quinta-feira, 6 de agosto de 2015

ECLAPSIA

A gravidez pressupõe o crescimento de um ser geneticamente diferente dentro do útero da mulher, uma vez que herdou metade dos genes do pai. Ela não rejeita esse corpo estranho, porque desenvolve mecanismos imunológicos para proteger o feto. Em alguns casos, porém, ele libera proteínas na circulação materna, que provocam uma resposta imunológica da gestante, que agride as paredes dos vasos sanguíneos, causando vasoconstrição e aumento da pressão arterial.
A hipertensão arterial específica da gravidez recebe o nome de pré-eclâmpsia e, em geral, instala-se a partir da 20ª semana, especialmente no 3° trimestre.
A pré-eclâmpsia pode evoluir para a eclâmpsia, uma forma grave da doença, que põe em risco a vida da mãe e do feto.
As causas dessas enfermidades ainda não foram bem estabelecidas. O que se sabe é que estão associadas à hipertensão arterial, que pode ser crônica ou especifica da gravidez.
Sintomas
a) Sintomas da pré-eclâmpsia (que também pode ser assintomática): hipertensão arterial, edema (inchaço), principalmente nos membros inferiores, que pode surgir antes da elevação da pressão arterial, aumento exagerado do peso corpóreo e
proteinúria, isto é, perda de proteína pela urina.
b) Sintomas característicos da eclâmpsia: convulsão (às vezes precedida por dor de cabeça, de estômago e perturbações visuais), sangramento vaginal e coma.
Diagnóstico e fatores de risco
O diagnóstico é estabelecido com base nos níveis elevados da pressão arterial, na história clínica, nos sintomas da paciente e nos resultados de exames laboratoriais de sangue e de urina.
São fatores de risco:
1) hipertensão arterial sistêmica crônica;
2) primeira gestação;
3) diabetes;
4) lúpus;
5) obesidade;
6) histórico familiar ou pessoal das doenças supra-citadas;
7) gravidez depois dos 35 anos e antes dos 18 anos;
8) gestação gemelar.
Tratamento e prevenção
A única maneira de controlar a pré-eclâmpsia e evitar que evolua para eclâmpsia é o acompanhamento pré-natal criterioso e sistemático da gestação.
Pacientes com pré-eclâmpsia leve devem fazer repouso, medir com frequência a pressão arterial e adotar uma dieta com pouco sal.
Medicamentos anti-hipertensivos e anticonvulsivantes são indicados para o controle dos quadros mais graves, que podem exigir a antecipação do parto. A doença regride espontaneamente com a retirada da placenta.
Recomendações
* Vá ao ginecologista antes de engravidar para avaliação clínica e início da administração de ácido fólico;
* Compareça a todas as consultas previstas no pré-natal e siga rigorosamente as recomendações médicas durante a gestação;
* Lembre que a hipertensão é uma doença insidiosa, que pode ser assintomática. Qualquer descuido e a ausência de sintomas podem fazer com que uma forma leve de pré-eclâmpsia evolua com complicações;
* Faça exercícios físicos compatíveis com a fase da gestação e suas condições orgânicas no momento;
* Reduza a quantidade de sal nas refeições, não fume e suspenda a ingestão de álcool durante a gravidez.Eclâmpsia é uma condição rara, mas grave, que provoca convulsões durante a gravidez. A eclâmpsia afeta cerca de uma em cada 2 mil a 3 mil gestações, e pode afetar qualquer gestante, mesmo quem não tem um histórico de convulsões.

