O catolicismo é uma das mais expressivas vertentes do cristianismo e, ainda hoje, congrega a maior comunidade de cristãos existente no planeta. Segundo algumas estatísticas recentes, cerca de um bilhão de pessoas professam ser adeptas ao catolicismo, que tem o Brasil e o México como os principais redutos de convertidos. De fato, as origens do catolicismo estão ligadas aos primeiros passos dados na história do cristianismo.
Em sua organização, o catolicismo é marcado por uma rígida estrutura hierárquica que se sustenta nas seguintes instituições: as paróquias, as dioceses e as arquidioceses. Todas essas três instituições são submetidas à direção e ensinamentos provenientes do Vaticano, órgão central da Igreja Católica comandado por um pontífice máximo chamado de Papa. Abaixo de sua autoridade estão subordinados os cardeais, arcebispos, bispos, padres e todo o restante da comunidade cristã espalhada pelo mundo.
Esse traço centralizado da administração eclesiástica católica acabou promovendo algumas rupturas que, de fato, indicam a origem da chamada Igreja Católica Apostólica Romana. Uma das primeiras e fundamentais quebras de hegemonia no interior da Igreja ocorreu no século XI, quando as disputas de poder entre o papa romano e o patriarca de Constantinopla deram origem à divisão entre o catolicismo romano e o catolicismo ortodoxo.
As principais crenças do catolicismo estão embasadas na crença em um único Deus verdadeiro que integra a Santíssima Trindade, que vincula a figura divina ao seu filho Jesus e ao Espírito Santo. Além disso, o catolicismo defende a existência da vida após a morte e a existência dos céus, do inferno e do purgatório como diferentes estágios da existência póstuma. A ida para cada um desses destinos está ligada aos atos do fiel em vida e também determina o desígnio do cristão na chegada do dia do Juízo Final.
A liturgia católica reafirma sua crença através dos sete sacramentos que simbolizam a comunhão espiritual do fiel junto a Deus. Entre esses sacramentos estão o batismo, a crisma, a eucaristia, a confissão, a ordem, o matrimônio e a extrema-unção. A missa é o principal culto dos seguidores do catolicismo. Neste evento, celebra-se a morte e a ressurreição de Cristo; e o milagre da transubstanciação no qual o pão e o vinho se transformam no corpo e no sangue de Cristo.
Segundo consta nos ensinamentos católicos, a origem de sua igreja está relacionada ao nascimento de Jesus Cristo, líder judeu que promoveu uma nova prática religiosa universalista destinada à salvação de toda a humanidade. Após a morte de Cristo, a principal missão de seus seguidores era pregar os ensinamentos por ele deixados com o objetivo de ampliar o conhecimento de suas promessas. Nessa época, os primeiros cristãos tiveram que enfrentar a oposição ferrenha das autoridades romanas que controlavam toda Palestina.
Entretanto, a crise do Império Romano e a franca expansão dos praticantes dessa nova religião acabaram forçando o império a ceder a essa nova situação no interior de seus territórios. Por isso, ao longo do século IV, o catolicismo se tornou a religião oficial do Império Romano, favorecendo enormemente a expansão dessa religião ao logo de uma vasta região compreendendo a Europa, a África e partes do mundo oriental. Com isso, a Igreja adentra os últimos séculos da Antiguidade com expressivo poder.
Durante a Idade Média, a continuidade do processo de conversão religiosa se estendeu às populações bárbaras que invadiram os domínios romanos e consolidaram novos reinos. Entre esses reinos, destacamos o Reino dos Francos, onde se instituiu uma íntima relação entre os membros do clero e as autoridades políticas da época. A partir de então, a Igreja se tornou uma instituição influente e detentora de um grande volume de terras e fiéis.
A grande presença do catolicismo durante o período medieval começou a sofrer um expressivo abalo quando os movimentos heréticos da Baixa Idade Média e, séculos depois, o Movimento Protestante, questionaram o monopólio religioso e intelectual de seus clérigos. Nessa mesma época, a Igreja reafirmou suas concepções de fé por meio da Contrarreforma, a instalação da Inquisição e a expressiva participação na conversão das populações nativas encontradas no continente americano.
Entre os séculos XVIII e XIX, o poder de intervenção da Igreja em questões políticas sofreu uma grande perda com a eclosão do ideário iluminista e o advento das revoluções liberais. A necessidade de instalação de um Estado laico favoreceu uma restrição das atividades da Igreja ao campo essencialmente religioso. Paralelamente, o surgimento do movimento comunista também estabeleceu outra frente de refutação ao catolicismo quando criticou qualquer tipo de prática religiosa.
No século XX, a Igreja sofreu uma profunda renovação de suas práticas quando promoveu o Concílio de Vaticano II, acontecido durante a década de 1960. Nesse evento – que mobilizou as principais lideranças da Igreja – uma nova postura da instituição foi orientada em direção às questões sociais e injustiças que afligiam os menos favorecidos. Essa tônica social acabou dando origem à chamada Teologia da Libertação, que aproximou os clérigos das causas populares, principalmente na América Latina.
