O petróleo é uma substância oleosa, inflamável, com cheiro característico e, em geral, menos densa que a água e com cor variando entre o negro e o castanho escuro.
Embora objeto de muitas discussões no passado, hoje tem-se como certa a sua origem orgânica, sendo uma combinação de moléculas de carbono e hidrogênio.
Admite-se que esta origem esteja ligada à decomposição dos seres que compõem o plâncton - organismos em suspensão nas águas doces ou salgadas, tais como protozoários, celenterados e outros - causada pela pouca oxigenação e pela ação de bactérias.
Estes seres decompostos foram, ao longo de milhões de anos, se acumulando no fundo dos mares e dos lagos, sendo pressionados pelos movimentos da crosta terrestre e transformaram-se na substância oleosa que é o petróleo.
Ao contrário do que se pensa, o petróleo não permanece na rocha que foi gerado - a rocha matriz - mas desloca-se até encontrar um terreno apropriado para se concentrar.
Estes terrenos são denominados bacias sedimentares, formadas por camadas ou lençóis porosos de areia, arenitos ou calcários. O petróleo aloja-se ali, ocupando os poros rochosos como forma "lagos". Ele acumula-se, formando jazidas. Ali são encontrados o gás natural, na parte mais alta, e petróleo e água nas mais baixas.
PROGRAMA DESCUBRA O PETRÓLEO
1. Formação
A idade do nosso planeta, a Terra, é calculada em bilhões de anos. As jazidas de petróleo, não tão idosas, também têm idades fabulosas, que variam de um a quatrocentos milhões de anos.
Durante esse período, aconteceram grandes e inúmeros fenômenos, como erupções vulcânicas, deslocamento dos pólos, separação dos continentes, movimentação dos oceanos e ação dos rios, acomodando a crosta terrestre.
Com isso, grandes quantidades de restos vegetais e animais se depositaram no fundo dos mares e lagos, sendo soterrados pelos movimentos da crosta terrestre sob a pressão das camadas de rochas e pela ação do calor. Esses restos orgânicos foram se decompondo até se transformarem em petróleo.
2. Geologia
Aos detritos de rochas, resultantes da erosão da crosta terrestre pela ação da natureza, dá-se o nome de sedimentos.
Por longo tempo, os sedimentos foram se acumulando em camadas, dando origem àsrochas sedimentares. As diversas camadas dessas rochas formam as bacias sedimentares.
O petróleo só poderá ser encontrado em áreas onde houve acumulação de restos orgânicos e rochas sedimentares.
Todavia, depois de formado, o petróleo não se acumula na rocha em que foi gerado. Ele passa através dos poros das rochas, até encontrar uma outra rocha que o aprisione, formando a jazida.
A jazida é, então, uma rocha cujos poros são ocupados pelo petróleo. No entanto, isso não significa que toda rocha sedimentar contenha uma jazida. Sua busca é tarefa árdua, difícil e exige muita paciência.
3. Atividade
3.1. Exploração
O ponto de partida na busca do petróleo é aExploração, que realiza os estudos preliminares para a localização de uma jazida.
Nesta fase é necessário analisar muito bem o solo e o subsolo, mediante aplicações de conhecimentos de Geologia e de Geofísica, entre outros.
A geologia realiza estudos na superfície que permitem um exame detalhado das camadas de rochas onde possa haver acumulação de petróleo. Quando se esgotam as fontes de estudos e pesquisas de Geologia, iniciam-se, então, as explorações Geofísicas no subsolo. A Geofísica, mediante o emprego de certos princípios da física, faz uma verdadeira radiografia do subsolo.
Um dos métodos mais utilizados é o da Sísmica. Compreende verdadeiros terremotos artificiais, provocados, quase sempre, por meio de explosivos, produzindo ondas que se chocam contra a crosta terrestre e voltam à superfície, sendo captadas por instrumentos que registram determinadas informações de interesse do Geofísico.
3.2. Perfuração
A perfuração é a segunda fase na busca do petróleo. Ela ocorre em locais previamente determinados pelas pesquisas Geológicas e Geofísicas.
Para tanto, perfura-se um poço - o Poço Pioneiro - mediante o uso de uma sonda (ou Torre de Perfuração) que é o equipamento utilizado para perfurar poços. Esse trabalho é feito através de uma Torre que sustenta a coluna de perfuração, formada por vários tubos. Na ponta do primeiro tubo encontra-se a broca, que, triturando a rocha, abre o caminho das camadas subterrâneas. Comprovada a existência de petróleo, outros poços são perfurados para se avaliar a extensão da jazida. Essa avaliação é que vai determinar se é comercialmente viável, ou não, produzir o petróleo descoberto. Caso positivo, o número de poços perfurados forma um Campo de Petróleo.
3.3. Produção
Revelando-se comercial, começa a fase da Produção naquele Campo. Nesta fase, o óleo pode vir à superfície espontaneamente, impelido pela pressão interna dos gases. Nesses casos temos os chamados Poços Surgentes.
Para controlar esse óleo usa-se, então, um conjunto de válvulas denominado Árvore de Natal.
Quando, entretanto, a pressão fica reduzida, são empregados processos mecânicos, como oCavalo de Pau, equipamento usado para bombear o petróleo para a superfície, além de outros.
Os trabalhos em mar seguem os mesmos critérios aplicados em terra, mas utilizam equipamentos especiais de perfuração e produção: as Plataformas e os Navios-Sonda.
Junto à descoberta do petróleo pode ocorrer, também, a do Gás Natural. Isso acontece, principalmente, nas bacias sedimentares brasileiras, onde o gás natural, muitas vezes, encontra-se dissolvido no petróleo, sendo separado durante as operações de produção. Tecnicamente chama-se a isto de Gás Associado ao Petróleo.
O petróleo e o gás descobertos não são totalmente produzidos. Boa parte deles fica em disponibilidade para futuras produções, em determinado momento. São chamadas Reservas de Petróleo e de Gás.
Dos campos de produção, seja em terra ou mar, o petróleo e o gás seguem para o parque de armazenamento, onde ficam estocados. Este parque é uma grande área na qual se encontram instalados diversos tanques que se interligam por meio de tubulações.
3.4. Refino
Uma Refinaria é como uma grande fábrica, cheia de equipamentos complexos e diversificados, pelos quais o petróleo vai sendo submetido a diversos processos para a obtenção de muitos derivados. Refinar petróleo é, portanto, separar suas frações, processá-lo, transformando-o em produtos de grande utilidade: os derivados de petróleo.
A instalação de uma Refinaria obedece a diversos fatores técnicos, dos quais destacam-se a sua localização nas proximidades de uma região onde haja grande consumo de derivados e/ou nas proximidades das áreas produtoras de petróleo.
A Petrobrás possui 11 refinarias, estrategicamente localizadas do norte ao sul do País. Responsáveis pelo processamento de milhões de barris diários de petróleo, essas refinarias suprem nosso mercado com todos os derivados que podem ser obtidos a partir do petróleo nacional ou importado: gasolina, óleos combustíveis, além de outros.
3.5. Transporte
O transporte na indústria petrolífera se realiza por Oleodutos, Gasodutos, Navios Petroleirose Terminais Marítimos.
Oleodutos e Gasodutos são sistemas que transportam, respectivamente, o óleo e o gás, por meio de dutos (tubos) subterrâneos. Navios Petroleiros transportam gases, petróleo e seus derivados e produtos químicos.
Terminais Marítimos são instalações portuárias para a transferência da carga dos navios para a terra e vice-versa.
Instalados estrategicamente em diversos pontos do País, a Petrobrás dispõe de 8 Terminais, uma rede de dutos e uma ampla frota de Navios Petroleiros.
PETRÓLEO NO MUNDO
Não se sabe quando despertaram a atenção do homem, mas o fato é que o petróleo, assim como o asfalto e o betume, eram conhecidos desde os primórdios da civilização.
Nabucodonosor usou o betume como material de liga nas construções dos célebres Jardins Suspensos da Babilônia. Foi também utilizado para impermeabilizar a Arca de Noé. Os egípcios o usaram para embalsamar os mortos e na construção de pirâmides, enquanto gregos e romanos dele lançaram mão para fins bélicos.
Só no século 18, porém, é que o petróleo começou a ser usado comercialmente, na indústria farmacêutica e na iluminação. Como medicamento, serviu de tônico cardíaco e remédio para cálculos renais, enquanto seu uso externo combatia dores, cãimbra e outras moléstias.
Até a metade do século passado, não havia ainda a idéia, ousada para a época, da perfuração de poços petrolíferos. As primeiras tentativas aconteceram nos Estados Unidos, com Edwin L. Drake. Lutou com diversas dificuldades técnicas, chegando mesmo a ser cognominado de "Drake, o louco". Após meses de perfuração, Drake encontra o petróleo, a 27 de agosto de 1859.
Passados cinco anos, achavam-se constituídas, nos Estados Unidos, nada menos que 543 companhias entregues ao novo e rendoso ramo de atividades. Na Europa floresceu, em paralelo á fase de Drake, uma reduzida indústria de petróleo, que sofreu a dura competição do carvão, linhita, turfa e alcatrão - matérias-primas então entendidas como nobre.
Naquela época, as zonas urbanas usavam velas de cera, lâmpadas de óleo de baleia e iluminação por gás e carvão. Enquanto isso, no campo, o povo despertava com o sol e dormia ao escurecer por falta de iluminação noturna.
Assim, as lâmpadas de querosene, por seu baixo preço, abriram novas perspectivas ao homem do campo, principalmente, permitindo que pudesse ler e escrever á noite.
A invenção dos motores á gasolina e a diesel, no século passado, fez com que outros derivados, até então desprezados, passassem a ter novas aplicações.
Assim, ao longo do tempo, o petróleo foi se impondo como fonte de energia eficaz. Hoje, além de grande utilização dos seus derivados, com o advento da petroquímica, centenas de novos produtos foram surgindo, muitos deles diariamente utilizados, como os plásticos, borrachas sintéticas, tintas, corantes, adesivos, solventes, detergentes, explosivos, produtos farmacêuticos, cosméticos, etc. Com isso, o petróleo além de produzir combustível e energia, passou a ser imprescindível a utilidade e comodidades da vida de hoje.
PETRÓLEO NO BRASIL
A história do petróleo no Brasil pode ser dividida em três fases distintas:
1º Até 1938, com as explorações sob o regime da livre iniciativa. Neste período, a primeira sondagem profunda foi realizada entre 1892 e 1896, no Município de Bofete, Estado de São Paulo, por Eugênio Ferreira Camargo.
2º Nacionalização das riquezas do nosso subsolo, pelo Governo e a criação do Conselho Nacional do Petróleo, em 1938.
3º Estabelecimento do monopólio estatal, durante o Governo do Presidente Getúlio Vargas que, a 3 de outubro de 1953, promulgou a Lei 2004, criando a Petrobrás. Foi uma fase marcante na história do nosso petróleo, pelo fato da Petrobrás ter nascido do debate democrático, atendendo aos anseios do povo brasileiro e defendida por diversos partidos políticos.
Hoje, aos 35 anos de existência, e sempre voltada para os interesses do País, a Petrobrás implantou uma grande indústria petrolífera, reconhecida e respeitada em todo o mundo.
