paulo e várias metrópoles. A cultura brasileira do desperdício está com os dias contados. Veja o que é preciso fazer para sair da crise e garantir o abastecimento e a conservação dos mananciais.
A grande seca que assola o Sudeste do país, a mais severa dos últimos 50 anos, reduziu a 15% a capacidade do reservatório Cantareira, o maior do sistema de abastecimento da região metropolitana de São Paulo, responsável por 47% da água consumida pela população. O mais preocupante é que, apesar da volta gradual das chuvas, o nível dos reservatórios continuava a cair em março, tornando plausível a hipótese de um racionamento.
Mesmo que não ocorra, a falta de água de reposição arma um cenário pessimista para julho – o mês da Copa do Mundo. São Paulo virou o exemplo da crise de abastecimento no Brasil – país que detém 12% da água de superfície do planeta. Na emergência, a Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp) ofereceu um desconto de 30% na conta para quem economizar água e diminuiu o fornecimento para as cidades “permissionárias” – aquelas que compram água no atacado –, instituindo, na prática, o racionamento na cidade de Guarulhos. O governo estadual também anunciou a construção de um novo canal de 15 quilômetros de extensão para captar água do rio Paraíba do Sul, na represa Jaguari de Igaratá, com apoio federal e da Agência Nacional de Águas (Ana).
Medidas emergenciais não serão sufi cientes para superar o cenário de escassez diante de um aumento permanente da demanda. O alerta já foi dado há tempo. Benedito Braga, professor da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo e presidente do Conselho Mundial da Água, lamenta que na crise de 2004, quando os reservatórios caíram a 20%, a cidade não tenha se engajado num programa de economia de água.
Medidas emergenciais não serão sufi cientes para superar o cenário de escassez diante de um aumento permanente da demanda. O alerta já foi dado há tempo. Benedito Braga, professor da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo e presidente do Conselho Mundial da Água, lamenta que na crise de 2004, quando os reservatórios caíram a 20%, a cidade não tenha se engajado num programa de economia de água.
“Nos últimos 15 anos o sistema vem recebendo menos água dos rios da sua bacia, e não consegue se recuperar. Entretanto, depois que a crise passa, todo mundo esquece. Quando começa a chover, o risco de desabastecimento é posto de lado e todos voltam a gastar água de forma inconsequente”. Marcelo Nakagawa, professor do Instituto de Ensino e Pesquisa (Insper), ressalta que “estamos acostumados com o uso da água em abundância porque pagamos pouco por ela. Toda mudança de hábito só ocorre a partir de uma crise aguda”. Para evitar o trauma numa conjuntura de complicações climáticas crescentes, o consumo deveria ser reduzido em até 50%, induzido por campanhas de mídia e por uma legislação que aplicasse multas para desperdício. A mentalidade de que o Brasil é um país com fontes naturais inesgo táveis precisa ser mudada, pois a ampliação permanente da oferta e a água tratada custam caro. A última grande ampliação do abastecimento em São Paulo foi feita em 1993, com a implantação dos reservatórios do Sistema Alto Tietê. A próxima, a do Sistema São Lourenço, só estará pronta 25 anos depois, em 2018, e custará R$ 2,2 bilhões.
Desperdício espaçoso
Na cabeça dos brasileiros, seca só acontece no Semiárido nordestino. A seca no Sudeste evidencia o limite do uso do recurso, nas cidades onde o crescimento populacional e industrial não é acompanhado pelo aumento da oferta de água tratada. Dados da ONU mostram que o uso da água cresceu a uma taxa duas vezes maior do que o aumento da população ao longo do último século. Enquanto a população global evoluirá dos atuais 7 bilhões para 9 bilhões em 2030, até 2025 o gasto de água deverá ser elevado em cerca de 50% nos países em desenvolvimento, e em 18% nos países desenvolvidos. Ainda existem 780 milhões de pessoas no mundo sem acesso a água potável. E até 2025, 2 milhões viverão em regiões com absoluta escassez. Como muitos já sabem, 70% da água disponível no planeta é utilizada para irrigação. No Brasil, o índice chega a 72%, com uma área irrigável de 29,6 milhões de hectares. Mas de acordo com a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura (FAO), quase 60% da água em projetos de irrigação é perdida por fenômenos como a evaporação. Uma redução de 10% no desperdício já poderia abastecer o dobro da população atual.