Ultimamente, a ascensão de autoridades mais conservadoras na alta cúpula da Igreja enfraqueceu significativamente esse tipo de aproximação. Em contrapartida, existe um forte movimento que ainda insiste na mudança de alguns preceitos, como o celibato entre os clérigos e o uso de métodos contraceptivos. Com isso, vemos que a trajetória dessa instituição foi marcada por várias experiências que a transformaram ao longo do tempo.Catolicismo (do grego καθολικος, translit.: katolikos; com o significado de "geral" ou "universal"[1] ) é um termo amplo para o corpo da fé católica, a sua teologia, doutrinas, liturgia, princípios éticos, e características comportamentais, bem como um povo religioso como um todo.[2]
O termo catolicismo é "usado geralmente para uma experiência específica do cristianismo compartilhada por cristãos que vivem em comunhão com a Igreja de Roma."[3] Muitos dos principais credos (definições de fé semelhantes a preces) cristãos, nomeadamente o Credo dos Apóstolos e o Credo niceno-constantinopolitano, utilizam este termo.
No seu sentido mais estreito, o termo é usado para referir-se à Igreja Católica de Roma, formada por 23 igrejas sui juris que estão em comunhão total com o Papa, e possui mais de um bilhão de fiéis[4] (ou seja, mais de um sexto da população mundial[5] e mais da metade de todos os cristãos).[6]
As suas características distintivas são a aceitação da autoridade e primado do Papa, o Bispo de Roma. No entanto, outras igrejas também afirmam ser "católicas", como a ortodoxa bizantina, e as igrejas ortodoxas orientais, a Igreja Assíria do Oriente, a Velha Igreja Católica, as igrejas da Comunhão Anglicana e, mesmo que pouco utilizado, as Igrejas Presbiterianas.[7] Existem ainda as igrejas nacionais, principalmente no continente americano, do Norte, Central e Sul, que não estão vinculadas a Roma, são em sua maioria descendentes da Igreja Católica Apostólica Brasileira, uma dissidência da Igreja de Roma surgida em 1945 e que hoje está presente em muitos países, inclusive na Ásia e África.
Índice [esconder]
1 História
2 Mundo católico
3 Catolicismo romano
3.1 Organização e cargos da Igreja Católica Romana
3.2 Doutrinas distintivas
3.2.1 Divergências com as outras Igrejas cristãs
3.2.2 Mandamentos da Igreja
3.3 Liturgia e prece
3.4 Sacramentos
3.5 Organização por região
3.6 Igrejas sui juris e os seus ritos litúrgicos
3.6.1 Lista
3.7 Fenômenos sociocomportamentais
3.7.1 Queda na estimativa do número de fiéis
3.7.2 Renovação Carismática
4 Críticas
5 Anglo-catolicismo
6 Ver também
7 Referências
8 Bibliografia
9 Ligações externas
História[editar | editar código-fonte]
Basílica de São Pedro, no Vaticano
A palavra Igreja Católica ou catolicismo para referir-se à "Igreja universal" é utilizada desde o século I, alguns historiadores sugerem que os próprios apóstolos poderiam ter utilizado o termo para descrever a religião ou igreja.[8] Registros escritos da utilização do termo constam nas cartas de Inácio,[9] Bispo de Antioquia, discípulo do apóstolo João, que provavelmente foi ordenado pelo próprio Pedro.[8]
Em diversas situações nos primeiros três séculos do cristianismo, o Bispo de Roma,[10] considerado sucessor do Apóstolo Pedro, interveio em outras comunidades para ajudar a resolver conflitos,[11] tais como fizeram os papas Clemente I, Vitor I e Calixto I. Nos três primeiros séculos, a Igreja foi organizada sob três patriarcas, os bispos de Antioquia, de jurisdição sobre a Síria e posteriormente estendeu seu domínio sobre a Ásia Menor e a Grécia, Alexandria, de jurisdição sobre o Egito, e Roma, de jurisdição sobre o Ocidente.[12] Posteriormente os bispos de Constantinopla e Jerusalém foram adicionados aos patriarcas por razões administrativas.[12] O Primeiro Concílio de Niceia no ano 325, considera o Bispo de Roma como o "primus" (primeiro) entre os patriarcas, afirmando em seus quarto, quinto e sexto cânones que está "seguindo a tradição antiquíssima",[13] embora muitos interpretem esse título como o "primus inter pares" (primeiro entre iguais). Considerava-se que Roma possuía uma autoridade especial devido à sua ligação com São Pedro.[14]
Uma série de dificuldades complexas (disputas doutrinárias, concílios disputados, a evolução de ritos separados e se a posição do papa de Roma era ou não de real autoridade ou apenas de respeito) levaram à divisão em 1054 da Igreja entre a Igreja Católica no Ocidente e a Igreja Ortodoxa no Leste (Grécia, Rússia e muitos países eslavos, Anatólia, Síria, Egito, etc.). A esta divisão chama-se o Cisma do Oriente.
A grande divisão seguinte da Igreja Católica ocorreu no século XVI com a Reforma Protestante, durante a qual se formaram muitas das igrejas protestantes.
Mundo católico[editar | editar código-fonte]
Ver artigo principal: Igreja Católica Apostólica Romana no mundo
Percentagem de católicos no mundo.