Causas

A eclâmpsia é uma complicação grave da pré-eclâmpsia, que ocorre quando a pressão arterial está elevada (acima de 140/90 mmHg) a qualquer momento após a sua 20ª semana de gravidez, com desaparecimento até 12 semanas pós-parto. Além da pressão arterial elevada, outras complicações como excesso de proteína na urina ou insuficiência hepática devem acontecer para se ter o diagnóstico de pré-eclâmpsia.
Se a pré-eclâmpsia se agrava e afeta o cérebro, causando convulsões ou coma, você desenvolveu eclâmpsia. A causa exata da pré-eclâmpsia é desconhecida.
Acredita-se que a pré-eclâmpsia começa na placenta - o órgão que nutre o feto durante a gravidez. No início da gestação, novos vasos sanguíneos se desenvolvem e evoluem para enviar eficientemente o sangue para a placenta. Em mulheres com pré-eclâmpsia, estes vasos sanguíneos não parecem desenvolver-se adequadamente. Eles são mais estreitos do que os vasos sanguíneos normais e reagem de forma diferente à sinalização hormonal, o que limita a quantidade de sangue que pode fluir através delas.
Gravidez tardia: riscos aumentam após os 35 anos de idade
As causas deste desenvolvimento anormal podem incluir:
  • Fluxo sanguíneo insuficiente para o útero
  • Danos aos vasos sanguíneos
  • Um problema com o sistema imunológico
  • Certos genes
  • Outros distúrbios de pressão arterial elevada durante a gravidez.

Fatores de risco

Se você tem ou já teve pré-eclâmpsia grave, você pode estar em risco de eclâmpsia. Outros fatores de risco incluem:
  • Histórico familiar de eclâmpsia
  • Primeira gravidez
  • Idade, sendo que o risco é maior após os 35 anos
  • Gravidez múltipla
  • Intervalo de 10 anos ou mais entre as gestações.
A presença de outras doenças também pode aumentar o risco de eclâmpsia, como:
  • Obesidade
  • Hipertensão
  • Enxaqueca
  • Diabetes tipo 1 ou diabetes tipo 2
  • Doença renal
  • Tendência a desenvolver coágulos de sangue
  • Uma doença autoimune, como a artrite reumatóide, escleroderma e lúpus.

 sintomas

Sintomas de Eclâmpsia

Os sintomas comuns de eclâmpsia são:
  • Convulsões
  • Perda de consciência
  • Agitação
  • Dores de cabeça ou dores musculares.

Eclampsia e seu bebê

A pré-eclâmpsia e eclâmpsia afetam a placenta, órgão que fornece oxigênio, sangue e nutrientes para o feto. Quando a pressão arterial elevada reduz o fluxo de sangue, a placenta pode ser incapaz de funcionar corretamente. Isso pode levar o bebê a nascer com baixo peso ou outros problemas de saúde. Problemas com a placenta muitas vezes podem antecipar parto. Em casos raros, estas condições pode levar a um bebê natimorto.

Sintomas da pré-eclâmpsia

Você pode não notar um aumento da pressão arterial durante a gravidez até que ela esteja perigosamente alta. Assim, é fundamental para todas as pessoas grávidas agendarem visitas regulares com obstetra e para acompanhar e identificar os sintomas de pré-eclâmpsia precocemente. Entre os primeiros sintomas estão:
  • Rápido ganho de peso, de 2 a 5 quilos em uma única semana
  • Inchaço da face ou extremidades, especialmente as mãos.
Se a pré-eclâmpsia progride, é possível observar outros sintomas, tais como:
  • Dores de cabeça
  • Alterações da visão (visão turva, visão dupla, vendo pontos de luz)
  • Dor abdominal, especialmente no canto superior direito ou no meio abdômen
  • Urinar com menos frequência
  • Falta de ar
  • Náuseas ou vômitos
  • Confusão
  • Convulsões.

