Só quem sofre com a queda de cabelo entende a sensação de descobrir um novo tratamento e começar a utilizá-lo cheio de esperança, pra depois ter de colocá-lo junto com os outros 25 itens da lista do “já testei e não funciona” e começar do zero outra vez.
A questão é que combater o problema “às cegas”, além de cansativo e muito frustrante, é muito pouco eficiente. Existem inúmeros fatores que podem estar fazendo o seu cabelo cair, e sem saber exatamente a causa do problema fica mesmo difícil acertar no tratamento.
O primeiro passo, então, é investigar alguns dos principais suspeitos nos casos de queda de cabelo feminino e masculino. Reunimos 65 deles aqui: conhecendo melhor cada um e reunindo as pistas, podemos acabar prendendo o verdadeiro criminoso – ou descobrindo que pode se tratar de uma quadrilha completa!
Alguns pontos importantes antes de começar:
- Se você é daquelas pessoas que só de ler a bula de um remédio já acha que está com todos os efeitos colaterais, avisamos de cara: mantenha a calma! O seu caso pode ser bem mais simples do que parece.
- Dito isso, a queda de cabelo pode sim ser um primeiro sintoma para descobrir outras doenças, então investigue-a com atenção e seriedade (ela pode acabar te protegendo de outros problemas muito mais sérios no futuro).
- Além disso, mais de uma causa pode estar contribuindo para o seu quadro. Se você tem calvície de fundo genético, por exemplo, nada impede que outras causas estejam antecipando ou acelerando o avanço dela.
- Jamais use este post (ou qualquer outro conteúdo que você encontrar na internet) como base para tomar remédio por conta própria. Nós vamos repetir isso várias vezes ao longo do texto, mas nunca é demais lembrar: o seu tratamento deve ser sempre prescrito e acompanhado por um médico.
- Essa lista não pretende esgotar todas as causas possíveis para a queda de cabelo, apenas dar um panorama da diversidade de fontes possíveis para o problema. Se você sabe de mais algum possível suspeito, não hesite em investigá-lo – e conte pra gente nos comentários no final do post!
Você pode utilizar a lista abaixo para clicar diretamente no item que te interessar, ou seguir diretamente para a leitura.
Causas hereditárias
1- Calvície masculina
Se você:
- É homem;
- Tem casos de calvície na família;
- Começou a desenvolver “entradas”, recuo da linha de nascimento dos cabelos na testa e/ou raleamento dos fios no topo da cabeça;
- Observa o avanço gradativo desse quadro ao longo de vários meses ou anos (a perda de cabelo não começou de repente);
- E não apresenta outras queixas significativas (não tem coceira, dor ou inchaço na cabeça, por exemplo);
É muito provável que você tenha alopecia androgenética, a maior causadora de calvície masculina no mundo.
O quadro tem fundo genético (se o seu pai, tios ou avós têm calvície, a probabilidade de você também ter é grande) e é causado por um hormônio masculino derivado da testosterona (chamado di-hidrotestosterona ou DHT), que reduz progressivamente a atividade dos folículos capilares e torna os fios cada vez mais finos, podendo fazer com que eles parem de nascer por completo.
A alopecia androgenética não tem cura definitiva, mas existem diversas opções de tratamento. A finasterida, as loções de minoxidil e os shampoos de cetoconazol são algumas das mais utilizadas, mas existem várias outras alternativas – clique aqui para conhecer mais sobre elas.
O transplante capilar apresenta resultados animadores nos casos mais severos, e a prótese capilar é uma alternativa não cirúrgica, de efeito imediato e que também tem bons resultados.
2- Calvície feminina
Os homens são os mais atingidos pela alopecia androgenética, mas ela também causa a queda de cabelo feminino. A diferença é que, em vez de desenvolver o padrão clássico da calvície masculina, as mulheres costumam apresentar uma forma mais difusa e distribuída por todo o couro cabeludo. Além disso, a versão feminina costuma se manifestar mais tarde do que a masculina (muitas vezes só depois da menopausa).
Nem todas as opções de tratamento para a alopecia androgenética são ideais para mulheres, mas existem várias alternativas e versões adequadas para o combate da calvície feminina – clique aqui para conhecê-las.
Problemas nutricionais
3- Dietas rígidas
Dietas muito restritivas (que proíbem ou diminuem demais o consumo de alguns tipos de alimentos) podem causar deficiências nutricionais sérias – e o cabelo pode ser um dos primeiros afetados.
O corpo utiliza uma série de substâncias (proteínas, minerais, lipídeos, etc) para manter os nossos folículos capilares funcionando. Esses recursos também são necessários em outras partes do corpo, portanto se algum deles estiver faltando, o organismo prioriza os órgãos e sistemas mais importantes.
O cabelo é um dos últimos da fila: se não tiver nutriente pra todo mundo, provavelmenteele é que vai ficar sem.
Por isso, desconfie sempre de dietas “mágicas” ou muito radicais – o seu cabelo é que pode acabar pagando o preço. Continue lendo para conhecer alguns dos desequilíbrios nutricionais mais comuns nos casos de queda de cabelo.
4- Perda de peso
A queda de cabelo associada a uma grande perda de peso pode ter várias explicações. Uma delas é que o emagrecimento pode ter sido causado por uma dieta muito radical, como acabamos de ver, ou por um quadro de hipertireoidismo.
Pode ser também um caso de eflúvio telógeno, um tipo de queda de cabelo temporária que pode acontecer quando o corpo passa por qualquer grande mudança ou impacto. Nesse caso, a tendência é que o cabelo pare de cair assim que o corpo se estabiliza com o novo peso.
5- Falta de proteínas
Como o nosso cabelo é feito de proteínas (mais especificamente de queratina), é possível que baixos níveis de proteína na alimentação possam prejudicar a produção normal dos fios.
Esse não é um problema muito comum, porque a nossa alimentação normal costuma ser rica em proteína, mas pode acontecer nos casos de dietas que restrinjam alguns alimentos, de transtornos alimentares (como anorexia e bulimia) ou da síndrome da má absorção.
Os vegetarianos também devem ficar atentos: como grande parte das fontes de proteína é de origem animal (carne, peixe, frango, ovos, leite e derivados), pode ser necessário compensar a ausência de alguns desses alimentos com outras opções (como a soja, o feijão e a lentilha, por exemplo).
Tenha cuidado com os suplementos de proteína. Eles costumam ser voltados para pessoas que praticam atividades físicas intensas, e são fáceis de encontrar no mercado, mas o excesso de proteína no organismo pode causar problemas (como náusea, diarréia e danos aos rins), portanto o ideal é consumi-los apenas com acompanhamento médico.
Pelo mesmo motivo, é bom ter cuidado também com as dietas de alto consumo de proteína (com redução acentuada de carboidratos ou outros grupos alimentares). Consulte um nutricionista antes de pensar em fazer qualquer alteração radical na sua alimentação.
6- Falta de ferro
Muitas pessoas que têm queda de cabelo também apresentam níveis baixos de ferro. A ciência ainda não conseguiu estabelecer com clareza qual é a relação entre as ocorrências, mas muitos especialistas observam melhoras significativas na queda de cabelo dos pacientes quando os níveis de ferro são melhorados (e vários médicos acreditam que não é preciso estar anêmico para se beneficiar desse tipo de medida).