Na cabeça dos brasileiros, seca só acontece no Semiárido nordestino. A seca no Sudeste evidencia o limite do uso do recurso, nas cidades onde o crescimento populacional e industrial não é acompanhado pelo aumento da oferta de água tratada. Dados da ONU mostram que o uso da água cresceu a uma taxa duas vezes maior do que o aumento da população ao longo do último século. Enquanto a população global evoluirá dos atuais 7 bilhões para 9 bilhões em 2030, até 2025 o gasto de água deverá ser elevado em cerca de 50% nos países em desenvolvimento, e em 18% nos países desenvolvidos. Ainda existem 780 milhões de pessoas no mundo sem acesso a água potável. E até 2025, 2 milhões viverão em regiões com absoluta escassez. Como muitos já sabem, 70% da água disponível no planeta é utilizada para irrigação. No Brasil, o índice chega a 72%, com uma área irrigável de 29,6 milhões de hectares. Mas de acordo com a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura (FAO), quase 60% da água em projetos de irrigação é perdida por fenômenos como a evaporação. Uma redução de 10% no desperdício já poderia abastecer o dobro da população atual.
O que poucos sabem é que o Brasil é um caso desastroso de desperdício agrícola, “uma das maiores ineficiências na irrigação”, diz Giulio Boccaletti, autor do relatório Charting Our Water Future, publicado pela International Finance Corporation. “O Brasil gasta 14,5 milhões de metros cúbicos de água para cada mil hectares irrigados, muito mais do que a Índia, a África do Sul e a China. Só 11% das terras irrigadas brasileiras usam tecnologias efi cientes”, diz o especialista. O mapa do estresse hídrico da Agência Nacional de Águas identifica dois tipos de situação crítica, a quantitativa e a qualitativa. No Nordeste, impera o estresse quantitativo, com baixa disponibilidade hídrica para atender à demanda. No Rio Grande do Sul, a alta demanda de irrigação para as culturas de arroz também confi gura uma situação de carência grave. Em várias cidades há problemas com a qualidade das águas devido à poluição por esgotos. Já nas regiões metropolitanas de São Paulo, Rio de Janeiro, Curitiba, Porto Alegre, Distrito Federal e Goiânia, a crise é tanto quantitativa quanto qualitativa, porque a demanda de água aumenta com a enorme carga de esgotos não tratados jogada nos rios, comprometendo a qualidade da água e exigindo investimentos para tratamento.
O crescimento das cidades está engolindo os mananciais e poluindo as águas tanto de superfície quanto subterrâneas. “Na imensa maioria dos municípios brasileiros com menos de 50 mil habitantes, os sistemas de abastecimento são precários”, ressalta Sérgio Ayrimoraes, coordenador do Atlas Brasil de Abastecimento Urbano de Água. “Cerca de 73% dos municípios são abastecidos por águas superfi ciais sujeitas a todo tipo de poluentes.”
Soluções práticas
Para superar a crise de demanda, São Paulo aposta no Sistema São Lourenço, que aumentará a oferta com 4.700 litros por segundo de água tratada, o suficiente para abastecer mais 1,5 milhão de paulistanos. A Sabesp fornece água para 364 dos 645 municípios do Estado e vende o insumo para cidades “permissionárias” como Guarulhos e de uma capacidade instalada de produção de 73 mil litros de água tratada por segundo. Na região metropolitana, o sistema interligado permite transferir água de reservatórios por meio de túneis e estações elevatórias, viabilizando o manejo das reservas em situações de crise.
