Metáfora é uma figura de linguagem onde se usa uma palavra ou uma expressão em um sentido que não é muito comum, revelando umarelação de semelhança entre dois termos.
Metáfora é um termo que no latim, "meta" significa “algo” e “phora” significa "sem sentido". Esta palavra foi trazida do grego onde metaphorá significa "mudança" e "transposição".
Metáfora é a comparação de palavras em que um termo substitui outro. É uma comparação abreviada em que o verbo não está expresso, mas subentendido. Por exemplo, dizer "o meu amigo é um um touro, levou o móvel pesado sozinho". Obviamente que ele não é um touro nem se parece fisicamente com o animal, mas está tão forte que faz lembrar um touro. Neste exemplo, existe a comparação da força do animal e do indivíduo.
Esta figura de linguagem corresponde na substituição de um termo por outro através de uma relação de analogia. É importante referir que para que a analogia possa ocorrer, devem existir elementos semânticos semelhantes entre os dois termos em questão.
Descubra mais sobre o significados de analogia.
A metáfora é uma ferramenta linguística muito utilizada no dia-a-dia, sendo importantíssima na comunicação humana. Seriamente praticamente impossível falar e pensar sem recorrer à metáfora. Uma pesquisa recente demonstra que durante uma conversa o ser humano usa em média 4 metáforas por minuto. Muitas vezes as pessoas não querem ou não conseguem expressar o que realmente sentem. Então falam frases por metáforas onde seu significado fica subentendido.
Exemplos de metáforas
- Eu estou sempre dando murro em ponta de faca.
- Eu carrego o mundo nos meus ombros.
- Os jogadores já estão preparados e estão neste lindo tapete verde.
Metáfora do Iceberg
A Metáfora do Iceberg consiste no facto que muitas vezes a parte visível de um iceberg desde a superfície é muito pequena quando comparada com a parte do iceberg que está submersa. Esta metáfora tem sido muito usada para explicar vários fenômenos sociais. A metáfora do iceberg é frequentemente usada para descrever a mente humana, em que a parte que fica à superfície é a parte consciente e a maior, a submersa, é a parte relativa ao subconsciente.
Esta metáfora pretende fazer com que as pessoas entendam que muitas vezes há muito mais verdade além do que os nossos olhos conseguem ver. Através dela também podemos aprender que há muita coisa além do superficial e que muitas vezes tem mais valor do que o que está à superfície e é visível para todos.
Metáfora da Vida Cotidiana
Metáfora da Vida Cotidiana (em inglês: Metaphors We Live By) é um livro da autoria de George Lakoff e Mark Johnson.
Esta obra causou um grande impacto no mundo acadêmico e segundo Kanavillil Rajagopalan, já conquistou o lugar de "clássico". George Lakoff e Mark Johnson abordam a metáfora e o seu impacto no ser humano, e com este livro desafiam a forma de pensar que vê a metáfora como um simples enfeite do pensamento. De acordo com os autores, o próprio pensamento e desenvolvimento cognitivo do ser humano está estruturado graças à metáfora, pois elas estão ligadas à forma como vemos e apreendemos o mundo externo.
No livro Metáforas da Vida Cotidiana, os autores afirmam: “A essência da metáfora é a compreensão e a experiência de uma coisa em termos de outra”.Metáfora é uma figura de linguagem que produz sentidos figurados por meio de comparações implícitas. Ela pode dar um duplo sentido a frase. Com a ausência de uma conjunção comparativa. Também é umrecurso expressivo.
Amor é fogo que arde sem se ver. |
Vi sorrir o amor que tu me deste. |
O termo fogo mantém seu sentido próprio - desenvolvimento simultâneo de calor e luz, que é produto da combustão de matérias inflamáveis, como, por exemplo, o carvão - e possui sentidos figurados - fervor, paixão, excitação, sofrimento etc.
Didaticamente, pode-se considerá-la uma comparação que não usa conectivo (por exemplo, "como"), mas que apresenta de forma literal uma equivalência que é apenas figurada.
Meu coração é um balde despejado. |
Índice
[esconder]Etimologia[editar | editar código-fonte]
Metáfora deriva do grego μεταφορά, "transferência, transporte para outro lugar" [1] [2] , composto de μετά (meta),"entre"[3] e φέρω (pherō), "carregar"[4] . Em seu sentido literal, o verbo grego metaphorein seria traduzido pelo verbo latino transferire[1] .
Relação com outras figuras de linguagem[editar | editar código-fonte]
Enquanto a metáfora trabalha com os traços semânticos comuns entre duas ideias, a metonímia funciona com a relação de contiguidade entre elas.
Pedindo auxílio à teoria dos conjuntos, como fez Othon Moacyr Garcia em seu clássico "Comunicação em Prosa Moderna", percebe-se que os traços de significados das duas ideias comparadas entram emintersecção na metáfora.
Por exemplo (subjetivo): um gato é um quadrúpede, mamífero, felino, que mia e é considerado sensual. Um moço é bípede, mamífero, humano, fala e pode ser sensual. Ao compararmos os dois com a metáfora "Esse moço é um gato", o traço de significado que provavelmente estaremos colocando em intersecção é apenas o traço sensual
Já na metonímia, as duas ideias não se superpõem como na metáfora, mas estão relacionadas por proximidade.