Na dúvida, melhor tomar um suplemento de ferro, certo? Errado!! O excesso de ferro no sangue também causa problemas muito sérios, portanto qualquer tipo de suplementação deve ser sempre acompanhada por um médico.
Se você suspeita que pode estar com deficiência de ferro (outros sintomas associados são cansaço, desânimo, dores de cabeça, falta de fôlego e palidez das mucosas), o primeiro caminho é buscar solucionar o problema naturalmente, pela alimentação. Carne vermelha, feijão, lentilhas, tofu e espinafre são algumas opções de boas fontes naturais de ferro (e acredita-se que, quando associada à vitamina C, a absorção do ferro é ainda maior).
7- Falta de vitaminas do complexo B
O chamado complexo B envolve uma série de vitaminas:
- B1 (Tiamina)
- B2 (Riboflavina)
- B3 (Niacina)
- B5 (Ácido pantotênico)
- B6 (Piridoxina)
- B7 (Biotina)
- B9 (Ácido fólico)
- B12 (Cobalamina)
Elas participam dos processos digestivos, do desenvolvimento muscular e da saúde de várias partes do corpo (como fígado, nervos, olhos, pele e cabelos), além de ajudar a prevenir a falta de ferro (que também pode estar ligada à queda de cabelo).
As vitaminas do complexo B são encontradas nos derivados do leite, ovos, carne, fígado, cereais, legumes e verduras. Uma alimentação diversificada fornece os níveis necessários, mas algumas dietas restritivas podem causar deficiência de alguma das vitaminas. A B12, por exemplo, é encontrada principalmente nos produtos de origem animal, portanto muitos vegetarianos acabam precisando de suplementação.
Pessoas que fizeram cirurgia bariátrica ou que tenham outros problemas de absorção de nutrientes podem desenvolver deficiência de várias vitaminas. É recomendável conversar com o seu médico e avaliar a necessidade de consumir algum suplemento ou fazer alterações na alimentação para compensar esse efeito.
Alguns dos complexos vitamínicos mais utilizados para fortalecer os cabelos e as unhas, como o Pantogar e o Imecap Hair, têm algumas vitaminas do tipo B em sua fórmula. Acredita-se que a correção da deficiência dessas vitaminas possa ser um dos segredos do seu sucesso.
8- Excesso de vitamina A
A vitamina A é importantíssima para a nossa visão, para a saúde da pele, do sistema imunológico e uma série de outras funções. Mas a hipervitaminose A (excesso da vitamina no organismo) pode acabar causando queda de cabelo (além de outros sintomas como diminuição do apetite, pele seca, tonturas, dores de cabeça e danos ao fígado).
É extremamente difícil ter excesso de vitamina A apenas com a alimentação normal (a menos que você seja um esquimó e consuma grandes quantidades de fígado de animais todo dia ). A maior parte dos casos atuais de hipervitaminose A é associada ao consumo excessivo de suplementos vitamínicos e a alguns medicamentos (como osretinóides, que são derivados da vitamina A).
Um produto que muita gente mistura no shampoo para tentar acelerar o crescimento do cabelo, o Monovin A, é um superconcentrado de vitamina A de uso veterinário. Não existe comprovação de que ele seja absorvido pelo couro cabeludo, mas estamos falando de uma concentração de vitamina A que pode ser perigosa para os seres humanos. Saiba mais sobre o shampoo bomba com Monovin A aqui.
9- Excesso de vitamina C
Quando o assunto é cabelo, a vitamina C costuma ser mais heróina do que vilã, na verdade. Ela ajuda a aumentar a absorção do ferro no nosso organismo (substância fundamental para a nossa saúde e para o bom crescimento dos fios).
Porém, o excesso de vitamina C pode aumentar a concentração de alguns fungos que agravam os quadros de caspa e ptiríase (problemas que podem causar a queda dos cabelos). Outras possíveis complicações são o aumento da chance de desenvolverpedras nos rins, problemas digestivos e aumento da acidez da urina (o que pode provocar irritações).
O excesso de vitamina C é ainda mais raro que o de vitamina A, porque o nosso organismo consegue eliminá-la com bastante facilidade. Porém, como ela é conhecida por ter muitos efeitos positivos, muita gente pode exagerar e consumir suplementos vitamínicos em doses altas demais (acima de 1.000 mg por dia).
O consumo regular de frutas, legumes e verduras frescos já deve ser suficiente para fornecer toda a vitamina C que o seu corpo precisa, sem risco de efeitos colaterais.
10- Excesso de vitamina E
A vitamina E tem um poderoso efeito antioxidante, protegendo as células contra a ação dos radicais livres. Acredita-se que ela possa prevenir ou aliviar os sintomas de várias doenças, como a síndrome de Alzheimer, distúrbios cardiovasculares e até mesmo alguns tipos de câncer.
Mas apesar de todos os seus benefícios, é preciso evitar também o excesso da vitamina E, pois ela é capaz de “afinar o sangue” (efeito parecido com o da aspirina) e prejudicar a absorção de ferro (que é importante para a boa saúde dos cabelos).
As fontes naturais de vitamina E (óleos vegetais, amendoim, amêndoas, ovos, manteiga, algumas verduras) são frequentes na nossa alimentação normal, mas é muito difícil ter excesso da vitamina apenas através dos alimentos. Novamente, o maior perigo é asuplementação exagerada. Não são necessários mais do que 15 mg por dia, e doses acima de 250 mg são consideradas excessivas.
11- Falta ou excesso de iodo
O iodo é um mineral fundamental para o funcionamento da tireóide. A sua falta ou excesso podem agravar quadros de hipotireoidismo ou hipertireoidismo, e ambos os problemas estão relacionados à queda de cabelo, portanto é importante manter os níveis de iodo bem equilibrados.
A deficiência de iodo é muito rara atualmente. Ele está presente em alguns alimentos que consumimos regularmente (como peixes e frutos do mar, ovos, leite e fígado), e também é inserido no nosso sal de cozinha. Baixos níveis de iodo costumam ser resultado de dietas muito restritivas, e níveis elevados normalmente acontecem devido a suplementação excessiva ou consumo exagerado de alimentos como algas e mariscos.
12- Falta ou excesso de selênio
O selênio é fundamental para o crescimento dos queratinócitos (células que formam os fios de cabelo), e também pode melhorar os quadros de caspa (uma das possíveis envolvidas nos quadros de queda). Ele é encontrado nos grãos (trigo, arroz, milho), peixes e frutos do mar, fígado, carnes e aves, mas nenhuma dessas fontes supera acastanha do pará, que é riquíssima em selênio.
Vale inclusive um alerta: evite consumir mais do que duas ou três castanhas por dia, pois o excesso de selênio também pode fazer os cabelos caírem. Cuidado também com ossuplementos, que podem acabar elevando as taxas muito acima do nível ideal.
