Serrita

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Município de Serrita
"Terra do Coronel Chico Romão e Capital do Vaqueiro"
Bandeira de Serrita
Brasão desconhecido
BandeiraBrasão desconhecido
Hino
Aniversário11 de setembro
Fundação16 de novembro de 1892
Gentílicoserritense
Prefeito(a)Carlos Eurico Ferreira Cecílio (PSD)
(2013–2016)
Localização
Localização de Serrita
Localização de Serrita em Pernambuco
Serrita está localizado em: Brasil
Serrita
Localização de Serrita no Brasil
7° 55' 58" 39° 17' 45"
Unidade federativa Pernambuco
MesorregiãoSertão Pernambucano IBGE/2008 1
MicrorregiãoSalgueiro IBGE/2008 1
Municípios limítrofesEstado do Ceará ao norte (cidades deCrato e Barbalha), Salgueiro e Cedroao LesteMoreilândia e Granito aoOeste e Parnamirim e Terra Nova aoSul
Distância até a capital535 km
Características geográficas
Área1 603,599 km² 2
População18 985 hab. estatísticas IBGE/20143
Densidade11,84 hab./km²
Altitude425 m
ClimaSemiárido BSh
Fuso horárioUTC−3
Indicadores
IDH-M0,595 baixo PNUD/2010 4
PIBR$ 88 938 mil IBGE/20115
PIB per capitaR$ 4 841 76 IBGE/20115
Página oficial
Serrita é um município brasileiro localizado no sertão do estado de Pernambuco.

Históriaeditar código-fonte

Serrita surgiu da ocupação das margens do Riacho Traíras por retirantes das secas da região do Cariri (Ceará), durante o século XIX. O povoado teve início a partir da ocupação de Miguel Torquato de Bulhões, à margem do referido riacho, onde ergueu uma capelinha, na qual o vigário de Salgueiro vinha celebrar amissa.
Em 1892 foi criado o distrito, pelo Coronel Romão Pereira Filgueira Sampaio, denominado de Serrinha devido à pequena serra localizada nas proximidades. O distrito pertencia ao município de Salgueiro.
Em 11 de setembro de 1928 Serrinha foi elevada à categoria de município. Cinco anos depois, o município foi extinto e retornou à categoria de distrito de Salgueiro. Em 27 de junho de 1934 retorna à condição de município. Em 31 de dezembro de 1943 passa a chamar-se Serrita.
O Coronel Romão Pereira Filgueira Sampaio deixou o seu legado político ao filho Francisco Filgueira Sampaio conhecido como Coronel Chico Romão que governou Serrita por mais de 50 anos.

Geografiaeditar código-fonte

Localiza-se à latitude 07º56'00" sul e à longitude 39º17'45" oeste, estando à altitude de 419 metros. Sua população em 2010 era de 18.331 habitantes.
Possui área de 1.604 km².

Relevoeditar código-fonte

O município localiza-se na unidade geoambiental da Depressão Sertaneja. Apresenta uma variação de plano e montanhoso. Esse relevo e clima variado faz com que a região seja caracterizada tanto por áreas de sequeiro com chuvas escassas e mal distribuídas, vegetação caatinga xerófita e rios temporários; como por áreas de altitude com temperatura amena e bons índices pluviométricos e floresta caducifólia.

Climaeditar código-fonte

Serrita tem um clima tropical Semi-Árido e a sua temperatura média anual é de 25 °C. A precipitação Pluviométrica do Município varia de 450 a 600 mm por ano, sendo os meses mais chuvosos de Dezembro à Março.

