A cólica, também conhecida por dismenorreia, é o sintoma mais natural e comum que acompanha a menstruação. Juntamente à tensão pré-menstrual, é uma das principais queixas das mulheres.
Há dois tipos de cólica: a primária, que existe desde a menarca (nome dado à primeira menstruação) juntamente com o início dos ciclos ovulatórios; e a secundária, que surge após um período sem dor.
A cólica primária é de natureza desconhecida e inata ao organismo feminino. Já a cólica secundária pode ser provocada por doenças como inflamações pélvicas, endometriose e fibromiomas.
Não há como prever a duração da cólica, mas geralmente a dismenorreia precede a menstruação por alguns dias e se intensifica com a chegada do fluxo menstrual.
É NORMAL SENTIR CÓLICA MUITO FORTE?
A dor em cólica é uma das características mais marcantes do período menstrual, sendo que 65% das mulheres em idade reprodutiva relatam a prevalência deste sintoma. Todo mês, o útero desenvolve uma camada interna, chamada endométrio, que é responsável por acolher o embrião. Porém, se o óvulo não foi fecundado, o endométrio tem de ser eliminado na menstruação.
Para que esta camada se desprenda do útero, é preciso que haja contrações. O esforço que o útero realiza para eliminar o endométrio é proporcional à intensidade do fluxo menstrual de cada menina. Quanto maior o fluxo, mais contrações são necessárias para expulsá-lo. Além do fluxo, outros fatores individuais como o tamanho do útero, a idade e os hábitos de cada mulher também podem influenciar na intensidade da cólica². Por isso, é normal que as dores variem de uma menina para outra.
Entretanto, quando a dor menstrual é muito forte, é preciso ficar atenta à possibilidade de dismenorreia secundária. Ao contrário da primária, que foi descrita anteriormente, a dismenorreia secundária é causada não somente pelo processo natural de eliminação do endométrio. Neste caso, há uma doença orgânica associada, que faz a cólica se agravar². As prostaglandinas, que são parte do processo natural, atuam concomitantemente com o fator etiológico, que é uma irregularidade. Como resultado, tem-se a potencialização dos fenômenos inflamatórios e dolorosos.
Nos casos de dismenorreia primária, é possível alcançar o alívio da dor com medicamentos analgésicos e anti-inflamatórios, e até mesmo com terapias alternativas, como a aplicação de calor local². Já na dismenorreia secundária - quando a dor é muito acentuada - a recomendação é procurar um médico e iniciar o tratamento adequado à doença de base.
Fique atenta às cólicas muito fortes, pois não é normal sentir dores tão intensas. Mesmo no período pré-menstrual, a cólica extremamente dolorosa indica alguma anormalidade no sistema reprodutor. As alterações podem ser doenças como endometriose, miomas, pólipos ou inflamações pélvicas². Infelizmente, é muito comum que as mulheres tenham um diagnóstico tardio, porque pensam que sentir cólicas muito fortes é normal. Entretanto, é preciso observar os sinais que o corpo emite. Lembre-se: qualquer anormalidade no seu ciclo menstrual deve ser investigada.
COMO EVITAR CÓLICAS MENSTRUAIS: O FRIO E CÓLICA
Quem nunca ouviu da mãe ordens como "Não senta no piso frio, garota, que isso dá cólica" ou "Bota um sapato, menina, você está menstruada"? Aposto que quase todas recebem um puxão de orelha parecido, no mínimo, uma vez por mês. A gente mal sabe se isso tudo faz sentido ou não, mas já vamos calçando um chinelo e levantando do chão frio. É só invocar a tal da cólica e a gente segue todas as crendices populares, tentando preveni-la ou remediá-la. E, na verdade, toda preocupação que nossas mães têm de não pegarmos frio durante os períodos pré-menstrual e menstrual faz sentido. Aquele friozinho, por mais inocente que pareça, pode ser um agravante das cólicas menstruais1.