Buscando ajuda médica

Certifique-se de fazer as consultas pré-natais para monitorar sua pressão arterial. Contate um ou uma obstetra imediatamente ou vá para uma sala de emergência se você tem dores de cabeça, visão turva, dor importante no abdômen ou grave falta de ar.
Como as dores de cabeça, náuseas e dores são queixas comuns da gravidez, é difícil saber quando novos sintomas são simplesmente parte de estar grávida e quando eles podem indicar um problema sério - especialmente se é a primeira gravidez. Se você está preocupado com os seus sintomas, avise o médico.
Busque atendimento de emergência em casos de:
  • Dores de cabeça ou dores musculares graves
  • Agitação
  • Convulsões
  • Perda de consciência.

 diagnóstico e exames

Diagnóstico de Eclâmpsia

Se você já recebeu o diagnóstico de pré-eclâmpsia ou têm histórico da doença, o médico irá pedir exames para determinar se a pré-eclâmpsia piorou ou tem chances de acontecer novamente. Se você não recebeu esse diagnóstico, mas está preocupada com o risco, o médico irá pedir exames relacionados com a pré-eclâmpsia:
  • Pressão arterial
  • Exames de sangue para determinar contagem de plaquetas e funcionamento do fígado e rins
  • Exames de urina, para identificar altos níveis de proteína
  • Ultrassom fetal com Doppler, para saber como está o bebê
  • Verificar a frequência cardíaca do bebê.

 tratamento e cuidados

Tratamento de Eclâmpsia

O parto é a única forma de curar a eclâmpsia. Se você desenvolver eclâmpsia, o médico pode antecipar o parto, dependendo de quão longe você está em sua gravidez. Parto prematuro pode ocorrer entre 32 e 36 semanas de gravidez, se surgirem sintomas de risco de vida ou se a medicação não funcionar.

Medicamentos

Medicamentos para prevenir convulsões (anticonvulsivantes) podem ser usados. Se você tem pressão arterial elevada, a medicação para abaixá-la também pode ser administrada.

Mudanças de estilo de vida

Toda gestante hipertensa ou com alto risco de hipertensão deve inicialmente fazer mudanças em seu estilo de vida, como ingerir pouco sódio, manter o peso, dormir adequadamente e fazer caminhada regularmente. Se, mesmo com a adoção desses hábitos, a pressão persistir alta, deve-se fazer uso de medicamentos.
O repouso absoluto pode ser recomendado, com a gestante deitada sobre o lado esquerdo do corpo tempo todo ou a maior parte do tempo.

Hospitalização

Eclâmpsia na maioria dos casos exige hospitalização. No hospital, seu bebê será monitorado, o volume de líquido amniótico e o estudo Doppler dos vasos maternos e fetais medido frequentemente. A falta de líquido amniótico e alteração do estudo Doppler é um sinal de que o fornecimento de sangue para o bebê está deficiente.

Parto

Se o diagnóstico da pré-eclâmpsia ocorre perto do fim da sua gravidez, pode ser recomendada uma indução do trabalho de parto. As condições do colo uterino - se está começando a abrir (dilatar), afinar e suavizar (amadurecer) - também podem ser um fator para determinar se ou quando o trabalho será induzido.
Em casos graves, pode não ser possível considerar a idade gestacional do seu bebê ou as condições do seu colo do útero. Se não for possível esperar, o médico pode induzir o parto ou agendar uma cesárea. Durante o parto, você pode receber sulfato de magnésio por via intravenosa para prevenir novas convulsões.

Após o parto

Após o parto, deve-se esperar a pressão arterial voltar ao normal dentro de 12 semanas, mas geralmente isso ocorre muito mais cedo. Se a paciente precisar de medicação para aliviar a dor após o parto, confira com o médico o que pode ser ou não ingerido. A eclâmpsia pode exigir que você fique mais tempo no hospital depois de dar à luz. A doença geralmente não aumenta o risco de pressão alta no futuro.Complicações possíveis

Quanto mais grave a eclâmpsia for e quanto mais cedo ela ocorre, maiores serão os riscos para a gestante e seu bebê. A eclâmpsia pode exigir trabalho de parto induzido ou parto cirúrgico (cesariana). Se você tiver eclâmpsia grave ou estiver com menos de 30 semanas de gestação, uma cesárea pode ser necessária.
As complicações da pré-eclâmpsia e eclâmpsia podem incluir:
  • Falta de fluxo sanguíneo para a placenta
  • Descolamento prematuro da placenta
  • Síndrome HELLP, caracterizada pela elevação das enzimas hepáticas e baixa contagem de plaquetas
  • Doença cardiovascular no futuro.

