domingo, 18 de outubro de 2015

ABSTENÇÃO

Abstenção significa privação, contenção, supressão, renúncia, desistência. Gramaticalmente abstenção é um substantivo feminino. Do latim “abstencionis” (supressão).
A abstenção é o ato ou efeito de abster-se, ou seja, de conter-se ou de privar-se de algum direito.
Por exemplo: O jejum é um ato de abstenção, é uma abstinência total ou parcial de alimentos em determinado período de tempo. É uma abstinência voluntária da carne de certos animais como alimento, por penitência, seguindo os preceitos de alguma religião.
Abstenção é deixar de intervir, de opinar, de não participar voluntariamente de qualquer escolha ou deliberação. É não exercer o direito do voto é não optar por escolher livremente o seu candidato numa eleição, é renegar o seu direito de escolha de seus governantes.
A abstenção é um ato de livre arbítrio de recusa de excessos, de suspensão ou rejeição do consumo de produtos nocivos à saúde. Ex.: abstenção do álcool, abstenção do fumo, abstenção de drogas etc.Em Política, abstenção é o ato de se negar ou se eximir de fazer opções políticas. Abster-se do processo político é visto como uma forma de participação passiva. Também importante de referir que a abstenção eleitoral é uma atitude aceite por anarquistas e muitas vezes condenada por alguns democratas. Para todos os efeitos, a abstenção não deve ser encarada como recusa de participação e irresponsabilidade, mas sim como "cegueira social" desencadeada por fatores externos aos cidadãos, a qual num Estado dito "democrático" deveria ser analisada amplamente de forma a promover a inclusão social, e participação das populações na política.

Tipos de Abstenção[editar | editar código-fonte]

Na maior parte das Democracias, existem duas formas de manifestar-se a abstenção:
  • não-presencial: o eleitor expressa a abstenção ausentando-se do instrumento de votação.
  • presencial: o eleitor utiliza o instrumento de votação para expressar a atitude abstencionista. Em Portugal e no Brasil, por exemplo, o voto nulo e o voto em brancopodem incluir decisão abstencionista para além de outras manifestações de pensamento.
Uma forma de diferenciar os dois tipos de abstenção, é recorrendo a uma analogia às sondagens de opinião, em que a abstenção não-presencial corresponde ao "Não quer responder" e abstenção presencial ao "Não sabe/Não responde".

Causas comuns da Abstenção[editar | editar código-fonte]

A abstenção pode ser resultante de uma ou várias razões em baixo enunciadas:
  • Desigualdade colossal na exposição de partidos nos Mídia (normalmente presente em regimes totalitários, e sistemas bipartidaristas)
  • Falta de esclarecimento eleitoral (mais concretamente: informação sobre programas, regras eleitorais, e legislação inerente)
  • Desmobilização do eleitorado pela divulgação de sondagens em tempo de campanha as quais dão ênfase reforçado na necessidade de voto útil nos "grandes partidos" (normalmente constatada em sistemas bipartidaristas)
  • Desagrado pelo sistema de votação vigente e/ou modelo de Democracia.
  • Barreiras sociais de acesso ao voto (inexistência de novas tecnologias de votação: internet e telefone, incapacidade seja no custeamento da deslocação seja por incapacidade física na mobilidade ao local de voto)
  • Desinteresse generalista pela classe política.
  • Falhas de ordem técnica nos instrumentos de votação.
(Em Portugal, nas eleições Presidenciais de 2011 muitos eleitores ficaram impedidos de votar porque o website com informações sobre o nº de eleitor dos cidadãos esteve inoperacional durante o dia de votação)
  • Erro na contagem de eleitores nos cadernos eleitorais. (os chamados "eleitores fantasma")
  • Não-identidade com nenhum programa dos partidos.
  • Forma de protesto contra alguma lei ou leis que originam descontentamento populacional, que em muitos casos está associado a boicotes eleitorais.
Muitos defensores da "obrigatoriedade de voto" têm uma visão simplista crendo que desta forma assegura-se a resolução da problemática da abstenção. Contudo para que exista obrigação de voto, é necessário garantir o aprofundamento da Democracia a todos os níveis eliminando todos os obstáculos atrás enunciados, pois caso contrário, o problema da abstenção origina outro problema: voto inconsciente.

Citações sobre Abstenção[editar | editar código-fonte]

"A abstenção é um fenómeno muito importante. E ela é importante porque representa uma forma funcional de desigualdade política e, participação desigual significa influência desigual, na medida em que acarreta importantes consequências para quem é eleito e para o conteúdo das políticas públicas."
"Sobre a abstenção voluntária é preciso reflectir, disse o dirigente social-democrata, e recorda que é uma tendência quando os eleitores são chamados a reeleger um Presidente, como já aconteceu com Mário Soares e Jorge Sampaio." [1]
"A esses que estão indecisos, digo que a abstenção não é uma escolha, mas uma desistência(...)"

Evolução da Abstenção (não-presencial) em Portugal[editar | editar código-fonte]

Nota: Esta tabela não inclui a abstenção presencial (votos brancos/nulos). Apenas representa a abstenção não-presencial segundo valores oficiais avançados pela CNE
ANOEleições LegislativasEleições AutárquicasEleições PresidenciaisEleições Europeias
19758.34%
197616.47%35.34%24.53%
197917.13%28.26%
198016.06%15.61%
198228.95%
198322.21%
198525.84%36.98%
198623.31% (valor médio)
(1ªv-24.62%/2ªv-22.01%)
198728.43%27.58%
198939.14%48.90%
199132.22%37.84%
199336.57%
199460.07%
199533.70%
199633.71%
199739.90%
199938.91%
200139.88%50.29%
200238.52%
200461.40%
200535.74%39.06%
200638.47%
200940.32%40.97%63.22%
201141.93%53.48%
201347,40%66.10%

Ligações externas[editar | editar código-fonte]

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