FONTES ALTERNATIVAS DE ENERGIA
Com a crise do petróleo, em 1973, vários foram os problemas surgidos para os países consumidores, entre eles o racionamento de combustíveis e o desemprego. Com isso, foram intensificados os trabalhos de exploração de novos campos petrolíferos e, também, o desenvolvimento de programas alternativos para a geração de energia.
São as fontes alternativas de energia, ou seja, a utilização de outras matérias-primas, produtoras de energia, que não o petróleo. No Brasil, vários programas nesse sentido foram desenvolvidos de modo a se reduzir a dependência externa para o abastecimento de energia.
Hoje, o País conta, além da expansão da energia elétrica, com a exploração e produção do xisto (rocha da qual se produz óleo e gás), o aproveitamento de vegetais (dos quais a cana-de-açúcar, que produz álcool é a mais importante), a energia solar, nuclear e dos ventos.
BREVE RELATO SOBRE A DESCOBERTA DO PETRÓLEO NO BRASIL
(fonte: apostilas da Petrobras)
A história do petróleo no Brasil começou na Bahia, onde, no ano de 1858, o decreto n.º 2266 assinado pelo Marquês de Olinda, concedeu a José Barros Pimentel o direito de extrair mineral betuminoso para fabricação de querosene de iluminação, em terrenos situados nas margens do Rio Marau, na Província da Bahia. No ano seguinte, em 1859, o inglês Samuel Allport, durante a construção da Estrada de Ferro Leste Brasileiro, observou o gotejamento de óleo em Lobato, no subúrbio de Salvador.
Em 1930, setenta anos depois e após vários poços perfurados sem sucesso em alguns estados brasileiros, o Engenheiro Agrônomo Manoel Inácio Bastos, realizando uma caçada nos arredores de Lobato, tomou conhecimento que os moradores usavam uma lama preta, oleosa para iluminar suas residências. A partir de então retornou ao local várias vezes para pesquisas e coletas de amostras, com as quais procurou interessar pessoas influentes, porém sem sucesso, sendo considerado como "maníaco". Em 1932 foi até o Rio de Janeiro, onde foi recebido pelo Presidente Getúlio Vargas, a quem entregou o relatório sobre a ocorrência de Lobato. Finalmente, em 1933 o Engenheiro Bastos conseguiu empolgar o Presidente da Bolsa de Mercadorias da Bahia, Sr. Oscar Cordeiro, o qual passou a empreender campanhas visando a definição da existência de petróleo em bases comerciais na área. Diante da polêmica formada, com apaixonantes debates nos meios de comunicação, o Diretor-Geral do Departamento Nacional de Produção Mineral - DNPM, Avelino Inácio de Oliveira, resolveu em 1937 pela perfuração de poços na área de Lobato, sendo que os dois primeiros não obtiveram êxito.
Em 29 de julho de 1938, já sob a jurisdição do recém-criado Conselho Nacional de Petróleo - CNP, foi iniciada a perfuração do poço DNPM-163, em Lobato, que viria a ser o descobridor de petróleo no Brasil, quando no dia 21 de janeiro de 1939, o petróleo apresentou-se ocupando parte da coluna de perfuração.
O poço DNPM-163, apesar de ter sido considerado antieconômico, foi de importância fundamental para o desenvolvimento da atividade petrolífera no Estado da Bahia. A partir do resultado desse poço, houve uma grande concentração de esforços na Bacia do Recôncavo, resultando na descoberta da primeira acumulação comercial de petróleo do país, o Campo de Candeias, em 1941.
A constatação de petróleo na Bacia do Recôncavo viabilizou a exploração de outras bacias sedimentares terrestres, primeiramente pelo CNP e, posteriormente, pela PETROBRÁS. O petróleo continua sendo descoberto e explorado na plataforma continental e nos mais distantes rincões do subsolo nacional; recentemente tivemos a inauguração das instalações de escoamento de petróleo no Campo de Rio Urucu, na longínqua Bacia do Alto Amazonas.Há inúmeras teorias sobre o surgimento do petróleo, porém, a mais aceita é que ele surgiu através de restos orgânicos de animais e vegetais depositados no fundo de lagos e mares sofrendo transformações químicas ao longo de milhares de anos. Substância inflamável possui estado físico oleoso e com densidade menor do que a água. Sua composição química é a combinação de moléculas de carbono e hidrogênio (hidrocarbonetos).
Uso e derivados
Além de gerar a gasolina, que serve de combustível para grande parte dos automóveis que circulam no mundo, vários produtos são derivados do petróleo como, por exemplo, a parafina, gás natural, GLP, produtos asfálticos, nafta petroquímica, querosene, solventes, óleos combustíveis, óleos lubrificantes, óleo diesel e combustível de aviação.
Primeiro poço da história
O primeiro poço de petróleo foi descoberto nos Estados Unidos – Pensilvânia – no ano de 1859. Ele foi encontrado em uma região de pequena profundidade (21m). Ao contrário das escavações de hoje, que ultrapassam os 6.000 metros. O maior produtor e consumidor mundial são os Estados Unidos; por esta razão, necessitam importar cada vez mais.
Maiores países produtores de petróleo
Os países que possuem maior número de poços de petróleo estão localizados no Oriente Médio, e, por sua vez, são os maiores exportadores mundiais. Os Estados Unidos da América, Rússia, Irã, Arábia Saudita, Venezuela, Kuwait, Líbia, Iraque, Nigéria e Canadá, Cazaquistão, China e Emirados Árabes Unidos são considerados os maiores produtores mundiais.
Petróleo no Brasil
No Brasil, a primeira sondagem foi realizada em São Paulo, entre 1892-1896, por Eugênio Ferreira de Camargo, quando ele fez a primeira perfuração na profundidade de 488 metros; contudo, o poço jorrou somente água sulfurosa. Foi somente no ano de 1939 que foi descoberto o óleo de Lobato na Bahia.
A Petrobras foi criada, em 1954, com o objetivo de monopolizar a exploração do petróleo no Brasil. A partir daí muitos poços foram perfurados. Atualmente, a Petrobras está entre as maiores empresas petrolíferas do mundo.
O petróleo é uma das principais commodities minerais produzidas pelo Brasil.
Tipos de petróleo:
- Petróleo Brent: petróleo produzido na região do Mar do Norte, provenientes dos sistemas de exploração petrolífera de Brent e Ninian. É o petróleo na sua forma bruta (crú) sem passar pelo sistema de refino.
- Petróleo Light: petróleo leve, sem impurezas, que já passou pelo sistema de refino.
- Petróleo Naftênico: petróleo com grande quantidade de hidrocarbonetos naftênicos.
- Petróleo Parafínico: petróleo com grande concentração de hidrocarbonetos parafínicos.
- Petróleo Aromático: com grande concentração de hidrocarbonetos aromáticos.
Petróleo e riscos ao meio ambiente
Por se tratar de um produto com alto risco de contaminação, o petróleo provoca graves danos ao meio ambiente quando entra em contato com as águas de oceanos e mares ou com a superfície do solo. Vários acidentes ambientais envolvendo vazamento de petróleo (seja de plataformas ou navios cargueiros) já ocorreram nas últimas décadas. Quando ocorre no oceano, as consequências ambientais são drásticas, pois afeta os ecossistemas litorâneos, provocando grande quantidade de mortes entre peixes e outros animais marítimos. Nem sempre as medidas de limpeza conseguem minimizar o problema.
Você sabia?
- Ao sofrer decomposição no fundo dos oceanos sob alta temperatura e pressão, o fitoplâncton se transforma em petróleo. Porém, este processo pode durar muitos anos.
- No final do século XIX, com a invenção do automóvel com motor de combustão interna, o petróleo passou a ser uma das principais fontes de energia do mundo.
- É comemorado em 29 de setembro o Dia do Petróleo. E 28 de dezembro é o Dia do Petroquímico (profissional que atua na indústria de produção de derivados de petróleo).O petróleo é um líquido natural, inflamável, oleoso, de cheiro característico e com densidade menor que a da água. É uma mistura complexa de hidrocarbonetos, ou seja, de substâncias orgânicas formadas apenas por hidrogênio e carbono. Na sua mai-oria são hidrocarbonetos alifáticos, alicíclicos e aromáticos.
O petróleo pode conter também quantidades pequenas de nitrogênio, oxigênio, compostos de enxofre e íons metálicos, principalmente de níquel e vanádio.
Sua cor pode variar do incolor ao marrom ou preto, passando pelo verde e marrom-claro.
É a principal fonte de energia da atualidade, daí sua enorme importância.
Existem petróleos leves, médios e pesados, além de óleos extraídos de areias impregnadas de alcatrão.
A palavra petróleo vem do latim petroleum, de petrus (pedra) e oleum (óleo).
Sua cor pode variar do incolor ao marrom ou preto, passando pelo verde e marrom-claro.
É a principal fonte de energia da atualidade, daí sua enorme importância.
Existem petróleos leves, médios e pesados, além de óleos extraídos de areias impregnadas de alcatrão.
A palavra petróleo vem do latim petroleum, de petrus (pedra) e oleum (óleo).
Origem
Das muitas teorias sobre o surgimento do petróleo, a mais aceita diz que ele se formou a partir da decomposição de matéria orgânico (principalmente algas), decomposição esta causada pela pouca oxigenação e pela ação de bactérias. Esses seres te-riam se acumulado no fundo dos mares e lagos e, com o passar de milhões de anos, o peso dos sedimentos sobre eles depositados teria promovido compactação e aquecimento, levando às transformações que deram origem ao petróleo. A temperatura mínima para deflagrar esse processo é 49 ºC, mas ela pode chegar a 177 ºC. Isso corresponde a profundidades de 1.500 e 6.400 metros, respectivamente. Se a matéria orgânica for levada a profundidades maiores, ou seja, submetida a temperaturas superiores a 177º C, transforma-se em gás ou grafita.
Esse processo de formação é, como se viu, extremamente lento, daí se considerar o petróleo um recurso não renovável.
A rocha onde o petróleo se forma é chamada de rocha geradora. Dela, ele migra para cima até ficar aprisionado na rocha reservatório (se não chegar até à superfície), de onde é extraído. As rochas geradoras mais comuns são folhelhos negros.
Das muitas teorias sobre o surgimento do petróleo, a mais aceita diz que ele se formou a partir da decomposição de matéria orgânico (principalmente algas), decomposição esta causada pela pouca oxigenação e pela ação de bactérias. Esses seres te-riam se acumulado no fundo dos mares e lagos e, com o passar de milhões de anos, o peso dos sedimentos sobre eles depositados teria promovido compactação e aquecimento, levando às transformações que deram origem ao petróleo. A temperatura mínima para deflagrar esse processo é 49 ºC, mas ela pode chegar a 177 ºC. Isso corresponde a profundidades de 1.500 e 6.400 metros, respectivamente. Se a matéria orgânica for levada a profundidades maiores, ou seja, submetida a temperaturas superiores a 177º C, transforma-se em gás ou grafita.
Esse processo de formação é, como se viu, extremamente lento, daí se considerar o petróleo um recurso não renovável.
A rocha onde o petróleo se forma é chamada de rocha geradora. Dela, ele migra para cima até ficar aprisionado na rocha reservatório (se não chegar até à superfície), de onde é extraído. As rochas geradoras mais comuns são folhelhos negros.