O Sistema São Lourenço captará água do rio Juquiá, em Ibiúna, a 80 quilômetros, na bacia do rio Ribeira do Iguape. Já o sistema Cantareira vai captar água a 90 quilômetros, no rio Jaguari, em Extrema (MG). As fontes estão cada vez mais longe e o transporte do insumo, mais caro. Frederico Fábio Mauad, professor da Escola de Engenharia da USP de São Carlos, cobra uma política constante que assegure o abastecimento. Não é possível depender só das chuvas. É preciso recarregar as bacias hidrográficas e implementar programas de proteção às nascentes. “O planejamento tem que anteceder a crise”, diz Maud. "Temos tecnologia avançada e técnicos. A questão é de prioridade pública. Vemos o crescimento econômico da cidade e da população, mas não vemos medidas que deveriam ser tomadas sempre, não durante crises. O racionamento é o pior e último recurso. Signifi ca que tudo oque foi planejado e feito deu errado”, critica. Para especialistas estrangeiros como Giulio Boccaletti, a solução requer o amadurecimento da sociedade. Há três campos de ação. Primeiro, é preciso fomentar a economia no uso, usando incentivos e taxação para reduzir o desperdício de água. Em segundo lugar, é preciso expandir a produção de água de reúso industrial, como faz o Projeto Aquapolo, da Sabesp e da Odebrecht Ambiental, que converte água de esgoto do rio Tietê em insumo para as indústrias do polo petroquímico de Capuava, em Mauá. No Rio de Janeiro, a Estação de Tratamento de Alegria, da companhia estadual de águas Cedae, também vai converter esgoto em água de reúso para abastecer as obras do Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj), em Itaboraí, e a reurbanização do Porto Maravilha. O uso de água reciclada aumenta a disponibilidade de água tratada para o consumo da população e gera lucros para as empresas.
Soluções práticas
Para superar a crise de demanda, São Paulo aposta no Sistema São Lourenço, que aumentará a oferta com 4.700 litros por segundo de água tratada, o suficiente para abastecer mais 1,5 milhão de paulistanos. A Sabesp fornece água para 364 dos 645 municípios do Estado e vende o insumo para cidades “permissionárias” como Guarulhos e de uma capacidade instalada de produção de 73 mil litros de água tratada por segundo. Na região metropolitana, o sistema interligado permite transferir água de reservatórios por meio de túneis e estações elevatórias, viabilizando o manejo das reservas em situações de crise.
O Sistema São Lourenço captará água do rio Juquiá, em Ibiúna, a 80 quilômetros, na bacia do rio Ribeira do Iguape. Já o sistema Cantareira vai captar água a 90 quilômetros, no rio Jaguari, em Extrema (MG). As fontes estão cada vez mais longe e o transporte do insumo, mais caro. Frederico Fábio Mauad, professor da Escola de Engenharia da USP de São Carlos, cobra uma política constante que assegure o abastecimento. Não é possível depender só das chuvas. É preciso recarregar as bacias hidrográficas e implementar programas de proteção às nascentes. “O planejamento tem que anteceder a crise”, diz Maud. "Temos tecnologia avançada e técnicos. A questão é de prioridade pública. Vemos o crescimento econômico da cidade e da população, mas não vemos medidas que deveriam ser tomadas sempre, não durante crises. O racionamento é o pior e último recurso. Signifi ca que tudo oque foi planejado e feito deu errado”, critica. Para especialistas estrangeiros como Giulio Boccaletti, a solução requer o amadurecimento da sociedade. Há três campos de ação. Primeiro, é preciso fomentar a economia no uso, usando incentivos e taxação para reduzir o desperdício de água. Em segundo lugar, é preciso expandir a produção de água de reúso industrial, como faz o Projeto Aquapolo, da Sabesp e da Odebrecht Ambiental, que converte água de esgoto do rio Tietê em insumo para as indústrias do polo petroquímico de Capuava, em Mauá. No Rio de Janeiro, a Estação de Tratamento de Alegria, da companhia estadual de águas Cedae, também vai converter esgoto em água de reúso para abastecer as obras do Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj), em Itaboraí, e a reurbanização do Porto Maravilha. O uso de água reciclada aumenta a disponibilidade de água tratada para o consumo da população e gera lucros para as empresas.
Um terceiro foco de atuação é reduzir as perdas por vazamento nas redes. Em todos os Estados há desperdício. Na região Norte, onde a água existe em abundância, os índices são assustadores: o Amapá perde 76% da água da sua rede pública e o Acre, 62,78%. Alagoas perde 65,87%. O Rio de Janeiro, quase a metade do que trata, 46,95%. O Estado com menor índice de perdas é Mato Grosso do Sul, com 19,65%. Em São Paulo, a Sabesp divulga perdas de 24%, mas o índice real chegou em 31,2% em 2013, segundo a Agência Reguladora de Saneamento e Energia de São Paulo. Em média, o país perde 37,57% da água que circula pelas redes. Se essas perdas fossem reduzidas, não se cogitaria em racionamento.