90%-100%
80%-90%
70%-80%
60%-70%
50%-60%
40%-50%
30%-40%
20%-30%
10%-20%
0%-10%
Não-disponível
No cristianismo ocidental, as principais fés a se considerarem "católicas", para além da Igreja Católica de Roma, são a Velha Igreja Católica, a Igreja Católica Apostólica Carismática, a Igreja Católica Liberal, a Associação Patriótica Católica Chinesa, as igrejas católicas brasileiras dissidentes e alguns elementos anglicanos (os "Anglicanos da Alta Igreja", ou os "anglo-católicos"). Estes grupos têm crenças e praticam rituais religiosos semelhantes aos do catolicismo romano, mas diferem substancialmente destes no que diz respeito ao estatuto, poder e influência do Bispo de Roma.
As Igrejas ortodoxas orientais e ortodoxas bizantinas pensam em si próprias como Igrejas Católicas no sentido de serem a "Igreja universal". A Igreja Católica e as igrejas ortodoxas acusavam-se mutuamente de cismáticas e heréticas (ver Grande Cisma do Oriente), embora recentemente devido a esforços ecumênicos estas acusações e excomunhões tenham sido retiradas e tenha-se chegado a uma aceitação básica das prerrogativas do papa.[15] Os Patriarcas ortodoxos são hierarcas autocéfalos, o que significa, grosso modo, que cada um deles é independente da supervisão direta de outro bispo (embora ainda estejam sujeitos ao todo do seu sínodo de bispos). Não estão em comunhão plena com o papa.
Mas nem todas as Igrejas orientais estão fora da comunhão católica. Existem também os chamados Católicos de rito oriental, cuja liturgia e estrutura hierárquica se assemelham à dos ortodoxos, e que também permitem a ordenação de homens casados, mas que reconhecem o papa como chefe da sua Igreja. Estes católicos orientais formam as chamadas Igrejas Orientais Católicas sui juris.
Alguns grupos chamam a si próprios católicos, mas esse qualificativo é questionável: por exemplo, a Igreja Católica Liberal, que se originou como uma dissensão da Velha Igreja Católica mas que incorporou tanta teosofia na sua doutrina que já pouco tem em comum com o catolicismo romano.
Catolicismo romano[editar | editar código-fonte]
Ver artigo principal: Igreja Católica
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Igreja Católica
História[Expandir]
Organização e Direito[Expandir]
Hierarquia[Expandir]
Teologia e Doutrina[Expandir]
Liturgia, Culto e Espiritualidade[Expandir]
Formação cristã[Expandir]
Outros tópicos[Expandir]
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A principal denominação católica é denominada no idioma inglês e português de "Igreja Católica de Roma" (Roman Catholic Church) ou "Igreja Católica Apostólica Romana". Tal nome provém das quatro características da Igreja: a Unidade, a Santidade, a Catolicidade e a Apostolicidade[16] (a Romanidade está inclusa na última). Não obstante, em seus documentos oficiais usa-se apenas o termo "Católica" para se referir à instituição. O termo inglês "Roman Catholic" tem origem recente, passando a ser usado apenas no século XVI,[17] sendo empregado normalmente em outros línguas a partir do século XIX.
Organização e cargos da Igreja Católica Romana[editar | editar código-fonte]
Ver artigo principal: Hierarquia católica
Visita do papa Bento XVI (2005-2013), que esteve cercado de cardeais, que são os clérigos que o auxiliam no governo de toda a Igreja Católica.
Estruturalmente, a Igreja Católica romana (ou de Roma) constitui uma das religiões mais centralizadas do mundo. O seu chefe, o papa, governa-a a partir da Cidade do Vaticano, um estado independente no centro de Roma, também conhecido na diplomacia internacional como a Santa Sé. O papa é selecionado por um grupo de elite de Cardeais, conhecidos como Príncipes da Igreja. Só o papa pode selecionar e nomear todos os clérigos da Igreja acima do nível de padre. Todos os membros da hierarquia respondem perante o papa e a sua corte papal, chamada Cúria. Os papas exercem o que é chamado Infalibilidade Papal, isto é, o direito de definir declarações definitivas de ensinamento católico romano em matérias de fé e moral. Na realidade, desde a sua declaração no Concílio do Vaticano I, em 1870, a infalibilidade Papal só foi usada uma vez, pelo papa Pio XII, na década de 1950.
A autoridade do papa vem da crença de que ele é o sucessor direto de São Pedro e, como tal, o Vigário de Cristo na Terra. A Igreja tem uma estrutura hierárquica de títulos que são, em ordem descendente:
Papa, o bispo de Roma. Os que o assistem e aconselham na liderança da igreja são os cardeais;
Patriarcas são chefes de algumas Igrejas Católicas Orientais sui juris. Alguns dos grandes arcebispos Católicos Latinos também são chamados Patriarcas; entre estes contam-se o Arcebispo de Lisboa e o Arcebispo de Veneza;
Bispo (arcebispo e Bispo Sufragário): são os sucessores diretos dos doze apóstolos. Receberam a totalidade dos graus da Ordem; assim por instituição divina podem transmitir o sacerdócio católico, bem como por nomeação do papa são indicados para governar uma porção do povo de Deus;[18]
Padre (Monsenhor é um título honorário para um padre, que não dá quaisquer poderes sacramentais adicionais): inicialmente não havia padres per se. Esta posição evoluiu a partir dos bispos suburbanos que eram encarregados de distribuir os sacramentos mas não tinham jurisdição completa sobre os fiéis.