Jazidas
Ao contrário do que muitos pensam, o petróleo não é encontrado na natureza como um lago subterrâneo ou preenchendo grandes cavidades nas rochas. Ele é um líqui-do que ocorre entre os grãos de rochas sedimentares porosas e permeáveis, como a-renitos, por exemplo, ou em cavidades interconectadas de rochas como calcário. Uma jazida de petróleo assemelha-se, portanto, muito mais a uma esponja encharcada do que a uma caverna com líquido.
Como ele tende sempre a migrar para cima, atravessando as rochas que o recobrem através de fraturas ou espaços entre os grãos, acabará chegando à superfície da Terra se não encontrar no caminho uma rocha impermeável (rocha capeadora) que o detenha. Se a encontra, forma-se a jazida. Folhelhos e camadas de sal são rochas capeadoras comuns.
Nesta situação, diz-se que há uma armadilha ou trapa (do inglês trap) estratigráfica. Mas, o óleo pode ser contido também, em sua ascensão, por uma deformação da rocha, caso em que se diz haver uma trapa estrutural.
Não sendo barrado em sua migração, o petróleo chega à superfície, onde começa a perder seus componentes voláteis, transformando-se em asfalto natural. Asfaltos desse tipo foram usados pela humanidade já três mil anos antes de Cristo.
Como as camadas de rocha do continente podem se estender mar a dentro, jazidas de petróleo podem ser encontradas no fundo do mar. E é justamente de poços submarinos que vem a maior parte da produção brasileira desse combustível fóssil.
Na rocha reservatório, é comum haver água salgada, acima dela o petróleo e acima do petróleo, gás natural.
Como ele tende sempre a migrar para cima, atravessando as rochas que o recobrem através de fraturas ou espaços entre os grãos, acabará chegando à superfície da Terra se não encontrar no caminho uma rocha impermeável (rocha capeadora) que o detenha. Se a encontra, forma-se a jazida. Folhelhos e camadas de sal são rochas capeadoras comuns.
Nesta situação, diz-se que há uma armadilha ou trapa (do inglês trap) estratigráfica. Mas, o óleo pode ser contido também, em sua ascensão, por uma deformação da rocha, caso em que se diz haver uma trapa estrutural.
Não sendo barrado em sua migração, o petróleo chega à superfície, onde começa a perder seus componentes voláteis, transformando-se em asfalto natural. Asfaltos desse tipo foram usados pela humanidade já três mil anos antes de Cristo.
Como as camadas de rocha do continente podem se estender mar a dentro, jazidas de petróleo podem ser encontradas no fundo do mar. E é justamente de poços submarinos que vem a maior parte da produção brasileira desse combustível fóssil.
Na rocha reservatório, é comum haver água salgada, acima dela o petróleo e acima do petróleo, gás natural.
Pesquisa
O petróleo é um recurso natural abundante, porém sua pesquisa envolve elevados custos e estudos complexos. Há setecentas bacias sedimentares no mundo, das quais cerca de metade foram pelo menos parcialmente exploradas em busca desse combustível.
Esses estudos começam selecionando as bacias sedimentares onde há maior pro-babilidade de se encontrar petróleo. Para isso, reúnem-se geólogos, geofísicos e paleontólogos, entre outros especialistas. O estudo é realizado com levantamentos geofí-sicos, tanto aéreos quanto terrestres, que podem ser de três tipos diferentes: levantamentos sísmicos, que consistem em provocar pequenos abalos sísmicos, os quais são registrados em sismógrafos, e que mostram a estrutura das rochas subjacentes na-quela região; levantamentos gravimétricos, que medem variações na aceleração da gravidade, e magnetométricos, que registram variações nas propriedades magnéticas das rochas.
Nessa pesquisa, usam-se tanto fotografias aéreas convencionais quanto imagens de satélite.
Isso tudo define se existem, na área estudada, estruturas geológicas favoráveis à concentração de petróleo. Existindo, são feitos furos de sonda, chamados poços exploratórios, pois só eles confirmarão ou não a existência do petróleo. Numa fase ante-rior, quando ainda pouco se sabe sobre a geologia de uma região, pode ser feito um poço estratigráfico, com a finalidade apenas de conhecer a sequência de rochas da área. Neste caso, toda a sequência atravessada pela sonda é amostrada. Nos poços exploratórios, alguns intervalos podem não ser amostrados, por já se saber que não têm interesse para a pesquisa.
Encontrado o petróleo, fazem-se outros poços nas redondezas, para definir os limites da jazida e avaliar o volume das reservas.
Cerca de 30% dos poços exploratórios e 80% dos poços de desenvolvimento encontram petróleo. Nesse aspecto, a taxa de sucesso da Petrobras está entre as me-lhores do mundo.
Na execução de furos de sonda para petróleo, usa-se o método de sondagem chamado rotary.
Como em toda sondagem de superfície, os poços são, sempre que possível, verticais, mas, se necessário, podem ser inclinados. A coroa, peça que corta a rocha, é presa a uma haste metálica com nove metros de comprimento, que gira continuamente. Quando a haste está totalmente introduzida no subsolo, outra é acoplada a ela e a perfuração prossegue, sempre com acréscimos de novas hastes. Há vários tipos de coroa, mas a mais usada na indústria petrolífera é formada por três cones denteados.
Este conjunto de coroa e hastes, junto coma as peças que conectam uma haste à seguinte, é chamado de composição.
A coroa aquece-se devido ao atrito contra a rocha e, para resfriá-la, circula entre a composição e as paredes do furo a lama de sondagem, uma mistura composta principalmente de água e bentonita (um tipo de argila), que serve também para trazer até à superfície os fragmentos de rocha que a coroa vai produzindo. Esses fragmentos são analisados pelos geólogos, para saber que tipo de rocha a coroa está atravessando. Eles os descrevem, anotando a profundidade de onde vieram. Essa descrição é o perfil descritivo do furo de sonda. Furos de uma mesma área têm seus perfis comparados, o que permite ter uma visão tridimensional da sequência de rochas da área. Esse trabalho é chamado de correlação estratigráfica.
A lama de sondagem tem outra importante função: impedir que a água subterrânea e o gás ou petróleo eventualmente encontrados deixem as rochas em que estão e cheguem, à superfície durante a fase de perfuração. Mas, se mesmo havendo a lama isso ocorrer, dispositivos chamados blowout preventers, instalados na boca do poço, impedem que eles jorrem para fora do poço.
Poços perfurados na plataforma continental, como são a maioria dos poços da Petrobras, usam plataformas de perfuração apoiadas no fundo do mar, com colunas de até 300 m de altura. Mas, se forem em águas profundas, usam-se plataformas flutu-antes.
Concluída a perfuração, o poço deve ser completado. Ele recebe um revestimento de cimento em toda a sua extensão, par evitar que fluidos saiam das rochas quando for removida a lama de sondagem. Depois, na profundidade correspondente ao hori-zonte portador de óleo o revestimento é rompido com explosivos, de modo que o pe-tróleo possa sair da rocha para dentro do poço.
Caso o petróleo esteja sob pressão e suba até à superfície espontaneamente, é instalado um conjunto de engrenagens, na boca do poço, chamado árvore-de-natal; se não houver pressão suficiente que justifique isso, o que acontece na maioria das ve-zes, é instalado o cavalo-de-pau, equipamento que vai bombear o petróleo até à superfície.
O petróleo é um recurso natural abundante, porém sua pesquisa envolve elevados custos e estudos complexos. Há setecentas bacias sedimentares no mundo, das quais cerca de metade foram pelo menos parcialmente exploradas em busca desse combustível.
Esses estudos começam selecionando as bacias sedimentares onde há maior pro-babilidade de se encontrar petróleo. Para isso, reúnem-se geólogos, geofísicos e paleontólogos, entre outros especialistas. O estudo é realizado com levantamentos geofí-sicos, tanto aéreos quanto terrestres, que podem ser de três tipos diferentes: levantamentos sísmicos, que consistem em provocar pequenos abalos sísmicos, os quais são registrados em sismógrafos, e que mostram a estrutura das rochas subjacentes na-quela região; levantamentos gravimétricos, que medem variações na aceleração da gravidade, e magnetométricos, que registram variações nas propriedades magnéticas das rochas.
Nessa pesquisa, usam-se tanto fotografias aéreas convencionais quanto imagens de satélite.
Isso tudo define se existem, na área estudada, estruturas geológicas favoráveis à concentração de petróleo. Existindo, são feitos furos de sonda, chamados poços exploratórios, pois só eles confirmarão ou não a existência do petróleo. Numa fase ante-rior, quando ainda pouco se sabe sobre a geologia de uma região, pode ser feito um poço estratigráfico, com a finalidade apenas de conhecer a sequência de rochas da área. Neste caso, toda a sequência atravessada pela sonda é amostrada. Nos poços exploratórios, alguns intervalos podem não ser amostrados, por já se saber que não têm interesse para a pesquisa.
Encontrado o petróleo, fazem-se outros poços nas redondezas, para definir os limites da jazida e avaliar o volume das reservas.
Cerca de 30% dos poços exploratórios e 80% dos poços de desenvolvimento encontram petróleo. Nesse aspecto, a taxa de sucesso da Petrobras está entre as me-lhores do mundo.
Na execução de furos de sonda para petróleo, usa-se o método de sondagem chamado rotary.
Como em toda sondagem de superfície, os poços são, sempre que possível, verticais, mas, se necessário, podem ser inclinados. A coroa, peça que corta a rocha, é presa a uma haste metálica com nove metros de comprimento, que gira continuamente. Quando a haste está totalmente introduzida no subsolo, outra é acoplada a ela e a perfuração prossegue, sempre com acréscimos de novas hastes. Há vários tipos de coroa, mas a mais usada na indústria petrolífera é formada por três cones denteados.
Este conjunto de coroa e hastes, junto coma as peças que conectam uma haste à seguinte, é chamado de composição.
A coroa aquece-se devido ao atrito contra a rocha e, para resfriá-la, circula entre a composição e as paredes do furo a lama de sondagem, uma mistura composta principalmente de água e bentonita (um tipo de argila), que serve também para trazer até à superfície os fragmentos de rocha que a coroa vai produzindo. Esses fragmentos são analisados pelos geólogos, para saber que tipo de rocha a coroa está atravessando. Eles os descrevem, anotando a profundidade de onde vieram. Essa descrição é o perfil descritivo do furo de sonda. Furos de uma mesma área têm seus perfis comparados, o que permite ter uma visão tridimensional da sequência de rochas da área. Esse trabalho é chamado de correlação estratigráfica.
A lama de sondagem tem outra importante função: impedir que a água subterrânea e o gás ou petróleo eventualmente encontrados deixem as rochas em que estão e cheguem, à superfície durante a fase de perfuração. Mas, se mesmo havendo a lama isso ocorrer, dispositivos chamados blowout preventers, instalados na boca do poço, impedem que eles jorrem para fora do poço.
Poços perfurados na plataforma continental, como são a maioria dos poços da Petrobras, usam plataformas de perfuração apoiadas no fundo do mar, com colunas de até 300 m de altura. Mas, se forem em águas profundas, usam-se plataformas flutu-antes.
