segunda-feira, 23 de novembro de 2015

DOR

Dor é uma sensação desagradável, que varia desde desconforto leve a excruciante, associada a um processo destrutivo atual ou potencial dos tecidos que se expressa através de uma reação orgânica e/ou emocional.

Iniciação da Dor[editar | editar código-fonte]

A dor é mais que uma resposta resultante da integração central de impulsos dos nervos periféricos, ativados por estímulos locais. De fato a dor é uma experiência sensorial e emocional desagradável associada a uma lesão real ou potencial, ou descrita em termos de tal (definição da Associação Internacional para o Estudo da Dor - IASP). Distinguem-se basicamente duas categorias: A dor nociceptiva e a dor neuropática.
Na dor nociceptiva há três tipos de estímulos que podem levar à geração dos potenciais de ação nos axônios desses nervos.
  1. Variações mecânicas ou térmicas que ativam diretamente as terminações nervosas ou receptores.
  2. Fatores químicos libertados na área da terminação nervosa. Estes incluem compostos presentes apenas em células íntegras, e que são libertados para o meio extra-celular aquando de lesões como os íonsPotássioácidos.
  3. Fatores libertados pelas células inflamatórias como a bradicinina, a serotonina, a histamina e as enzimas proteolíticas.

Vias da dor[editar | editar código-fonte]

Vias Nervosas Periféricas da Dor[editar | editar código-fonte]

A via rápida ou do trato neoespinotalâmico é a mais recente evolutivamente. É iniciada por estímulos mecânicos ou térmicos principalmente. Ela utiliza neurônios de axônios rápidos (isto é de grande diâmetro), as fibras A-delta (12-30 metros por segundo). Esta é a via que produz a sensação da dor aguda e bem localizada. O seu neurônio ocupa a lâmina I da Medula Espinhal e cruza imediatamente para o lado contrário. Aí ascende na substância branca na região antero-lateral até fazer sinapse principalmente no Tálamo (núcleos póstero-lateral-ventrais), mas também na formação reticular.
A via lenta ou do tracto paleoespinotalâmico é a mais primitiva em termos evolutivos. É iniciada pelos fatores químicos. Ela utiliza axônios lentos de diâmetro reduzido e velocidades de condução de apenas 0,5 a 2 m/s. Esta via produz dor mal localizada pelo indivíduo e contínua. O seu neurônio ocupa a lâmina V da Medula Espinhal e ascende depois de cruzar para o lado oposto no tracto antero-lateral, às vezes não cruzando. Fazem sinapse na formação reticular, no colículo superior e na substância cinzenta periaqueductal.
Se por exemplo um indivíduo sofrer um golpe, a sensação de dor imediata é a rápida, devido às forças mecânicas que estiram o tecido conjuntivo onde se localizam receptores de dor. Esta dor dura apenas um tempo muito limitado. Mas à medida que o tecido morre e extravasa o conteúdo celular com diversas substâncias, e chegam à região danificada as células inflamatórias, a dor que permanece é a dor lenta. o feto começa a sentir dor a partir da 28° semana.

Vias Nervosas centrais[editar | editar código-fonte]

As sensações corporais, táteis, térmicas e dolorosas convergem para o tálamo, que funciona como um rede de interpretação sensitiva, em alguns de seus núcleos, alguns dos quais emitem projeções ao córtex cerebral, a partir do qual é possível a consciência da sensação dolorosa ou seja, este é o momento neural após o qual a dor pode ser percebida. A dor mais significativa do ponto de vista terapêutico é quase sempre aquela que é produzida pela via lenta. A via rápida produz apenas sensações de dor localizada e de duração relativamente curta que permitem ao organismo afastar-se do agente nociceptivo, mas geralmente não é causa de síndromes em que a dor seja a principal preocupação terapêutica. A dor crônica tem origem quando os impulsos recebidos pela via lenta são integrados na Formação Reticular dotronco cerebral e no Tálamo. Já a este nível há percepção consciente vaga da dor, como demonstrado em animais a quem foi retirado o córtex.
O Tálamo envia os impulsos para o Córtex somatosensor e para o Giro Cingulado. No córtex cingulado é processada a qualidade emocional ou afetiva da dor (sistema límbico), enviando impulsos de volta para o córtex somatosensor. É aí que se originam qualidades mais precisas, como tipo de dor, localização e ansiedade emocional.
A dor tem um efeito de estimulação da maioria dos circuitos neuronais. Estes efeitos são devidos à ativação de circuitos a nível dos núcleos intralaminares do Tálamo e das formações reticulares pelos axônios de tipo C (lentos) que aí terminam. A ativação por estas fibras das formações reticulares leva à ativação em spray do córtex cerebral, e principalmente do lobo pré-central, já que a formação reticular também é responsável pela regulação do estado de vigília. Esta estimulação traduz-se num maior estado de alerta e excitabilidade do doente que sofre de dor, principalmente se esta é aguda.