Em países com redes efi cientes como Japão e Alemanha, as perdas são de 7%; no Reino Unido chegam a 16% e na França, a 26%. A comparação revela uma faceta “subdesenvolvida” do trabalho de conservação. Japoneses e alemães não lidam com fraude, “gatos” ou submedição de água. Quando visitam o Brasil, os técnicos se surpreendem com a quantidade de artimanhas para desviar água e a criatividade dos fraudadores. Na área da Sabesp, os vazamentos respondem por 20,3% das perdas; já as fraudes, “gatos” e submedição configuram 10,9% de perdas. Desde 1990, a companhia paulista promove ações para controlar e reduzir perdas. O Programa Corporativo de Redução de Perdas de Água, desenvolvido com R$ 5,9 bilhões oriundos do BNDES e da Agência de Cooperação Internacional do Japão, prevê a renovação da infraestrutura, substituição de redes e ramais, pesquisas de vazamentos não visíveis, reparos em vazamentos, implantação de melhorias no sistema de distribuição, redução e controle de pressão, substituição de hidrômetros e combate a fraudes.
Investimento pesado
A Sabesp investe R$ 2,5 bilhões por ano no abastecimento de água e na coleta e tratamento de esgoto das cidades em que atua. Isso signifi ca 30% de tudo que é aplicado em saneamento no Brasil, embora a empresa atenda apenas 13% da população. Esse investimento poderia ser ainda maior se tributos federais, como PIS, Pasep, Cofi ns e Imposto de Renda, deixassem de ser cobrados do saneamento, pois sobraria R$ 1,2 bilhão por ano para investir. As Parcerias Público-Privadas (PPP) podem ser fontes importantes de recursos. Em 2011, a PPP Alto Tietê agregou 5.000 litros de água potável a cada segundo ao sistema, volume sufi ciente para abastecer 1,7 milhão de pessoas, ao custo de R$ 418 milhões. Desde 2009, a companhia estatal investe nas obras de ampliação da Estação de Tratamento Taiaçupeba, em Suzano, que agregará 17 quilômetros de novas adutoras e quatro reservatórios capazes de armazenar e tratar 70 milhões de litros de água. Na área educativa, o Programa de Uso Racional da Água diminuiu em 14,3% o gasto de água na Grande São Paulo. Indústrias, prédios públicos e estabelecimentos comerciais foram convencidos a adotar equipamentos econômicos como torneiras e chuveiros com acionamento automático. Escolas, hospitais, postos de saúde e penitenciárias também já adotaram o programa. Há muito a fazer para evitar a crise anunciada do racionamento, que está a caminho. São Paulo sofre a maior crise de demanda do país e dispõe da maior capacidade para lidar com o problema. Resta saber se vai dar conta do desafio.
A Sabesp investe R$ 2,5 bilhões por ano no abastecimento de água e na coleta e tratamento de esgoto das cidades em que atua. Isso signifi ca 30% de tudo que é aplicado em saneamento no Brasil, embora a empresa atenda apenas 13% da população. Esse investimento poderia ser ainda maior se tributos federais, como PIS, Pasep, Cofi ns e Imposto de Renda, deixassem de ser cobrados do saneamento, pois sobraria R$ 1,2 bilhão por ano para investir. As Parcerias Público-Privadas (PPP) podem ser fontes importantes de recursos. Em 2011, a PPP Alto Tietê agregou 5.000 litros de água potável a cada segundo ao sistema, volume sufi ciente para abastecer 1,7 milhão de pessoas, ao custo de R$ 418 milhões. Desde 2009, a companhia estatal investe nas obras de ampliação da Estação de Tratamento Taiaçupeba, em Suzano, que agregará 17 quilômetros de novas adutoras e quatro reservatórios capazes de armazenar e tratar 70 milhões de litros de água. Na área educativa, o Programa de Uso Racional da Água diminuiu em 14,3% o gasto de água na Grande São Paulo. Indústrias, prédios públicos e estabelecimentos comerciais foram convencidos a adotar equipamentos econômicos como torneiras e chuveiros com acionamento automático. Escolas, hospitais, postos de saúde e penitenciárias também já adotaram o programa. Há muito a fazer para evitar a crise anunciada do racionamento, que está a caminho. São Paulo sofre a maior crise de demanda do país e dispõe da maior capacidade para lidar com o problema. Resta saber se vai dar conta do desafio.