Diácono: são auxiliares dos padres e bispos, que tem por função a administração de alguns sacramentos e dos sacramentais;
Existem ainda cargos menores: leitor e acólito (desde o Concílio Vaticano Segundo, o cargo de sub-diácono deixou de existir). As ordens religiosas têm a sua própria hierarquia e títulos. Estes cargos tomados em conjunto constituem o clero e no rito ocidental só podem ser ocupados, normalmente, por homens solteiros. No entanto, no rito oriental, os homens casados são admitidos como padres diocesanos, mas não como bispos ou padres monásticos; e em raras ocasiões, permitiu-se que padres casados que se converteram a partir de outros grupos cristãos fossem ordenados no rito ocidental. No rito ocidental, os homens casados podem ser ordenados diáconos permanentes, mas não podem voltar a casar se a esposa morrer ou se o casamento for anulado.
O papa é eleito pelo Colégio dos Cardeais de entre os próprios membros do colégio (o processo de eleição, que tem lugar na Capela Sistina, é chamado Conclave). Cada papa continua no cargo até que morra ou até que abdique (o que só aconteceu três vezes, a última delas em 2013, quando o papa Bento XVI abdicou).
Doutrinas distintivas[editar | editar código-fonte]
Ver artigo principal: Doutrina da Igreja Católica
A doutrina oficial da Igreja Católica é o conjunto de crenças oficiais professadas pela Igreja Católica acerca de diversos aspectos relativos a Deus, ao homem e ao mundo. Segundo a Igreja, essas verdades foram sendo reveladas por Deus através dos tempos (nomeadamente ao longo do Antigo Testamento), atingindo a sua plenitude em Jesus Cristo, considerado pelos católicos e cristãos como o Filho de Deus, o Messias e o Salvador do mundo e da humanidade. Mas, a definição e compreensão dessa doutrina é progressiva, necessitando por isso do constante estudo e reflexão da Teologia, mas sempre fiel à revelação divina e orientada pelo Magistério da Igreja Católica. A doutrina Católica está expressa e resumida no Credo dos Apóstolos, no Credo niceno-constantinopolitano e, atualmente, no Catecismo da Igreja Católica e no seu Compêndio.
Entrada principal da Catedral de Notre-Dame em Paris
Com estes estudos teológicos todos, a Igreja vai-se gradualmente instituindo os seus dogmas, que é a base da doutrina oficial, sendo o último dogma (o da Assunção da Virgem Maria) proclamado solenemente apenas em 1950. Para os católicos, um dos dogmas mais importantes é o da Santíssima Trindade, que, não violando o monoteísmo, professa que Deus é simultaneamente uno (porque, em essência, só existe um Deus) e trino (porque está pessoalizado em três pessoas: o Pai, o Filho e o Espírito Santo, que se estabelecem entre si uma comunhão perfeita). Estas 3 Pessoas eternas, apesar de possuírem a mesma natureza, "são realmente distintas". Logo, muitas vezes, certas actividades e atributos divinos são mais reconhecidas (mas não exclusivamente realizadas) em uma Pessoa do que em outra. Como por exemplo, a criação divina do mundo está mais associado a Deus Pai; a salvação do mundo a Jesus, Filho de Deus; e a protecção, guia, purificação e santificação da Igreja ao Espírito Santo.[19]
A doutrina professa também a divindade de Jesus, que seria a segunda pessoa da Trindade, e que a nossa salvação deve-se, para além da graça divina, ao Seu supremo e voluntário Sacrifício e Paixão na cruz. Este tão grande sacrifício deveu-se à vontade e ao infinito amor de Deus, que quis salvar toda a humanidade. Além disso, é também fundamental para a salvação a adesão livre do crente à fé em Jesus Cristo e aos Seus ensinamentos, porque a nossa liberdade, como um dom divino, é respeitado por Deus, o nosso Criador. Esta fé leva à conversão das pessoas e à prática das boas obras (que nos afastam do pecado e nos ajudam a crescer na caridade), nomeadamente o acto de "amar a Deus acima de todas as coisas" (Mt 22,37) e também o de "amar ao próximo como a si mesmo" (Mt 22,39). Estes dois actos virtuosos, juntamente com o acto de "amar uns aos outros como Jesus nos ama" (Jo 15,10), são justamente os mandamentos de Amor que Jesus deu aos seus discípulos e à humanidade. Estes mandamentos radicais constituem o resumo de "toda a Lei e os Profetas" do Antigo Testamento (Mt 22,40).[20]
Nas suas muitas pregações, Jesus Cristo ensinou, para além dos seus mandamentos de Amor, as bem-aventuranças e insistiu sempre "que o Reino de Deus está próximo" (Mt 10,7) e que Deus estava preparando a Terra para um novo estado de coisas. Anunciou também que quem quisesse fazer parte do Reino de Deus teria de "nascer de novo", de se arrepender dos seus pecados, de se converter e purificar. Jesus ensinava também que o poder, a graça e a misericórdia de Deus era maior que o pecado e todas as forças do mal, insistindo por isso que o arrependimento sincero dos pecados e a fé em Deus podem salvar os homens.[21] Este misterioso Reino de Deus, que só se irá realizar-se na sua plenitude no fim do mundo, está já presente na Terra através da Igreja, que é o seu semente. A Igreja ensina que neste Reino, o Mal será inexistente e os homens salvos e justos, após a ressurreição dos mortos e o fim do mundo, passarão a viver eternamente em Deus, com Deus e junto de Deus.
