sexta-feira, 14 de agosto de 2015

HIPERBOLE

uando lemos essa afirmação, nunca imaginamos jogadores agonizando de sede num campo de futebol, pois compreendemos que o autor da frase fez uso do exagero para impressionar o interlocutor. Quando engrandecemos ou diminuímos exageradamente a verdade das coisas, estamos utilizando a hipérbole.
A hipérbole é exatamente oposta ao eufemismo. Enquanto no eufemismo suavizamos uma expressão chocante, na hipérbole expressamos exageradamente uma idéia, a fim de enfatizar essa informação. Essa figura de linguagem  é bastante comum não só nos textos escritos, como na comunicação oral.
Veja os exemplos em textos escritos:
“Rios te correrão dos olhos, se chorares (...)” (Olavo Bilac)
“Brota esta lágrima e cai (...)
Mas é rio mais profundo
Sem começo e nem fim
Que atravessando por este mundo
Passa por dentro de mim”. (Cecília Meireles)
“Queria querer gritar setecentas mil vezes
Como são lindos, como são lindos os burgueses” (Caetano Veloso)
“Pela lente do amor
Vejo tudo crescer
Vejo a vida mil vezes melhor”. (Gilberto Gil)
Exemplo em textos falados:
“Já falei mil vezes com esse menino e ele não me obedece”.
“Vai passar um ônibus pro Inferno, mas não passa o do Novo Juazeiro”.
“Faz umas dez horas que essa menina penteia esse cabelo”.
“A roupa dela está tão curta que daqui a pouco ela está andando pelada na rua”.
“Já faz séculos que esse menino não toma banho, que, quando ele tirar essa roupa, ela vai sair correndo gritando: Me lava, por favor!”
Em suma, hipérbole é a figura de linguagem que consiste em expressar uma idéia com exagero.
Fontes
CEREJA, William Roberto e MAGALHÃES, Thereza Cochar. Literatura Brasileira em diálogo com outras literaturas. 3 ed. São Paulo, Atual editora, 2005, p.39-41.
PIRES, Orlando. Manual de Teoria e Técnica Literária. Rio de Janeiro, Presença, 1981, p. 102.
SAVIOLE, Francisco Platão. Gramática em 44 lições. 15 ed. São Paulo, Ática, 407.
TUFANO, Douglas. Estudos de Língua Portuguesa – Minigramática. São Paulo, Moderna, 2007.Hipérbole ou auxese é a figura de linguagem que incide quando há exagero propositado em um conceito para definir algo de forma dramática, transmitindo uma ideia aumentada do autêntico. Em termos simplificados, a hipérbole consiste na expressão evidentemente exagerada de uma ideia.
É habitual na linguagem corrente, como quando se diz: "Já te avisei mais de mil vezes!".

Exemplos[editar | editar código-fonte]

Isidoro de Sevilha cita os seguintes textos de Virgílio como contendo hipérboles:[1]
  • Cila guarda o lado direito, e a insaciável Caríbdis o lado esquerdo; e das profundezas do seu abismo, por três vezes ao dia ela suga as águas para o abismo, e depois as joga para cima, molhando as estrelas com sua espuma (Virgílio, Eneida, 3, 423 [em linha])
  • (...) um vento, vindo do Norte, atinge com força as velas, e levanta as ondas até o céu. Os remos se partem, e o barco vira, dando o seu lado às ondas; por sobre o barco cai uma montanha de água. Alguns dos marinheiros conseguem se segurar; para outros, o mar mostra a terra debaixo das ondas (Virgílio, Eneida, 1, 107 [em linha])
Alguns exemplos literários de hipérboles :
  • "Rios te correrão dos olhos, se chorares!" (Olavo Bilac)[2]
  • "Um quarteirão de perucas para Clodovil Pereira †(2009)". (José Cândido Carvalho)
  • "Na chuva de cores / Da tarde que explode / A lagoa brilha" (Carlos Drummond de Andrade)."o sol está me chamando[3]
  • "Assim esperamos - disse a plateia, já agora morrendo de rir." (Caetano Veloso)[4]
  • "Eu chorei rios de lágrimas."
  • "Estou morrendo de fome!"
  • "Um ser amor!"
  • "Estou morrendo de rir!"
  • "Eu quero ter um milhão de amigos e, bem mais forte, poder cantar!!" (Roberto Carlos)

Referências

  1. Ir para cima Isidoro de SevilhaEtimologias, Liber I, De Grammatica, 36.21 [em linha]
  2. Ir para cima In: Alvorada do Amor, poesia (acessada em novembro de 2008)
  3. Ir para cima In: "Lagoa" (acessado em novembro de 2008).
  4. Ir para cima In: "Barco Vazio", texto coligido por Wally Salomão sob título "Alegria, Alegria" - "Caetano Veloso", FRANCHETTI, Paulo e PÉCORA, Alcyr. Abril Educação, col. Literatura Comentada, São Paulo, 1981

Ligações externas[editar | editar código-fonte]

Wikcionário
Wikcionário possui o verbetehipérbole.
  • Hipérbole no texto é uma marca de subjetividade, análise da figura por Thaís Nicoletti de Camargo (in: Folha de S.Paulo).Hipérbole é uma figura de linguagem, classificada como figura de pensamento, que consiste emexagerar uma ideia com finalidade expressiva. É um exagero intencional na expressão.
    Por exemplo:
    Estou morrendo de sede. (em vez de estou com muita sede)
    Chorou rios de lágrimas. (em vez de chorou muito)
    Já lhe disse isso um milhão de vezes. (em vez de já lhe disse isso várias vezes)
    A gramática é um conjunto de regras que estabelecem um determinado uso da língua, denominado norma culta ou língua padrão. Essas normas nem sempre são obedecidas pelo falante, que muitas vezes, dela se desvia, com a finalidade de reforçar a mensagem, construindo uma mensagem nova e original.
    A hipérbole é uma dessas formas, com a finalidade de engrandecer ou diminuir exageradamente a verdade dos fatos.