Expectativas

Descobrir que você tem uma complicação potencialmente grave da gravidez pode ser assustador. Se o diagnóstico de eclâmpsia acontece no final de sua gravidez pode ser preocupante, uma vez que o parto pode começar a ser induzido imediatamente. Se você é diagnosticado mais cedo em sua gravidez, você pode ter várias semanas para se preocupar com a saúde do seu bebê.
Grupos de suporte e materiais informativos podem ajudar a entender melhor essa condição. Além de conversar com o médico, faça alguma pesquisa. Certifique-se de entender quando é necessário buscar ajuda médica, como você deve monitorar o bebê e sua condição.

 prevenção

Prevenção

A pré-eclâmpsia, que pode evoluir para eclampsia, pode interferir com a capacidade da placenta de fornecer oxigênio e nutrição para o feto. Como não se sabe exatamente qual a causa da pré-eclâmpsia, é muito difícil saber como evitá-la. Mas uma vez que a pré-eclâmpsia foi identificada, existem passos que você pode tomar para evitar a eclâmpsia. Estes incluem:
  • Repouso
  • Monitorização cuidadosa da mãe e do bebê
  • Parto quando necessário.
Uma vez que o bebê nasceu, a pressão arterial deve voltar ao normal.

 fontes e referências

  • Federação Brasileira das Associações de Ginecologista e Obstetrícia Associação de Ginecologista e Obstetrícia do Estado de São Paulo Dra. Viviane Lopes, ginecologista e obstetra do Femme Laboratório da Mulher e mestre em Obstetrícia pela UNIFESP - CRM SP 105166Eclampsia é a forma mais grave da doença pré-eclampsia. A doença é caracterizada pela hipertensão (alta pressão arterial) e proteinúria (presença de proteína na urina). Acomete mulheres na segunda metade da gravidez (após a 20ª semana de gestação).
    A causa da pré-eclampsia ocorrer durante a gravidez é desconhecido. Sabe-se, no entanto, que a existência da placenta é obrigatória e que não precisa existir o feto. Alguns tumores placentários provocam pré-eclampsia sem que haja feto. A doença desaparece assim que a placenta sai do organismo da mulher.
    A forma mais amena da doença é chamada de pré-eclampsia leve e a mulher pode até não notar sintomas. Por vezes, percebe-se um pequeno inchaço. A necessidade de se realizar um bom pré-natal é imensa durante toda a gravidez. O médico aferirá a pressão e fará freqüentes exames de urina para identificar a doença.
    Já na pré-eclampsia grave, além do aumento da pressão arterial e proteinúria, inchaço, pode-se notar cefaléia (dor de cabeça), cansaço, sensação de ardor no estômago e alterações visuais ligeiras. Quando a eclampsia estiver iminente acontecerá hemorragias vaginais e diminuição dos movimentos do seu bebê.
    A eclampsia é caracterizada quando a mulher com pré-eclampsia grave convulsiona ou entra em coma. A mulher tem convulsões porque a pressão sobe muito e, em decorrência disso, diminui o fluxo de sangue que vai para o cérebro. Essa é a principal causa de morte materna no Brasil atualmente.
    Em cerca de 10% das gestações há a incidência de hipertensão, em sua maioria, na forma de pré-eclampsia leve. Os casos de eclampsia e pré-eclampsia ocorrem geralmente no oitavo ou nono mês.
    Possuem maiores riscos de adquirir a doença as mulheres que engravidam mais velhas ou muito novas, que estão grávidas pela primeira vez, que têm histórico de diabetes, pressão alta, pré-eclampsia ou eclampsia, se há alguém na família que já teve a pré-eclampsia, e obesas. Porém, as mulheres que têm pressão normal e sem histórico também podem ser acometidas.

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