13- Falta ou excesso de zinco
O zinco participa do processamento das proteínas no nosso corpo e da síntese doDNA, duas funções importantes para a reprodução das células no folículo capilar. Ele também é utilizado na produção dos hormônios da tireóide, e em alguns casos o tratamento do hipotireoidismo pode não resolver a queda de cabelos até que os níveis de zinco sejam normalizados.
O zinco também é importante na produção da testosterona, mas parece ter algum efeito inibidor na conversão do hormônio em di-hidrotestosterona, a versão que é responsável pela alopecia androgenética. Ou seja, é possível que quem sofre com a calvície clássica também possa se beneficiar com a melhora dos níveis de zinco no organismo.Algumas fontes naturais de zinco são as ostras, carne vermelha, fígado, ovos, castanhas, mariscos, camarões e alguns produtos de soja. Quem não atinge os níveis recomendados apenas através da alimentação pode se beneficiar de suplementação de zinco, mas é preciso cuidado porque o excesso pode prejudicar a absorção de outros nutrientes, como o ferro e o cobre, e acabar piorando a queda de cabelo.
Danos ao cabelo
14- Alisamento e modelagem térmicos
Muitas vezes pode parecer que o seu cabelo está caindo, quando na verdade ele está sequebrando. A aplicação de calor excessivo (com secadores, pranchas, babyliss e modeladores de cabelo) pode danificar a estrutura dos fios, tornando-os mais frágeis e suscetíveis a se partirem.
O risco de dano é maior ainda quando o cabelo está molhado. As partículas de água, ao entrarem em contato com uma fonte de calor intenso, podem mudar de estado físico (passar de líquido para gasoso) com muita rapidez. O processo pode causar “bolhas” nos fios e fragilizar a cutícula (camada externa que protege o cabelo).
O ideal é sempre utilizar o mínimo de calor possível: manter a chapinha em temperaturas mais baixas e o secador distante dos fios (nada de encostar a saída do ar quente no cabelo!). Produtos que ofereçam proteção térmica também podem ajudar a amenizar os danos.
15- Banho muito quente
Muita gente adora um banho escaldante, principalmente nos meses mais frios. Mas se você é uma dessas pessoas, saiba que isso pode estar prejudicando o seu cabelo. A água quente demais pode deixar os fios ressecados e com as cutículas abertas (o que faz com que eles fiquem mais frágeis), além de irritar a pele do couro cabeludo.
Nos casos em que a queda de cabelo está associada a algum tipo de infecção (como acaspa ou a psoríase, por exemplo), a água muito quente pode acabar piorando o quadro e acelerar mais ainda a perda dos fios.
16- Excesso de força no manuseio dos fios
Duas coisas que muita gente acha normal mas que a partir de hoje você não deve aceitar mais:
- Sentir dor ao desembaraçar os cabelos;
- Ficar com o pescoço tenso pra evitar que a cabeça seja puxada pra trás enquanto alguém faz uma escova no seu cabelo.
Usar força demais para manusear o cabelo pode causar tensão demais na raiz dos fios e causar alopecia por tração: o trauma físico sofrido repetidamente pelos fios pode fazer com que eles parem de nascer.
Pra desembaraçar, o ideal é começar pelas pontas, depois desembaraçar do meio pras pontas, e só por último pentear desde a raiz. Jamais fique puxando o pente pra baixo com força (isso só serve para arrancar alguns fios e arrebentar os outros!). Se o cabelo estiver muito embolado, aplique um óleo capilar para ajudar a lubrificar e soltar os fios.
Para fazer escova, o melhor é retirar ao máximo o excesso de umidade antes de começar (para reduzir o tempo em que o cabelo fica tensionado durante o procedimento) e trabalhar com mechas pequenas (que permitem mais controle e não exigem tanta força para ficarem esticadas).
17- Penteados apertados
Rabos de cavalo muito apertados, coques como os das bailarinas e penteados com tranças muito rentes ao couro cabeludo causam muita tensão nos fios, o que pode fazer com que eles sejam arrancados dos folículos. A longo prazo, é possível que surjaalopecia por tração.
Atenção também aos acessórios utilizados para prender o cabelo, como elásticos, presilhas e fivelas. Além de os modelos muito apertados aumentarem a tensão nos cabelos, alguns podem danificar também a estrutura dos fios, dobrando-os e fazendo com que se quebrem. Prefira os modelos encapados com tecido, sem pontas ou laterais muito afiadas.
18- Química muito agressiva
Os descolorantes, tinturas e alisamentos químicos mexem com a estrutura dos fios, abrindo a cutícula capilar e dando acesso ao córtex (clique aqui para entender como eles funcionam). Durante a realização desses procedimentos o cabelo fica extremamente exposto e frágil, e se eles não forem feitos corretamente os fios podem ficar opacos, porosos, ressecados e quebradiços. Para evitar esse risco, procure sempre um profissional confiável e faça um teste numa mecha pequena antes de aplicar o produto no cabelo inteiro.
Vale a pena mencionar à parte os alisantes que utilizam formol ou glutaral. Nenhum deles é autorizado pela Anvisa, pois podem causar danos sérios à saúde. Queda de cabelo, ardência nos olhos e irritação na pele do couro cabeludo e nas mucosas da boca e do nariz são os menores problemas: essas substâncias já foram associados até mesmo ao desenvolvimento de alguns tipos de câncer. A saúde dos seus cabelos – e a sua vida! – não valem esse risco.
Queda de cabelo feminino
19- Período menstrual
Algumas mulheres costumam ter queda de cabelo mais acentuada durante o período menstrual. Isso pode ter a ver tanto com a flutuação hormonal do período quanto com a perda de sangue (principalmente se o fluxo for muito intenso), que pode intensificar um quadro de deficiência de ferro (mineral que também é fundamental para o crescimento dos cabelos).
Se o caso for brando, pode ser que um reforço na alimentação consiga aumentar os níveis de ferro e reduzir a queda dos fios. Nos quadros mais severos, é interessante conversar com um médico (ginecologista ou endocrinologista) e avaliar se os níveis hormonais estão dentro do normal. Irregularidades no ciclo menstrual podem ser um sintoma da síndrome do ovário policístico, que também pode estar relacionada à queda de cabelo.
20- Síndrome do ovário policístico
Uma das características da síndrome do ovário policístico é a produção de hormônios androgênicos em níveis maiores que o normal. Alguns desses hormônios estão associados à alopecia androgenética (que causa a maioria dos casos de calvície), e podem favorecer a queda de cabelos.
Outros sintomas comuns são acne, hirsutismo (desenvolvimento acentuado de pelos no corpo), ganho de peso e irregularidades menstruais. Se você suspeita que pode ser esse o seu caso, procure um ginecologista. Assim que o diagnóstico for confirmado e a síndrome for tratada, a queda de cabelos deve ser resolvida.
Em alguns casos a síndrome do ovário policístico pode estar associada a outros problemas, como diabetes, hipertensão, hipotireoidismo, psoríase e transtornos alimentares. Como essas ocorrências também têm relação com a queda de cabelo, vale investigar se alguma delas pode ser a real causadora do problema.
21- Anticoncepcionais
As pílulas anticoncepcionais têm combinações diferentes de hormônios que inibem aovulação, e podem provocar a queda de cabelos por várias razões.