Fundadoreditar código-fonte

O Coronel ROMÃO PEREIRA FILGUEIRA SAMPAIO, progênito de portugueses da família Sampaio fundou o município de Serrinha, posteriormente Serrita, no fim do século 19 mais precisamente em 1892 quando chegou ao povoado com seus familiares vindos de Jardim/Ceará, tornou-se o chefe político do povoado. Foi prefeito de Jardim no Ceará e o primeiro prefeito eleito de Salgueiro. Já próximo de sua morte em 30 de abril de 1918 passou o comando político para um dos seus filhos, Francisco Filgueira Sampaio conhecido como Coronel Chico Romão, que já executava estas funções em Serrinha. Governou o município de Serrinha, posteriormente Serrita por mais de 50 anos.
A família Sampaio embora tenha muitas ramificações, sua origem é uma só, Vila Flor, região de Portugal e de lá se espalhou, inclusive para o Brasil em duas regiões, Nordeste e Sudeste.
A Origem dos Sampaio de Barbalha veio do português JOSÉ QUEZADO FILGUEIRA LIMA, PAI DOS CAPITÃES-MOR JOSÉ PEREIRA FILGUEIRA e ROMÃO PEREIRA FILGUEIRA e cujos descendentes se uniram mais tarde A FAMÍLIA SAMPAIO.
PAIS do Coronel Romão Pereira Filgueira Sampaio: JOAQUIM MANOEL SAMPAIO E FRANCISCA QUEZADO MARTINS FILGUEIRA. O coronel teve 25 filhos com 4 mulheres.* Consulte Fichário

Bandeiraeditar código-fonte

Foi criada na gestão do Prefeito Hildeberto Sampaio Angelim – 1968/1971 A COR BRANCA representa a PAZ AZUL representa a céu do sertão com o Sol sempre brilhante e quente. O MANDACARU representa a resistência do homem sertanejo à seca A COR MARRON representa a terra.
Confecção: A primeira bandeira foi confeccionada em tecido de cetim e pintada à mão por Ângela Dalle.

Hino de Serritaeditar código-fonte

LETRA: RÔMULO SAMPAIO DE ARAUJO MARCOS FREIRE MACHADO.
Das algemas do sol rara luz; Desce a terra num canto de amor; E no seio do Brígida conduz; Sua semente é nascida uma flor.
Onde o vale repousa no oeste; Vê-se a serra serena a embalar; No seu braço, serrita que cresce, Com esplendor, uma jóia a brilhar.
REFRÃO: Bênçãos, descem em ti Serrita; Da senhora imaculada conceição; Doce terra que em seu povo o amor habita; No mais terno e hospitaleiro coração.
Bênçãos descem em ti, Serrita, E a teu filho, uma doce oração, Nobre herói de batalhas e conquistas; Teu fundador, o Coronel Romão.
Sob o solo a riqueza desponta; Num estojo dourado, tuas minas... E no alto da serra se encontra; O Cruzeiro a proteção divina.

Economiaeditar código-fonte

Serrita tem um grande poder na agricultura extensiva. Os principais produtos agrícolas são: tomatecebolaalgodão herbáceo, milhobananafeijão e manga. Na agropecuária, destaca-sa na bovinocultura,caprinocultura e ovinocultura.

Esporteeditar código-fonte

Os seritenses possuem na cidade um time que vem crescendo a cada dia, o Serrita Esporte Clube. O time vai está presente nas disputas da Copa TV Grande Rio de Futsal.

Culturaeditar código-fonte

Em Serrita é celebrada anualmente desde 1971 a Missa do Vaqueiro, no quarto domingo do mês de julho, no Parque Nacional do Vaqueiro, na localidade de Sítio das Lajes, a 32 quilômetros do centro da cidade. Esta missa, celebração religiosa e festa popular, atrai vaqueiros de todo o Norte e Nordeste. A missa inicialmente era um protesto pelo assassinato impune de um humilde vaqueiro chamado Raimundo Jacó, que era primo de Luiz Gonzaga, ocorrido naquele sítio em 8 de julho de 1954. Foi idealizada pelo Padre João Câncio dos Santos (falecido), pelo compositor Luiz Gonzaga e pelo repentista Pedro Bandeira. Em 1976 foi criada a trilha do sonora da missa do vaqueiro, com as rezas de sol composta por Jandhuy Filizola com arranjos do Quinteto Violado.
Na semana anterior à missa, ocorre a feira e a festa do vaqueiro, com diversas manifestações como a vaquejada, banda de pífanoszabumbeirossanfoneiros tocando forró pé-de-serrabaiãoxotexaxado,cirandacoco, cantorias, repentistasaboiadores. Na feira são vendidos objetos artesanais e decorativos, comidas tradicionais à base de milho e mandioca, rapadura, caldo de cana, beijus, entre outras.
Para a missa, foi construído um altar de pedra em forma de ferradura. Durante o ofertório, as oferendas são objetos do cotidiano do vaqueiro: peças de sua indumentária de couro, arreios, e instrumentos usados no pastoreio do gado. Durante o ofertório eles improvisam versos de aboio sobre cada peça ofertada. A missa é uma homenagem aos vaqueiros e sua bravura diante das vicissitudes do sertão.
Durante todo o ano, em finais de semana, acontece na zona rural do município, Pegas de Boi no Mato, outra manifestação da cultura popular de Serrita.
No mês de dezembro é festejada a comemoração do dia de Nossa Senhora da Conceição, padroeira do município. Ocorre entre os dias 29 de novembro até 8 de dezembro.

