Bolinar significa alar com a bolina - cabo que prende a vela de um barco para colocá-la na posição necessária para aproveitar o vento e levar o barco na direção desejada.
Bolina é também o nome de uma peça de metal, madeira ou fibra, que é colocada na abertura existente na parte média de um barco ou jangada (embarcação de madeira, fabricada artesanalmente, usada pelos pescadores no Nordeste do Brasil), para cortar as águas e evitar que o barco fique à deriva, mantendo a direção dada pelo leme.
Bolinar significa também procurar contatos volupuosos, isto é, apalpar uma pessoa maliciosamente, tocar suas parte, principalmente em locais públicos, sobretudo em aglomerações, no cinema, na praça, na praia etc., sempre sem concordância da pessoa bulinada.Em termos náuticos, navegar à bolina, bolinar ou velejar de contra-vento é marear (ou seja, navegar) com vento afastado o máximo 6 quartas da proa (± 45 graus). É uma técnica empregada por embarcaçõesque consiste em ziguezaguear contra o vento, o que permite navegar por zonas onde o vento não é favorável.[1] [2]
As primeiras embarcações que se têm notícia a utilizar esta técnica com sucesso são as caravelas portuguesas,[3] durante a Era dos Descobrimentos marítimos.[4] [5]
Índice
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Para se navegar contra o vento, a vela é colocada de modo a que o seu plano divida aproximadamente em partes iguais o ângulo formado pela direcção do barco e a direcção do vento. O vento empurra a vela sempre segundo um ângulo perpendicular ao plano que ela define. A força do vento pode ser decomposta em três componentes: uma força que obriga o ar a deslocar-se ao longo da vela (a verde),outra que exerce pressão sobre a vela (a azul claro), e uma terceira força de sucção que se forma na face de sotavento da vela (o mesmo princípio das asas dos aviões, com o aumento da velocidade esta força aumenta e o barco avança). A resistência da água na quilha ou patilhão impede que um barco se mova lateralmente. Um barco tem de avançar na direcção da sua proa. A força que exerce pressão sobre a vela (a azul claro) pode ser decomposta em duas componentes: uma força que tenta deslocar o barco lateralmente mas apenas o consegue inclinar (a preto) e outra que é a que efectivamente faz o barco avançar (a azul escuro).
Por isso, a maior parte da força do vento (a verde) faz simplesmente com que o ar corra pela vela saindo pela retaguarda (valuma), uma outra parte (a preto) inclina o barco e, finalmente uma pequena parte (a azul escuro) faz com que o barco navegue à bolina.
Outras mareações[editar | editar código-fonte]
Mareação é o termo náutico empregue para designar as diferentes posições que toma um veleiro em relação à direcção do vento, como:
Ver também[editar | editar código-fonte]
Ligações externas[editar | editar código-fonte]
- "Como um barco a vela consegue navegar contra o vento?", Mundo Estranho, BR: Abril
- Navegação a vela, PT: Associação Nacional de Cruzeiros
Referências[editar | editar código-fonte]
- ↑ Feira de Ciências
- ↑ JStor
- ↑ "A Física das Naus e Caravelas", Observatório, BR: UFMG
- ↑ "Caravela portuguesa «Caravelão»", Área militar
- ↑ "O Salto de qualidade das caravelas", Veja, BR: Abril
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