Concluída a perfuração, o poço deve ser completado. Ele recebe um revestimento de cimento em toda a sua extensão, par evitar que fluidos saiam das rochas quando for removida a lama de sondagem. Depois, na profundidade correspondente ao hori-zonte portador de óleo o revestimento é rompido com explosivos, de modo que o pe-tróleo possa sair da rocha para dentro do poço.
Caso o petróleo esteja sob pressão e suba até à superfície espontaneamente, é instalado um conjunto de engrenagens, na boca do poço, chamado árvore-de-natal; se não houver pressão suficiente que justifique isso, o que acontece na maioria das ve-zes, é instalado o cavalo-de-pau, equipamento que vai bombear o petróleo até à superfície.
Extração
O sistema de extração do petróleo utiliza os poços exploratórios, feitos na fase de pesquisa e os poços de desenvolvimento, feitos após a descoberta do óleo e visando à produção. A extração é influenciada pela quantidade de gás acumulado na jazida. Se ela for grande, poderá empurrar o óleo até à superfície, sem necessidade de bombeamento, pelo menos na fase inicial de produção, bastando instalar uma tubulação que comunique o poço com o exterior. Se a pressão do gás for fraca ou nula, será preciso ajuda de bombas de extração. Mesmo assim, quase 50% do petróleo existente na jazida ficam retidos no fundo dela, não sendo possível sua total extração.
O uso da pressão do gás para empurrar o petróleo exige que os poços sejam perfurados no local adequado, pois se forem feitos na parte mais alta da jazida, o gás sairá sem empurrar o óleo.
O sistema de extração do petróleo utiliza os poços exploratórios, feitos na fase de pesquisa e os poços de desenvolvimento, feitos após a descoberta do óleo e visando à produção. A extração é influenciada pela quantidade de gás acumulado na jazida. Se ela for grande, poderá empurrar o óleo até à superfície, sem necessidade de bombeamento, pelo menos na fase inicial de produção, bastando instalar uma tubulação que comunique o poço com o exterior. Se a pressão do gás for fraca ou nula, será preciso ajuda de bombas de extração. Mesmo assim, quase 50% do petróleo existente na jazida ficam retidos no fundo dela, não sendo possível sua total extração.
O uso da pressão do gás para empurrar o petróleo exige que os poços sejam perfurados no local adequado, pois se forem feitos na parte mais alta da jazida, o gás sairá sem empurrar o óleo.
Transporte
Do poço, o petróleo é transportado para uma refinaria ou para outro local, como um porto, onde será embarcado. Para isso, usam-se tubulações com diâmetros que va-riam entre 5 cm e 1,22 m, chamadas oleodutos.
Para transporte a longa distância, através do mar, a melhor opção são os navios petroleiros, navios-tanques de grandes dimensões.
Do poço, o petróleo é transportado para uma refinaria ou para outro local, como um porto, onde será embarcado. Para isso, usam-se tubulações com diâmetros que va-riam entre 5 cm e 1,22 m, chamadas oleodutos.
Para transporte a longa distância, através do mar, a melhor opção são os navios petroleiros, navios-tanques de grandes dimensões.
O refino
O petróleo bruto, tal como sai do poço, não tem aplicação direta. Para utilizá-lo, é preciso fracioná-lo em seus diversos componentes, processo que é chamado de refino ou destilação fracionada. Para isso, aproveitam-se os diferentes pontos de ebulição das substâncias que o compõem, separando-as para que sejam convertidas em produtos finais.
O processo começa pela dessalinização do petróleo bruto, ou seja, a eliminação dos sais minerais. Depois, o óleo é aquecido a 320 °C em fornos de fogo direto e passa para as unidades de fracionamento, onde podem ocorrer até três etapas diferentes.
A etapa principal é realizada na coluna atmosférica: o petróleo aquecido é introduzido na parte inferior da coluna junto com vapor de água para facilitar a destilação. Desta coluna, surgem as frações ou extrações laterais, que ainda terão de ser transformadas para obter os produtos finais desejados.
A maioria dos produtos é, a seguir, objeto de tratamentos suplementares para melhorar sua qualidade: reforma catalítica e hidrodessulfuração (onde há geração de enxofre em pó). É obtida finalmente toda uma série de produtos, que atendem às ne-cessidades dos consumidores: carburantes, solventes, gasolinas especiais, combustíveis e produtos diversos. Durante o processo de refino, ocorrem ainda inúmeras operações unitárias, de maneira a minimizar as perdas do processo.
O gás natural após um beneficiamento muito simples e já está pronto para uso como combustível.
O petróleo bruto, tal como sai do poço, não tem aplicação direta. Para utilizá-lo, é preciso fracioná-lo em seus diversos componentes, processo que é chamado de refino ou destilação fracionada. Para isso, aproveitam-se os diferentes pontos de ebulição das substâncias que o compõem, separando-as para que sejam convertidas em produtos finais.
O processo começa pela dessalinização do petróleo bruto, ou seja, a eliminação dos sais minerais. Depois, o óleo é aquecido a 320 °C em fornos de fogo direto e passa para as unidades de fracionamento, onde podem ocorrer até três etapas diferentes.
A etapa principal é realizada na coluna atmosférica: o petróleo aquecido é introduzido na parte inferior da coluna junto com vapor de água para facilitar a destilação. Desta coluna, surgem as frações ou extrações laterais, que ainda terão de ser transformadas para obter os produtos finais desejados.
A maioria dos produtos é, a seguir, objeto de tratamentos suplementares para melhorar sua qualidade: reforma catalítica e hidrodessulfuração (onde há geração de enxofre em pó). É obtida finalmente toda uma série de produtos, que atendem às ne-cessidades dos consumidores: carburantes, solventes, gasolinas especiais, combustíveis e produtos diversos. Durante o processo de refino, ocorrem ainda inúmeras operações unitárias, de maneira a minimizar as perdas do processo.
O gás natural após um beneficiamento muito simples e já está pronto para uso como combustível.
Principais produtores de petróleo
Das jazidas conhecidas atualmente, as mais importantes estão no Oriente Médio, Rússia e repúblicas do Cáucaso, Estados Unidos, América Central e na região setentri-onal da América do Sul.
Atualmente, os dez maiores produtores de petróleo do mundo são Rússia, Estados Unidos, Arábia Saudita, Irã, Iraque, Kuwait, Emirados Árabes Unidos, Venezuela, México e Inglaterra.
A produção e comercialização de petróleo é medida em barris, equivalendo um barril a 159 litros.
Das jazidas conhecidas atualmente, as mais importantes estão no Oriente Médio, Rússia e repúblicas do Cáucaso, Estados Unidos, América Central e na região setentri-onal da América do Sul.
Atualmente, os dez maiores produtores de petróleo do mundo são Rússia, Estados Unidos, Arábia Saudita, Irã, Iraque, Kuwait, Emirados Árabes Unidos, Venezuela, México e Inglaterra.
A produção e comercialização de petróleo é medida em barris, equivalendo um barril a 159 litros.
Petróleo no Brasil
No Brasil, a primeira sondagem foi realizada em São Paulo, entre 1892-1896, por Eugênio Ferreira de Camargo. Ela atingiu a profundidade de 488 metros, mas o poço produziu somente água sulfurosa. Foi somente em 1938 que se descobriu óleo, em Lobato, na Bahia.
Seguiram-se as descobertas da bacia Sergipe-Alagoas e em 1968 foi descoberto o primeiro campo petrolífero na plataforma continental brasileira, em Sergipe.
A Petrobras foi criada em 1954, com o apoio de uma intensa campanha popular e com o objetivo de monopolizar a exploração e refino do petróleo no Brasil. A partir daí, muitos poços foram perfurados.
Atualmente, a bacia de Campos (figura no alto) possui as maiores reservas conhecidas no país, todos em águas profundas (mais de 800 metros de lâmina d’água).
A Petrobras está entre as maiores companhias petrolíferas do mundo, e o petróleo é uma das principais commodities minerais produzidas pelo Brasil.
Seguiram-se as descobertas da bacia Sergipe-Alagoas e em 1968 foi descoberto o primeiro campo petrolífero na plataforma continental brasileira, em Sergipe.
A Petrobras foi criada em 1954, com o apoio de uma intensa campanha popular e com o objetivo de monopolizar a exploração e refino do petróleo no Brasil. A partir daí, muitos poços foram perfurados.
Atualmente, a bacia de Campos (figura no alto) possui as maiores reservas conhecidas no país, todos em águas profundas (mais de 800 metros de lâmina d’água).
A Petrobras está entre as maiores companhias petrolíferas do mundo, e o petróleo é uma das principais commodities minerais produzidas pelo Brasil.
Tipos de petróleo
Petróleo Brent: é petróleo na sua forma bruta (cru) sem passar pelo sistema de refino. É produzido na região do mar do Norte, proveniente dos sistemas de exploração petrolífera de Brent e Ninian.
Petróleo light: óleo leve, sem impurezas, que já passou pelo sistema de refino. É o mais valioso, porque produz mais gasolina.
Petróleo naftênico: petróleo com grande quantidade de hidrocarbonetos naftênicos.
Petróleo parafínico: petróleo com grande concentração de hidrocarbonetos parafínicos.
Petróleo aromático: óleo com grande concentração de hidrocarbonetos aromáticos.
Petróleo Brent: é petróleo na sua forma bruta (cru) sem passar pelo sistema de refino. É produzido na região do mar do Norte, proveniente dos sistemas de exploração petrolífera de Brent e Ninian.
Petróleo light: óleo leve, sem impurezas, que já passou pelo sistema de refino. É o mais valioso, porque produz mais gasolina.
Petróleo naftênico: petróleo com grande quantidade de hidrocarbonetos naftênicos.
Petróleo parafínico: petróleo com grande concentração de hidrocarbonetos parafínicos.
Petróleo aromático: óleo com grande concentração de hidrocarbonetos aromáticos.
Usos
Cerca de 90% do petróleo é utilizado com fins energéticos, seja nas centrais termoelétricas, seja como combustível para os meios de transporte ou fornos industriais. Dos 10% restantes, são extraídos os produtos que abastecerão as indústrias (60% das matérias-primas utilizadas na indústria mundial vêm do petróleo).
O elenco de seus derivados é simplesmente infindável. O refino do petróleo envolve quatro fases, na primeira das quais são produzidos combustíveis e a nafta, esta a matéria-prima para toda a cadeia de produção de resinas plásticas.
Entre os combustíveis obtidos, estão gás de cozinha, usado para aquecer, cozinhar, fabricar plásticos; benzina; gasolina; querosene para motores de jatos e tratores e que é também material inicial para a fabricação de outros produtos; gasóleo ou diesel destilado, usado como diesel e óleo combustível, além de ser um intermediário para fabricação de outros produtos, e óleos e graxas lubrificantes; petróleo pesado ou óleo combustível.
Com a nafta, é produzida a segunda geração de produtos do setor, os petroquímicos básicos, como eteno, propeno, benzeno e tolueno, e os petroquímicos intermediários, como o cicloexano e o sulfato de amônia.
O eteno, nome comercial do etileno, é matéria-prima para a produção de polímeros como o polietileno tereftalado (PET, usado na fabricação de garrafas) e o polivinil cloreto (PVC, usado em tubos e conexões para água, por exemplo). As garrafas PET são usadas principalmente para refrigerantes (80%). O restante serve para embalar água mineral (10%), óleos (6%) e outros produtos.