Mais concretamente, a fé em Cristo (e em Deus) inclui a adesão do crente à doutrina por Ele revelada e transmitida pela Igreja, bem como ao conjunto de regras de vida propostas por essa mesma Igreja. Os católicos professam que a Igreja é o Corpus Mysticum, onde Cristo seria a Cabeça e eles (os fiéis) membros deste corpo único, inquebrável e divino. Este corpo místico tem por função reunir toda a humanidade para o seu caminho de santificação, que tem o seu fim na vida eterna, na realização final do Reino de Deus e no alcance da santidade. A Igreja ensina também que os cristãos não católicos também pertencem, apesar de um modo imperfeito, ao Corpo Místico, visto que tornaram-se uma parte inseparável Dele através do Batismo.
Divergências com as outras Igrejas cristãs[editar | editar código-fonte]
Os pontos de vista católicos diferem dos ortodoxos em alguns pontos, incluindo a natureza do Ministério de S. Pedro (o Papado), a natureza da Trindade e o modo como ela deve ser expressa no Credo niceno-constantinopolitano, e o entendimento da salvação e do arrependimento. Os católicos divergem dos protestantes em vários pontos, incluindo a necessidade da penitência, o significado da comunhão, a composição do Cânone das Escrituras, a veneração de santos, o purgatório e o modo como se atinge a salvação:
Os protestantes acreditam que a salvação se atinge apenas através da fé e arrependimento, ao passo que os católicos acreditavam que a salvação também vinha por boas obras. Esta divergência levou a um conflito sobre a doutrina da justificação (na Reforma ensinava-se que "nós justificamos apenas pela fé"). O diálogo ecuménico moderno levou a alguns consensos sobre a doutrina da justificação entre os católicos e os luteranos, anglicanos e outros.
Mandamentos da Igreja[editar | editar código-fonte]
Participar da Missa inteira nos domingos e festas de guarda (veja em Lista dos dias santos de obrigação do catolicismo)
Confessar-se ao menos uma vez por ano (ou no máximo até um ano após ter consciência de pecado mortal)
Comungar ao menos pela Páscoa da Ressurreição
Jejuar e abster-se de carne quando manda a Igreja (estão obrigados à lei da abstinência de carne ou derivados de carne aqueles que tiverem completado quatorze anos de idade; estão obrigados à lei do jejum, uma só refeição normal ao dia, e apenas mais dois pequenos lanches ou colações os maiores de idade, desde os dezoito anos completos até os sessenta anos começados).
Jejum: “A Quarta-feira de Cinzas e a Sexta-feira Santa, memória da Paixão e Morte de Cristo, são dias de jejum e abstinência. A abstinência pode ser substituída pelos próprios fiéis por outra prática de penitência, caridade ou piedade, particularmente pela participação nesses dias na Sagrada Liturgia”.
Abstinência de carne: “Toda sexta-feira do ano é dia de penitência, a não ser que coincida com solenidade do calendário litúrgico. Nesse dia, os fiéis abstenham-se de carne ou outro alimento, ou pratiquem alguma forma de penitência, principalmente obra de caridade ou exercício de piedade” (Legislação Complementar da CNBB quanto aos cân. 1251 e 1253 do Código de Direito Canônico)
Contribuir com o Dízimo segundo está escrito na Bíblia Sagrada.[22]
Liturgia e prece[editar | editar código-fonte]
Ver artigo principal: Liturgia e Culto cristão
O ato de prece mais importante na Igreja Católica Romana é a liturgia Eucarística, normalmente chamada Missa. A missa é celebrada todos os domingos de manhã na maioria das paróquias Católicas Romanas; no entanto, os católicos podem cumprir as suas obrigações dominicais se forem à missa no sábado à noite. Os católicos devem também rezar missa cerca de dez dias adicionais por ano, chamados Dias Santos de Obrigação. Missas adicionais podem ser celebradas em qualquer dia do ano litúrgico, excepto na Sexta-feira Santa. Muitas igrejas têm missas diárias. A missa contemporânea é composta por duas partes principais: a Liturgia da Palavra e a Liturgia Eucarística. Durante a Liturgia da Palavra, são lidas em voz alta uma ou mais passagens da Bíblia, acto desempenhado por um Leitor (um leigo da igreja) ou pelo padre ou diácono. O padre ou diácono lê sempre as leituras do Evangelho e pode também ler de outras partes da Bíblia (burante a primeira, segunda, terceira, etc. leituras). Depois de concluídas as leituras, é rezada a homilia (que se assemelha ao sermão protestante) por um padre ou diácono. Nas missas rezadas aos domingos e dias de festa, é professado por todos os católicos presentes o Credo niceno-constantinopolitano, que afirma as crenças ortodoxas do catolicismo. Segue então a Liturgia Eucarística, que nada mais é do que a Missa em seu sentido estrito. Nela, o pão e o vinho oferecidos, segundo o dogma católico da transubstanciação, se tornam realmente o Corpo e o Sangue de Jesus Cristo.