Para entender a relação entre o frio e a cólica, vamos relembrar de onde vem essa dorzinha chata. A cólica menstrual é ocasionada pela liberação de prostaglandina, uma substância que faz o útero contrair. Essas contrações uterinas pressionam os vasos que estão em volta e, assim, ocasionam as dores no baixo ventre conhecidas como cólica menstrual. Quando o corpo esfria, esses mesmos vasos se estreitam, prejudicando a circulação sanguínea². Graças à má irrigação, o sangue recebe ainda menos oxigênio, e as dores em cólica se acentuam. Ainda, a má circulação ocasionada pela queda de temperatura corporal impede a eliminação da prostaglandina pelo fluxo sanguíneo. Quanto mais tarde essa substância for expelida do organismo, mais prolongada será a sensação de dor.
Por outro lado, manter o corpo aquecido melhora a circulação sanguínea e, consequentemente, ajuda no alívio da dor. A temperatura mais elevada, ao contrário do frio, favorece a eliminação da prostaglandina e ainda faz o útero relaxar. Por isso, é bom preferir banho morno, usar calçados para proteger os pés e tomar todos aqueles cuidados que as mães pedem.
Atenção: pegar frio não vai causar cólica repentinamente, mas pode acentuá-la se esse sintoma já existir.
Então, lembre-se de que a exposição ao frio pode contribuir pra aumentar aquela dorzinha chata da cólica. Pelo nosso bem, durante os períodos pré-menstrual e menstrual, não custa nada evitar essas situações. Além disso, é muito mais confortável e aconchegante ter o corpo quentinho e bem protegido em vez de ficar passando frio, não é mesmo?
Segunda-feira, 6:30h da manhã, o despertador toca, mas você não tem coragem de sair da cama, pois sente cólicas menstruais terríveis e tem a impressão de que a qualquer momento algo vai sair do seu útero por causa das contrações. A cabeça dói, o abdômen fica inchado e o remédio demora a fazer efeito. O problema afeta cerca de 80% das mulheres em algum momento da vida, segundo dados de uma pesquisa feita por um laboratório farmacêutico.
A primeira dica é investigar a causa da cólica, pois a dor pode ser sinal de algo mais sério como má formações uterinas, endometriose, miomas, entre outras. Se após exames preventivos o ginecologista chegar à conclusão de que é umadismonorreia essencial, ou seja, a cólica está relacionada aos eventos que antecedem a menstruação e não há interferência de outras enfermidades, o mais recomendado é utilizar medicamentos específicos para a dor. A ginecologista Marta Curado sugere que três dias antes de ficar menstruada, a mulher tome, a cada 8 ou 12 horas (dependendo da orientação do médico),anti-inflamatórios não hormonais que vão impedir que o útero se contraia.
”A ideia é evitar que os sintomas apareçam. Os antiinflamatórios vão inibir a ação da prostaglandina, que causa as contrações. Na verdade, o útero se contrai para expulsar o endométrio (revestimento interno do útero), em forma de sangramento, quando o óvulo não foi fecundado”, explica Curado.
Em relação aos inchaços, o ginecologista Donizetti Ramos dos Santos explica que a partir da ovulação, o ovário passa a produzir mais progesterona, hormônio que retém mais sódio e água. “Por isso a mulher se sente inchada e até as mamas ficam mais sensíveis. Pode haver também alterações em vasos sanguíneos e artérias, que podem causar vasodilatação, responsável pela dor de cabeça que faz parte da TPM (Tensão Pré-Menstrual).”
Dispositivos
Para evitar as cólicas, a pílula anticoncepcional também pode ser uma arma poderosa, além de ser um método eficaz de contracepção. Alguns medicamentos permitem que a mulher fique totalmente sem menstruar. Mas, para algumas, os efeitos colaterais como dor de cabeça, náuseas e inchaço são bastante recorrentes.
Na opinião do médico, o DIU (dispositivo intrauterino ) de progesterona é uma das melhores ferramentas da medicina para acabar com esse problema específico da mulher. “Em um procedimento rápido, o dispositivo é inserido pelo ginecologista no útero da mulher. A progesterona é liberada diariamente durante um período de cinco anos. A maioria das mulheres para de menstruar e todos os sintomas da TPM vão embora. Se ela quiser engravidar, basta pedir para o ginecologista retirar o DIU e a menstruação volta normalmente. O dispositivo não atrapalha nada, nem as relações sexuais”, explica.
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