Um dos métodos contraceptivos mais usados em todo o mundo é a pílula anticoncepcional. Esse método, que foi lançado no mercado em 1960, é, sem dúvidas, um importante avanço no que diz respeito ao aumento da autonomia feminina, uma vez que as mulheres podem ser ativas na decisão de ter ou não um filho.
Existem diferentes pílulas presentes no mercado, sendo as mais utilizadas aquelas compostas por estrogênio e progesterona sintéticos, que são bem semelhantes aos hormônios produzidos pela mulher. Esse tipo de pílula, também chamado de combinada, atua mantendo a concentração constante desses hormônios e impedindo, assim, a ovulação.
Normalmente se adquire uma caixa com 21 comprimidos, que devem ser tomados todos os dias sempre nos mesmos horários. A primeira pílula deve ser ingerida logo no primeiro dia da menstruação. Quando não for possível, o uso deve ser feito, no máximo, até o quinto dia do ciclo menstrual.
Finalizada a cartela, inicia-se uma pausa de sete dias antes do início de uma nova. Nesse período de pausa, ocorre o chamado sangramento por privação. Em alguns tipos de pílula, não existe essa pausa, e ela continua sendo tomada de maneira ininterrupta.
Caso não ocorra sangramento no período da pausa, deve-se procurar um médico para descartar a hipótese de gestação. Entretanto, vale destacar que a pílula combinada é muito eficiente, chegando aíndices de 0,1% de falha se usada corretamente.
Caso durante a utilização das pílulas a usuária tenha vômitos ou diarreias intensas, que durem mais de um dia, é importante utilizar outros métodos para evitar a gravidez, uma vez que a proteção pode ter sido prejudicada. Em caso de esquecimento, a pílula deve ser tomada assim que for possível. Mas quando em um mesmo ciclo a usuária deixar de tomar mais de duas pílulas, é importante o uso de outros métodos de proteção.
Além de proteger contra a gravidez, a pílula combinada atua regulando os ciclos menstruais, diminuindo as cólicas e o fluxo menstrual, reduzindo os sintomas da TPM e, algumas vezes, diminuindo até mesmo as espinhas.
As pílulas combinadas, como qualquer medicamento, podem causar alguns efeitos colaterais. Dentre os principais, destacam-se náusea, dores de cabeça, sensibilidade nas mamas, sangramentos entre os períodos menstruais, retenção de líquidos, alterações de humor e depressão. Caso os sintomas apresentem-se de forma muito intensa, o médico deverá ser procurado.
Vale destacar que, atualmente, em razão da baixa dosagem de hormônios, a pilula não causa grandes mudanças no peso da usuária. Caso ocorram, é importante procurar o médico para que possa ser realizada a mudança na medicação.
Outra pílula encontrada no mercado é aquela composta exclusivamente de progesterona sintética, que é usada principalmente por mulheres que estão amamentando e que possuem alguma patologia em que não é recomendado o uso de estrógeno. Quando comparada às pílulas combinadas, ela apresenta um maior índice de falha.
Essa pílula composta unicamente por progesterona sintética atua promovendo o espessamento do muco cervical, dificultando a passagem do espermatozoide e, consequentemente, evitando agravidez. Além disso, ela age no endométrio, causando sua hipotrofia e também inibindo a ovulação. Diferentemente da combinada, o uso dessa pílula é contínuo e pode ser iniciado a qualquer momento do ciclo, com exceção dos primeiros 30 dias aós o parto.
Vale destacar que a utilização de pílulas anticoncepcionais é um método reversível, sendo assim, a fertilidade é retomada assim que a usuária interrompe o uso dos comprimidos. É importante também frisar que o método não previne contra DST e só deve ser utilizado após uma avaliação médica.
Atenção: Alguns remédios podem interferir no efeito anticoncepcional da pílula, levando a sangramentos e aumentando os riscos de gravidez. Sendo assim, leia atentamente a bula dos remédios e verifique se não há interação medicamentosa com a pílula. Sabe-se que alguns antibióticos, anticonvulsivantes e antidepressivos relacionam-se com a perda da eficácia do produto.
O que significa eficácia de um método?
É a capacidade que cada método anticoncepcional tem de proteger contra ou prevenir uma gravidez. A eficácia de cada método é medida pela sua taxa de falha, ou seja, se mede o número de gravidezes que ocorrem entre cada 100 ou 1000 mulheres ou casais que usam este método durante o período de um ano. Com exceção do LAM, cuja eficácia se mede em 6 meses, dos métodos cirúrgicos (ligadura de trompas e vasectomia) que se mede ao longo de toda a vida e da anticoncepção de emergência, cuja eficácia se mede pelo número de falhas sobre o número de vezes em que é utilizada. É importante lembrar que a anticoncepção de emergência não deve ser usada de rotina, em forma permanente.