As resinas plásticas são usadas pelas indústrias de brinquedos; adesivos; caixas d'água; lonas; frascos de soro; tampas para alimentos; calçados; pneus; tintas; tampas para refrigerantes; frascos para água sanitária, amaciantes, alvejantes, desinfetantes, xampus, desodorantes, maionese, adoçantes, etc; filmes para fraldas descartáveis e coletores de lixo, entre outros.
Além do refino, há o setor da Petroquímica. Este compreende três gerações de produtos. Na 1ª, são produzidos materiais básicos, como eteno, propeno, butadieno, etc. Na 2ª geração, fabricam-se os petroquímicos finais, como polietileno (PE), polipropileno (PP), polivinilcloreto (PVC) – chamados de termoplásticos -, poliésteres, óxi-do de etileno, etc. Na 3ª, os produtos finais são quimicamente modificados para o consumo final.
A indústria do plástico é o setor que movimenta a maior quantidade de produtos petroquímicos, por suas inúmeras aplicações. O polipropileno, por exemplo, é usado em brinquedos; copos; recipientes para alimentos, para remédios e para produtos químicos; carcaças para eletrodomésticos; fibras; sacos de ráfia; tubos para cargas de canetas esferográficas; carpetes; seringas; material hospitalar esterilizável; peças para máquinas de lavar; pranchas de bodyboard e autopeças (pára-choques, pedais, carcaças de baterias, interior de estofos, lanternas, ventoinhas, ventiladores, peças diversas no habitáculo). Atualmente, há uma tendência de se utilizar somente o polipropileno no interior dos automóveis, para facilitar a reciclagem do material por ocasião do sucateamento do veículo.
O acrílico é também um termoplástico (polimetil-metacrilato), rígido e transparente.
São ainda obtidos do petróleo medicamentos, borracha sintética, tecidos sintéticos (nylon, elastômero, lã-fria, etc.), coque, asfalto, alcatrão, breu, ceras, parafina, vernizes, resinas, fósforos, filmes fotográficos, vaselina e até mesmo chicletes.
Importância econômica e política
Sem dúvida, petróleo é sinônimo de riqueza e poder para um país. O combustível se tornou ainda mais valorizado após a criação da OPEP (Organização dos Países Ex-portadores de Petróleo), que nasceu com o fim de controlar preços e volumes de produção e pressionar o mercado. O petróleo já foi motivo de guerras, como a Primeira Guerra do Golfo, a Guerra Irã-Iraque, a luta pela independência da Chechênia e a invasão do Iraque pelos Estados Unidos, em 2003.
Cerca de 90% do petróleo é utilizado com fins energéticos, seja nas centrais termoelétricas, seja como combustível para os meios de transporte ou fornos industriais. Dos 10% restantes, são extraídos os produtos que abastecerão as indústrias (60% das matérias-primas utilizadas na indústria mundial vêm do petróleo).
O elenco de seus derivados é simplesmente infindável. O refino do petróleo envolve quatro fases, na primeira das quais são produzidos combustíveis e a nafta, esta a matéria-prima para toda a cadeia de produção de resinas plásticas.
Entre os combustíveis obtidos, estão gás de cozinha, usado para aquecer, cozinhar, fabricar plásticos; benzina; gasolina; querosene para motores de jatos e tratores e que é também material inicial para a fabricação de outros produtos; gasóleo ou diesel destilado, usado como diesel e óleo combustível, além de ser um intermediário para fabricação de outros produtos, e óleos e graxas lubrificantes; petróleo pesado ou óleo combustível.
Com a nafta, é produzida a segunda geração de produtos do setor, os petroquímicos básicos, como eteno, propeno, benzeno e tolueno, e os petroquímicos intermediários, como o cicloexano e o sulfato de amônia.
O eteno, nome comercial do etileno, é matéria-prima para a produção de polímeros como o polietileno tereftalado (PET, usado na fabricação de garrafas) e o polivinil cloreto (PVC, usado em tubos e conexões para água, por exemplo). As garrafas PET são usadas principalmente para refrigerantes (80%). O restante serve para embalar água mineral (10%), óleos (6%) e outros produtos.
As resinas plásticas são usadas pelas indústrias de brinquedos; adesivos; caixas d'água; lonas; frascos de soro; tampas para alimentos; calçados; pneus; tintas; tampas para refrigerantes; frascos para água sanitária, amaciantes, alvejantes, desinfetantes, xampus, desodorantes, maionese, adoçantes, etc; filmes para fraldas descartáveis e coletores de lixo, entre outros.
Além do refino, há o setor da Petroquímica. Este compreende três gerações de produtos. Na 1ª, são produzidos materiais básicos, como eteno, propeno, butadieno, etc. Na 2ª geração, fabricam-se os petroquímicos finais, como polietileno (PE), polipropileno (PP), polivinilcloreto (PVC) – chamados de termoplásticos -, poliésteres, óxi-do de etileno, etc. Na 3ª, os produtos finais são quimicamente modificados para o consumo final.
A indústria do plástico é o setor que movimenta a maior quantidade de produtos petroquímicos, por suas inúmeras aplicações. O polipropileno, por exemplo, é usado em brinquedos; copos; recipientes para alimentos, para remédios e para produtos químicos; carcaças para eletrodomésticos; fibras; sacos de ráfia; tubos para cargas de canetas esferográficas; carpetes; seringas; material hospitalar esterilizável; peças para máquinas de lavar; pranchas de bodyboard e autopeças (pára-choques, pedais, carcaças de baterias, interior de estofos, lanternas, ventoinhas, ventiladores, peças diversas no habitáculo). Atualmente, há uma tendência de se utilizar somente o polipropileno no interior dos automóveis, para facilitar a reciclagem do material por ocasião do sucateamento do veículo.
O acrílico é também um termoplástico (polimetil-metacrilato), rígido e transparente.
São ainda obtidos do petróleo medicamentos, borracha sintética, tecidos sintéticos (nylon, elastômero, lã-fria, etc.), coque, asfalto, alcatrão, breu, ceras, parafina, vernizes, resinas, fósforos, filmes fotográficos, vaselina e até mesmo chicletes.
Importância econômica e política
Sem dúvida, petróleo é sinônimo de riqueza e poder para um país. O combustível se tornou ainda mais valorizado após a criação da OPEP (Organização dos Países Ex-portadores de Petróleo), que nasceu com o fim de controlar preços e volumes de produção e pressionar o mercado. O petróleo já foi motivo de guerras, como a Primeira Guerra do Golfo, a Guerra Irã-Iraque, a luta pela independência da Chechênia e a invasão do Iraque pelos Estados Unidos, em 2003.
ATENÇÃO !
- Embora seja comum ouvir-se e ler-se na mídia que foi “descoberto” um poço de petróleo, obviamente isso é um equívoco. O que se descobre é uma jazida de petróleo. O poço é uma perfuração feita no subsolo por uma empresa petrolífera em busca do produto ou para sua extração.
- Outro erro comum é pensar que, quando a sonda encontra o petróleo, ele jorra para cima. Se isso acontecer, é porque algo de muito errado aconteceu. O equipamento de perfuração está projetado para prever o aparecimento repentino de óleo sob pres-são e evitar que ele jorre. Afinal, petróleo que jorra para o céu é petróleo que se perde. Esse jorro de petróleo acontecia nos primeiros tempos da pesquisa petrolífera, lá no início do século XX.
CURIOSIDADES
- O petróleo é um negócio tão rentável que se costuma dizer que o melhor negócio do mundo é uma empresa de petróleo bem administrada e que o segundo melhor negócio do mundo é uma empresa de petróleo mal administrada.
- O primeiro poço de petróleo foi aberto nos Estados Unidos, no estado da Pensilvânia, em 1859. Tinha apenas 21 metros de profundidade, ao contrário dos atuais, que chegam a ultrapassar 6.000 metros. Ele e outros dos primeiros poços foram abertos, na verdade, em áreas aonde o petróleo chegou até à superfície (oil seeps, em inglês).
- Até ao início do século XX, acreditava-se que o petróleo fluía, no subsolo, como um rio subterrâneo.
FONTES CONSULTADAS
Compton’s Interactive Encyclopedia. Compton’s NewMedia, 1994.
http://pt.wikipedia.org/wiki/Petr%C3%B3leo, acessado em 26 .06.2009.
http://www.brasilescola.com/geografia/petroleo.htm. acessado em 26 .06.2009.
http://www.suapesquisa.com/geografia/petroleo, acessado em 26 .06.2009.
TAIOLI, Fabio – Recursos Energéticos. In: TEIXEIRA, Wilson et al. org. Decifrando a Terra.Os peixes são animais vertebrados, ou seja, com crânio presente. Eles vivem em ambientes aquáticos, seja em lagos, rios, represas ou mares. São peixes de água doce: lambari, pintado, dourado, tilápia, piranha, tucunaré, etc. No mar encontra-se: atum, salmão, bacalhau, anchova, marlim, sardinha e vários outros.
Tais animais apresentamnadadeiras e caudas, que permitem que eles nadem com muita facilidade. Muitos deles possuem escamas, e também brânquias, que são estruturas responsáveis pela respiração do animal, que acontece embaixo da água. Elas podem vir cobertas pelo opérculo, uma placa móvel e resistente (apontado pela seta, na imagem abaixo), ou não, tal como nos tubarões, que apresentam, na região em que ficam as brânquias, somente fendas.
Os peixes podem ser divididos em quatro grupos:
- Grupo dos peixes-bruxas: esses animais vivem somente no mar. Possuem corpo longo e liso e boca sem dentes, redonda.
- Grupo das lampreias: a maioria das lampreais vive no mar. Elas possuem corpo longo e liso, e boca sem dentes e bem redonda.
- Grupo dos peixes cartilaginosos: o esqueleto é todo formado por cartilagem. A boca tem mandíbula e, na maioria desses peixes, ela é dotada de dentes bem resistentes. Exemplos: arraias, tubarões e quimeras.
- Grupo dos peixes ósseos: a maioria dos peixes é desse grupo. O esqueleto desses animais, que são dotados de mandíbula, é formado por ossos. Eles também apresentam uma estrutura chamada bexiga natatória, que ajuda na flutuação. Exemplos: cavalo-marinho, peixe-palhaço e sardinha.
Os peixes do grupo dos peixes-bruxas e das lampreias também podem ser classificados em um único grupo: o dos agnatos, expressão que significa “peixes sem mandíbula”.
A temperatura corporal dos peixes varia de acordo com a do ambiente em que estão. Popularmente, animais assim eram classificados como de sangue frio, ou pecilotérmicos. Na atualidade, é correto dizer que são exotérmicos.
A grande maioria dos peixes libera seus ovos na água, em uma grande quantidade. Depois de nascidos, os filhotes, chamados alevinos, costumam viver sem precisar da ajuda dos pais.