Em algumas pessoas isso acontece como uma reação ao medicamento (da mesma forma que é observado com outros remédios). Em outros casos é o perfil hormonal da pílula que afeta os cabelos. Acredita-se que as fórmulas com predominância deprogesterona podem estimular a manifestação da alopecia androgenética se a pessoa já tiver tendência. Já as pílulas com maior proporção de estrógeno podem ter o efeito contrário: proteger o cabelo da queda e incentivar o seu crescimento. Nesse caso, é possível que haja queda de cabelo quando o uso da pílula é interrompido.
A decisão de tomar pílulas anticoncepcionais deve ser discutida com o seu ginecologistae baseada em diversos outros fatores (nunca pensando apenas nos cabelos). Em alguns casos a queda só acontece quando o tratamento está sendo iniciado ou terminado, e depois se resolve normalmente. Se o seu quadro for mais persistente, vale conversar com o seu médico e avaliar a possibilidade de trocar de pílula ou adotar outros tratamentos.
Um alerta importante: a combinação entre anticoncepcionais e cigarro, além de piorar ainda mais a queda de cabelos, também eleva o risco de trombose e derrame cerebral.
22- Gravidez
Na maioria dos casos, a gravidez faz muito bem para o cabelo (a queda de cabelo é mais comum no período pós parto). Os hormônios que ficam exaltados durante a gestação tendem a deixar os fios mais densos e brilhantes, fazendo com que eles caiam menos que o normal. Mas algumas mulheres observam o efeito contrário, perdendo mais cabelo durante a gravidez.
Isso pode ser tanto uma reação do organismo às mudanças geradas pela gravidez quanto a manifestação de algum outro problema, como alguma deficiência nutricional. É possível que a montanha russa hormonal da gestação interfira na manifestação de hipotireoidismo ou hipertireoidismo, condições que podem levar à fragilização e queda dos cabelos. A ocorrência de diabetes gestacional também pode ter a ver com o problema.
O ideal é procurar o seu médico e eliminar as suspeitas. Ele deve orientar caso haja necessidade de tratar alguma doença ou de fazer adaptações na alimentação (incluindo o uso de suplementos). Caso a queda de cabelo não esteja relacionada a esses fatores, o ideal é aguardar e observar se o quadro irá se normalizar após a gravidez e o período pós parto (o que costuma acontecer na maioria das vezes).
23- Pós parto
Uma gravidez é sempre uma revolução no corpo da mulher, e o organismo leva um tempo para se recuperar totalmente após o parto. É bastante comum apresentar queda de cabelo nos seis meses após o nascimento do bebê. Trata-se de uma reação normal do corpo à flutuação hormonal associada à gravidez, que tende a se resolver normalmente depois deste período.
O que muitas mulheres observam como queda de cabelo pós parto é, na verdade, apenas o cabelo voltando ao normal depois da gravidez (período em que os fios costumam ficar mais densos e cair menos que o comum). Porém, em alguns casos pode haver surgimento de hipotireoidismo e hipertireoidismo pós parto, que podem enfraquecer e acentuar a queda dos cabelos. Procure o seu médico para tirar a dúvida e realizar o tratamento, se for necessário.
A amamentação não tem nenhuma relação com a queda dos fios, mas como a produção de leite exige vários nutrientes do corpo da mãe, é fundamental ter uma alimentação rica e balanceada para evitar qualquer deficiência nutricional (que pode prejudicar tanto a qualidade do leite quanto a saúde da mãe – o que também pode interferir na perda de cabelos).
24- Menopausa
Acredita-se que as mulheres manifestam a alopecia androgenética mais tarde que os homens porque os hormônios femininos protegem os folículos da ação do DHT (hormônio que provoca a calvície). Como a produção desses hormônios é reduzida a partir da menopausa, os fios podem ficar mais vulneráveis à queda.
A terapia de reposição hormonal pode ajudar a evitar esse efeito, mas é uma opção que deve ser considerada com o seu médico pesando todos os fatores relacionados à sua saúde (e não apenas à queda de cabelo). Outras alternativas são os diversostratamentos disponíveis para a alopecia androgenética feminina (clique aqui para saber mais sobre eles).
Remédios e tratamentos
25- Anabolizantes
Os esteróides anabolizantes são substâncias derivadas ou com funções similares àtestosterona, o principal hormônio masculino. Eles podem ser receitados para corrigir níveis baixos do hormônio no organismo, mas muita gente usa anabolizantes para melhorar a performance atlética e o crescimento muscular.
A alopecia androgenética é causada exatamente por um hormônio derivado da testosterona, chamado di-hitrotestosterona (ou DHT). Isso significa que se você tem predisposição à calvície, um anabolizante pode acelerar o surgimento dela.
Verdade seja dita: a queda de cabelos é o problema menos importante quando o assunto é anabolizante. Estamos falando de substâncias que podem causar danos ao fígado, aumento da pressão arterial e do colesterol, maior risco de problemas cardíacos, formação de coágulos sanguíneos e até mesmo estímulo ao crescimento de células cancerígenas.
Então, a menos que eles estejam sendo utilizados com orientação médica para corrigir um desequilíbrio hormonal, é melhor repensar o uso de esteróides anabolizantes. Existem inúmeras opções pra estimular a performance física e o ganho de massa muscular que não comprometem a sua saúde – nem a dos seus cabelos.
26- Antibióticos
Existem três hipóteses principais sobre o que faz alguns antibióticos provocarem queda de cabelo. Uma delas associa a reação ao impacto que praticamente qualquer medicamento pode causar no organismo, ou a alguma reação a um dos componentes do remédio.Alguns antibióticos podem afetar as células vermelhas do sangue e reduzir os níveis deferro e de algumas vitaminas do complexo B. Como as duas substâncias são importantes para o crescimento dos cabelos, a sua redução pode ser o que dispara a queda dos fios.
A terceira hipótese é a de que não seria o antibiótico, mas sim a própria doença que ele está combatendo que estaria fazendo o cabelo cair (como o corpo está concentrado em derrotar o agente invasor e se recuperar, o crescimento do cabelo é colocado em segundo plano).
Nos três casos, o mais importante é notar que a queda de cabelo é temporária: assim que a doença é curada e o medicamento é suspenso, o cabelo deve se recuperar normalmente. O maior problema são os antibióticos tomados por longos períodos: nesses casos, pode ser útil conversar com o seu médico e avaliar a possibilidade de mudar a dosagem ou o tipo de antibiótico tomado.
27- Anticoagulantes
Os medicamentos anticoagulantes como a varfarina, heparina, e ácido acetilsalicílico (Aspirina) são utilizados para prevenir a formação de coágulos sanguíneos nos casos em que existe histórico ou predisposição a desenvolvê-los (casos de infarto, acidente vascular cerebral – AVC, angina, entre outros).
Essa classe de remédios pode afetar negativamente os níveis de ferro no organismo, principalmente quando consumidos durante longos períodos, o que poderia influenciar na queda de cabelo. O ideal é procurar um médico e verificar se existe necessidade de adaptar a alimentação ou utilizar suplementos para corrigir os níveis de ferro. Ou, se o problema não for esse, analisar a possibilidade de mudar o medicamento ou a dosagem para tentar amenizar os efeitos.