Critérios médicos de elegibilidade (CME) para uso de métodos anticoncepcionais
Usar ou não usar anticoncepcionais e poder escolher que método usar é um dos direitos sexuais e reprodutivos de todas e todos, incluindo as e os adolescentes. Para a grande maioria das pessoas, o uso de qualquer método anticoncepcional não representa riscos para a saúde. Porém é importante saber que, em determinadas situações, em algumas mulheres com algumas doenças, o uso de alguns métodos não é recomendado.
Os critérios médicos de elegibilidade para uso de anticoncepcionais (CME) é um documento preparado pela Organização Mundial da Saúde, atualizado periodicamente. Ele contém uma lista de todas as doenças ou condições médicas que poderia ter uma mulher e que poderiam fazer que não fosse recomendável usar um determinado método.
Quando uma mulher apresenta alguma doença, o/a médico/a ou enfermeiro/a deve checar se a doença aparece em alguma categoria que o método escolhido não possa ser utilizado.
Todos os profissionais de saúde que atendem planejamento familiar devem conhecer muito bem os critérios e ter sempre uma cópia da lista na consulta, para poder dar orientação correta baseada em evidência científica e evitar riscos de saúde que poderiam decorrer do uso de um método não recomendável por razões médicas.
O que é?
A pílula anticoncepcional é um comprimido que contém hormônios (substâncias químicas) parecidos com os hormônios que a mulher produz em seu corpo. É importante sabermos que existem dois tipos de pílula:
- A pílula combinada – que contem dois hormônios chamados de estrogênio e progestágeno;
- Minipílula(ou também conhecida como pílula de progestágeno) - que contem apenas progestágeno, que é o hormônio muito parecido com a progesterona natural.
Como se usa?
Para usar qualquer uma das pílulas acima, é importante que a mulher (adolescente, jovem ou adulta), após escolher a pílula como método anticoncepcional, procure um serviço de saúde para receber as informações e orientações corretas sobre como usar o método, bem como suas características. Cabe ao/à profissional de saúde também, informar e orientar sobre os critérios médicos de elegibilidade que indicam se a pessoa pode ou não usar o método anticoncepcional escolhido, neste caso a pílula.
Como a pílula funciona?
A principal forma de ação da pílula anticoncepcional é impedir que ocorra a ovulação, ou seja, se a pílula for usada corretamente ela impede o amadurecimento e saída do óvulo do ovário, impedindo assim que ocorra a fecundação (encontro do óvulo com o espermatozoide).
A pílula produz também alteração no muco cervical (engrossamento), dificultando assim a passagem dos espermatozoides pelo colo do útero.
Qual a eficácia da pílula
É muito importante lembrar que eficácia é o resultado que o método anticoncepcional tem que alcançar, ou seja, em que porcentagem pode prevenir (evitar) uma gravidez. Na pílula, igual ao que acontece com outros métodos que dependem da usuária, a eficácia dependerá em grande medida da maneira como a mulher a usa.
Pílula combinada: Sua eficácia apresenta taxa de falha de 0,1 a 8%, ou seja, de cada 1.000 mulheres (adolescentes, jovens e adultas) que usam este tipo de pílula no período de um ano, de 1 (uma) a 80 (oitenta) mulheres, podem vir a engravidar.
- Em mulheres que usam a pílula seguindo corretamente todas as instruções médicas, sem esquecer nenhuma pílula, a porcentagem de gravidezes é muito baixa, por volta de 0,2%, ou seja, no primeiro ano, engravida uma mulher de cada 500 que a usam a pílula, seguindo corretamente as instruções de uso.
Na vida real, as pesquisas mostram que a taxa de gravidez é de 8%, ou seja, engravida, no primeiro ano de uso aproximadamente 1 (uma) de cada 12 mulheres que usam a pílula.Minipílula: Sua eficácia apresenta taxa de falha de 1.0% em um ano, quando usada durante a amamentação, ou seja, de cada 1.000 mulheres (adolescentes, jovens e adultas) que usam este tipo de pílula durante o período de amamentação, 10 (dez) podem vir a engravidar. Fora do período de amamentação a taxa é de 3 a 10%, ou seja, de cada 100 mulheres que usam no período de um ano de 3 a 10 podem vir a engravidar.
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