Turismoeditar código-fonte

  • Serrote do Cruzeiro que deu origem ao nome do município Serrinha e posteriormente Serrita
  • Estátua do Padre Cícero
  • Memorial Frei Damião
  • Vila de Ipueira, onde houve combate com o cangaceiro Lampião
  • Sítio Lajes, onde ocorre a Missa do Vaqueiro
  • Chalé Villa Maria - residência do Coronel Chico Romão, foi construída em homenagem a sua esposa Maria Maia Arraes Sampaio - Dona Maroca. É o prédio mais antigo da cidade,datado da década de 20 (propriedade particular)
  • Igreja Nossa Senhora da Conceição construída em 1920 pelo Coronel Chico Romão que era devoto da Santa, com a ajuda de toda comunidade. Curiosidade: o material da construção foi transportado pelas mãos do povo,principalmente nos finais de semana, era um verdadeiro mutirão. O prédio sofreu modificações na sua arquitetura e no seu interior, o altar de madeira foi substituído por uma mesa de mármore,a pia batismal foi retirada e substituída por outra. Essas alterações, infelizmente, foram feitas por padres que chegavam ao município para a evangelização do povo e muitas vezes não respeitavam os costumes e as tradições.
  • Centro Cultural do Vaqueiro
  • Romaria aos cruzeiros do Padre Ibiapina

Distritoseditar código-fonte

  • Ipueira
  • Mundo Novo
  • Ori
  • Santa Rosa

Referências

  1. ↑ a b Divisão Territorial do Brasil Divisão Territorial do Brasil e Limites Territoriais Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) (1 de julho de 2008). Visitado em 11 de outubro de 2008.
  2.  IBGE (10 out. 2002). Área territorial oficial Resolução da Presidência do IBGE de n° 5 (R.PR-5/02). Visitado em 5 dez. 2010.
  3.  Estimativa Populacional 2014 Estimativa Populacional 2014 Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) (agosto de 2014). Visitado em 29 de agosto de 2014.
  4.  Ranking decrescente do IDH-M dos municípios do Brasil Atlas do Desenvolvimento Humano Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) (2010). Visitado em 01 de outubro de 2013.
  5. ↑ a b Produto Interno Bruto dos Municípios 2011 Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Visitado em 18 dez. 2013.

Ligações externaseditar código-fonte


Gonzaga queria mais e criou a Missa do Vaqueiro
Representantes do Nordeste se encontram no 3º domingo de julho todos os anos

 

A música “A Morte do Vaqueiro” foi (e ainda é) um hino de louvor de todos os vaqueiros nordestinos. Mas Luiz Gonzaga queria mais. Por isso, junto ao Padre João Câncio dos Santos, realizou a primeira Missa do Vaqueiro, no ano de 1971. O local escolhido para a celebração foi o Sítio Lages, onde o corpo de Raimundo Jacó havia sido encontrado. A data era 18 de julho. Desde então, anualmente, no terceiro domingo de julho, vaqueiros de todo o Nordeste se encontram em romaria para renovar sua fé.

Dois anos após a primeira missa, em 1973, Luiz Gonzaga e o Padre João Câncio construíram a estátua de Raimundo Jacó exatamente no local onde o vaqueiro foi morto. E assim, durante muitos anos, o momento era composto apenas pela missa religiosa, celebrada em frente ao monumento. As músicas entoadas na liturgia são todas de autoria do “Doutor do Baião”, Janduhy Finizola, como Gonzaga o chamava.

