Arquitetura se refere à arte ou a técnica de projetar uma edificação ou um ambiente de uma construção. É a arte de projetar espaços organizados e criativos para abrigar os diferentes tipos de atividades humanas.
A arquitetura é a disposição das partes ou dos elementos que compõem os edifícios ou os espaços urbanos em geral.
Esta arte é composta pelo conjunto dos princípios, normas, técnicas e materiais utilizados pelo arquiteto, para criar um espaço arquitetônico. O arquiteto é o profissional legalmente habilitado para o exercício da arquitetura.
Também é conhecida como arquitetura o agrupamento das obras realizadas em cada país ou continente, criadas em diversas civilizações e em diversas épocas.
Arquitetura Grega
A arquitetura grega, famosa por suas grandes obras, alcançou seu máximo no governo de Péricles, sobretudo em Atenas. Os grandes nomes da arquitetura grega foram Ictínio e Calícrates, responsáveis pela construção de vários monumentos. Os templos eram as principais obras, construídos em pedra talhada, de tal modo ajustados que dispensavam argamassa. Suas colunas tinham três estilos arquitetônicos distintos pela forma e feitio das colunas e do capitel: o dórico, apresentando colunas de linhas rígidas e capitel liso, dos quais o mais famoso é o Partenon, em Atenas; o jônico, caracterizado pela leveza e elegância das colunas, visível no templo da deusa Niké, também em Atenas; e o corinto, com a parte superior (capitel) ornamentada em forma de folhas, encontrado no Templo de Apolo em Corinto, na atual Turquia.A arquitetura (AO 1945: arquitectura), (AO 1990: arquitetura) (do grego αρχή [arkhé] significando "primeiro" ou "principal" e τέχνη [tékhton] significando "construção") refere-se tanto ao processo quanto ao produto de projetar e edificar o ambiente habitado pelo ser humano. Neste sentido, a arquitetura trata destacadamente da organização do espaço e de seus elementos: em última instância, a arquitetura lidaria com qualquer problema de agenciamento,organização, estética e ordenamento de componentes em qualquer situação de arranjo espacial. No entanto, normalmente a arquitectura associa-se diretamente ao problema da organização do homem no espaço (e principalmente no espaço urbano).1 2
A arquitetura como atividade humana existe desde que o homem passou a se abrigar das intempéries. Uma definição mais precisa da área envolve todo o design(ou seja, o projeto) do ambiente construído pelo homem, o que engloba desde o desenho de mobiliário (desenho industrial) até o desenho da paisagem (paisagismo), da cidade (planejamento urbano e urbanismo) e da região (planejamento regional ou Ordenamento do território). Neste percurso, o trabalho de arquitectura passa necessariamente pelo desenho de edificações (considerada a atividade mais comum do arquiteto), como prédios, casas, igrejas, palácios, entre outros edifícios. Segundo este ponto de vista, o trabalho do arquiteto envolveria, portanto, toda a escala da vida do homem, desde a manual até a urbana.
Arquitetura é música petrificada |
Índice
[esconder]Definição[editar | editar código-fonte]
Primeiramente, a arquitetura se manifesta de dois modos diferentes: a atividade (a arte, o campo de trabalho do arquiteto) e o resultado físico (o conjunto construído de um arquiteto, de um povo e da humanidade como um todo).
A arquitetura enquanto atividade é um campo multidisciplinar, incluindo em sua base a matemática, as ciências, as artes, a tecnologia, as ciências sociais, a política, ahistória, a filosofia, entre outros. Sendo uma atividade complexa, é difícil concebê-la de forma precisa, já que a palavra tem diversas acepções e a atividade tem diversos desdobramentos.4
Atualmente, o mais antigo tratado arquitetônico de que se tem notícia, e que propõe uma definição de arquitetura, é o do arquiteto romano Marco Vitrúvio Polião. Em suas palavras:
- "A arquitetura é uma ciência, surgindo de muitas outras, e adornada com muitos e variados ensinamentos: pela ajuda dos quais um julgamento é formado daqueles trabalhos que são o resultado das outras artes."