Por exemplo, as expressões: 1- "sem-teto", 2- "Tomou o copo todo", 3- "Adoro ler Veríssimo" são metonímias, respectivamente, porque:
1- O termo teto está em relação de contiguidade com o resto da habitação. É uma das suas partes, e na expressão substitui o todo "habitação". (Um sem-teto geralmente também não tem o restante da habitação - a porta, as janelas, as paredes, o chão.)
2- O termo copo normalmente contém alguma bebida e é usado no lugar da bebida que contém. (Ninguém consegue beber o copo)
3- O termo Veríssimo é usado no lugar dos livros e crônicas do autor. (A pessoa gosta dos textos do autor; é impossível ler uma pessoa).
Diferente da metonímia, outras figuras de linguagens como a personificação e a hipérbole mantêm com a metáfora uma relação de união semântica, não podendo assim ser totalmente dissociada uma da outra. É como se tais figuras fossem “metáforas especiais”. Se observarmos a frase: “ Neste dia ensolarado, o mar me convida ao seu encontro e as ondas querem me abraçar”, temos a metáfora na comparação sem o conectivo: O dia está tão lindo e o mar tão bom que é “como se” ele me convidasse para o mergulho e ondas estão tão movimentadas que “parecem” querer me abraçar. Existe também, de forma simultânea, a personificação, uma vez que “convidar” e “abraçar” são ações próprias de pessoas e não de seres inanimados como o mar ou as ondas.
O mesmo ocorre com a metáfora e a hipérbole. Vejamos essa outra frase: “Chorei um rio de lágrimas”. A metáfora está na comparação sem o conectivo: O choro era tão intenso e as lágrimas tantas que era “como se fossem iguais” às águas de um rio. Isso também forma, de maneira simultânea, a hipérbole, ora, não se pode alguém chorar um rio de lágrimas, por essa ser uma quantidade de lágrimas impossível de alguém produzir por lacrimação. Registra-se aí, nitidamente, o modo exagerado de se expressar.
É importante observar, entretanto, que nem sempre a metáfora será uma personificação ou hipérbole(“A minha pequena é uma flor” entenda-se aí uma "metáfora pura": ela tão delicada, bonita, cheirosa “quanto uma flor é”), mas muito frequentemente o contrário se confirma: a personificação ou hipérbole serão também metáforas. Assim como também outras figuras de linguagem consideradas semânticas como acatacrese e a sinestesia. Outros exemplos:
“O fogo dançava com a chuva” ( Metáfora = personificação)
“ A lua roubara todo o seu brilho, naquela noite” (Metáfora = personificação)
“ Eles morreram de rir com a peça”. (Metáfora = hipérbole)
“ Choveu mais de meia hora sem parar, foi um dilúvio!” (Metáfora = hipérbole)
Exemplos de metáfora[editar | editar código-fonte]
- "Sou um cachorro sem sentimentos"
- "Seus olhos são dois oceanos"
- "Cada fruto desta árvore é um pingo de ouro"
- "Meu pensamento é um rio subterrâneo" (Fernando Pessoa)
- "Fulano é um gato"
- "Essa menina é uma flor"
- "Essa menina é um filé"
- "Essa comida está muito massa"
- "É um ato de falta de grandeza desprezar o desejado pássaro depois que ele pousa em suas mãos" (Giuliano Fratin)
- "Em sua sincera dissimulação ele usou uma máscara feita com o molde de seu próprio rosto" (Giuliano Fratin)
- "Os Lenhadores da Ilusão jamais obterão êxito na floresta da minha verdade" (Giuliano Fratin)
- "Jamais deveriam ser asfaltados os bosques e campos floridos de um ingênuo coração" (Giuliano Fratin)
Referências
- ↑ ab Bagno, Marcos. Gramática de Bolso do Português Brasileiro. São Paulo: Parábola, 2013. p. 165.
- ↑ μεταφορά Henry George Liddell, Robert Scott, A Greek-English Lexicon, on Perseus. Visitado em 2013-06-15.
- ↑ μετά Henry George Liddell, Robert Scott, A Greek-English Lexicon, on Perseus. Visitado em 2013-06-15.
- ↑ φέρω Henry George Liddell, Robert Scott, A Greek-English Lexicon, on Perseus. Visitado em 2013-06-15.
Fontes[editar | editar código-fonte]
- FIGUEIREDO, Olívia e FIGUEIREDO, Eunice Barbieri (2003). Dicionário Prático para o estudo do Português. Porto: Edições ASA
- Fratin, Giuliano. Um Pedaço do Universo e Outros Trabalhos. (2008)
- HARASIM, Linda e CALVERT, Tom e GROENEBOER, Chris. Virtual – U: A web-based system to support collaborative learning. Web Teaching – A guide to designing Interactive Teaching for the World Wide Web, David W., Brooks, Plenum Press, New York and London , 1997.
- LAKOFF, George e Johnson, Mark (1980) Metaphors we live by. Chicago: University of Chicago Press
- LAUSBERG, Heinrich (1967) Elementos de retórica literária. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian 5.ª edição
- PERELMAN, Chaïm (1987) "Analogia e Metáfora", pp 207–217 In ROMANO, Ruggiero Enciclopédia Einaudi vol. 11 - Oral/Escrito e Argumentação. Lisboa: IN-CM
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