terça-feira, 28 de outubro de 2014
O governo do Estado de São Paulo autorizou a Defesa Civil a contratar emergencialmente 20 caminhões-pipa para distribuição de água no município de Itu. A cidade enfrenta racionamento há oito meses e os moradores precisam conviver com essa rotina. Alguns denunciam falta de água por quinze dias e fazem filas diariamente em bicas e poços da cidade. A medida tomada há cinco dias apenas minimiza a crise hídrica em Itu e a esperança da população é mesmo a chuva.
A Climatempo está prevendo a chegada de uma grande frente fria no começo de novembro que vai trazer grandes volumes de chuva para o Estado de São Paulo. Veja o mapa de chuva acumulada para os próximos cinco dias. A região de Itu deve receber volumes entre 50 e 70 milímetros entre os dias 29 de outubro e 2 de novembro.
Participe da nossa campanha SP: vida sem água e dê seu depoimento.
Usina de Três Marias atinge menor nível em 84 anos
sexta-feira, 26 de setembro de 2014
sexta-feira, 26 de setembro de 2014
por Maria Clara Machado
A Usina de Três Marias, em Minas Gerais, registra o pior armazenamento da história com o volume útil de 5,6% registrado na última quarta-feira, 24 de setembro. A Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig) afirma que não se observava uma situação tão ruim desde 2001, o ano do apagão no Brasil, quando o armazenamento do reservatório chegou a 8%.
Um grupo formado por diversos representantes, coordenado pela Agência Nacional das Águas (ANA), com participação do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), participação da Cemig e outros usuários como prefeituras locais, se reúne com determinada frequência para analisar a situação do reservatório.
Na próxima semana, mais uma reunião deve acontecer para avaliação de uma possível redução na vazão que atualmente está sendo liberada. O objetivo, segundo a Cemig, é preservar o pouco de água que resta do reservatório, até a chegada da chuva.
“O fabricante das turbinas foi consultado e, em tese, o reservatório pode gerar energia até mesmo com o armazenamento mínimo do volume útil”, afirma Marcelo De Deus Melo, gerente de planejamento energético da Cemig.
O Projeto Jaíba, de agricultura irrigada na região, é o principal usuário que demanda grande quantidade de água, e já a partir de outubro deve sofrer impacto imediato com uma redução significativa. Apesar da medida, a Cemig avalia que a adaptação é necessária diante do cenário. Algumas culturas entram na fase de colheita e não necessitam, neste momento, da irrigação complementar.
Acompanhe o que diz Marcelo de Deus Melo, gerente de planejamento energético da Cemig, sobre a situação da Usina de Três Marias (MG):
Veja qual a tendência para a primavera na Região Sudeste.
Veja qual a tendência para a primavera na Região Sudeste.
Chuva em SP não aumentou o nível do Cantareira
quarta-feira, 27 de agosto de 2014
quarta-feira, 27 de agosto de 2014
por Maria Clara Machado
A frente fria que passou por São Paulo nesta terça-feira conseguiu provocar pancadas de chuva na região metropolitana e em áreas do centro, leste e sul paulista. A chuva veio com raios e até granizo registrado em Campinas e na zona norte da capital paulista. Apesar da instabilidade, o volume de chuva foi pequeno e o Instituto Nacional de Meteorologia registrou apenas 5,2 milímetros de chuva na estação do Mirante de Santana entre esta terça (26) e a manhã desta quarta-feira (27). Segundo dados da SABESP, o acumulado de chuva no Sistema Cantareira foi ainda menor com 3,2 milímetros de chuva registrado. O nível do reservatório está em 11,6%. Ontem o nível era de 11,7%.
