sábado, 2 de janeiro de 2016

SANTA TEREZINHA

Desde muito cedo Teresa Martin iniciou sua devoção ao Menino Jesus. Aos seis anos e meio,  começa a se preparar para a primeira comunhão, sendo catequizada por sua irmã Paulina. Graças a esta catequese, o amor ao Menino Jesus vai aumentando em seu coração.  Ao falar deste período, nossa santa afirma que "amava-o muito" (A 31v). Não é, pois, de se estranhar que à época de seu primeiro chamado à vida carmelitana, tenha aceitado com entusiasmo a proposta de Madre Gonzaga de se chamar "Teresa do Menino Jesus" quando ingressasse no Carmelo. Após prepará-la para a primeira comunhão, Paulina, já Irmã Inês de Jesus no Carmelo de Lisieux, convida a menina a considerar sua alma como um jardim de delícias no qual é preciso cultivar as flores de virtudes que Jesus virá colher em sua primeira visita.  

No ano de 1887 se oferece ao Menino Jesus para ser seu brinquedo (A 64r), desejando abandonar-se sem reservas à sua misericórdia. Isto ocorre por ocasião da célebre audiência com o papa Leão XIII. Teresa esperava que o papa autorizasse sua entrada imediata no Carmelo, apesar da pouca idade. Enorme decepção! Recebe palavras ternas e não a resposta desejada. Por isso não fica perturbada. Não havia se oferecido para ser a "bolinha" de Jesus e não dissera que ele poderia fazer o que quisesse com ela?
Santa TerezinhaA partir do dia 9 de abril de 1888, data de seu ingresso no Carmelo de Lisieux, Teresa pode, finalmente, realizar seu sonho de menina: assina suas cartas durante todo o postulantado como "Teresa do Menino Jesus" (Ct 46-79). No dia 10 de janeiro de 1889, dia em que recebe o hábito, assinará pela primeira vez "Irmã Teresa do Menino Jesus e da Santa Face", que será seu nome definitivo de Carmelita (Ct 80). Quando entra na clausura, a primeira coisa que lhe chama a atenção é o sorriso de seu "Menino cor de rosa" (A 72v), que a acolhe. Ela se encarregará de colocar-lhe flores desde a Natividade de Maria: "era a Virgenzinha recém-nascida que apresentava sua florzinha ao Menino Jesus". (A 77r).
Teresa dedica muitas poesias, recreações piedosas e orações ao Menino Jesus, ao mistério do Natal e aos primeiros anos da infância de Cristo. No dia 21 de janeiro de 1894 cria e oferece à Madre Inês, em sua primeira festa como priora, uma pintura a óleo do Menino Jesus, a que intitula como "O sonho do Menino Jesus". Este quadro mostra o Menino Jesus de olhos abaixados, brincando com as flores que lhe são oferecidas. Ao fundo aparece sob a claridade da lua a Sagrada Face debaixo da cruz e cerca dos instrumentos da paixão. Em uma carta enviada no mesmo dia (Ct 156), Teresa comenta seu quadro: longe de temer os sofrimentos futuros, o Menino Jesus conserva um olhar sereno e até sorri, pois sabe que sua esposa (Irmã Inês) permanecerá sempre ao seu lado para amá-lo e consolá-lo. Quanto aos olhos baixos, estes mostram sua atitude quanto à própria Teresa: "Ele está quase sempre dormindo". Neste último detalhe já vislumbramos uma prefiguração da grande prova de fé que irá acompanhá-la em seus últimos dias.