Sistemas Analgésicos[editar | editar código-fonte]

A intensidade com que pessoas diferentes sentem e reagem a situações semelhantes causadoras de dor é bastante variada. Esta variação deve-se não tanto a uma ativação diferente das vias da dor mas a uma facilidade diferente nos indivíduos na ativação das vias analgésicas naturais. A via analgésica principal tem 4 componentes principais de modulação para a percepção da dor, no ser humano:
  1. As áreas cinzentas periaquedutais e periventriculares do Mesencefalo e Ponte superior, em volta do aqueducto de Sylvius enviam axônios que secretam encefalinas, que são opióides naturais (atuam no receptor dos opióides).
  2. Núcleos Magno da Rafe e Reticular Gigantocelular, localizados na ponte inferior e medula superior, recebem os axônios das áreas periaquedutais, e enviam os seus para as colunas dorsolaterais da medula espinhal, onde liberam serotonina.
  3. Núcleos de interneurônios na medula espinhal dorsal, localizados na substância gelatinosa, inibem a criação de potenciais de ação ao liberar encefalinas e endorfinas na sinapse local com os neurônios aferentes da dor.
analgesia produzida por esta via, que é total, dura de alguns minutos a horas. A inibição do sinal dá-se principalmente a nível do segmento da medula espinhal correspondente à origem da dor, mas também a outros níveis como nos próprios núcleos reticulares e talâmicos.
Julga-se que este sistema permite uma regulação em feedback do nível da dor. A excitação excessiva da via da dor induz um aumento dos sinais analgésicos a nível talâmico reduzindo a intensidade percebida da dor. Outras áreas do cérebro, como as do sistema límbico, que faz o controle emocional, também estão envolvidas em estimular ou inibir as vias analgésicas naturais. Os núcleos paraventriculares do hipotálamoestimulam as áreas periaquedutais através da liberação de β-endorfinas (opióides naturais). Assim uma mesma lesão tecidual pode causar muito mais dor se for de causa desconhecida ou considerada pelo indivíduo como significativa, do que se for de causa conhecida ou tida por pouco perigosa.
Além desta via específica para determinados segmentos espinhais, a hipófise produz também beta-endorfinas, que são liberadas para o sangue e para todo o cérebro, e podem ter importância na diminuição das sensações dolorosas em indivíduos com síndromes sistêmicas.

Sistema da Teoria das Comportas[editar | editar código-fonte]

É outro mecanismo analgésico, proposto por Melzack & Wall (1965), de importância local. A estimulação de grande número de fibras aferentes Aβ após estímulos táteis no mesmo segmento ativa interneurôniosprodutores de encefalinas, que inibem as fibras C da dor.
Virtualmente todas as pessoas conhecem e fazem uso do mecanismo contemplado pela teoria das comportas, mesmo que de maneira inconsiente. Quem nunca instintivamente massageou um local onde, em virtude de uma pancada, estava sentindo dor? A massagem estimula as fibras aferentes Aβ, que por sua vez levam a uma analgesia no local dolorido.

Subjectividade da Dor[editar | editar código-fonte]

A dor é sempre subjetiva. Cada indivíduo apreende a aplicação da palavra através de experiências relacionadas com lesões nos primeiros anos de vida. Os biologistas sabem que os estímulos causadores de dor são capazes de lesão tecidual. Assim, a dor é aquela experiência que associamos com lesão tecidual real ou potencial.
Sem dúvida é uma sensação em uma ou mais partes do organismo mas sempre é desagradável, e portanto representa uma experiência emocional. Experiências que se assemelham com a dor, por exemplo: picadas de insetos, mas que não são desagradáveis, não devem ser rotuladas de dor. Experiências anormais desagradáveis (diestesias) também podem ser dolorosas, porém não o são necessariamente porque subjetivamente podem não apresentar as qualidades sensitivas usuais da dor.
Muitas pessoas relatam dor na ausência de lesão tecidual ou de qualquer outra causa fisiopatológica provável: geralmente isto acontece por motivos psicológicos. É impossível distinguir a sua experiência da que é devido à lesão tecidual se aceitarmos o relato subjetivo.
Caso encarem sua experiência como dor e a relatem da mesma forma que a dor causada por lesão tecidual, ela deve ser aceita como dor. Esta definição evita ligar a dor ao estímulo. A atividade provocada no nociceptor e nas vias nociceptivas por um estímulo não é dor. Esta sempre representa um estado psicológico, muito embora saibamos que a dor na maioria das vezes apresenta uma causa física imediata.
A abordagem que se faz da dor, atualmente, é que ela é um fenômeno ‘biopsicossocial’ que resulta de uma combinação de fatores biológicos, psicológicos, comportamentais, sociais e culturais e não uma entidade dicotômica.