Curiosidade:
Os cavalos-marinhos não liberam ovos na água. Na verdade, os filhotes se desenvolvem dentro do corpo dos pais, mais precisamente no do macho. Os peixes são animais vertebrados, aquáticos, tipicamente ectotérmicos, que possuem o corpo fusiforme, os membros transformados em barbatanas ou nadadeiras(ausentes em alguns grupos) sustentadas por raios ósseos ou cartilaginosos, guelras ou brânquias com que respiram o oxigénio dissolvido na água (embora os dipnóicosusem pulmões) e, na sua maior parte, o corpo coberto de escamas.[1] [2]Os peixes são recursos importantes, principalmente como alimento, mas também são capturados por pescadores recreativos, mantidos como animais de estimação, criados por aquaristas, e expostos em aquários públicos. Os peixes tiveram um papel importante na cultura através dos tempos, servindo como divindades, símbolos religiosos (ver ichthys), e como temas de arte, livros e filmes.[3]Uma vez que o "peixe" é definido negativamente, e exclui os tetrápodes (ou seja, os anfíbios, répteis, aves e mamíferos) que são descendentes da mesma origem, é um agrupamento parafilético, não considerado adequado na biologia sistemática. A classe Pisces, de Lineu é considerada tipológica, mas não filogenética.[3]Os primeiros organismos que podem ser classificados como peixes eram cordados de corpo mole que apareceram pela primeira vez durante o período Cambriano.[4]Embora eles não tivessem uma verdadeira espinha dorsal, possuíam notocórdio, que lhes permitiu serem mais ágeis do que os invertebrados marinhos. Os peixes continuaram a evoluir durante o Paleozoico, diversificando-se em uma grande variedade de formas.[3]Índice
[esconder]Classificação[editar | editar código-fonte]
No uso comum, o termo peixe tem sido frequentemente utilizado para descrever um vertebrado aquático com brânquias, membros, se presentes, na forma de nadadeiras, e normalmente com escamas de origem dérmica no tegumento. Sendo este conceito do termo "peixe" utilizado por conveniência,[5] e não por unidade taxonômica, porque os peixes não compõem um grupo monofilético, já que eles não possuem um ancestral comum exclusivo. Para que se tornasse um grupo monofilético, os peixes deveriam juntar os Tetrápodes.[6]Os peixes são tradicionalmente divididos nos seguintes grupos:
- Peixes ósseos (Osteichthyes, com mais de 22 000 espécies) à qual pertencem as sardinhas, as garoupas, o bacalhau, o atum e, em geral, todos os peixes que possuem esqueleto ósseo;
- Peixes cartilaginosos (Chondrichthyes, mais de 1000 espécies) à qual pertencem os tubarões e as raias;
- Vários grupos de peixes sem maxilas (antigamente classificados como Agnatha ou Cyclostomata, com cerca de 80 espécies), incluindo as lampréias e as mixinas.[4]
Em vista desta diversidade, os zoólogos não mais aceitam a antiga classe Pisces em que Lineu os agrupou, como se pode ver na classificação dos Vertebrados. Abaixo apresentam-se detalhes da classificação atualmente aceita.[4]Importância dos peixes[editar | editar código-fonte]
Por vezes, usa-se a palavra peixe para designar vários animais aquáticos (por exemplo na palavra peixe-mulher para designar o dugongo). Mas a maior parte dos organismos aquáticos muitas vezes designados por "peixe", incluindo as medusas (águas-vivas), os moluscos e crustáceos e mesmo mamíferos muito parecidos com os peixes como os golfinhos, não são peixes.[7]Os peixes encontram-se em praticamente todos os ecossistemas aquáticos, tanto em água doce como em água salgada, desde a água da praia até às grandes profundezas dos oceanos (ver biologia marinha). Mas há alguns lagos hiper-salinos, como o Grande Lago Salgado, nos Estados Unidos da América do Norte onde não vivem peixes.[8]Os peixes têm uma grande importância para a humanidade e desde tempos imemoriais foram pescados para a sua alimentação. Muitas espécies de peixes são criadas em condições artificiais (ver aquacultura), não só para alimentação humana, mas também para outros fins, como os aquários.[9]Há algumas espécies perigosas para o homem, como os peixes-escorpião que têm espinhos venenosos e algumas espécies de tubarão, que podem atacar pessoas nas praias. Muitas espécies de peixes encontram-se ameaçadas de extinção, quer por pesca excessiva, quer por deterioração dos seus habitats.[10]O ramo da zoologia que estuda os peixes do ponto de vista da sua posição sistemática é a ictiologia. No entanto, os peixes são igualmente estudados no âmbito da ecologia, da biologia pesqueira, da fisiologia e doutros ramos da biologia.[10]Ecologia dos peixes[editar | editar código-fonte]
Classificação ecológica[editar | editar código-fonte]
Uma forma de classificar os peixes é segundo o seu comportamento relativamente à região das águas onde vivem; este comportamento determina o papel de cada grupo noambiente aquático:[10]
- pelágicos (do latim pelagos, que significa o "mar aberto") – os peixes que vivem geralmente em cardumes, nadando livremente na coluna de água; fazem parte deste grupo as sardinhas, as anchovas, os atuns e muitos tubarões.[11]
- demersais – os que vivem a maior parte do tempo em associação com o substrato, quer em fundos arenosos como os linguados, ou em fundos rochosos, como asgaroupas. Muitas espécies demersais têm hábitos territoriais e defendem o seu território activamente – um exemplo são as moreias, que se comportam como verdadeirasserpentes aquáticas, atacando qualquer animal que se aproxime do seu esconderijo.[12]
- batipelágicos – os peixes que nadam livremente em águas de grandes profundidades (zona batial).
- mesopelágicos – espécies que fazem grandes migrações verticais diárias, aproximando-se da superfície à noite e vivendo em águas profundas durante o dia. Exemplo deste grupo são os peixes-lanterna.[12]
Hábitos alimentares[editar | editar código-fonte]
Os peixes pelágicos de pequenas dimensões como as sardinhas são geralmente planctonófagos, ou seja, alimentam-se quase passivamente do plâncton disperso na água,[13]que filtram à medida que "respiram", com a ajuda de branquispinhas, que são excrescências ósseas dos arcos branquiais (a estrutura que segura as brânquias ou guelras).[3]Algumas espécies de maiores dimensões têm também este hábito alimentar, incluindo algumas baleias (que não são peixes, mas mamíferos) e alguns tubarões como os zorros (género Alopias).[13] Mas a maioria dos grandes peixes pelágicos são predadores ativos, ou seja, procuram e capturam as suas presas, que são também organismos pelágicos, não só peixes, mas também cefalópodes (principalmente lulas), crustáceos ou outros.[14]Os peixes demersais podem ser predadores, mas também podem ser herbívoros, que se alimentam de plantas aquáticas, detritívoros, ou seja, que se alimentam dos restos de animais e plantas que se encontram no substrato, ou serem comensais de outros organismos, como a rémora que se fixa a um atum ou tubarão através dum disco adesivo no topo da cabeça e se alimenta dos restos de comida que caem da boca do seu hospedeiro (normalmente um grande predador), ou mesmo parasitas de outros organismos.[13]Alguns peixes abissais e também alguns neríticos, como os diabos (família Lophiidae) apresentam excrescências, geralmente na cabeça,[15] que servem para atrair as suas presas; essas espécies costumam ter uma boca de grandes dimensões, que lhes permitem comer animais maiores que eles próprios. Numa destas espécies, o macho é parasita da fêmea, fixando-se pela boca a um tentáculo da sua cabeça.[16]Hábitos de reprodução[editar | editar código-fonte]
A maioria dos peixes é dióica, ovípara, fertiliza os óvulos externamente e não desenvolve cuidados parentais. Nas espécies que vivem em cardumes, as fêmeas desovam nas próprias águas onde os cardumes vivem e,[17] ao mesmo tempo, os machos libertam o esperma na água, promovendo a fertilização. Em alguns peixes pelágicos, os ovos flutuam livremente na água – e podem ser comidos por outros organismos, quer planctónicos, quer nectónicos; por essa razão, nessas espécies é normal cada fêmea libertar um enorme número de óvulos.[17] Noutras espécies, os ovos afundam e o seu desenvolvimento realiza-se junto ao fundo – nestes casos, os óvulos podem não ser tão numerosos, uma vez que são menos vulneráveis aos predadores.[3]No entanto, existem excepções a todas estas características e neste artigo referem-se apenas algumas. Abaixo, na secção Migrações encontram-se os casos de espécies que se reproduzem na água doce, mas crescem na água salgada e vice-versa.[17]Em termos de separação dos sexos, existem também (ex.: família Sparidae, os pargos) casos de hermafroditismo e casos de mudança de sexo - peixes que são fêmeas durante as primeiras fases de maturação sexual e depois se transformam em machos (protoginia) e o inverso (protandria).[18]Os cuidados parentais, quando existem, apresentam casos curiosos. Nos cavalos-marinhos (género Hypocampus), por exemplo, o macho recolhe os ovos fecundados e incuba-os numa bolsa marsupial. Muitosciclídeos (de que faz parte a tilápia) e algumas espécies de aquário endémicas do Lago Niassa (também conhecido por Lago Malawi, na fronteira entre Moçambique e o Malawi) guardam os filhotes na boca, quer do macho, quer da fêmea, ou alternadamente, para os protegerem dos predadores.[17]Refere-se acima que a maioria dos peixes é ovípara, mas existem também espécies vivíparas e ovovivíparas, ou seja, em que o embrião se desenvolve dentro do útero materno. Nestes casos, pode haver fertilização interna - embora os machos não tenham um verdadeiro pênis, mas possuem uma estrutura para introduzir o esperma dentro da fêmea. Muitos destes casos encontram-se nos peixes cartilagíneos(tubarões e raias), mas também em muitos peixes de água doce e mesmo de aquário.Hábitos de repouso[editar | editar código-fonte]
Os peixes não dormem. Eles apenas alternam estados de vigília e repouso. O período de repouso consiste num aparente estado de imobilidade, em que os peixes mantêm o equilíbrio por meio de movimentos bem lentos.Como não têm pálpebras, seus olhos ficam sempre abertos. Algumas espécies se deitam no fundo do mar ou no rio, enquanto os menores se escondem em buracos para não serem comidos enquanto descansam.[3]Migrações[editar | editar código-fonte]
Muitas espécies de peixes (principalmente os pelágicos) realizam migrações regularmente, desde migrações diárias (normalmente verticais, entre a superfície e águas mais profundas),[19] até anuais, percorrendo distâncias que podem variar de apenas alguns metros até várias centenas de quilómetros e mesmo plurianuais, como as migrações das enguias.[20]Na maior parte das vezes, estas migrações estão relacionadas ou com a reprodução ou com a alimentação (procura de locais com mais alimento).[21] Algumas espécies de atuns migram anualmente entre o norte e o sul do oceano, seguindo massas de água com a temperatura ideal para eles.[22]
- diádromos – peixes que migram entre os rios e o mar;[24]
- anádromos – peixes que vivem geralmente no mar, mas se reproduzem em água doce;[24]
- catádromos – peixes que vivem nos rios, mas se reproduzem no mar;[24]