O movimento de reforma litúrgica, iniciado no início da década de 1960 pelo Concílio Vaticano II, tem sido responsável nos últimos quarenta anos por uma convergência significativa das práticas predicamentais do Rito Romano com as das igrejas protestantes, afastando-as das dos outros ritos católicos, particularmente os ritos orientais. Uma característica dos novos pontos de vista litúrgicos tem sido um "regresso às fontes", que se diz que tem origem na redescoberta de antigos textos e práticas litúrgicas, bem como muitas práticas novas. As reformas litúrgicas pós-conciliares (pós- Concílio Vaticano II) incluem o uso da língua vernacular (local), uma maior ênfase na Liturgia da Palavra, e a clarificação do simbolismo. A característica mais visível das reformas é a postura do padre. No passado, o padre virava-se para o altar, de costas para a congregação. As reformas fizeram com que o padre se voltasse para o povo, separado dele pelo altar. Isto simboliza o desejo de que a missa se torne mais centrada nas pessoas. Há, todavia, críticos que não concordam com a natureza da mussa pós-Vaticano II (conhecida por vezes como Novus Ordo Missae). Em 2003, foi revelado que a Missa Tridentina pré-Vaticano II estava de novo a ser celebrada na Basílica de S. Pedro (embora não no altar principal) e que o papa João Paulo II começou a celebrar missas tridentinas na sua capela privada no Palácio Apostólico, no Vaticano. A partir 7 de julho de 2007, pelo Motu proprio Summorum Pontificum, o papa Bento XVI reafirmou a validade da Missa Tridentina (pré-Concílio Vaticano II e rezada em latim) e a liberação de celebrá-la a pedido dos fiéis sem prévia autorização episcopal. Assim sendo, existem actualmente duas formas de celebração do rito romano: a forma ordinária (o Novus Ordo) e a forma extraordinária (a Missa Tridentina).
Sacramentos[editar | editar código-fonte]
Ver artigo principal: Sacramentos católicos
A prática da Igreja Católica consiste em sete sacramentos (veja também sacramentos católicos):
Batismo
Confirmação
Eucaristia
Penitência ou reconciliação
Unção dos enfermos
Ordem
Matrimônio
Dentro da fé católica, os sacramentos são gestos e palavras de Cristo que concedem graça santificadora sobre quem os recebe. O Batismo é dado às crianças e a convertidos adultos que não tenham sido antes batizados validamente (o batismo da maior parte das igrejas cristãs é considerado válido pela Igreja Católica visto que se considera que o efeito chega diretamente de Deus independentemente da fé pessoal, embora não da intenção, do sacerdote). A Confissão ou reconciliação envolve a admissão de pecados perante um padre e o recebimento de penitências (tarefas a desempenhar a fim de alcançar a absolvição ou o perdão de Deus). A Eucaristia (Comunhão) é o sacrifício de Cristo marcado pela partilha do Corpo de Cristo e do Sangue de Cristo que se considera que substituem em tudo menos na aparência o pão e o vinho utilizados na cerimônia. A crença católica romana de que pão e vinho são transformados no Corpo e no Sangue de Cristo chama-se transubstanciação. No sacramento da Confirmação, o presente do Espírito Santo que é dado no batismo é "fortalecido e aprofundado" (veja o Catecismo da Igreja Católica, para. 1303) através da imposição de mãos e da unção com óleo. Na maior parte das igrejas de Rito Latino, este sacramento é presidido por um bispo e tem lugar no início da idade adulta. Nas Igrejas Católicas Orientais (ver abaixo) o sacramento da crisma é geralmente executado por um padre imediatamente depois do baptismo. O Sagrado Matrimônio - Na Igreja Católica, o casamento é considerado como sendo "o pacto matrimonial, pelo qual um homem e uma mulher constituem entre si uma íntima comunidade de vida e de amor, fundado e dotado de suas leis próprias pelo Criador. Por sua natureza, é ordenado ao bem dos cônjuges, como também à geração e educação dos filhos. Entre batizados, foi elevado, por Cristo Senhor, à dignidade de sacramento." (Catecismo da Igreja Católica, n. 1660).
As Ordens Sagradas recebem-se ao entrar para o sacerdócio e envolvem o compromisso do celibato e o impedimento de não poder casar-se mais em seguida. O sacramento das Ordens Sagradas é dado em três graus: o do diácono (desde Vaticano II um diácono permanente pode ser casado antes de se tornar diácono), o de padre e o de bispo. A unção dos doentes era conhecida como "extrema unção" ou "último sacramento". Envolve a unção de um doente com um óleo sagrado abençoado especificamente para esse fim e já não está limitada aos doentes graves e aos moribundos.
Organização por região[editar | editar código-fonte]
Ver artigo principal: Igreja particular
A Igreja Católica está presente em virtualmente todas as nações do planeta. Está organizada em hierarquias nacionais com bispos diocesanos sujeitos a arcebispos. Colégios, ou Conferências Nacionais, de bispos coordenam a política local dentro dos países ou de grupos de países.