A definição de Vitrúvio, apesar de inserida em um contexto próprio, constitui a base para praticamente todo o estudo feito desta arte, e para todas as interpretações até a atualidade. Ainda que diversos teóricos, principalmente os da modernidade, tenham conduzido estudos que contrariam diversos aspectos do pensamento vitruviano, este ainda pode ser sintetizado e considerado universal para a arquitetura (principalmente quando interpretado, de formas diferentes, para cada época), seja a atividade, seja o patrimônio.
Vitrúvio declara que um arquiteto deveria ser bem versado em campos como a música, a astronomia, etc. A filosofia, em particular, destaca-se: de fato quando alguém se refere à "filosofia de determinado arquiteto" quer se referir à sua abordagem do problema arquitetônico. O racionalismo, o empirismo, o estruturalismo, o pós-estruturalismo e a fenomenologia são algumas das direções da filosofia que influenciaram os arquitetos.
A tríade vitruviana[editar | editar código-fonte]
Ver artigo principal: Tríade vitruviana
Na obra de Vitrúvio, definem-se quatro os elementos fundamentais da arquitetura: a firmitas (que se refere à estabilidade, ao carácter construtivo da arquitetura/resistência), a utilitas (que originalmente se refere à comodidade e ao longo da história foi associada à função e ao utilitarismo), a venustas (associada à beleza e à apreciação estética) e o decorum (associado à dignidade da arquitetura, à necessidade de rejeição dos elementos supérfluos e ao respeito das tradições/ordens arquitetônicas).
Desta forma, e segundo este ponto de vista, uma construção passa a ser chamada de arquitetura quando, além de ser firme e bem estruturada (firmitas), possuir uma função (utilitas), respeitar as ordem clássicas (decorum) e for, principalmente, bela (venustas). Há que se notar que Vitrúvio contextualizava o conceito de beleza segundo os conceitos clássicos. Portanto, a venustas foi, ao longo da história, um dos elementos mais polémicos das várias definições da arquitetura.
Definição moderna[editar | editar código-fonte]
Uma definição precisa de arquitetura é impossível, como já foi ressaltado, dada a sua amplitude. Como as demais artes e ciências, ela passa por mudanças constantes. No entanto, o excerto a seguir, escrito por Lúcio Costa, costuma gozar de certa unanimidade quanto à sua abrangência.
"Arquitetura é antes de mais nada construção, mas, construção concebida com o propósito primordial de ordenar e organizar o espaço para determinada finalidade e visando a determinada intenção. E nesse processo fundamental de ordenar e expressar-se ela se revela igualmente e não deve se confundir com arte plástica, porquanto nos inumeráveis problemas com que se defronta o arquiteto, desde a germinação do projeto, até a conclusão efetiva da obra, há sempre, para cada caso específico, certa margem final de opção entre os limites - máximo e mínimo - determinados pelo cálculo, preconizados pela técnica, condicionados pelo meio, reclamados pela função ou impostos pelo programa, - cabendo então ao sentimento individual do arquiteto, no que ele tem de artista, portanto, escolher na escala dos valores contidos entre dois valores extremos, a forma plástica apropriada a cada pormenor em função da unidade última da obra idealizada.
A intenção plástica que semelhante escolha subentende é precisamente o que distingue a arquitetura da simples construção."5
Esta definição é entendida como um consenso pois ela resume praticamente toda uma metade de século de pensamento arquitetónico: a visão de Lúcio Costa sintetiza as várias teorias propostas por arquitetos pertencentes à arquitetura moderna. Dado que o moderno procurou se colocar não como mais um entre vários estilos, mas como efetivamente a arquitetura, e sua visão de mundo tornou-se predominante, ela tornou-se por fim um consenso. A teorização proposta pela arquitetura moderna engloba, no entanto, também toda a arquitetura produzida antes dela, já que ela manifesta claramente que a arquitetura surge de um programa, incorporando as variáveis sociais, culturais, económicas e artísticas do momento histórico. Na medida em que os momentos históricos são heterogêneos, a definição moderna da arquitetura não ilegítima nenhuma outra manifestação histórica, mas ativamente combate a cópia de outros momentos históricos no momento contemporâneo.