Mas já um ano depois, em 1974, a dupla inaugurou o Parque Nacional do Vaqueiro, hoje de propriedade da Empresa de Turismo de Pernambuco (Empetur). A partir de então, a cerimônia religiosa passou a ser um dos principais eventos do calendário turístico de Pernambuco e a principal atividade econômica de Serrita. 

A celebração se assemelha aos rituais católicos, mas com alguns toques especiais que caracterizam o espetáculo: no lugar da hóstia, os vaqueiros comungam com farinha de mandioca, rapadura e queijo, todos montados a cavalo. Mais de 1,5 mil vaqueiros participam da liturgia. Sobre a quantidade de visitantes, o número ultrapassa 60 mil pessoas.

Desde 2001, o evento é organizado pela Fundação Padre João Câncio, em parceria com o município de Serrita e o Governo do Estado, através da Empetur. Neste ano, quando foi realizada a 42ª Missa do Vaqueiro em homenagem ao centenário de Luiz Gonzaga, o orçamento da Empetur destinado à organizadora da festa foi de R$ 650 mil. “É um investimento pequeno em relação aos outros eventos. Só para comparar, o Governo do Estado investiu R$ 15 milhões este ano no FIG (Festival de Inverno de Garanhuns). Então, falta mais apoio, tendo em vista que a Missa do Vaqueiro carrega uma história belíssima que é de todo o Nordeste”, criticou a presidente da Fundação, Helena Câncio.

De acordo com ela, a Fundação se mantém através de parcerias. Em 2008, ganhou o prêmio Rodrigo de Melo, premiação concedida pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) aos melhores projetos de preservação do patrimônio. “Trabalhamos o ano inteiro com o município (Serrita) para manter a classe unida, através de programas sociais e de confecção de peças de artesanato e de roupas, criadas com o couro de bovinos, caprinos e ovinos”, explica Helena, que é viúva do Padre João Câncio. 
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Falta conhecimento cultural para população do Exu
Questões políticas entre famílias dificultam valorização da obra do sanfoneiro

 


Exu não retribuiu à altura amor devotado por Luiz Gonzaga, relata Joquinha

O amor que Luiz Gonzaga devotava à terra amada, expressado nas canções e ações para o progresso da cidade, Exu não retribuiu à altura, segundo relata o sobrinho Joquinha Gonzaga. Para ele, um dos maiores problemas é a falta de conhecimento cultural do povo exuense, inclusive, em relação ao maior ícone do município. 

“Se transformarmos em número, acho que 60% do Exu não admira Luiz Gonzaga. Nossa cultura não é valorizada, não é explorada, infelizmente. Esperamos que alguém faça algo pela nossa cultura”, lamenta Joquinha, que também é sanfoneiro, assim como o tio famoso. Para o sobrinho, a ingratidão não é só em relação à valorização da obra de Gonzaga, mas também nas benfeitorias que o artista empenhou. “Tio Gonzaga fez tudo por Exu, mas tem pessoas aqui que, se você for perguntar o que Luiz Gonzaga fez pela cidade, é capaz de dizer que ele fez nada pra cá”.

Parte da não retribuição à memória do Rei do Baião, historicamente ligado à família dos Alencar, que no passado travou brigas com os Sampaio, Joquinha aponta para o direcionamento político. “Na eleição para o pernambucano do século, promovida pela Rede Globo, teve gente
daqui que voltou contra tio Gonzaga. O pessoal mistura as coisas, acha que se votasse nele estaria favorecendo tal pessoa. Digo mais: se Luiz Gonzaga fosse candidato a prefeito aqui, ele não ganhava”, diz.

Segundo Joquinha, hoje principal herdeiro musical do tio, o amor por Exu fazia com que Luiz Gonzaga tapasse os olhos para os problemas, quando impossibilitado de solucioná-los. “Ele fazia vista grossa em algumas coisas. Eu via nele a alegria de falar da cidade, mas tinha muitas coisas que o entristecia”, fala o sobrinho, se lembrando de brigas que ocorreram em dois shows do Rei do Baião, no Exu. Em ambos os casos, Seu Luiz encerrou a apresentação antes do que havia combinado com o contratante.