quarta-feira, 13 de maio de 2015

O GRANDE VAQUEIRO RAIMUNDO JACO

A morte do Vaqueiro Raimundo Jacó

Gonzaga passou cerca de 10 anos para conseguir gravar essa música, uma dor pode durar muito tempo. Não conseguia cantar nem tocar toda, desmanchava-se em lágrimas como uma lua cheia chuvosa. As lembranças e pêsames pelo primo assassinado por um colega de profissão, também vaqueiro, mexeram com os sentidos mais profundos de Luiz Gonzaga. Por isso, em 1971, ele com o Padre João Câncio, fizeram a primeira Missa do Vaqueiro em homenagem ao forte Raimundo Jacó.
Raimundo Jacó foi um encantador de rebanhos, segundo a crença da região. Cabra bom de laço, caráter, de comunicação com os bichos, com a natureza circunspecta. Por isso, despertava a inveja de alguns – no entanto, um bom vaqueiro carrega a sua honra. Há 41 anos, filhos, netos, bisnetos de vaqueiros, turistas, curiosos, religiosos e brincantes se encontram no terceiro domingo de julho em Serrita, interior de Pernambuco, no Parque João Câncio, cerca de 600Km do Recife, na Fazenda Lajes – a estrada é bem sinalizada.
O intuito inicial da festa foi de louvação e denúncia, pelo crime contra Raimundo Jacó e toda impunidade; pela situação de miséria do sertanejo brabo e esperançoso, “invisíveis” aos comandos da capital, Recife. No tempo do colonialismo, que infelizmente ainda reina em terras nordestinas e no mundo, existia escravidão pelo capital.
Considerada no interior do Estado de Pernambuco como santuário, o deserto da caatinga de Serrita torna-se um celeiro dos amantes de Luiz Gonzaga, do sertão pernambucano, de cearenses, vaqueiros bons de guerra, bacamarteiros, poetas, cantadores… Atrações como Fábio Júnior deixa o público triste dentro do contexto, as raízes e a moda das sanfonas, triângulos, zabumbas, pífanos e violas precisam ser mantidas. Contudo, vibro com o Coral de Aboios de Serrita e Joãozinho do Exu.
A festa religiosa acontece no domingo (24) pela manhã com uma missa católica onde os vaqueiros fazem oferendas e pedem bom tempo, chuva e carne, paz e comunhão com a natureza. Queijo, rapadura, gibão, luvas de couro, entre outros objetos significantes para os vaqueiros, são ofertados com muita emoção por estes titãs, como bem definiu Euclides da Cunha, em Os Sertões: “o sertanejo é, antes de tudo, um forte”.
Hoje o evento conta com uma superestrutura; camping, atendimento médico, segurança, alimentação e bebidas. Serrita é também uma cidade muito limpa, bonita e bem organizada. Na 1ª Missa do Vaqueiro, foto abaixo com Luiz Gonzaga no centro, só havia uma barraca de água de coco, muito interessante, o Ser Tão cheio de graça.
1ª Missa do Vaqueiro (Foto: Divulgação)
Luiz Gonzaga no centro, na 1º Missa do Vaqueiro (Acervo pessoal de Margarida Parente)
Nas primeiras edições, a festa foi animada pela música de Luiz Gonzaga e Quinteto Violado. O cantor e poeta Capinam esteve presente na celebração inicial. No celular do meu primo Pepa toca desde junho A Morte do Vaqueiro, como um lembrete da festa e de bons momentos vividos na ocasião.
Eu sempre lembro as carreiras no meio do mato, o frito delicioso de Íris nos alforjes. Os vaqueiros tentando derrubar os bois, Alexandre, velhinho já meio doido, irreprimível, cavalgando com uma camisa verde da Onça até as Lajes. Dalminha, uma galega de olhos azuis, cabelos louros esvoaçantes, num Manga Larga ou Quarto de Milha,  num burro bom ou ruim. Otacílio, fazendo adornos pro chapéu de Gonzaga, Sinhazinha fazendo Lua rir com a seriema que quebrava lâmpadas… Antônio Augusto e suas histórias de encontros fantásticos com onças e cachorros fiéis. Desde o mês passado ouvimos o toque de Expedito, tristes e felizes entre veredas e futuros encontros: “Ei, gado, oi…Tengo, lengo, tengo, lengo, tengo, lengo,tengo”.