28- Anticonvulsivantes
Utilizados na prevenção e controle dos quadros de convulsão, epilepsia e transtorno bipolar, os remédios anticonvulsivantes (ou anticonvulsivos) podem ter alguns efeitos colaterais que afetam a pele (vermelhidão, reações alérgicas, coceira, entre vários outros).
A queda de cabelo pode surgir associada a essas reações ou por causa de outro possível efeito colateral dos medicamentos, que é a redução de algumas vitaminas importantes para os cabelos (como as do complexo B). Analise o caso com o seu médico e verifique as adaptações possíveis (tanto na alimentação quanto na medicação).
29- Antidepressivos
Os antidepressivos são utilizados no tratamento da depressão, transtorno obsessivo-compulsivo, ansiedade, transtornos alimentares, distúrbios do sono, entre várias outras doenças. Eles interferem no processamento dos neurotransmissores, substâncias que participam da comunicação dos impulsos nervosos e regulam uma série de aspectos no nosso corpo, como a fome, o sono, a temperatura e a atividade sexual.
Qualquer interferência relacionada a essas substâncias gera impactos significativos no organismo, e esse choque pode ser a causa da queda de cabelo. Em algumas situações os fios podem até mudar de cor ou de textura (ficar mais claros, escuros ou cacheados, por exemplo).
A queda de cabelo associada aos antidepressivos é classificada como eflúvio telógeno e costuma ser apenas temporária. Em alguns casos ela acontece somente durante aadaptação do organismo ao novo medicamento, e se resolve sozinha depois de alguns meses. Outros quadros mais persistentes podem ser solucionados com a substituiçãodo medicamento (por um de outra marca ou com outros princípios ativos) ou com a mudança da dosagem. O ideal é conversar com o seu médico sobre as opções disponíveis para o seu tratamento.
30- Anti-hipertensivos
Alguns medicamentos utilizados no tratamento da pressão alta (como os beta-bloqueadores) também podem provocar queda de cabelo. Porém, como a própriahipertensão pode ser a causadora do problema, é preciso primeiro garantir que a doença esteja sob controle, para só então suspeitar dos remédios e avaliar com o seu médico as opções de adaptação no tratamento.
Curiosamente uma das substâncias mais utilizadas no combate à queda de cabelo, ominoxidil, era utilizada inicialmente apenas como medicamento para a hipertensão (conhecido pelo nome comercial de Loniten). Ou seja, nem todos os anti-hipertensivos fazem mal para o cabelo – alguns podem ser exatamente a solução do problema!
31- Antiinflamatórios não esteróides
Os antiinflamatórios não esteróides são medicamentos comuns para o alívio de inflamações, dor e febre, e muito utilizados contra dores de cabeça, dores musculares, artrite e mesmo em gripes e resfriados. Alguns dos mais comuns são o ibuprofeno (Advil), ácido acetilsalisílico (Aspirina), diclofenaco (Voltaren, Cataflam) e paracetamol (Tylenol).
É bastante improvável que o uso eventual desses medicamentos cause algum efeito sobre os cabelos. Os maiores riscos envolvem doses maiores ou períodos mais prolongados, e mesmo nesses casos pode ser que a queda de cabelo surja apenas no início do tratamento, desaparecendo depois que o corpo se acostuma com o remédio. Se a queda for persistente, o seu médico pode testar outros medicamentos ou mudar a dosagem para tentar aliviar esse efeito.
32- Beta-bloqueadores
Os beta-bloqueadores, ou bloqueadores beta-adrenérgicos, são substâncias utilizadas no tratamento da hipertensão, arritmias, glaucoma, na proteção do coração após episódios de infarto, entre outros casos.
Apesar de serem utilizados em alguns casos de hipertireoidismo (que é uma doença que pode interferir na queda dos cabelos), os beta-bloqueadores tendem a tratar apenas alguns dos sintomas (como aumento da ansiedade, tremores, etc), não interferindo muito nos níveis dos hormônios da tireóide no organismo.
A queda de cabelo costuma durar apenas enquanto o medicamento está sendo tomado, mas nos casos em que o tratamento é de longo prazo vale conversar com o seu médico para eliminar a suspeita de outras causas para o problema (nos casos de hipertensão a queda pode estar associada a baixos níveis de zinco, por exemplo), ou discutir a possibilidade de fazer adaptações no tratamento. Vale lembrar que outros remédiosanti-hipertensivos também podem estar por trás da queda de cabelo.
33- Corticóides
Os corticóides são uma classe de antiinflamatórios utilizados no tratamento de alergias, inflamações e doenças autoimunes. Eles são ferramentas poderosas no combate a algumas doenças que causam queda de cabelo, como o lúpus e a alopecia areata.
A diferença entre herói e vilão, nesse caso, está na dose. Níveis muito grandes de corticóides no organismo podem provocar a síndrome de Cushing, que pode causar queda de cabelo. Nesses casos o ideal é conversar com o seu médico e avaliar a possibilidade de reduzir as doses ou testar um medicamento diferente.
34- Lítio
O lítio é utilizado principalmente em medicamentos para tratamento de transtorno bipolar. A queda de cabelo pode surgir como reação do organismo ao impacto da medicação (eflúvio telógeno), mas um dos possíveis efeitos colaterais do tratamento é ohipotireoidismo, que também pode causar o problema.
O primeiro passo é fazer exames para verificar se a atividade da tireóide está normal. Se houver alguma alteração, o tratamento para normalizar a função tireoidiana pode ser suficiente para interromper a queda de cabelos. Se não for o caso, é necessário observar se os fios vão parar de cair após alguns meses (o que acontece em alguns casos, depois que o organismo se acostuma com o tratamento com lítio), ou verificar com o seu médico se é possível fazer alguma alteração no medicamento ou na dosagem para que os cabelos sejam menos afetados.
35- Quimioterapia e Radioterapia
O câncer é uma doença (ou um conjunto delas, na verdade) em que um grupo de células começa a se reproduzir de forma descontrolada, podendo afetar os tecidos da região onde se encontra ou se alojar em outras partes do corpo.
Os medicamentos utilizados no tratamento da doença não sabem distinguir o que é câncer e o que não é: o que eles fazem é atacar as células que têm a característica de se multiplicarem rapidamente. O problema é que os folículos capilares também envolvem multiplicação intensa de células na produção dos fios, e muitas vezes são afetados pelos tratamentos.
Alguns medicamentos podem causar a queda de todos os fios (não só da cabeça, mas também de outras partes do corpo), outros apenas tornam os cabelos mais ralos efrágeis, podendo alterar também a sua cor e textura.
A radioterapia é um procedimento mais localizado e só costuma afetar as células da região tratada, portanto só provoca queda de cabelo nos casos em que o câncer se encontra na cabeça.
Assim que a quimioterapia ou radioterapia é encerrada, os folículos capilares se recuperam normalmente e retomam o crescimento dos fios. Vários médicos recomendam o uso de tônicos de minoxidil para ajudar nessa recuperação. As próteses capilares são ótimas opções para cobrir as áreas calvas até que o cabelo natural volte a crescer normalmente.
