sexta-feira, 6 de novembro de 2015

SOLUÇO

Vamos primeiro entender o que é o soluço. É uma contração involuntária, intermitente e espasmódica do diafragma e dos músculos intercostais. Esta contração dá origem a uma inspiração súbita e termina com o fechamento abrupto da glote, o que gera o som de "hic" característico. Na maioria das vezes é inofensivo, possui uma frequência média de quatro por minuto e desaparece espontaneamente em alguns minutos.
Segundo o médico-cirurgião do Einstein, Dr. Sidney Klajner, o mecanismo que causa soluço ainda é desconhecido e envolve as vias neurológicas que formam um arco reflexo. Essas vias abrangem nervos como o frênico (diafragma), o vago (responsável pela inervação de grande parte das funções digestivas) e conexões no sistema nervoso central. Não se sabe se há algum papel fisiológico para o soluço. No útero, acredita-se que soluço no feto tem a ver com exercícios respiratórios, antes do nascimento.
O soluço pode ser dividido em três categorias baseadas em sua duração:
  • os episódicos, que podem ser causados pela hiperdistensão gástrica ("comer demais"), pela ingestão de bebidas gasosas e aerofagia (mascar chicletes, tabagismo) e insuflação do estômago durante endoscopia.
  • os persistentes e os intratáveis, que podem levar a efeitos adversos com desfechos graves como desnutrição, perda de peso, insônia, fadiga, estresse mental e prejuízo da qualidade de vida.
"Pouco se sabe sobre a incidência de soluções intratáveis ou persistentes. Apenas alguns estudos demonstraram que mais de 200 casos de soluço persistente ou intratável apresentavam-se na maioria em idosos do sexo masculino e com doenças associadas", explica o médico.

Diagnóstico e tratamento

Soluços episódicos, por serem habituais e por cessarem espontaneamente, não necessitam de avaliação. No caso de soluços persistentes por mais de 48 horas, há necessidade de investigação de alguma causa que se apoia em doenças clínicas. A investigação se inicia por uma anamnese minuciosa (entrevista detalhada com o profissional de saúde) e por exames complementares, como os de sangue, ressonância magnética, broncoscopia, endoscopia, teste de função pulmonar, entre outros.
"Não há estudos completos e minuciosos a respeito do tratamento do soluço, apenas estudos observacionais. Caso seja encontrada alguma doença relacionada, o tratamento, então, deve ser direcionado àquela doença", afirma o Dr. Sidney.
Algumas manobras físicas podem ser realizadas a fim de parar os incômodos "hics".
  • prender a respiração ou soprar contra um obstáculo
  • estimular a nasofaringe ou a garganta por meio de ingestão de água gelada, gargarejo ou ingestão de açúcar puro
  • fazer pressão sobre os olhos para estimular o nervo vago
  • manipular o diafragma – fazer flexão das coxas sobre o tórax ou apoiar o tórax contra uma superfície.
Contudo, se tudo isso não der certo e for diagnosticado um caso de soluço persistente ou intratável, algumas drogas podem ser utilizadas.
"Terapias alternativas mostraram algum resultado em casos selecionados, como hipnose e acupuntura. A cirurgia para o bloqueio do nervo frênico e para a implantação de um marca-passo respiratório pode ser utilizada em casos refratários e com resultados ainda em estudo," finaliza o médico-cirurgião.O soluço é provocado por um espasmo do diafragma, um músculo que separa o tórax do abdômen e está diretamente relacionado com a respiração. Esse espasmo é acompanhado simultaneamente pelo fechamento da glote, o que prejudica a passagem de ar para os pulmões e produz o som típico e característico do soluço. Bebês estão sujeitos a crises mais frequentes de soluço, uma vez que seu sistema nervoso ainda imaturo não atua adequadamente sobre o diafragma.
Causas
O soluço pode se benigno. Nesse caso, apesar de incômodas e desagradáveis, as crises costumam ser passageiras e autolimitadas. Elas podem ter como causa a distensão do estômago provocada pela ingestão de grande quantidade de alimentos, de bebidas carbonatadas, como os refrigerantes, ou pela deglutição de ar.
Mudanças bruscas de temperatura, tabagismo, álcool, ansiedade e estresse estão entre as outras causas possíveis do distúrbio.
No entanto, as crises de soluço podem ser recorrentes ou persistentes e terem como causa problemas ligados ao sistema nervoso central, ao metabolismo, à irritação do nervo vago ou frênico, a procedimentos cirúrgicos e pós-operatórios ou a fatores emocionais.
Diagnóstico e tratamento
Existe uma série de manobras simples, que podem ser úteis no controle das crises de soluço benigno. Algumas, de fato funcionam. É o que acontece quando o paciente interrompe a respiração ou respira dentro de um saco de papel por alguns segundos, pressiona os joelhos dobrados contra o peito ou puxa a língua para provocar vômitos e eructações, a fim de aliviar a pressão dentro do estômago.
Nos casos de soluço persistente, a preocupação deve voltar-se para a identificação e tratamento das causas. Para tanto, existem diversos tipos de medicamentos que ajudam a debelar as crises. Para os quadros mais renitentes, há ainda o recurso do bloqueio do nervo frênico.
Recomendações
Como a maior parte dos ataques de soluço dura apenas alguns minutos, é grande o número de tratamentos caseiros indicados. É muito difícil avaliar a eficácia de medidas tão empíricas, mas como são inócuas, vale a pena tentá-las no início da crise. Todavia, procure o médico se as crises durarem mais de 24 horas, principalmente se interferirem com o sono. Soluço crônico usualmente requer acompanhamento neurológico.
Manobras caseiras;
* Prenda a respiração por alguns segundos;
* Engula uma porção de açúcar cristal (uma colher de chá), miolo de pão ou gelo moído;
* Chupe uma fatia de limão;
* Respire repetidamente dentro de um saco de papel;
* Faça gargarejos com água;
* Puxe sua língua para provocar reações de vômito;
* Coce o céu da boca com um cotonete de algodão;
* Suspenda a úvula (campainha da garganta) com uma colher de chá;
* Erga os joelhos até o peito e incline-se sobre eles.

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