Tipos de dor[editar | editar código-fonte]

A dor pode ser classificada pela duração em[1] :
  • Dor aguda: Aparece repentinamente em resposta a uma lesão e diminui com em minutos ou horas.
  • Dor crônica: Associado a doenças crônicas, como osteoartrite ou fibromialgia, pode durar dias, meses, anos ou o resto da vida e é resistente a tratamento. Pode ser ocasionada por lesão do sistema nervoso.
  • Dor irruptiva (do inglês breakthrough pain): Durante o tratamento de uma dor crônica, aparece subitamente dor aguda de forma intensa, desconhecida e incapacitante, apesar do tratamento analgésico usual e é muito resistente a tratamento. Ocorre em 70% das dores crônicas. Frequentemente associada ao câncer.[2]

Resistência a dor[editar | editar código-fonte]

A respeito da terminologia referente à dor, pode-se esclarecer os seguintes aspectos:
limiar de dor fisiológico, estável de um indivíduo para o outro, pode ser definido como o ponto ou momento em que um dado estímulo é reconhecido como doloroso. Quando se usa calor como fator de estimulação, o limiar doloroso situa-se em torno dos 44°, não só para o homem como também para diferentes mamíferos (símios, ratos).
Limiar de tolerância é o ponto em que o estímulo alcança tal intensidade que não mais pode ser aceitavelmente tolerado e, na mesma experiência, alcança os 48°. Difere do fisiológico porque varia conforme o indivíduo, em diferentes ocasiões, e é influenciado por fatores culturais e psicológicos.
Resistência à dor seria a diferença entre os dois liminares. Expressa a amplitude de uma estimulação dolorosa à qual o indivíduo pode aceitavelmente resistir. É também modificada por traços culturais e emocionais, e ao sistema límbico cabe a modulação da resposta comportamental à dor.
Para efeito de classificação médica a dor é dividida em duas categorias: as agudas, que têm duração limitadas e causas geralmente conhecidas, e as crônicas, que duram mais de três meses e têm causa desconhecida ou mal definida. Esta última categoria de dor aparece quando o mecanismo de dor não funciona adequadamente ou doenças associadas a ele tornam-se crônicas.

Significado Evolutivo[editar | editar código-fonte]

A dor é uma qualidade sensorial fundamental que alerta os indivíduos para a ocorrência de lesões teciduais, permitindo que mecanismos de defesa ou fuga sejam adotados. Embora possa parecer estranho, a dor é um efeito extremamente necessário. É o sinal de alarme de que algum dano ou lesão está ocorrendo.
Por exemplo em certas doenças como a hanseníase podem ocorrer lesões nas terminações nervosas, tais, que a dor deixa de ser percebida. Isto faz com que com o passar do tempo ocorram lesões que podem vir a desfigurar o portador. Como o doente não sente dor, acontece por exemplo de cortar um dedo com a faca sem o perceber. Ou, em lugares onde as condições de vida são muito precárias (como nos tempos antigos eram os lugares onde os doentes eram confinados) ter-se uma parte do corpo comida por ratos.
É no fundo um estado de consciência com um tom afetivo de desagrado, às vezes muito elevado, acompanhado de reações que tendem a remover ou evadir as causas que a provocam. Ela é produzida por alterações na normalidade estrutural e funcional de alguma parte do organismo.