36- Remédios para colesterol
Um dos tipos de remédio mais utilizados no combate aos altos níveis de colesterol são asestatinas, mas um possível efeito colateral do seu uso é o aumento da queda de cabelo. Pode ser que isso aconteça como reação do corpo ao medicamento (caso clássico de eflúvio telógeno), mas talvez a “culpa” seja exatamente da redução do colesterol: ele é importante para a produção dos hormônios do nosso corpo, e a flutuação dos seus níveis pode ter efeitos nos cabelos (como na queda de cabelo pós-parto, na menopausaou na alopecia androgenética clássica).
O controle do colesterol é importantíssimo para evitar bloqueios nas veias e artérias e reduzir o risco de infarto ou acidente vascular cerebral, por exemplo. Portanto, nunca se deve suspender a medicação por conta própria apenas porque os cabelos estão caindo. É preciso primeiro garantir que os medicamentos são os verdadeiros culpados pela queda de cabelo (verificar a saúde da tireóide, os níveis dos hormônios no corpo, se existe alguma deficiência nutricional, etc). Converse com o seu médico sobre as opções disponíveis para o seu tratamento.
37- Remédios para diabetes
Existem diversos medicamentos para a diabetes, mas nem todo mundo reage bem a todos eles. Praticamente qualquer remédio pode desencadear o eflúvio telógeno, mas nesse caso pode haver um segundo complicador: alguns medicamentos utilizados no tratamento da diabetes podem reduzir a absorção de algumas vitaminas, principalmente do complexo B, o que pode ser a causa da queda de cabelo. Essas vitaminas também interferem na absorção do ferro, outro componente fundamental para evitar que os fios caiam.
Em primeiro lugar é preciso garantir que não é a própria diabetes que está provocando a queda. Se mesmo com a doença estabilizada o cabelo continua a cair, é possível avaliar com o seu médico a possibilidade de realizar adaptações na medicação ou investigar se o caso envolve deficiências nutricionais.
38- Remédios para gota
A gota é uma doença relacionada ao aumento dos níveis de ácido úrico no sangue. O depósito dos cristais formados pelo ácido nas articulações pode causar dor e inflamação.
Alguns dos remédios utilizados no tratamento da gota, como o alopurinol e acolchicina, podem ter como efeito colateral a queda ou a mudança na coloração do cabelo, mas essas manifestações não são muito frequentes. É comum controlar a inflamação com uso de alguns corticóides e antiinflamatórios não esteróides, que também podem fazer o cabelo cair mais que o normal. O uso de anticoagulantes pode piorar os dois quadros (o de gota e o de queda!).
Algumas outras doenças podem afetar com mais frequência as pessoas que têm gota, como anemia, psoríase, hipotireoidismo, pressão alta e diabetes, e elas também podem ser causadoras da queda de cabelo, portanto vale investigar o caso com cuidado. Fale com o seu médico sobre fazer exames para descartar os suspeitos e testar variações nos medicamentos para identificar os verdadeiros “culpados”.
39- Remédios para tireóide
Tanto o hipotireoidismo quanto o hipertireoidismo podem produzir queda acentuada de cabelo, e o tratamento para normalizar a atividade da tireóide geralmente resolve esses casos. Porém, se a dosagem do medicamento não for bem regulada, ele pode acabar causando o efeito inverso: um quadro de hipotireoidismo pode se transformar em hipertireoidismo e vice-versa (o que pode fazer a queda de cabelos retornar).
Para evitar esse efeito, é necessário que as pessoas recebendo tratamento para a tireóide sejam acompanhadas regularmente por um médico, fazendo exames periódicos para avaliar se há necessidade de aumento ou diminuição na dosagem dos remédios.
40- Retinóides
Em tese, os retinóides podem tanto aumentar quanto diminuir a queda de cabelo. São substâncias que interferem na regulação do crescimento das células da pele, e são bastante utilizadas no tratamento da acne e da psoríase. A tretinoína, a isotretinoína (princípio ativo do Roacutan) e o adapaleno são alguns dos retinóides mais conhecidos.
Acredita-se que a ação desses medicamentos na pele possa interferir na atividade dos folículos capilares, mas existe outra pista que pode ser importante: os retinóides são formados a partir da estrutura da vitamina A (cujo excesso também é associado à queda de cabelo).
Curiosamente, alguns estudos apontam que o uso de retinóides tópicos (como cremes, loções ou géis, aplicados superficialmente sobre a pele) pode inibir a queda de cabelo, principalmente quando associado ao uso de loções de minoxidil: aparentemente eles aumentam a sensibilidade da pele, ampliando os efeitos do tratamento.
Isso pode sugerir que o tratamento sistêmico (que age dentro do organismo, como os comprimidos) tem maiores chances de provocar queda de cabelo que o tratamento tópico. De qualquer forma, se você utiliza medicamentos com retinóides, vale conversar com o seu médico para avaliar quais alternativas podem ser adotadas.
Doenças e problemas de saúde
41- Acidente
Lidar com o dano físico, os medicamentos e o stress envolvido num acidente é um grande choque para o organismo. A queda de cabelo pode aparecer meses depois do acidente, mas assim que você estiver 100% recuperado os folículos capilares retomam a sua atividade normal.
Se houver trauma físico na região da cabeça, é preciso aguardar a cicatrização para avaliar se o cabelo vai ser afetado. Em alguns casos os fios param de crescer sobre umacicatriz muito grande. É possível fazer uma revisão cirúrgica da cicatriz, reduzindo a sua extensão, ou mesmo um transplante capilar para que a pele volte a ter cabelos.
42- Alopecia areata
A alopecia areata é uma condição autoimune em que o organismo começa a atacar os folículos capilares como se eles fossem agentes invasores. Na maioria dos casos surgem “ilhas” de calvície no couro cabeludo (áreas calvas bem delimitadas), apesar de algumas pessoas manifestarem a alopecia areata de forma difusa. A queda de cabelo pode avançar ou regredir espontaneamente, e é normal que aconteçam vários episódios ao longo da vida.
Ainda não existe uma cura definitiva, mas já temos várias opções de tratamentos para alopecia areata (clique para saber mais sobre eles). Nos casos mais avançados, aspróteses capilares podem ser uma boa solução estética.
43- Alopecia cicatricial
O que chamamos de alopecia cicatricial não é uma única doença, mas um conjunto de ocorrências que podem provocar dano permanente aos folículos capilares, gerando áreas de calvície permanente. Isso inclui desde os danos físicos (como queimaduras,acidentes ou a área de cicatriz de algumas cirurgias) até uma série de doenças inflamatórias que podem afetar direta ou indiretamente os folículos (saiba mais sobre elas aqui).
Grande parte dessas doenças tem ocorrência crônica (os episódios se repetem ao longo da vida do indivíduo) e pode ser confundida com outros tipos de alopecia, como aareata ou algumas micoses. A investigação de todos os casos deve ser levada a sério exatamente para não correr esse risco: como a alopecia cicatricial pode causar calvície irreversível, o tratamento correto deve ser iniciado o mais rápido possível.