A frente fria já se afastou do Estado de São Paulo e o sol predomina em praticamente todas as áreas e hoje só há possibilidade de chuva em áreas do litoral norte e da Baixada Santista. As temperaturas já começaram a cair e a máxima prevista hoje é de 24°C na capital. Com o avanço do ar polar, o frio será sentido no Estado principalmente nesta quinta (28) e sexta-feira (29). Volta a fazer calor no fim de semana e não há previsão de chuva nos próximos dias.
Veja mais:
Focos de queimada aumentam mais de 91% em SP
quinta-feira, 21 de agosto de 2014
quinta-feira, 21 de agosto de 2014
por Maira Di Giamo
A falta de chuva, a vegetação seca e baixa umidade do ar facilitaram o grande aumento no número de focos de queimada no Estado de São Paulo neste ano. Confira as recomendações do Tenente Alexandre do Corpo de Bombeiros, para evitar incêndios em vegetações especialmente nesta época do ano:
Produção de uva gera bons resultados no Ceará
quinta-feira, 10 de julho de 2014
quinta-feira, 10 de julho de 2014
As condições do semiárido podem parecer desfavoráveis à produção de uvas, porém a falta de chuvas é uma aliada pois a planta não suporta excesso de umidade. Confira qual será a tendência do acumulado de chuva para os próximos dias em todo o Brasil.
Seca prejudica lavouras de milho em MG
terça-feira, 8 de julho de 2014
terça-feira, 8 de julho de 2014
A falta de chuva tem causado problemas para a lavoura de milho no centro-oeste de Minas Gerais. Confira qual será a tendência do acumulado de chuva para os próximos dias em todo o Brasil.
São Paulo bate recorde de secura no ar
terça-feira, 1 de julho de 2014
Quando volta a chover?
terça-feira, 1 de julho de 2014
A tarde da terça-feira, 1 de julho de 2014, foi a mais seca do ano até agora em São Paulo. A cidade viveu momentos de alerta por causa da secura do ar. Os aeroportos e o Instituto Nacional de Meteorologia registraram níveis de umidade entre 12% e 20%, o que representa uma situação de alerta para o ar seco, pelos padrões da Organização Mundial da Saúde. O nível de umidade à tarde chegou aos 14% à tarde, na medição automática do Inmet na zona norte da capital. O valor foi registrados entre 2 e 3 horas da tarde.
Junho seco
Falta de chuva e ar parado são os principais fatores meteorológicos que ajudam a aumentar a concentração de poluentes. Algumas áreas da cidade de São Paulo tiveram uma garoa na noite do domingo 29 de junho, com a passagem de uma frente fria. Mas junho de 2014 terminou com apenas 9,7 mm de chuva acumulados no Mirante de Santana, na zona norte, segundo o Inmet. Foi o mês mais seco na cidade desde agostos de 2013 quando o total de chuva no mês foi de 7,7 mm.
Quando volta a chover?
São Paulo precisa de um banho de chuva, mas vai ficar sem água do céu por mais alguns dias. A perspectiva mais próxima de alguma chuva é só entre a segunda e a terça-feira da próxima semana, entre 7 e 8 de julho, com a passagem de outra frente fria. Mesmo assim, a previsão é de chuva leve que só vai dar para limpar, digamos, um dedinho da atmosfera.
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Qualidade do ar piora no Sudeste
terça-feira, 13 de maio de 2014
terça-feira, 13 de maio de 2014
Pessoas que sofrem de asma, bronquites, rinites e outros problemas respiratórios crônicos costumam ter mais crises no outono e inverno. O ar fica mais poluído. Saiba porque a qualidade do ar na Região Sudeste vai piorar nos próximos dias.
Confira as explicações da meteorologista Josélia Pegorim.
O mapa mostra a estimativa de chuva para o Sudeste até o dia 18 de maio. O tom em vermelho-terra indica chuva fraca, com acumulados de até 10 mm, mas a chance de chover é muito baixa A cor branca indica total ausência de chuva.
Seca vista do céu
segunda-feira, 5 de maio de 2014
segunda-feira, 5 de maio de 2014
As fotos foram feitas por Eduardo do Carmo, piloto comercial, durante um sobrevoo na região de Nazaré Paulista, cidade próxima da capital paulista. Os lagos são parte de uma das represas que compõem o Sistema Cantareira, maior e principal reservatório para abastecimento de água para a Grande São Paulo.