Estilo e linguagem[editar | editar código-fonte]
Ver artigo principal: Estilo arquitetônico
Quando se pensa em algum tipo de classificação dos diferentes produtos arquitetônicos observados no tempo e no espaço, é muito comum, especialmente por parte de leigos, diferenciar os edifícios e sítios através da ideia de que eles possuem um estilo diverso um do outro.
Tradicionalmente, a noção de estilo envolve a apreensão de um certo conjunto de fatores e características formais dos edifícios: ou seja, a definição mais primordial de estilo é aquela que o associa à forma da arquitetura, e principalmente seus detalhes estético-construtivos. A partir desta noção, parte-se então, naturalmente, para a ideia de que diferentes estilos possuem diferentes regras. E, portanto, estas regras poderiam ser usadas em casos específicos. A arquitetura, enquanto profissão, segundo este ponto de vista, estaria reduzida a uma simples reunião de regras compositivas e sua sistematização.
Esta é uma ideia que, após os vários movimentos modernos da arquitetura (e mesmo os pós-modernos, que voltaram a debater o estilo) tornou-se ultrapassada e apaixonadamente combatida. A arquitetura, pelo menos no plano teórico e acadêmico, passou a ser entendida através daquilo que efetivamente a define: o trabalho com o espaço habitável. Aquilo que era considerado estilo passou a ser chamado simplesmente de momento histórico ou de escola. Apesar de ser uma ruptura aparentemente banal, ela se mostra extremamente profunda na medida em que coloca uma nova variável: se não valem mais as definições historicistas e estilísticas da arquitetura, o estilo deixa de ser um modelo amplamente copiado e passa a ser a expressão das interpretações individuais de cada arquiteto (ou grupo de arquitetos), daquilo que ele considera como arquitetura.
Portanto, se é possível falar em um estilo histórico (barroco, clássico, gótico, etc.), também torna-se possível falar em um estilo individual (arquitetura Wrightiana, Corbuseana, etc).
Arquitetura egípcia: Templo de Edfu | Arquitetura grega: Academia de Atenas | Arquitetura indiana de raízes islâmicas: Taj Mahal | Arquitetura sino-oriental: Portão da Grandeza Divina |
Bibliografia[editar | editar código-fonte]
- COSTA, Lúcio, Arquitetura; São Paulo: José Olympio, 2002.
- RASMUSSEN, Esteen Eiler; Arquitetura vivenciada; São Paulo: Martins Fontes, 2002.
- ZEVI, Bruno; Saber ver a arquitetura; São Paulo: Martins Fontes, 2002
- ARGAN, Giulio Carlo; Arte moderna; São Paulo: Companhia das Letras, 1998.
Referências
- ↑ Dicinário Priberiam da Língua Portuguesa. Arquitetura. Visitado em 5 de março de 2012.
- ↑ Vestibular Brasil Escola. Arquitetura e Urbanismo. Visitado em 5 de março de 2012.
- ↑ Ich die Baukunst eine erstarrte Musik nenne - Carta a Eckermann (March 23, 1829) + Também atribuída a Friedrich Schiller.[1]
- ↑ UOL. A matemática e as profissões. Visitado em 5 de março de 2012.
- ↑ COSTA, Lúcio (1902-1998). Considerações sobre arte contemporânea (1940). In: Lúcio Costa, Registro de uma vivência. São Paulo: Empresa das Artes, 1995. 608p.il.
Ver também[editar | editar código-fonte]
- História da arquitetura
- Linguagem arquitetônica
- Estilos arquitetônicos
- Arquitetura bioclimática
- Urbanismo
- Paisagismo
- Ensino da arquitetura
- Obras de Arquitetura
- Anexo:Lista de escolas de arquitetura
- Anexo:Lista de arquitetos
Ligações externas[editar | editar código-fonte]
- IAB - Instituto de Arquitetos do Brasil
- OA - Ordem dos Arquitectos
- StructuraE (em francês) Visitado: Fev. 2014
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