Leigo significa um indivíduo com pouco ou nenhum conhecimento em determinada matéria, por exemplo, "um leigo em informática".
A acepção tem origem no meio religioso quando se referia ao membro que não possuía os conhecimentos suficientes para determinadas funções dentro da organização religiosa a que pertencia.
Na Igreja Católica, leigos são os cristãos que não fazem parte do clero, ou seja, não são ordenados nem fazem parte da hierarquia eclesiástica, mas participam ativamente de atividades ligadas à Igreja.
O termo "leigo" deriva do Latim "laicus" cuja origem vem do Grego "laikós". É sinônimo de "laico" ou "laical", ou seja, que não pertence ou não está sujeito a nenhuma religião. Por exemplo: ensino leigo ou laico.
Juiz leigo
No âmbito jurídico, "juiz leigo" significa o indivíduo que não possui grau de magistrado mas tem funções de auxiliar de justiça. Um juiz leigo pode, por exemplo, dirigir audiências de conciliação, elaborar o processo instrutório e ainda redigir uma proposta de sentença. No entanto, todas as propostas serão avaliadas por um juiz togado (magistrado).
No Direito criminal, o juiz leigo não tem poder decisório e está impedido de decretar qualquer sentença, cabendo esta função ao magistrado. O termo leigo indica que o indivíduo não tem conhecimentos de magistratura.Leigos (do grego laïkós[1] e do latim laicus[2] ) são pessoas que não possuem conhecimento aprofundado sobre determinada área. Na modernidade, o termo se estendeu a nível geral, sendo usado em praticamente todas as áreas humanas, mas em sua origem referia-se ao povo que, segundo determinada elite religiosa, não possuía todos os conhecimentos necessários para determinadas funções dentro da organização religiosa, fazendo parte, portanto, de uma hierarquia.
Foi usado sobretudo na Idade Média para diferenciar o povo muitas vezes iletrado que não tinha acesso à Bíblia tampouco ao latim (língua oficial da Igreja Católica Apostólica Romana).[3] Assim, a conotação deleigo, na verdade, é pejorativa, quando estudada sua origem: a palavra laos significa "missa", "multidão", "agregado social", mas no grego clássico, porém, o sentido é de "povo inferior", "multidão inferior".[3] Em traduções latinas e nos sinônimos empregados para expressar o significado de laikós, leigo também tem os seguintes sentidos: "idiota", "iletrado", "secular", "plebe".[3] O Concílio Vaticano II pretendeu, entre outras questões, superar essa compreensão e a distância entre povo e clero, designando, na Constutição Dogmática Lumen Gentium, que leigos seriam o povo de Deus:[3] "todos os cristãos, exceto os membros de Ordem sacra e do estado religioso aprovado na Igreja."[4]
Alguns estudiosos, como o teólogo belga Edward Schillebeeckx, afirmam que, sob influência grega, o termo "leigo" possui significado pré-cristão, tendo sido empregado outrora em oposição aos líderes do povo.[5]O Concílio Vaticano II exarou uma definição positiva de leigo: "Pelo nome de leigos aqui são compreendidos todos os cristãos, exceto os membros de ordem sacra e do estado religioso aprovado na Igreja." (Lumen Gentium', 31). Embora o leigo não faça parte da hierarquia, ele é um membro da Igreja católica, em virtude de haver recebido o sacramento do batismo. Assim, na Igreja não se faz distinção entre clerigo e leigo; todos são igualmente membros da sociedade fundada por Jesus, com funções distintas. É importante ressaltar que, conforme explica o canonista Edson Luiz Sampel, competem aos leigos algumas atividades internas na Igreja, "contudo, o preponderante da missão laical repousa na secularidade, isto é, no mundo, na ordem das realidades temporais." ("A responsabilidade cristã na administração pública - uma abordagem à luz do direito canônico", p. 159, editora Paulus). Com efeito, reza o cânon 225, §2.º que o leigo tem de animar e aperfeiçoar a ordem das realidades com o espírito do evangelho. Este é o papel do leigo. Dom Dadeus Grings, arcebispo de Porto Alegre, escreveu certa vez que quando se pergunta o que a Igreja faz no campo do bem comum, deve-se devolver a questão aos leigos.
No Brasil há diversas instituições religiosas que abrigam leigos, entre elas estão a E.P. Arautos do Evangelho, Carmelitas, capuchinhos, que são freis, e todos não estão na condição de sacerdote, entre outros que abrangem outras igrejas fora a católica, caso dos missionários mórmons e alguns testemunhas de Jeová.
Ver também[editar | editar código-fonte]
Referências[editar | editar código-fonte]
- ↑ "Moderno Dicionário da Língua Portuguesa". Acesso: 31 de dezembro, 2011
- ↑ Dicionário Priberam da Língua Portuguesa. Acesso: 31 de dezembro, 2011
- ↑ ab c d "A Vocação dos Leigos e das Leigas". Acesso: 31 de dezembro, 2011.
- ↑ Lumen Gentium 31, citado em Draiton Gonzaga de Souza, Amor scientiae: festschrift em homenagem a Reinholdo Aloysio Ullmann (EDIPUCRS, 2002), p.306.
- ↑ Draiton Gonzaga de Souza, Amor scientiae: festschrift em homenagem a Reinholdo Aloysio Ullmann (EDIPUCRS, 2002), p.305.
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