A larga faixa de terra exposta das margens comprova o nível de água muito baixo da represa. Em uma situação normal, uma porção de margem tão seca assim seria observada no começo da primavera, depois da estiagem comum do outono/inverno e antes do reinício da chuva com a chegada do verão. Mas este ano, as imagens da seca do reservatório Cantareira começaram a surgir ainda no verão de 2014, período comum de chuva. O problema é que este ano não choveu. A escassez de chuva e o excesso de calor do verão de 2014 foram os responsáveis pela situação dramática na qual se encontra a população de São Paulo, ameaçada por um amplo racionamento. Em 5 de maio de 2014, o Sistema Cantareira tinha apenas 10% de reserva de água, o menor índice já observado. Não há expectativa de chuva volumosa nos próximos 2 meses que consiga reverter o quadro de seca.
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São Paulo continua sem chuva
sexta-feira, 2 de maio de 2014
sexta-feira, 2 de maio de 2014
A forte massa de ar seco que está sobre a Região Sudeste desviou para o mar um frente fria que se aproximava de São Paulo. A passagem deste sistema pelo oceano até traz um pouco mais de um umidade e nebulosidade para a capital paulista ao longo do sábado, mas não tem força para fechar o tempo. O sol ainda aparece, a temperatura fica agradável e não chove. No domingo, o ar fica mais seco e a previsão é de tempo ensolarado. O vento muda de direção, passando a trazer o ar mais quente do interior. Com isso, volta a até fazer um pouco de calor e a umidade cai bastante, podendo ficar um pouco abaixo de 30% durante a tarde. O tempo continua seco também no começo da próxima semana, mantendo a tendência do que já vinha sendo observado em abril. O mês terminou com quase 60% de chuva abaixo da média climatológica. Segundo o INMET, houve, no máximo, apenas 5 dias com chuva durante todo o período e o total acumulado foi de apenas 29,9 milímetros na estação do Mirante de Santana.
Falta de chuva no Sudeste prejudica foz do rio São Francisco no Nordeste
Entre os estados de Sergipe e Alagoas, a profundidade que era de dez metros hoje não passa de dois, o que dificulta a navegação.
Com a falta de chuvas no sudeste, a principal nascente do rio São Francisco praticamente secou. E as consequências também apareceram perto da foz, na região Nordeste.
A imagem de um rio grandioso ficou apenas na lembrança dos pescadores.
"Eu tirava 80 quilos, 70 quilos de cada redada. Agora você pode pescar cem anos e você não pesca 50 quilos", lamenta o pescador Moacir Santos.
Onde a água era abundante, surgiram imensos bancos de areia. As ilhas que não param de crescer servem de pasto para os animais de fazendas próximas. Uma imagem que tem se tornado comum na região do baixo São Francisco. Entre os estados de Sergipe e Alagoas, a profundidade que era de dez metros hoje não passa de dois, o que dificulta a navegação.
"A qualquer momento ele pode ficar encalhada", conta o piloto.
"Eu tirava 80 quilos, 70 quilos de cada redada. Agora você pode pescar cem anos e você não pesca 50 quilos", lamenta o pescador Moacir Santos.
Onde a água era abundante, surgiram imensos bancos de areia. As ilhas que não param de crescer servem de pasto para os animais de fazendas próximas. Uma imagem que tem se tornado comum na região do baixo São Francisco. Entre os estados de Sergipe e Alagoas, a profundidade que era de dez metros hoje não passa de dois, o que dificulta a navegação.
"A qualquer momento ele pode ficar encalhada", conta o piloto.
A pouca água compromete também o cultivo nos projetos irrigados às margens do São Francisco há dificuldade para bombear a água usada nas plantações de arroz.
"A gente estima que cerca de um metro e meio a dois metros do nível da água foi reduzido. Inclusive nessa estação de bombeamento bancadas de areia no leito do rio impedem a aproximação da água de forma adequada para a captação", explica o responsável pela irrigação Wendel Mota Reis.
A perda na produção chega a 20%, segundo os agricultores.
"Na hora de colher você pensa que tem arroz e não tem arroz, e é palha porque não enche o grão", afirma o rizicultor José Soares dos Santos.