A unidade geográfica e organizacional fundamental da Igreja Católica é a diocese (nas Igrejas Católicas do Oriente, a unidade equivalente chama-se eparquia). Esta corresponde geralmente a uma área geográfica definida, centrada numa cidade principal, e é chefiada por um bispo. A igreja central de uma diocese recebe o nome de catedral, da cátedra, ou cadeira, do bispo, que é um dos símbolos principais do seu cargo. Dentro da diocese, o bispo exerce aquilo que é conhecido como um ordinário, ou seja, a autoridade administrativa principal. (As sedes de algumas ordens religiosas são semi-independentes das dioceses a que pertencem; o superior religioso da ordem exerce jurisdição ordinária sobre elas.) Embora o papa nomeie bispos e avalie o seu desempenho, e exista uma série de outras instituições que governam ou supervisionam certas actividades, um bispo tem bastante independência na administração de uma diocese. Algumas dioceses, geralmente centradas em cidades grandes e importantes, são chamadas arquidioceses e são chefiadas por um arcebispo. Em grandes dioceses e arquidioceses, o bispo é frequentemente assistido por bispos auxiliares, bispos integrais e membros do Colégio dos Bispos que não chefiam a sua própria diocese. Arcebispos, bispos sufragários (designação frequentemente abreviada simplesmente para "bispos"), e bispos auxiliares, são igualmente bispos; os títulos diferentes indicam apenas que tipo de unidade eclesiástica chefiam. Muitos países têm vicariatos que apoiam as suas forças armadas (ver Ordinariato Militar).
Quase todas as dioceses estavam organizadas em grupos conhecidos como províncias, cada uma das quais era chefiada por um arcebispo. Embora as províncias continuem a existir, o seu papel foi substituído quase por completo por conferências de bispos, geralmente constituídas por todas as dioceses de um determinado país ou grupo de países. Estes grupos lidam com um vasto conjunto de assuntos comuns, incluindo a supervisão de textos e práticas litúrgicas para os grupos culturais e linguísticos da área, e as relações com os governos locais. A autoridade destas conferências para restringir as actividades de bispos individuais é, no entanto, limitada (os teólogos tradicionais consideram esta autoridade basicamente irrestrita). As conferências de bispos começaram a surgir no princípio do século XX e foram oficialmente reconhecidas no Concílio Vaticano Segundo, no documento Christus Dominus.
O Colégio dos Cardeais é o conjunto dos bispos católicos romanos que são conselheiros especiais do papa. Qualquer padre pode ser nomeado cardeal, desde que se "distinga em fé, moral e piedade". Se um cardeal que ainda não tiver sido ordenado bispo for eleito Papa, deverá receber a ordenação episcopal mais tarde. (ver a Constituição Apostólica Universi Dominici Gregis[23] ). Todos os cardeais com menos de 80 anos têm o direito de eleger um novo papa depois da morte do seu predecessor. Os cardeais eleitores são quase sempre membros do clero, mas no entanto o papa concedeu no passado a membros destacados do laicado católico (por exemplo, a teólogos) lugares de membro do colégio, após ultrapassarem a idade eleitoral. A cada cardeal é atribuída uma igreja ou capela (e daí a classificação em bispo cardeal, padre cardeal e diácono cardeal) em Roma para fazer dele membro do clero da cidade. Muitos dos cardeais servem na cúria, que assiste o papa na administração da Igreja. Todos os cardeais que não são residentes em Roma são bispos diocesanos.
As dioceses são divididas em distritos locais chamadas paróquias. Todos os católicos devem frequentar e apoiar a sua igreja paroquiana local. Ao mesmo tempo que a Igreja Católica desenvolveu um sistema elaborado de governo global, o catolicismo de dia a dia é vivido na comunidade local, unida em prece na paróquia local. As paróquias são em grande medida auto-suficientes; uma igreja, frequentemente situada numa comunidade pobre ou em crescimento, que é sustentada por uma diocese, é chamada "missão".
A Igreja Católica Romana sustenta muitas ordens (grupos) de monges e freiras que são principalmente não-padres que vivem vidas especialmente devotadas a servir Deus. São pessoas que se juntaram sob um determinado sistema a fim de atingir a perfeição e a virtude. Estes sistemas por vezes implicam a separação do mundo para meditar, outras a participação excepcional no mundo, frequentemente através da prestação de serviços médicos ou educacionais. Quase todos os monges e freiras tomam votos de pobreza (nenhuma ou limitada posse de propriedade ou dinheiro), castidade (nenhuma utilização dos órgãos sexuais) e obediência (aos seus superiores).
Igrejas sui juris e os seus ritos litúrgicos[editar | editar código-fonte]
Ver artigo principal: Igreja particular sui juris
A Igreja Católica é uma comunhão de 24 igrejas particulares autónomas (sui juris) em comunhão completa umas com os outras e em união com o papa na sua qualidade de Sumo Pontífice da Igreja Universal (chamado de "Pontífice de Roma" na lei canónica). O Papa, na sua qualidade de Patriarca de Roma é também o chefe da maior das Igrejas sui juris, a Igreja Latina. As restantes 23 Igrejas sui juris, conhecidas colectivamente como "Igrejas Católicas Orientais", são governadas por um hierarca que ou é um Patriarca ou um Arcebispo Principal ou um Metropolita. A Cúria Romana administra quer as igrejas orientais, quer a igreja ocidental. Devido a este sistema, é possível que um católico esteja em comunhão completa com o Pontífice de Roma sem ser um católico "romano".