- anfídromos – peixes que mudam o seu habitat de água doce para salgada durante a vida, mas não para se reproduzirem (normalmente por relaçõesfisiológicas, ligadas à sua ontogenia);[24]
- potamódromos – peixes que realizam as suas migrações sempre em água doce, dentro dum rio ou dum rio para um lago; e
- oceanódromos – peixes que realizam as suas migrações sempre em águas marinhas, como os atuns.[24]
Os peixes anádromos mais estudados são os salmões (ordem Salmoniformes), que desovam nas partes altas dos rios, se desenvolvem no curso do rio e, a certa altura migram para o oceano onde se desenvolvem e depois voltam ao mesmo rio onde nasceram para se reproduzirem.[25] Muitas espécies de salmões têm um grande valor económico e cultural, de forma que muitos rios onde estes peixes se desenvolvem têm barragens com passagens para peixes (chamadas em inglês "fish ladders" ou "escadas para peixes"), que lhes permitem passar para montante da barragem.[26]O exemplo mais bem estudado de catadromia é o caso da enguia europeia que migra cerca de 6000 km até ao Mar dos Sargaços (na parte central e ocidental do Oceano Atlântico) para desovar, sofrendo grandes metamorfoses durante a viagem; as larvas, por seu lado, migram no sentido inverso, para se desenvolverem nos rios da Europa.[27]Camuflagem e outras formas de proteção[editar | editar código-fonte]
Alguns peixes se camuflam para fugirem de certos predadores, outros para melhor apanharem as suas presas.[28] Algumas espécies de arraia, por outro lado, se escondem na areia e podem mudar o tom da pele, para suas presas não notarem sua presença no ambiente.[29]Anatomia dos peixes[editar | editar código-fonte]
Anatomia interna[editar | editar código-fonte]
Bexiga natatória[editar | editar código-fonte]
A bexiga natatória é um órgão que auxilia o peixe a manter-se a determinada profundidade através do controle da sua densidade relativamente à da água. É um saco de paredes flexíveis, derivado do intestino que pode expandir-se ou contrair de acordo com a pressão; tem muito poucos vasos sanguíneos, mas as paredes estão forradas com cristais de guanina, que a fazem impermeáveis aos gases.[30]A bexiga natatória possui uma glândula que permite a introdução de gases, principalmente oxigénio, na bexiga, para aumentar o seu volume.[31] Noutra região da bexiga, esta encontra-se em contacto com o sangue através doutra estrutura conhecida por "janela oval", através da qual o oxigénio pode voltar para a corrente sanguínea, baixando assim a pressão dentro da bexiga natatória e diminuindo o seu tamanho.[30]Nem todos os peixes possuem este órgão: os tubarões controlam a sua posição na água apenas com a locomoção e com o controle de densidade de seus corpos, através da quantidade de óleo em seu fígado; outros peixes têm reservas de tecido adiposo para essa finalidade.[30]A presença de bexiga natatória traz uma desvantagem para o seu portador: ela proíbe a subida rápida do animal dentro da coluna de água, sob o risco daquele órgão rebentar.[31]A denominação bexiga natatória foi substituída por vesícula gasosa.[31]Anatomia externa[editar | editar código-fonte]
Para além de mostrar diferentes adaptações evolutivas dos peixes ao meio aquático,[32] as características externas destes animais (e algumas internas, tais como o número de vértebras) são muito importantes para a sua classificação sistemática.[33]Forma do corpo[editar | editar código-fonte]
A forma do corpo dos peixes "típicos" – basicamente fusiforme – é uma das suas melhores adaptações à locomoção dentro de água.[34] A maioria dos peixes pelágicos (ver acima), principalmente os que formamcardumes activos, como os atuns, apresentam esta forma "típica".[35]No entanto, há bastantes variações a esta forma típica, principalmente entre os demersais e nos peixes abissais (que vivem nas regiões mais profundas dos oceanos).[35] Nestes últimos, o corpo pode ser globoso e apresentar excrescências que servem para atrair as suas presas.[21]A variação mais dramática do corpo dos peixes encontra-se nos Pleuronectiformes, ordem a que pertencem os linguados e as solhas.[36] Nestes animais, adaptados a viverem escondidos em fundos de areia, o corpo sofre metamorfoses durante o seu desenvolvimento larvar, de forma que os dois olhos ficam do mesmo lado do corpo – direito ou esquerdo, de acordo com a família.[35]Muitos outros peixes demersais têm o corpo achatado dorsiventralmente para melhor se confundirem com o fundo. Alguns, como os góbios, que são peixes muito pequenos que vivem em estuários, têm inclusivamente as nadadeiras ventrais transformadas num botão adesivo, para evitarem ser arrastados pelas correntes de maré.[35]Os Anguilliformes (enguias, congros e moreias) têm o corpo "anguiliforme", ou seja em forma de serpente, assim como algumas outras ordens de peixes.[37]Nadadeiras[editar | editar código-fonte]
As barbatanas ou nadadeiras são os órgãos de locomoção dos peixes.[37] São extensões da derme (a camada profunda da pele) suportadas por lepidotríquias, que sãoescamas modificadas e funcionam como os raios das rodas de bicicleta.[38] Por essa razão, chamam-se raios os que são flexíveis, muitas vezes segmentados e |ramificados, ou espinhos, quando são rígidos e podem ser ocos e possuir um canal para a emissão de veneno.[39]Os números de espinhos e raios nas nadadeiras dos peixes são importantes caracteres para a sua classificação, havendo mesmo chaves dicotómicas para a sua identificação em que este é um dos principais factores.[37]Tipicamente, os peixes apresentam os seguintes tipos de nadadeiras:
- uma nadadeira dorsal[40]
- uma nadadeira anal;[40]
- uma nadadeira caudal;[40]
- um par de nadadeiras ventrais (ou nadadeiras pélvicas);[40]
- um par de nadadeiras peitorais.[40]
Algumas ou todas estas nadadeiras podem faltar ou estar unidas - já foi referida a transformação das nadadeiras peitorais dos góbios num disco adesivo – mas as uniões mais comuns são entre as nadadeiras ímpares, como a dorsal com a caudal e anal com caudal (caso de algumas espécies de linguados).[41]As nadadeiras têm formas e cores típicas em alguns grupos de peixes.[37]Para além da coloração do corpo, a forma e cor das nadadeiras são decisivas para os aquaristas, de tal forma que chegam a ser produzidas variedades de espécies com nadadeiras espectaculares, como o famoso cauda-de-véu, uma variedade do peixinho-dourado (Carassius auratus).[42] [43]Alguns grupos de peixes, para além da nadadeira dorsal com espinhos e raios (que podem estar separadas), possuem uma nadadeira adiposa, normalmente perto da caudal. É o caso dos salmões e dos peixes da família do bacalhau (Gadídeos).Escamas ou placas[editar | editar código-fonte]
A pele dos peixes é fundamentalmente semelhante à dos outros vertebrados, mas possui algumas características específicas dos animais aquáticos. O corpo dos peixes está normalmente coberto de muco que, por um lado diminui a resistência da água ao movimento e, por outro, os protege dos inimigos.[44] Embora haja muitos grupos de peixes com pele nua, como as enguias, a maior parte dos peixes tem-na coberta deescamas que, ao contrário dos répteis, têm origem na própria derme.[45]Os peixes apresentam quatro tipos básicos de escamas:
- ciclóides, as mais comuns, normalmente finas, subcirculares e com a margem lisa ou finamente serrilhada;[46]
- ctenóides, também sub-circulares, mas normalmente rugosas e com a margem serrilhada ou mesmo espinhosa;[47]
- ganóides, de forma sub-romboidal e que podem ser bastante grossas como as dos esturjões; e salmões.[46]
- placóides, normalmente duras com um ou mais espinhos, de formas variadas.[47]
Alguns grupos de peixes têm o corpo coberto de placas ou mesmo uma armadura rígida, como o peixe-cofre e os cavalos-marinhos. Esta armadura pode estar ornamentada com cristas e espinhos e apresenta fendas por onde saem as nadadeiras.Linha lateral[editar | editar código-fonte]
Um órgão sensorial específico dos peixes é a linha lateral, normalmente formada por uma fiada longitudinal de escamas perfuradas através das quais corre um canal que tem ligação com o sistema nervoso; aparentemente, este órgão tem funções relacionadas com a orientação, uma espécie de sentido do olfacto através do qual os peixes reconhecem as características das massas de água (temperatura, salinidade e outras).[45]Sistema nervoso e órgãos dos sentidos[editar | editar código-fonte]
Peixes têm sistemas nervosos complexos e seu cérebro é dividido em diferentes partes. O mais anterior, ou frontal, contém as glândulas olfativas. Diferente da maioria dos vertebrados, o cérebro do peixe primeiro processa o senso do olfato antes de todas as ações voluntárias.[48]Os lobos óticos processam informações dos olhos. O cerebelo coordena os movimentos do corpo enquanto a medula controla as funções dos órgãos internos.[49]Aproximadamente todos os peixes diurnos possuem olhos bem desenvolvidos com visão colorida. Muitos peixes possuem também células especializadas conhecidas como quimioreceptores, que são responsáveis pelos sentidos de gosto e cheiro.[50]A maioria dos peixes têm receptores sensitivos que formam o sistema linear lateral, que permite aos peixes detectar correntes e vibrações, bem como o movimento de outros peixes e presas por perto (ver acima).Em 2003, alguns cientistas escoceses da Universidade de Edimburgo descobriram que os peixes podem sentir dor.[45] Um estudo prévio pelo professor James D. Rose da Universidade de Wyoming dizia que os peixes não podiam sentir dor porque eles não possuíam a parte neocortexal do cérebro, responsável por tal sensação. Peixes como os peixes-gato e tubarões possuem órgãos que detectam pequenas correntes elétricas. Outros peixes, como a enguia elétrica, podem produzir sua própria eletricidade.[51]Idade de um peixe[editar | editar código-fonte]
É possível saber a idade de um peixe através do exame dos seus "ouvidos". Todos os peixes, com exceção dos tubarões e da arraias, escondem nos ouvidos três pares de otólitos, que são concreções de carbonato de cálcio que servem para a audição e para manter o equilíbrio no meio líquido. O crescimento desses otólitos se faz por depósitos concêntricos sucessivos, cuja espessura e a composição química variam segundo o meio ambiente e a alimentação. Trata-sede um verdadeiro "álbum" que retrata a vida do peixe. (1).Preservação[editar | editar código-fonte]
Ver artigo principal: Lista Vermelha da IUCN, Declínio das populações de peixes marinhosA destruição do habitat[editar | editar código-fonte]
A Lista Vermelha da IUCN em 2006 nomeou 1.173 espécies de peixes que estão ameaçadas de extinção. Incluem-se espécies como o bacalhau do Atlântico, Diabo Hole, celacantos, e grandes tubarões brancos.[52] Porque os peixes vivem debaixo d'água são mais difíceis de estudar do que os animais terrestres e plantas, e informações sobre as populações de peixes é muitas vezes inexistente. No entanto, peixes de água doce parecem particularmente ameaçados, porque eles vivem muitas vezes em corpos d'água relativamente pequenos. Por exemplo, o Buraco do Demônio tem apenas 6 metros (10 por 20 pés) para a piscina.[34] [53]A chave do estresse sobre os ecossistemas de água doce é a degradação do habitat, incluindo a poluição da água, a construção de barragens, a remoção de água para uso por seres humanos,[54] e a introdução de espécies exóticas. Um exemplo de um peixe que se tornou em perigo por causa da mudança de habitat é o esturjão pálido, um peixe norte-americano de água doce que vive nos rios deteriorados pela ação humana.[55]Pesca excessiva[editar | editar código-fonte]
