Imigrante é aquele que imigra, ou seja,aquele que entra em um país estrangeiro, com o objetivo de residir ou trabalhar. O imigrante é visto pela perspectiva do país que o acolhe, é o indivíduo que veio do exterior.
Por exemplo: O Brasil tem recebido um grande número de imigrantes do Haiti, que buscam moradia e emprego.
A expressão “imigrante” é imprópria para fazer referência a movimentos migratórios internos ou inter-regionais, ou seja, aqueles realizados dentro das mesmas fronteiras políticas.
O imigrante para permanecer legalmente dentro do território escolhido, deve seguir as "leis de imigração" estabelecidas em cada país.
Imigração e Emigração
Imigração e emigração são movimentos da população dentro do âmbito internacional. Imigração significa a entrada de indivíduos ou grupos, considerados do ponto de vista do país que os recebe.
O termo imigração se aplica só a pessoas que pretendem fixar residência permanente no país adotivo, participando da vida social.
Emigração é o êxodo de indivíduos ou grupos, considerado do ponto de vista do país de origem. No âmbito sociológico, a emigração consiste no abandono voluntário do seu país de origem, por motivos políticos, econômicos, religiosos etc.
Por exemplo: O grande número de emigrantes saídos do Haiti é consequência da instabilidade política, da economia decadente e do grande terremoto que devastou o país.
Imigrantes no Brasil
O fenômeno da imigração no Brasil começou a ser mais significativo em 1808, com a vinda da família real e a abertura dos portos. Mais tarde, em 1850, o número de imigrantes subiu quando cessou o tráfico de escravos. A maior parte dessa vinda de imigrantes para o país esteve ligada à necessidade de mão de obra para a lavoura cafeeira e foi uma iniciativa do Estado ou de particulares, principalmente de fazendeiros.
Os principais grupos de imigrantes que chegaram ao Brasil, durante esse período, foram os portugueses, italianos, espanhóis, japoneses, alemães, eslavos e sírio-libaneses.
No ano de 1934, a imigração diminuiu drasticamente, principalmente devido à Constituição, que estabeleceu medidas restritivas à vinda de estrangeiros.Considera-se como imigração o movimento de entrada, com ânimo permanente ou temporário e com a intenção de trabalho ou residência, de pessoas ou populações, de um país para outro.
O imigrante nunca deve ser confundido com:
- o nômade, aquele que se desloca entre uma ou mais fronteiras, sem fixar residência;
- o emigrante, aquele que sai de um país com ânimo permanente ou temporário e com a intenção de buscar trabalho e/ou residência em outro país;
- o colono, aquele que se desloca para uma região geralmente pouco povoada de seu país de origem, ou de um território dominado por este país, com o intuito de ali fixar residência e produzir economicamente. Esta colonização também pode se revestir de um caráter político de ocupação, dominação ou exploração de um território por um governo.
- os escravos, banidos, deportados ou exilados, aqueles deslocados de seus países de origem compulsoriamente.
- os refugiados, aqueles deslocados temporariamente em razão de guerras ou catástrofes naturais em seu país de origem.
- os expatriados, aqueles trabalhadores transferidos de empresa transnacional para trabalhar em outro país.
Índice
[esconder]Causas[editar | editar código-fonte]
A imigração em geral ocorre por motivos pessoais ou pela busca de melhores condições de vida e de trabalho por parte dos que imigram, ou ainda para fugir de perseguições ou discriminações por motivos religiosos ou políticos. Foi o principal motivo dos movimentos migratórios ocorridos da Europa e da Ásia para as Américas no século XIX e também no início do século XX (muito embora houvesse também o interesse na entrada de imigrantes, por razões demográficas ou para o "branqueamento" de sua população, por parte dos países de acolhimento). Esse processo também pode ser incentivado por governos de países que queiram aumentar o tamanho e/ou a qualificação de sua população, como ainda fazem, por exemplo, o Canadá e Austrália desde o século XX.
Imigração nos séculos XIX e XX[editar | editar código-fonte]
Imigração da Europa[editar | editar código-fonte]
Durante o século XIX e início do século XX, a situação econômica e política em países da Europa como a Itália, a Alemanha, a Espanha e a Irlanda, e de diversos povos e o domínio dos impérios austro-húngaro, russo e otomano produziu grandes levas de imigrantes. Por outro lado, nações do Novo Mundo com rápida expansão econômica na indústria ou agricultura (Estados Unidos, Brasil, Argentina, Uruguai, Chile) necessitavam aumentar sua mão-de-obra para continuar sua expansão. O resultado foi uma grande imigração europeia para as Américas, principalmente de:
- Italianos, que se estabeleceram principalmente nos Estados Unidos, Brasil, Argentina, Uruguai e Chile.
- Espanhóis, que se radicaram na Argentina, Chile, Brasil e Cuba;
- Portugueses, que se fixaram nos Estados Unidos, Brasil, Canadá e, Venezuela;
- Alemães, que se dirigiram para os Estados Unidos, Brasil, Argentina e Chile;
- Croatas, se dirigiram para Chile, Argentina e Brasil.
- Eslavos, Poloneses, Russos e Ucranianos, que se radicaram nos Estados Unidos, Canadá, Brasil,Argentina e Chile
Alguns desses povos ou grupos eram vítimas de discriminações e perseguições em seus países de origem, como os judeus da Europa Oriental, e os armêniosque viviam no Império Otomano. Nos países de acolhimento muitos encontraram tolerância, liberdade religiosa e condições de prosperarem economicamente. Um exemplo foi o pintor expressionista Lasar Segall, judeu de origem russa, que emigrou para o Brasil e tornou-se um dos mais destacados nomes da arte moderna do país.