    Hipérbole em Geometria

    Em Geometria hipérbole é o lugar geométrico dos pontos de um plano cuja diferença das distâncias a dois pontos fixos, desse mesmo plano é constante. É a interseção de um cone circular reto com um plano que faz com o eixo do cone um ângulo menor que o do vértice.s figuras de linguagem são empregadas para valorizar o texto, tornando a linguagem mais expressiva. É um recurso lingüístico para expressar experiências comuns de formas diferentes, conferindo originalidade, emotividade ou poeticidade ao discurso.
    As figuras revelam muito da sensibilidade de quem as produz, traduzindo particularidades estilísticas do autor.

    Hipérbole

    É um exagero intencional com a finalidade de tornar mais expressiva a idéia.

    Leia a seguinte frase:
    Quando lemos essa afirmação, nunca imaginamos jogadores agonizando de sede num campo Quando engrandecemos ou diminuímos exageradamente a verdade das coisas, estamos utilizando a hipérbole.
    Veja os exemplos em textos escritos:
    “Rios te correrão dos olhos, se chorares (…)” (Olavo Bilac)
    “Brota esta lágrima e cai (…)
    Mas é rio mais profundo
    Sem começo e nem fim
    Que atravessando por este mundo
    Passa por dentro de mim”. (Cecília Meireles)
    “Queria querer gritar setecentas mil vezes
    Como são lindos, como são lindos os burgueses” (Caetano Veloso)
    “Pela lente do amor
    Vejo tudo crescer
    Vejo a vida mil vezes melhor”. (Gilberto Gil)
    Exemplo em textos falados:
    “Já falei mil vezes com esse menino e ele não me obedece”.
    “Vai passar um ônibus pro Inferno, mas não passa o do Novo Juazeiro”.
    “Faz umas dez horas que essa menina penteia esse cabelo”.
    “A roupa dela está tão curta que daqui a pouco ela está andando pelada na rua”.
    “Já faz séculos que esse menino não toma banho, que, quando ele tirar essa roupa, ela vai sair correndo gritando: Me lava, por favor!”
    Em suma, hipérbole é a figura de linguagem que consiste em expressar uma idéia com exagero.

    Eufemismo

    Leia a estrofe:
    “Quando a Indesejada das gentes chegar
    Encontrará lavrado o campo, a casa limpa,
    A mesa posta,
    Com cada coisa em seu lugar”.
    Determinadas palavras e expressões, quando empregadas em certos contextos, são consideradas desagradáveis, ou por apresentarem uma idéia muito negativa ou por chocarem quem ouve. Por isso, é muito comum os falantes substituírem essas expressões por outras mais suaves, mais delicadas, que, mesmo tendo o mesmo sentido, causam menor impacto em quem as ouve.
    Nesses versos, o poeta Manuel Bandeira refere-se à morte utilizando a expressão “Indesejada das gentes”. Existem varias expressões que suavizam a palavra morte, como “entregar a alma a Deus”, “partir desta para a melhor”, “bater as botas”, “encurtar os anos”, entre outras. Essas formas que atenuam expressões desagradáveis são chamadas eufemismos.
    O eufemismo é exatamente oposta a hipérbole. Enquanto na hipérbole expressamos exageradamente uma idéia,a fim de enfatizar essa informação, no eufemismo suavizamos uma expressão chocante.Essa figura de linguagem é bastante comum não só nos textos escritos,como livros os poemas, como na comunicação oral.
    Exemplos:
    “…Para o porto de Lúcifer.” (Em vez de inferno) (Gil Vicente)
    “Verdades que esqueceram de acontecer” (em lugar de mentira) (Mário Quintana)
    Passar os cinco [dedos] — expressão popular (Em vez de roubar)
    “Ele vivia de caridade pública” (em vez de “esmolas”) (Machado de Assis)
    Leia estes versos do poema “Antologia”, de Manuel Bandeira:
    Observe atentamente estas afirmações:
    “E fizeste isto durante vinte e três anos (…) até que um dia deste o grande mergulho nas trevas (…)” (Machado de Assis)
    “Diante de tanta tristeza, ela preferir faltar com a verdade”.
    Na primeira sentença, Machado de Assis usou a expressão “deste o grande mergulho nas trevas” para se referir à morte; na segunda, a expressão “faltar com a verdade” foi uma maneira suave de se referir à mentira. Portanto, são exemplos de eufemismo, figura de linguagem que consiste em empregar expressões suaves no lugar de outra desagradável ou chocante.
    Curiosidade: Durante muito tempo, as pessoas da raça negra eram qualificadas pelas formas eufemísticas “pessoas de cor” ou “morena”. Nas últimas décadas, entretanto, os movimentos negros brasileiros têm combatido essa forma de tratamento, entendendo que por trás do eufemismo, existe a idéia de que seria “feio” atribuir a característica “negra” a uma pessoa. Atualmente, os negros orgulham-se de ser considerados negros, pois, além da cor, essa característica identifica a cultura e a raça a que estão ligados.
    Fonte: Infoescola

Nenhum comentário:

Postar um comentário