As Igrejas sui juris utilizam uma das seis tradições litúrgicas tradicionais (que emanam de Sés tradicionais de importância histórica), chamadas "ritos". Os ritos principais são o Romano, o Bizantino, o de Antioquia, o Alexandrino, o Caldeu e o Arménio (existem ainda dois ritos ocidentais menores, o Rito Ambrosiano e o Rito Moçárabe). O Rito Romano, usado pela Igreja Latina, é dominante em grande parte do mundo, e é usado pela vasta maioria dos católicos (cerca de 98%). Antigamente havia muitos ritos ocidentais menores, que foram substituídos pelo Rito Romano pelas reformas litúrgicas do Concílio de Trento.
Historicamente, o Santo Sacrifício da Missa no Rito Romano (a "Missa Tridentina") era conduzido inteiramente em latim eclesiástico, mas devido ao Concílio Vaticano II, no início dos anos 60, foi promulgada uma nova versão da missa (Novus Ordo Missae), que é celebrada na língua vernacular (local). O serviço correspondente das Igrejas Católicas orientais, a Liturgia Divina, é conduzido em várias línguas litúrgicas, segundo o Rito e a Igreja: as Igrejas de Rito Bizantino usam o grego, o eslavónico, o árabe, o romeno e o georgiano, as igrejas de Ritos Antioquiano e Caldeu usam o siríaco, a Igreja de Rito Arménio usa o arménio e as Igrejas de Rito Alexandrino usam o copta e o ge'ez.
Lista[editar | editar código-fonte]
Ver artigo principal: Lista das Igrejas sui iuris
Fenômenos sociocomportamentais[editar | editar código-fonte]
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Queda na estimativa do número de fiéis[editar | editar código-fonte]
Tem-se observado, principalmente nas Américas e em parte da Europa, o desinteresse frequente pela população com relação à Igreja Católica. [carece de fontes] Um reflexo disso é o aparecimento de grande número de pessoas que se intitulam católicos não praticantes. No Censo 2000 feito pelo IBGE, 40% dos que responderam ser católicos no Brasil diziam ser "não-praticantes".
Esses indivíduos geralmente discordam de políticas severas da igreja quanto ao uso do preservativo sexual,[24] [25] [26] o divórcio,[27] [28] uniões estáveis entre heterossexuais[28] , união entre homossexuais,[29] e o aborto.[30] A prática de "ficar", comum entre os jovens brasileiros, por exemplo, foi declarada em 2007 como algo próprio de "garotas de programa" pelo secretário-geral e porta-voz da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), dom Dimas Lara Barbosa.[31] É frequentemente usado nos dias de hoje o termo religiosidade para definir a atitude de tais adeptos que discordam das políticas da igreja mas que continuam a seguir seus ensinamentos básicos cristãos.[carece de fontes]
No ano de 2007, foram feitas duas pesquisas que apresentaram resultados divergentes. A primeira, realizada pela Fundação Getúlio Vargas, dizia que o número de católicos parou de cair no Brasil depois de mais de 130 anos de queda, apontando como motivos a renovação da Igreja, e a grande comoção pela então recente morte do papa João Paulo II, estando o número de fieis estabilizado em 73%.[32] Atualmente, uma pesquisa divulgada pelo Data Folha em 2010, registrou nova queda no número de fieis, apontando um percentual de 64% de católicos na população brasileira.[33]
Renovação Carismática[editar | editar código-fonte]
A Renovação Carismática Católica (RCC) é um movimento católico surgido nos Estados Unidos em meados da década de 1960. Ele é voltado para a experiência pessoal com Deus, particularmente através do Espírito Santo e dos seus dons. Esse movimento busca dar uma nova abordagem às formas de evangelização e renovar práticas tradicionais dos ritos e da mística católicos. O movimento carismático católico foi influenciado em seu nascimento pelos movimentos pentecostais de origem protestante e até hoje esses dois grupos se assemelham em vários aspectos.
No Brasil, o movimento tomou força através da Canção Nova, Comunidade de Vida e Aliança criada pelo então Padre Jonas Abib (hoje Monsenhor) na cidade de Cachoeira Paulista para dar uma nova abordagem a temas polêmicos e morais e renovar conceitos já antigos da religião católica. Esse movimento ganhou força em meados dos anos 90 e já responde sozinho por grande parte dos católicos frequentantes no país. Possui um canal de televisão chamado Canção Nova e é presidido pelo Padre Jonas Abib.
Críticas[editar | editar código-fonte]
Ver artigo principal: Anticatolicismo, Críticas à Igreja Católica
Anglo-catolicismo[editar | editar código-fonte]
Ver artigo principal: Anglocatolicismo
O termo Anglo-catolicismo descreve pessoas, grupos, ideias, costumes e práticas dentro do anglicanismo que enfatizam a continuidade com a tradição católica.
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