Nos finais de 1894, a jovem carmelita descobre sua "Pequena Via". A infância espiritual do cristão, feita de confiança e abandono, deverá se moldar na própria infância de Jesus, em seu caráter  de Filho, tão particularmente representado nos traços de sua infância. No dia 7 de junho de 1897, Teresa se deixa fotografar, tendo nas mãos as estampas do Menino Jesus e da Sagrada Face. Sobre a imagem do Menino Jesus, conhecido como "de Messina", Teresa copia o versículo de Pr 9,4: "Quem for pequenino, venha a mim".Nascida em Alençon, na França, no dia 2 de janeiro de 1873,  Maria Francisca Teresa Martin é a filha mais nova do casal  Louis Martin e Zélie Guérin.
Nasceu com a saúde frágil e que inspirava cuidados, sendo cuidada nos primeiros meses de vida, por uma ama de leite para que pudesse recobrar a saúde.
Em 1877, quando Teresa tinha apenas 4 anos, sua mãe falece de câncer e seu pai muda-se com as outras 4 filhas para Lisieux.
Com uma personalidade frágil e delicada, após a morte da mãe, Teresa “elege” a irmã mais velha, Paulina, como mãe.
Começou seus estudos, mas os interrompe por causa das humilhações passadas no colégio e completa seu ensino em casa.
Quando Paulina ingressa na Ordem Carmelita Descalça, Teresa sente mais uma vez a ausência da presença maternal e adoece seriamente, não se tendo explicações para a origem da doença que a fazia ter alucinações e febre alta. Entregando a filha aos cuidados de Deus, o pai, Louis Martin, que sempre fora bastante religioso, coloca uma imagem de Nossa Senhora das Vitórias no quarto da filha, que a “sorri” e repentinamente a jovem Teresa é curada.
Após isto, a imagem da Virgem é chamada de “Virgem do Sorriso” e até hoje é assim venerada.
Aos 14 anos, no Natal, acontece o momento de sua conversão, onde passa a sentir-se mais madura, depois de renunciar seus comportamentos infantis e assim deseja viver entregando-se ao caminho do Senhor.
Decide, então, como as outras irmãs, seguir a vida religiosa.
Mas o empecilho de ter apenas 15 anos ainda incompletos a faz passar por vários desafios até conseguir a autorização de ingressar no Carmelo de Lisieux, onde já estão suas irmãs Paulina e Maria. Em uma peregrinação à Itália, visita o Papa Leão XIII e pede que ele autorize sua entrada no Carmelo. Após a audiência com Sua Santidade, em alguns meses, Teresa ingressa na Ordem.
Como uma jovem carmelita, Teresa assume o nome de Teresinha do Menino Jesus e da Sagrada Face. Passa por dificuldades de relacionamento com as outras irmãs por ter um temperamento sereno e também marcado pela melancolia, mas isso a leva a ter um verdadeiro impulso a dominar-se e a sempre demonstrar alegria e ânimo, mesmo diante das provações.
Revela, em seus escritos, um grande desejo que havia em seu coração de ser missionária e percorrer o mundo pregando o Evangelho, mas assume que sua vocação na clausura a faz uma verdadeira intercessora pelas vocações missionárias, por isto, é declarada Padroeira das Missões Católicas, junto com São Francisco Xavier.
Por ordem da Madre Superiora, sua irmã Paulina, Teresinha começa a escrever sua biografia, lembrando de detalhes de sua vida, desde a tenra infância até sua vida como religiosa, que foi compilada em uma obra que é best-seller em todo mundo chamada História de uma Alma.
Teresinha desenvolve uma verdadeira “teologia” ao adotar como estilo de vida espiritual a “Pequena Via”, um caminho muito estreito e muito curto para alcançar a santidade, que consiste em fazer pequenas coisas, pequenos sacrifícios que agradam muito a Cristo e nisso ofertar as coisas do cotidiano como sacrifícios por amor a Deus.
Mesmo depois de contrair tuberculose, Teresinha continuava em seus trabalhos, como mestra das noviças, e fazia tudo, mesmo com a debilidade causada pela doença, por amor a Deus.
Morre em 30 de setembro de 1897, com apenas 24 anos. Promete, em seu leito de morte, que não ficaria ociosa no céu, faria cair uma chuva de rosas em graças sobre a terra.
Por isso, também é venerada e representada como a Santa das Rosas. Foi canonizada em 1925 pelo Papa Pio XI e é declarada Doutora da Igreja pelo Papa João Paulo II em 1997, na comemoração do centenário de sua morte. Suas relíquias são veneradas em Lisieux, na França.

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