A pesca excessiva é uma grande ameaça para peixes comestíveis, como o bacalhau e o atum. pesca excessiva, eventualmente, provoca colapso da população (conhecido como estoque), pois os sobreviventes não conseguem produzir o suficiente para substituir aqueles removidos. Extinção comercial Tal não significa que a espécie está extinta, mas apenas que ele não pode mais sustentar uma pescaria.[39]Um exemplo bem estudado de um colapso da pesca é a sardinha do Pacífico Sadinops pesca ao largo da costa da Califórnia. De um pico de 790.000 toneladas em 1937 a captura declinou para apenas 24.000 toneladas em 1968, após o qual a pesca já não era economicamente viável.[41]A principal tensão entre a ciência da pesca e da indústria de pesca é que os dois grupos têm opiniões diferentes sobre a resiliência da pesca para a pesca intensiva. Em lugares como a Escócia, Terra Nova, e doAlasca a indústria da pesca é um grande empregador, assim, os governos estão predispostos a apoiá-lo.[56] Por outro lado, cientistas e conservacionistas empurram para a proteção rigorosa, alertando que muitas ações poderim ser dizimado dentro de cinqüenta anos.[57]As espécies exóticas[editar | editar código-fonte]
Introdução de espécies não-nativas ocorreu em muitos habitats. Um dos melhores exemplos estudados é a introdução da perca do Nilo no Lago Vitória, na década de 1960.[58] A perca do Nilo gradualmente exterminada do lago de 500 espécies endêmicas de ciclídeos. Alguns deles sobrevivem agora em programas de reprodução em cativeiro, mas outros são provavelmente extinta. Carp, snakeheads, tilápia, poleiro europeu, truta, truta arco-íris, e lampreias marinhas são outros exemplos de peixes que têm causado problemas ao serem introduzidos em ambientes considerados alienígenas.[59]Classificação sistemática[editar | editar código-fonte]
A classificação simplificada no topo desta página é a mais próxima da utilizada por Lineu, mas esconde algumas características importantes que fazem deste grupo dos "Peixes", um agregado de espécies com diferentes aspectos evolutivos. Por essa razão, as classificações mais recentes abandonaram alguns taxa tradicionais:
- Domínio Eukariota, ao
- Reino Animalia, aos clades
- Metazoa
- Bilateria
- Deuterostomia, ao filo
- Chordata e, dentro deste, ao clade
- Craniata
A partir deste ponto, os estudos evolutivos mostraram divergências:O taxon classe tem sido usado (e, na Wikipedia em inglês, encontramos vários exemplos) para vários clades diferentes. Por essa razão, e até os taxonomistas acordarem numa forma de classificação científicaconsensual, devemos abster-nos de utilizar esse taxon. Os peixes, tanto espécies existentes como fósseis, dividem-se pelos seguintes clades:
- Hyperotreti – as mixinas (peixes sem coluna vertebral) e
- Vertebrata (vertebrados) - um clade que inclui as lampréias e os restantes vertebrados com maxilas;
Dentro dos vertebrados, consideram-se os clades
- Hyperoartia - as lampréias (que têm coluna vertebral, mas não têm maxilas);
- Gnathostomata – todos os animais com maxilas;
e mais sete grupos fósseis.Dentro dos Gnathostomata, são aceites os seguintes clades:
- Teleostomi – animais com boca terminal;
- Chondrichthyes – tubarões e raias – boca sub-terminal ou ventral;
- Acanthodii (extintos)
- Placodermi (extintos).
Dentro dos Teleostomi
- Osteichthyes – animais com tecido ósseo endocondral e com dentes implantados nas maxilas e
- Acanthodii (extintos)
Dentro dos Osteichthyes
- Sarcopterygii – um grupo que inclui os peixes com nadadeiras lobadas:
- Coelacanthimorpha – os celacantos, considerados remanescentes dos primeiros anfíbios;
- Dipnoi – os peixes pulmonados ou dipnóicos
- os tetrápodes, ou seja, os restantes vertebrados batráquios, répteis, aves e mamíferos; e os
- Actinopterygii - peixes com raios ou lepidotríquias nas nadadeiras, ou seja, os "teleósteos", que incluem a maioria das ordens de peixes actuais e algumas outras com divergências filogenéticas.
Dentro desta classificação, os tradicionais taxa Agnatha (peixes sem maxilas), Ostracodermi (formas fósseis sem maxilas) e Cyclostomata (peixes sem maxilas, como as mixinas e lampréias) não devem ser utilizados, uma vez que não são monofiléticos[60] .
Os peixes ocupam as águas salgadas dos mares eoceanos e as águas doces dos rios, lagos eaçudes. Nesse grupo, existem cerca de 24 mil espécies, das quais mais da metade vive em água salgada. O tamanho médio dos peixes pode variar de um centímetro a até cerca de 18 metros.Provavelmente, foram os primeiros vertebrados a surgir na Terra, e eram pequenos, sem mandíbula, tinham coluna vertebral cartilaginosa e uma carapaça revestindo seus corpos. Na evolução, houve uma série de adaptações que representaram aos peixes melhores condições de sobrevivência em seu habitat - não ter couraça pesada, ser nadadores velozes, ter mandíbulas e poder morder.Antes limitados à filtração de partículas nutritivas suspensas na água ou depositadas no fundo e sendo presas de alguns tipos de invertebrados, os peixes tornaram-se também eficientes predadores.Desde que surgiram, já ocupavam com sucesso os ambientes aquáticos salgado e doce, e continuam assim até hoje.Características que favorecem a vida na águaOs peixes apresentam várias características que favorecem o desempenho de suas atividades no ambiente em que vivem. Entre elas, destacam-se:
- corpo com formato, em geral, hidrodinâmico, isto é, achatado lateralmente e alongado, o que favorece seu deslocamento na água;
- presença de nadadeiras, estruturas de locomoção que, quanto à localização, podem ser peitorais, ventrais, dorsais, caudais e anais;
- corpo geralmente recoberto por escamas lisas, cuja organização diminui o atrito com a água enquanto o animal se desloca; além disso , a pele é dotada de glândulas produtoras de muco, o que também contribui para diminuir o atrito com a água;
- musculatura do tronco segmentada, o que permite a realização de movimentos ondulatórios.
A temperatura corporalOs peixes são animais pecilotérmicos. Isso significa que a temperatura do seu corpo varia de acordo com a do ambiente. A temperatura do corpo dos peixes em geral mantém-se mais ou menos próxima à temperatura ambiental.Respiração e circulação de sangueA maioria dos peixes respira por meio de brânquias, também conhecidas como guelras. A água entra continuamente pela boca do peixe, banha as brânquias e sai pelas aberturas existentes de cada lado da cabeça.Nas brânquias, onde existem muitos vasos sanguíneos, o gás oxigênio dissolvido na água passa para o sangue. Ao mesmo tempo, o gás carbônico que se forma no organismo do animal e que está no sangue passa para a água, sendo eliminado do corpo.O coração dos peixes tem duas cavidades um átrio e um ventrículo - e por ele circula apenas sangue não-oxigenado. Depois de passar pelo coração, o sangue não oxigenado vai para uma artéria e dai para as brânquias, onde recebe gás oxigênio. A seguir, esse sangue, agora oxigenado, é distribuído para todos os órgãos do corpo do animal.Alimentação e digestãoAlguns peixes são herbívoros, alimentando-se principalmente de algas. Outros são carnívoros, e alimentam-se de outros peixes e de animais diversos, como moluscos e crustáceos.Nas zonas abissais - os grandes abismos oceânicos, destituídos de luz -, onde os seres fotossintetizantes não sobrevivem, há muitos peixes detritívoros, que se alimentam de restos orgânicos oriundos da superfície iluminada, e também peixes carnívoros.O sistema digestório dos peixes é constituído de boca, faringe, esôfago, estômago e intestino, além de glândulas anexas, como o fígado e o pâncreas.Os sentidosOs peixes têm vários órgãos dos sentidosSão Paulo: Oficina de Textos, 2000. 568p. il. p. 475-480.Peixe é um conceito que deriva do latim piscātus
- Bolsa olfatória - São formadas por células localizadas nas narinas e associadas à percepção de cheiros das substâncias dissolvidas na água. O sentido do olfato dos peixes é geralmente muito aguçado. O tubarão, por exemplo, pode "farejar" sangue fresco a dezenas de metros de distância.
- Olhos - Permitem formar imagens nítidas a curta distância. A distâncias maiores, percebem apenas objetos em movimento na superfície da água. Alguns peixes têm percepção das cores e outros não. Os tubarões e as raias (também conhecidas como arraias), por exemplo, não distinguem cores. Os olhos são geralmente grandes e não possuem pálpebras nem glândulas lacrimais.
- Linha lateral - É formada por uma fileira de poros situada de cada lado do corpo, com ramificações na cabeça. Os poros comunicam-se com um canal localizado sob as escamas, no qual existem células sensoriais. Por meio das células sensoriais, o peixe percebe as diferenças de pressão da água, que aumenta gradativamente com a profundidade. Percebe também correntes e vibrações na água, detectando a presença de uma presa, de um predador ou os movimentos de outros peixes que estão nadando ao seu lado, o que é muito importante para as viagens em cardumes. Percebe, ainda, a direção dos movimentos da água, o que facilita sua locomoção na escuridão ou em águas turvas.
. Trata-se do nome que recebe o animal que, uma vez extraído do seu habitat (oceano, rio, lago, etc.), pode tornar-se em alimento para o ser humano.
Para obter peixe, por conseguinte, há que pescar. A pesca pode realizar-se de diversas maneiras, tanto a nível artesanal como industrial. Enquanto uma pessoa pode capturar uns poucos peixes com uma cana de pesca ou uma rede, os grandes barcos pesqueiros pescam toneladas de peixe e permitem o desenvolvimento de uma indústria milionária. Aqueles que desejam comer peixe, por outro lado, podem comprá-lo numa peixaria ou num mercado. Os peixes costumam classificar-se como azuis (os animais que têm um elevado nível de gordura, como a sardinha ou a cavala) ou brancos (de pouca gordura: o abadejo, a pescada e outros).Ainda que as características variem consoante a espécie, os peixes, em geral, apresentam um grande nível de minerais e vitaminas. Graças ao fósforo, ao zinco, os ácidos gordos conhecidos como ómega 3 e outros nutrientes que albergam na sua carne, os nutricionistas costumam recomendar a ingestão habitual de peixe. Apesar destes benefícios para a saúde, o consumo de peixe em muitos países do mundo ocidental é limitado por diversos motivos. Por um lado, a sua carne proporciona uma saciedade inferior à das restante carnes, o que obriga a ingerir mais. Por outro lado, o peixe descompõe-se com grande rapidez, uma particularidade que exige maiores esforços de conservação. As maneiras de comer peixe são múltiplas: pode ser comido cru (como no sushi), frito, estufado e de outras maneiras, de acordo sobretudo com o tipo de peixe.
Leia mais: Conceito de peixe - O que é, Definição e Significado http://conceito.de/peixe#ixzz3lVfm6svS
Nenhum comentário:
Postar um comentário