44- Cirurgia
Uma cirurgia gera sempre um impacto para o organismo, e já vimos que é comum surgir um quadro de eflúvio telógeno nessas situações. Quanto maior a cirurgia, maior também a chance de esse tipo de reação acontecer.
Algumas pessoas acreditam que o método anestésico poderia ter uma participação importante nesses casos, principalmente a anestesia geral: em teoria, ela manteria apenas os processos fundamentais do corpo funcionando, e deixaria os demais (como a produção dos cabelos) em stand-by. Esse “desligamento” temporário poderia fazer com que os folículos entrassem prematuramente na fase telógena, provocando a queda acentuada dos fios.
Seja esse o caso ou não, o fato é que os quadros de queda de cabelo após uma cirurgia tendem a se resolver normalmente nos meses seguintes, quando o corpo se recupera. Uma possível exceção para essa regra são as cirurgias que envolvem o sistema digestivo (como a redução de estômago ou remoção de parte do intestino, por exemplo): algumas delas podem provocar a síndrome da má absorção e prejudicar o crescimento dos cabelos. Nesses casos, é preciso conversar com o seu médico para avaliar as suplementações ou adaptações alimentares que podem ser necessárias.
Um tipo diferente de calvície associada a cirurgias é a que surge em algumas cicatrizes. Em alguns desses casos é possível fazer um transplante capilar para recuperar a área atingida.
45- Dermatite seborreica (caspa)
Dermatite seborreica é um problema que provoca descamação exacerbada da pele (que gera a caspa), além de vermelhidão, coceira, irritação e, em alguns casos, queda de cabelo. Sua ocorrência parece estar relacionada a fatores genéticos, climáticos (é mais frequente em climas frios) e emocionais (situações de stress podem desencadear uma crise). Outras ocorrências aparentemente relacionadas à dermatite seborreica são o excesso de oleosidade e o aumento da quantidade de um tipo de fungo que vive normalmente na nossa pele (assim como no caso da ptiríase versicolor).
O tratamento geralmente é realizado com antifúngicos, shampoos especiais (como os decetoconazol) e corticóides. Acredita-se que a má alimentação e o tabagismo podem piorar os quadros de dermatite seborreica, assim como os banhos com água muito quente e o uso de acessórios que abafem muito a cabeça (como bonés e lenços, por exemplo).
46- Diabetes
A ocorrência de queda de cabelo em pessoas com diabetes (doença relacionada ao aumento dos níveis de açúcar no sangue) é comum, mas os motivos podem ser vários:
- A circulação sanguínea pode ficar prejudicada, o que compromete o fornecimento de nutrientes para os folículos capilares e faz com que eles reduzam a sua atividade.
- Outras doenças, como a síndrome de Cushing, a hipertensão, o hipertireoidismo e a síndrome do ovário policístico podem estar relacionadas ao surgimento da diabetes – e também da queda de cabelos.
- Alguns medicamentos, como os corticóides, beta-bloqueadores e anti-hipertensivos, podem interferir na manifestação da doença. Além disso, vários diabéticos utilizam remédios para regular o colesterol. Todos eles podem ter relação com a queda dos fios – inclusive alguns dos medicamentos voltados para otratamento da própria diabetes.
- Níveis baixos de algumas vitaminas são frequentes nos diabéticos (e também nas pessoas que têm queda de cabelo).
- Algumas mulheres desenvolvem o que se chama de diabetes gestacional, que pode ser a causa da perda de cabelo durante a gravidez. O quadro requer tratamento, mas pode ser apenas temporário.
- Às vezes o próprio stress emocional relacionado à doença pode ser um gatilho para fazer os cabelos caírem.
Com tantos elementos que podem interferir no problema, pode parecer muito difícil determinar exatamente qual (ou quais) deles é o verdadeiro culpado. O mais importante é, primeiramente, manter a doença sob controle. Inicie o seu tratamento, siga as recomendações do seu médico e observe o que acontece.
Se a normalização dos níveis de açúcar no sangue não resolver o problema, você pode começar a investigar os demais suspeitos. Converse com o seu médico sobre possíveis adaptações nos medicamentos, mudanças na sua alimentação,suplementos nutricionais e outras alternativas.
Vale frisar que os cuidados com a diabetes podem ter de ser intensificados com a chegada da menopausa. Outro alerta: o tabagismo em diabéticos, além de intensificar a queda de cabelo, pode causar sérios riscos à saúde.
47- Doenças agudas
Pode parecer mentira, mas até uma gripe pode fazer você perder cabelo! Qualquer episódio severo de uma doença aguda, como uma infecção causada por vírus ou bactérias, pode fazer com que o seu corpo entre em estado de alerta e recuperação. Como já vimos, uma das maneiras que o organismo tem de reagir a esses quadros é concentrar todos os seus recursos na cura da doença – e as funções menos importantes, como o crescimento dos cabelos, ficam em segundo plano.
É bom prestar atenção porque na maioria dos casos os cabelos só começam a cairalguns meses depois do episódio. Talvez aquela amigdalite que você teve um tempo atrás pode ser a culpada pelos fios que você está perdendo agora.
É um caso clássico de eflúvio telógeno, que tende a se resolver normalmente depois que o organismo se recupera, então não há muito o que fazer além de esperar. É normal que os quadros levem até seis meses para serem estabilizados – se a sua queda de cabelo permanecer por muito mais tempo, a causa pode ser outra.
48- Febre alta
Entre os vários tipos de doenças e infecções que podem disparar um episódio de eflúvio telógeno, os casos que envolvem febre alta são alguns dos culpados mais frequentes.
A febre é um mecanismo natural de autodefesa do organismo, que identifica a presença de invasores e eleva a própria temperatura para tentar eliminá-los. Um dos recursos que o corpo usa para isso é a diminuição do fluxo sanguíneo da pele, para mantê-lo mais distante da superfície (onde ele perde calor com mais facilidade).
Pode ser que essa redução da alimentação sanguínea seja capaz de afetar os cabelos, ou que o próprio esforço de recuperação da infecção exija muito do corpo. A culpa pode ser também dos medicamentos utilizados durante a infecção: o ibuprofeno, por exemplo, é um antipirético (combate a febre) que pode causar queda de cabelos em alguns casos.
49- Hipertensão
A hipertensão (pressão sanguínea muito alta) podem desencadear a queda de cabelo por uma série de motivos. Além do impacto que a própria doença gera no organismo, vários quadros de hipertensão estão associados a baixos níveis de zinco no organismo, e alguns medicamentos anti-hipertensivos (como os beta-bloqueadores) também podem ser os culpados.
O primeiro passo nesses casos é garantir que a hipertensão seja tratada. Se a queda de cabelo persistir mesmo com a pressão sanguínea normalizada, vale conversar com o seu médico para verificar se há deficiência de zinco ou se a troca dos medicamentos (ou a diminuição da dosagem) pode ser realizada.
50- Hipertireoidismo
Quando os hormônios produzidos pela tireóide se encontram em níveis maiores que o normal, cria-se um quadro de hipertireoidismo. O metabolismo corporal fica acelerado e acredita-se que essa alteração pode se aplicar também aos folículos capilares, fazendo com que os ciclos de crescimento do cabelo sejam acelerados. Isso pode fazer com que os fios caiam numa velocidade maior do que o corpo é capaz de repor.