2 respostas a “A morte do Vaqueiro Raimundo Jacó”

  1. RAIMUNDO BIÉ
    Olá meus amigos, como todos sertanejos eu fiquei comovido com tamanha bravura e coragem do grande vaqueiro raimundo jacó, sei que neste mundo ainda existe muito filhos de caim aquele que pela inveja também matou o proprio irmão abel,por isso peço a todas as pessoas que aprendam aplaudir um verdadeiro campeão porque quem não aplaude um vencedor não merece ser aplaudido e aprendam dividir só assim o senhor jesue ensina multiplicar,
  2. A gente pode não mudar o mundo, mas muda “um mundo de gente”. Rosa 1995
    Projeto Parque Holístico P. H. CNPJ 06.009. 407/0001 – 66 Utilidade Pública Estadual No 15076 / 2005 / Endereço provisório -Rua Maria de Lourdes Barros no 11 S. Félix do Coribe – Ba rosabradao@yahoo.com.br / Fones – 71- 91 42 57 91/ 91 38 45 62
    Prezados senhores estou com um dos meus livros a ser lançado agora e preciso muito de apoio. Como todos têm cunho ambiental nesse que discorro sobre Biomas fica ótimo para uma boa parceria.
    Todos escritos são da (CPPR) – Coletânea de poesia & prosa de rosa
    Este é o Hoeste Hoje – que homenageia profissionais do povo; vaqueiros, tropeiros, pateiras, raizeiros e outros.
    Um país de faz com homens e livros Monteiro Lobato.
    Mudando paradigmas a vida muda.
    Tenho algumas sugestões de botar a boca no mundo por meio de leitores. Tenho mais de duas décadas em tempo integral em ações ligadas à questões ambientais, com isto alguns escritos que viram livros….
    O livro – Nóis é, que somos brasileiros – (Riu Barbosa) escrito na copa de 2002 é uma maravilha. Todo em prosa e poesia, narra com sabedoria e arte a história integral do futebol e sugerem grandes ideias tipo a utilização dos estádios por meio do – Projeto Pés Descalço – destinado a utilização dos estádios como espaço erudito com distribuição de mudas, recitais, palestras e similares. Com esta abertura ecológica, holística o espaço passará a ser visto como um santuário e respeitado. …
    O Grão
    Semear é livre colheita é obrigatória.
    Cada grão tem sua história / Que pra ser revelada
    Com o ambiente em prol / Semear e ser regada
    Oxigênio e o sol.
    Para nova caminhada / Faz saber que é “viagem”!
    Nas “asas” da INTELIGÊNCIA
    E na perfeita embalagem / Está contida a essência
    Para se ter uma imagem / É buscar na consciência.
    Nesse frasco que é perfeito / Guarda a vida e o rebento
    E em completo deleite / Nos da sombra e alimento.
    … Vê-se casca, pele, gérmen / Como homem ele emerge
    Para perpetuação / Na verdade é profundo!
    Se o homem lá no fundo / Fizer reflexão…
    E louvando a Criação / Que com infinito amor

    Raimundo Jacó

    Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
    Raimundo Jacó Mendes Nasceu em 16 de Julho de 1912 no município de Exu, era primo legítimo de Luiz Gonzaga. Apesar da pouca idade, sua inteligência e coragem lhe renderam a experiência que foi reconhecida pelo proprietário do Sítio Lajes, em Serrita, que lhe deu o emprego de vaqueiro, em sua grande fazenda.
    Jacó se destacou através de feitos que despertaram a admiração de muitos e a inveja de outros. Entre os invejosos está Miguel Lopes, com quem passou a ter uma rixa.
    Narra a lenda que, o dono da fazenda ordenou que Jacó e Miguel Lopes fossem pegar na caatinga uma rês, arisca e estimada, que se afastou do rebanho, a data era 8 de julho de 1954.
    Ao fim do dia Miguel Lopes volta à sede da fazenda, sozinho, sem comentar sobre Jacó e a rês. Os outros vaqueiros preocupados, no dia seguinte saíram à procura de Raimundo Jacó e em meio a caatinga encontraram-no morto, ao lado da rês ainda amarrada e o seu fiel cachorro latindo, sem sair de perto. Uma pedra manchada de sangue denunciava a covardia do assassinato.
    Miguel Lopes foi incriminado, abriu-se um processo, mas foi arquivado por falta de prova e o crime ficou sem solução, caindo no esquecimento. Tomando conhecimento disso, Luiz Gonzaga protestou com música A Morte do Vaqueiro1
    O assassinato de Raimundo Jacó deu origem a um evento religioso chamado Missa do Vaqueiro.2

    Referências

    Fez-se nosso provedor / Proporcionando-nos o pão

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