Do Oriente Médio para as Américas pode-se especialmente destacar a corrente imigratória de povos árabes, principalmente palestinos, sírios e libaneses, que se fixaram no Brasil, Argentina, Chile, Uruguai, Paraguai e outros, incluindo tanto cristãos quanto muçulmanos. Os imigrantes árabes fixaram-se principalmente nas grandes e médias cidades e dedicaram-se em geral ao comércio. Também vieram numerosos contingentes de japoneses, chineses, indianos (estes em geral se fixaram nas colônias inglesas, como a Guiana) e, a partir do século XX, coreanos.
O fluxo da Europa Ocidental para as Américas reduziu-se com o início da Primeira Guerra Mundial, principalmente os oriundos de países como Itália e Alemanha, que se envolveram naquele conflito. Por outro lado, a imigração de povos minoritários dentro dos impérios russo e otomano, tais como os poloneses e ucranianos no primeiro e os armênios no segundo, cresceu.
Imigração asiática[editar | editar código-fonte]
Para o Brasil, uma expressiva imigração japonesa iniciou-se a partir de 1908, quando aportou no país o navio Kasato Maru trazendo as primeiras famílias, e seguiu até o governo de Getúlio Vargas, que criou cotas de imigração de acordo com o país de origem. O fluxo de japoneses se estancou com o início da Segunda Guerra Mundial e foi retomado no pós-guerra, mas em escala menor. Os chineses de Taiwan seguiram a rota da emigração japonesa para o Brasil a partir dos anos 60. Após a Guerra da Coreia começaram a chegar ao Brasil os primeiros imigrantes coreanos e, mais recentemente, com crescimento após os anos 80,chineses do continente.
A Europa já foi um continente mais aberto às imigrações, principalmente em momentos dos pós-guerra, que serviram como uma maneira de haver uma “reposição” de pessoas e também servir como mão-de-obrabarata para sua reconstrução.
Hoje, esta abertura não está mais liberada assim como era e certos países, como os Países Baixos, França, Alemanha e Reino Unido já estão criando leis para dificultarem a entrada de imigrantes que não provenham de países da União Europeia.
Essas políticas são postas em prática, tanto por governos da extrema direita, mas também, mais recentemente, a esquerda também vem cedendo a pressões dos eleitores.
O controle está sendo elaborado focando uma maior rigidez no momento que o imigrante chega ao seu destino com relação ao fato dessas pessoas terem ou não qualificação profissional, isto é, como se o imigrante qualificado fosse roubar as vagas nos empregos do próprio país.
Outro fator que é evidenciado é o de pertencentes a certos grupos religiosos, habitantes de países em guerra, países em extrema situação de pobreza ou países com fama de "exportadores de drogas" terem maiores dificuldades em obter vistos de moradia ou trabalho em certos países da Europa, havendo um rigor maior na checagem e controle de desembarque destas pessoas nos chamados países de primeiro mundo.
Por outro lado, países como Alemanha, Países Baixos, Reino Unido e França entre outros, começam a vislumbrar problemas futuros relacionados à falta de trabalhadores, principalmente imigrantes, dada a diminuição da natalidade nesses países. O problema futuro fica na questão da aposentadoria e da falta de futuros trabalhadores que contribuam com os encargos tributários.
Diretiva do retorno[editar | editar código-fonte]
No dia 18 de junho de 2008 o Parlamento Europeu aprovou em Estrasburgo, França, a Diretiva do Retorno, polêmica lei que vai harmonizar as regras dos países europeus para a repatriação de imigrantes ilegais.
O voto favorável da assembleia ocorre duas semanas após um acordo ser alcançado pelos ministro do Interior dos 27 Estados-membros do bloco, encerrando um processo de negociações que se prolongou por anos. A está em vigor desde 2010.
Contrariando as expectativas de votação apertada, o texto foi aprovado por ampla maioria, com 369 votos a favor, 197 contra e 106 abstenções, sem nenhuma emenda.
As bancadas de esquerda do Parlamento Europeu, incluindo os grupos socialista e comunista, haviam apresentado várias emendas ao documento, e bastava que uma fosse reprovada pela maioria dos eurodeputados para que todo o processo de negociação retornasse à estaca zero.
No entanto, os votos do Partido Popular Europeu, a principal força política da assembleia, e dos Liberais determinaram a adoção do texto tal como ele foi apresentado pelo Conselho de Ministros da União Europeia.
Esta foi a primeira vez que o Parlamento Europeu teve poder de co-decisão em matéria de imigração no bloco.
Entre os principais pontos da diretiva está o estabelecimento de um prazo máximo de detenção de imigrantes ilegais, que será de seis meses, ampliáveis a 18 em casos excepcionais.
O prazo de seis meses não vai alterar a legislação dos países que adotam limites menores de detenção, como Portugal, cuja lei da imigração estipula 60 dias como tempo máximo de permanência na prisão.
Contudo, diversas organizações de defesa dos direitos humanos e movimentos políticos de esquerda consideram a lei "desumana", condenando o prazo de detenção de imigrantes ilegais sem culpa formada e a disposição que permite a detenção e a expulsão de menores não acompanhados.[2]
Referências
- ↑ World Population Policies 2007 ONU. Visitado em 15 de agosto de 2008.
- ↑ Fonte: Folha online
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