O Velho Chico sempre atraiu olhares de quem chega as cidades as margens do rio e fez surgir bares e restaurantes que cresceram ao longo dos anos para atender aos visitantes, mas até esse setor tem sentindo e muito o drama que enfrenta o São Francisco.
"Cada dia é uma dor no coração, porque a gente vê uma tristeza dessa e sabendo que amanhã pode ser pior e a gente parar total", diz o comerciante Antônio Vieira dos Santos.
"A gente estima que cerca de um metro e meio a dois metros do nível da água foi reduzido. Inclusive nessa estação de bombeamento bancadas de areia no leito do rio impedem a aproximação da água de forma adequada para a captação", explica o responsável pela irrigação Wendel Mota Reis.
A perda na produção chega a 20%, segundo os agricultores.
"Na hora de colher você pensa que tem arroz e não tem arroz, e é palha porque não enche o grão", afirma o rizicultor José Soares dos Santos.
O Velho Chico sempre atraiu olhares de quem chega as cidades as margens do rio e fez surgir bares e restaurantes que cresceram ao longo dos anos para atender aos visitantes, mas até esse setor tem sentindo e muito o drama que enfrenta o São Francisco.
"Cada dia é uma dor no coração, porque a gente vê uma tristeza dessa e sabendo que amanhã pode ser pior e a gente parar total", diz o comerciante Antônio Vieira dos Santos.
Falta de chuva pode levar paulista a captar água do lodo
Vicente Andreu, presidente da Agência Nacional das Águas, diz que o volume morto do Cantareira, sem chuvas, estará garantida até março/15
NOTÍCIA4 COMENTÁRIOS
O presidente da Agência Nacional de Águas (Ana), Vicente Andreu, afirmou ontem que, se deixar de chover o suficiente nos próximos meses, a Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo S.A. (Sabesp) vai ter de captar água do lodo.
Em audiência na Assembleia Legislativa de São Paulo, na capital estadual, Andreu afirmou que a parcela da segunda cota do volume morto do Sistema Cantareira, o qual abastece com seis reservatórios a Região Metropolitana paulistana, garantirá água até março de 2015. Segundo ele, é impossível retirar uma terceira cota da reserva técnica.
“Eu acredito que, tecnicamente, será inviável. Do ponto de vista ambiental, essa água terá problema. Se a crise se acentuar, é bom que a população saiba que não haverá alternativa a não ser ir no lodo”, acrescentou. De acordo com o presidente da Ana, houve uma “quebra de confiança” entre a agência e o Governo do Estado, que, segundo ele, não ouviu a opinião e alternativas propostas desde o começo da crise hídrica no começo do ano.
“O que nós temos é uma quebra de confiança porque o secretário do Estado (de Recursos Hídricos, Mauro Arce), assume um compromisso com o presidente da Ana, faz um acordo, você espera o tempo passar e no momento de você cumprir aquela obrigação ele diz que o acordo não foi assumido. Não tem sentido negociar com alguém que não cumpre seus compromissos, o que é o caso do secretário Mauro Arce”, disse.
Por conta de desentendimentos, a Ana e o Governo do Estado fez com que a agência saísse do grupo de gerenciamento da crise do Cantareira, que havia sido montado para buscar alternativas para solucionar a crise hídrica. Para Andreu, as medidas paliativas deveriam ser tomadas enquanto havia água nos reservatórios. A solução para ele deveria ser o de controlar desde o começo da crise a vazão conforme a entrada de águas no sistema, o que não foi feito.
De acordo com o presidente da Ana, a única opção é reduzir o consumo. O Governo estadual tem como alternativa a captação de água da represa Cachoeira da França, do Sistema São Lourenço, no município de Ibiúna, mas a obra, segundo Andreu, só entregaria água à região da Grande São Paulo dentro de dois anos, o que representa muito tempo para solucionar a crise.
O presidente da Ana também criticou a retirada de água do segundo volume morto do sistema, mesmo antes da autorização da agência. O Cantareira operava ontem com apenas 3,3% de sua capacidade, de acordo com dados da Sabesp. (da Sabesp)
PENSO ASSIM UM ABRAÇO E TENHAM UM EXCELENTE DIA
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