História[editar | editar código-fonte]

Bulbo da papoila do ópio
As civilizações antigas escreveram em placas de pedra os primeiros relatos de dor e o tratamento utilizado: pressão, águacalor e sol. O homem primitivo relacionava dor ao mal, magia e demônios. O alívio da dor era responsabilidade de feiticeiros, shamans e sacerdotes, que utilizavam ervas, rituais e cerimônias no manejo.
Os gregos e romanos foram os primeiros a teorizar sensação e a ideia de que o cérebro e o sistema nervoso tivessem um papel na produção e percepção da dor. Aristótelesfoi quem estabeleceu sua ligação com o sistema nervoso central.
Apenas durante o Renascimento, entre 1400 e 1500 que foram encontradas evidências para esta teoria. Leonardo Da Vinci e seus contemporâneos acreditavam que o cérebro era o órgão responsável pela sensação. Da Vinci também acreditava que era a medula espinhal que transmitia sensações ao cérebro.
Nos séculos XVII e XVIII, o estudo do corpo e das sensações continuou a ser uma fonte de descobrimento para os filósofos. Em 1664 o filósofo francês René Descartesdescreveu o que hoje é conhecido como a via da dor. Descartes ilustrou como estímulos como fogo, em contato com o , viajam até o cérebro e comparou a sensação de dor com o soar de um sino.
No século 19 iniciaram-se os avanços científicos para terapia da dor. Médicos descobriram que ópiomorfinacodeína e cocaína poderiam ser utilizados no tratamento do quadro. Essas drogas levaram ao desenvolvimento da aspirina, até hoje o analgésico mais comumente utilizado. No mesmo século, com o desenvolvimento da seringa hipodérmica a anestesia geral e local foram aperfeiçoadas e aplicadas durante cirurgias.

Avaliação da Dor[editar | editar código-fonte]

A dor deve ser quantificada para um melhor tratamento, para tal existem vários instrumentos de avaliação sendo que os mais usuais são:
  1. Escala Visual Analógica (EVA) varia de 1 a 10
  2. Escala Numérica
  3. Escala Qualitativa
  4. Escala de Faces
Estes instrumentos de avaliação são unidimensionais, permitindo quantificar apenas a intensidade da dor. Os mecanismos ideais de avaliação são multidimensionais, levando em conta a intensidade, localização e o sofrimento ocasionado pela experiência dolorosa. Um exemplo de método multidimensional para avaliação da dor é o questionário McGill, proposto por Melzack. Hoje em dia e cada vez mais nos locais onde se prestam cuidados de saúde se pretende quantificar a dor de modo a sua eliminação tornando assim maior a qualidade de vida dos utentes..

Ver também[editar | editar código-fonte]

Bibliografia[editar | editar código-fonte]

  • Bonica JJ. The management of pain. Philadelphia: Lea & Febiger, 1953:1533.
  • Turk DC, Melzack R, eds. Handbook of pain assessment. New York: The Guilford Press, 1992:491.
  • Ohnhaus EE, Adler R. Methodological problems in the measurement of pain: a comparison between the Verbal Rating Scale and the Visual Analogue Scale. Pain 1975;1:379–384.
  • Gropen C, Sobral DC, Tosi DDT. Dor em Pacientes com Sequela de AVC. In: Gropen C, Khan P, eds. ACIDENTE VASCULAR CEREBRAL. As Bases Clínicas do Diagnóstico Neurofuncional e Tratamento de Reabilitação. Brasília: Medbook Press, 2008.
  • Melzack R. The McGill Pain Questionnaire: major properties and scoring methods. Pain 1975;1:277–299.
  • Chapman CR, Casey KL, Dubner R, et al. Pain measurement: an overview. Pain 1985;22:1–31.

Ligações externas[editar | editar código-fonte]

  • Ir para cima http://www.webmd.com/pain-management/guide/pain-types-and-classifications
  • Ir para cima http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S1806-00132011000200014&script=sci_arttextDor é uma experiência sensorial ou emocional desagradável que ocorre em diferentes graus de intensidade – do desconforto leve à agonia –, podendo resultar da estimulação do nervo em decorrência de lesão, doença ou distúrbio emocional.
    É uma experiência complexa que envolve o estímulo de algo nocivo e as respostas fisiológicas e emocionais a um evento.
    Em casos de dores fisiológicas, a percepção ocorre graças à nocicepção: terminações nervosas independentes dos neurônios localizadas fora da coluna espinhal, no gânglio de raiz dorsal, são estimuladas mecânica, elétrica, térmica e quimicamente, transmitindo seus sinais por fibras nervosas até os neurônios sensoriais da medula.
    Este processo libera glutamato, um neurotransmissor responsável por enviar a informação de neurônio a neurônio até o tálamo. Lá, a mensagem é distribuída ao cérebro, onde ocorre o reconhecimento consciente da dor.
    A percepção da dor pode variar não somente de uma pessoa para outra, mas também de acordo com a cultura, sendo transformada por muitos fatores. Portanto, é uma resposta subjetiva: cada indivíduo aprende a sensação por meio de experiências relacionadas com lesões no início da vida.

    Tipos

    Dizemos que a dor é localizada quando se restringe a uma região específica do corpo, como em um corte no dedo. A dor pode também ser difusa, como nos casos da fibromialgia.
    dor aguda se manifesta transitoriamente por um período curto e na maioria das vezes com causas facilmente identificáveis. Funciona como um alerta do corpo para lesões em tecidos, inflamações ou doenças, centralizada primeiro e depois capaz de se tornar difusa. Clinicamente, uma dor crônica é aquela que excede seis meses, sendo constante e intermitente. Quase sempre está associada a um processo de doença crônica.
    Quando ocorre uma lesão na pele, receptores sensoriais (terminações nervosas) que enviam sinais que causam a percepção da dor são ativados nos tecidos cutâneos inferiores. São as dores cutâneas, localizadas e de curta duração, como queimaduras de primeiro grau e cortes superficiais.
    Uma dor somática tem origem nos ligamentos, ossos, tendões, vasos sanguíneos e nervos. Poucos receptores de dor nestas regiões produzem uma sensação maçante, mal localizada e de maior duração. É a dor que uma pessoa sente quando quebra o braço ou torce o tornozelo, por exemplo.
    dor visceral se origina dentro dos órgãos e cavidades internas do corpo. Com menos receptores sensoriais ainda nestas áreas, produz uma sensação dolorida e de maior duração do que a dor somática, muito difícil de localizar – sendo muitas vezes associada a partes do corpo totalmente diferentes do local da lesão pelo paciente. O ataque cardíaco é um bom exemplo, podendo primeiramente causar dor no ombro, estômago, braço e na mão.

    Curiosidades

    Patos, em grego, significa sofrimento. É a raiz de patologia, estudo das mudanças estruturais do corpo causadas por doenças. Muitas pessoas relatam dor na ausência de lesão ou de qualquer causa fisiopatológica provável – normalmente por motivos psicológicos. Por este motivo, a definição de dor não se subordina necessariamente ao estímulo. A dor do membro fantasma, por exemplo, é uma sensação universalmente relatada por pessoas com membros amputados. Nestes casos a dor é associada ao membro ausente.
    A dor neuropática (nevralgia) pode ocorrer como resultado de um ferimento ou doença do tecido nervoso propriamente dito. Essa sensação pode afetar a capacidade dos nervos sensoriais de transmitir informações corretas para o tálamo, causando uma interpretação errada dos estímulos dolorosos.
    O cérebro não é capaz de sentir dor. Assim, a dor de cabeça não é uma dor no cérebro. Uma explicação para esta ausência de receptores seria a necessidade de proteção de um órgão extremamente vital ao organismo, que poderia elevar o risco de morte caso também estivesse envolvido na sensação de dor.
    Analgésicos, medicamentos para aliviar ou parar a dor bloqueiam os sinais de dor antes deles chegarem ao sistema nervoso central, como a benzocaína, ou pela interferência na forma como o cérebro interpreta os estímulos, como é o caso da acupuntura – ela  “desativa” áreas cerebrais associadas à interpretação da dor.

    Principais doenças relacionadas

    Embora algumas doenças se manifestem de forma assintomática e sem causar dores, como é o caso de alguns tipos de câncer primários, a maioria é percebida de forma bastante dolorosa:A dor nas costas é um sintoma que está entre as queixas mais comuns do dia a dia da população. Estima-se que todas as pessoas terão pelo menos um episódio de dor nas costas na vida. Esta dor pode ser leve ou intensa, rápida ou constante. Existem várias causas, fatores de risco e formas de prevenção para a dor nas costas. A dor nas costas pode originar na coluna vertebral, músculos, nervos ou a partir de outras estruturas na região. Ela também pode ter origem em outros órgãos e se irradiar para as costas, como: cólica renal ou ovariana, infecções,infarto do miocárdio e outros problemas.

    Causas

    Entre as principais causas de dor nas costas estão:
    Muitos distúrbios intra-abdominais também podem causar dor irradiada nas costas, entre eles:

     diagnóstico e exames

    Buscando ajuda médica

    É importante procurar ajuda médica para descobrir a causa da dor e seguir com o tratamento indicado pelo médico. Ao chegar à consulta, o médico fará uma série de perguntas sobre a área das costas que está doendo, seus hábitos alimentares, as atividades físicas que pratica, além de pedir informações sobre o seu trabalho e ritmo de sono.

    Na consulta médica

    Dentre os especialistas que você pode consultar para encontrar a razão da sua dor nas costas estão:
    Durante a consulta, você deve responder perguntas de seu médico sobre a sua dor nas costas, incluindo a frequência da dor, localização e intensidade. Entre as perguntas que seu médico pode fazer na consulta para descobrir a causa da sua dor nas costas, estão:
    • Ortopedista
    • Reumatologista
    • Clínico geral
    O médico provavelmente fará uma série de perguntas para descobrir a causa da sua dor nas costas, tais como:
    • A sua dor é de apenas um lado ou ambos os lados?
    • Como é a dor que está sentido? É cortante, latejante, ela queima?
    • Esta é a primeira vez que teve dor nas costas?
    • Quando a dor começou? Ela começou de repente?
    • Você sofreu algum acidente recentemente?
    • O que você estava fazendo antes de iniciar a dor? Você estava levantando pesos? Estava sentado ou dirigindo?
    • Se você já teve dor nas costas antes, essa dor é semelhante ou diferente?
    • Você sabe a causa de episódios anteriores de dor nas costas?
    • Quanto tempo cada episódio de dor nas costas costuma durar?
    • Você sente a dor em qualquer lugar que não seja no quadril, coxa, perna ou pé?
    • Você tem alguma dormência ou formigamento?
    • Há qualquer fraqueza ou perda de função em sua perna ou em outro lugar?
    • O que piora a dor? Elevação, torção, em pé ou sentado por longos períodos de tempo?
    • O que faz você se sentir melhor?
    • Existem outros sintomas presentes? Perda de peso? Febre? Dificuldade de urinar? Mudança nos hábitos intestinais?

    Diagnóstico de Dor nas costas

    Durante o exame físico, o seu médico irá tentar identificar a localização da dor e descobrir como isso afeta o seu movimento. Ele pode solicitar que você sente, levante ou caminhe. O seu médico pode pedir para você tentar andar na ponta dos pés e, em seguida, sobre os calcanhares. Também vai pedir para você levantar as pernas para cima, enquanto está deitado. Se a dor é pior quando você faz isso, você pode ter dor ciática, especialmente se você também sentir dormência ou formigamento em uma de suas pernas.
    Seu médico também vai mover suas pernas em diferentes posições, incluindo dobrar e esticar os joelhos. Ao mesmo tempo, o médico está avaliando sua força, bem como a sua capacidade de se mover.
    Para testar a função do nervo, o médico irá usar um equipamento para verificar os seus reflexos. Também irá tocar suas pernas em muitos locais, com um pino, haste flexível (cotonete) ou outros objetos para testar o seu sistema nervoso sensorial. O seu médico irá perguntar se há áreas onde a sensação do pino, algodão, ou de penas incomoda.
    O seu médico provavelmente não irá pedir todos os exames durante a primeira consulta. No entanto, se você tiver algum dos sintomas ou circunstâncias abaixo, ele pode pedir exames de imagem mesmo nesta primeira consulta:
    • Dor que já dura mais de um mês
    • Tontura
    • Fraqueza muscular
    • Acidente ou lesão
    • Febre
    • Se você tiver mais de 65 anos
    • Se você já teve câncer ou têm um forte histórico familiar de câncer
    • Perda de peso não intencional
    Nestes casos, o médico está à procura de um tumor, infecção, fratura ou desordem nervosa grave. Os sintomas acima são indícios de que uma destas condições podem estar presentes.

     tratamento e cuidados

    Tratamento de Dor nas costas

    O tratamento para dor nas costas vai depender da causa desse problema e só poderá ser iniciado após o diagnóstico.

    Medicamentos para Dor nas costas

    Uma dor nas costas pode ter diversas causas, de modo que o tratamento varia de acordo com o diagnóstico estabelecido pelo médico. Por isso, somente um especialista capacitado pode dizer qual o medicamento mais indicado para o seu caso, bem como a dosagem correta e a duração do tratamento.
    Siga sempre à risca as orientações do seu médico e NUNCA se automedique. Não interrompa o uso do medicamento sem consultar um médico antes e, se tomá-lo mais de uma vez ou em quantidades muito maiores do que a prescrita, siga as instruções na bula.

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