O hipertireoidismo pode causar pressão alta, insônia, inquietação, ansiedade, perda de peso e aumento no apetite. O tratamento mais comum é realizado com remédios que reduzem os níveis dos hormônios da tireóide (alguns quadros são tratados com beta-bloqueadores, que também podem provocar queda de cabelo).
Em alguns casos a glândula pode ser removida cirurgicamente ou destruída com o uso de iodo radioativo, e o paciente passa a tomar medicamentos contendo os hormônios que a tireóide produziria.
Em todos os casos a dosagem dos remédios deve ser acompanhada regularmente pelo médico, para evitar o risco de desenvolver o hipotireoidismo (que também causa queda de cabelo).
51- Hipotireoidismo
Hipotireoidismo é um quadro em que os hormônios produzidos pela tireóide se encontram em níveis menores do que o normal. A doença afeta o metabolismocorporal, e acredita-se que ela pode reduzir a atividade dos folículos capilares, fazendo com que os fios não cresçam com a mesma velocidade de sempre e deixando os cabelos mais ralos, secos e quebradiços.
Outros sintomas de hipotireoidismo incluem fadiga, sonolência, falta de energia, ganho de peso, prisão de ventre, fraqueza muscular e ressecamento da pele. Se você desconfia que pode estar com essa doença, procure o seu médico para confirmar o diagnóstico e iniciar o tratamento. Confira também se os níveis de zinco no seu corpo estão normais, pois é comum que eles estejam diminuídos com o hipotireoidismo.
Assim que a atividade da tireóide é normalizada, os cabelos voltam a crescer normalmente. Mas é importante manter o acompanhamento médico para avaliar a necessidade de adaptação nas doses do medicamento ao longo do tempo (uma dosagem muito alta pode acabar gerando o quadro oposto, hipertireoidismo, que também pode provocar queda de cabelos).
52- Lúpus
Lúpus é uma doença que faz com que o sistema de defesa do organismo ataque os órgãos do próprio corpo. A sua manifestação pode ser sistêmica (envolver várias partes do corpo) ou restrita à pele. Vários casos de lúpus estão associados à queda de cabelo, mas é preciso que se investigue o caso com cuidado, pois existem muitas variáveis que podem interferir nesses casos.
Uma possibilidade é que a inflamação causada pelos episódios de atividade do lúpus façam o cabelo cair (nessas situações, assim que a crise é controlada os cabelos voltam ao normal). Porém, é preciso lembrar que alguns antiinflamatórios não esteróides,corticóides, anticoagulantes ou outros medicamentos utilizados podem ser os culpados por trás da queda dos fios – alguns remédios podem inclusive gerar quadros desintomas similares ao lúpus, que são suspensos quando o tratamento é encerrado.
Também é possível que outras ocorrências relacionadas à manifestação do lúpus, comofebre, anemia e falta de apetite (levando a uma nutrição deficitária) e até mesmo ostress de lidar com a doença possam estar fazendo o cabelo cair. Por isso, a investigação do caso deve ser feita de forma criteriosa e paciente, eliminando suspeitas até chegar ao verdadeiro causador da queda de cabelo.
No caso do lúpus discóide (forma da doença que gera marcas circulares na pele), se as lesões no couro cabeludo forem agressivas e não receberem tratamento adequado, podem causar um tipo de calvície classificado como alopecia cicatricial, com dano permanente aos folículos capilares da área afetada. Em alguns casos é possível recuperar as partes calvas com um transplante capilar, mas o ideal é esperar que a inflamação esteja inativa e estável durante bastante tempo (um a dois anos) antes de considerar essa alternativa.
53- Micose
A tinea capitis (ou tinha do couro cabeludo) é uma infecção causada por fungos que ocorre com mais frequência nas crianças, mas também pode afetar os adultos. Ela normalmente começa com áreas avermelhadas na pele, que progridem e formam regiões arredondadas de calvície. Elas podem vir acompanhadas de coceira, inflamação e formação de crostas. O contágio é feito pelo contato com pessoas, animais ou objetos infectados (como escovas de cabelo, chapéus ou travesseiros, por exemplo).
A ptiríase versicolor é causada por fungos que habitam normalmente a nossa pele, mas podem se multiplicar demais e começar a causar problemas. Ela forma manchas amareladas (podem parecer esbranquiçadas devido ao contraste com a cor da pele) que podem envolver queda dos fios nas áreas atingidas e coceira. Acredita-se que alguns fatores genéticos, ambientais (clima quente e úmido) e alguns problemas de saúde (deficiências nutricionais, problemas imunológicos, dermatite seborreica e síndrome de Cushing) podem aumentar as chances de ocorrência do problema.
Em ambos os casos, o tratamento geralmente é realizado com antifúngicos sistêmicos(administrados em forma de comprimidos) e tópicos (como os shampoos decetoconazol, que são comuns no tratamento da queda de cabelo). No caso da tinea capitis, é importante começar o tratamento o mais rápido possível porque ela pode causar lesões permanentes aos folículos capilares, provocando alopecia cicatricial.
54- Psoríase
A psoríase é uma condição crônica (de fundo genético e autoimune) que geralmente causa lesões avermelhadas e com descamação na pele, podendo acometer várias partes do corpo (inclusive o couro cabeludo). Podem acontecer vários episódios ao longo da vida do indivíduo.
A queda de cabelo associada à doença costuma ser atribuída aos traumas físicos gerados pela coceira, ao impacto da inflamação, aos medicamentos utilizados para controlá-la (como alguns retinóides) ou até mesmo ao stress de ter que lidar com o problema. Mas em casos muito graves a doença pode causar lesões permanentes nos folículos capilares e provocar alopecia cicatricial.
Muitas vezes a psoríase é confundida com algumas micoses, o que pode atrasar o diagnóstico e o início do tratamento. Sabe-se que os portadores de doenças autoimunes podem ter maiores chances de manifestarem outras condições similares, como alguns tipos de hipotireoidismo, hipertireoidismo, diabetes e lúpus (doenças que também podem provocar queda de cabelo). Uma delas é a alopecia areata, que também provoca episódios recorrentes de calvície em áreas delimitadas. Além disso, quem tem psoríase também pode ter risco aumentado de desenvolver hipertensão.
Por isso é importante investigar o quadro com atenção e identificar a verdadeira causa do problema. Procure o seu médico, observe o padrão com que a queda de cabelos acontece e investigue se existem outros problemas de saúde que podem estar causando ou piorando o quadro.
55- Problemas na hipófise
Muitas das causas da queda de cabelos são relacionadas a diferentes hormônios. Portanto, se há algum problema com a hipófise, a glândula mestra que regula o funcionamento de várias outras glândulas do nosso corpo, é de se esperar que os desequilíbrios hormonais gerem vários problemas, incluindo a queda exagerada dos fios.
A tireóide e as suprarrenais, por exemplo, dependem dos comandos da hipófise para produzirem seus hormônios. Problemas nessas glândulas podem gerar hipotireoidismo,hipertireoidismo e síndrome de Cushing – todas essas condições podem ter como sintoma a queda do cabelo.
A glândula também participa da produção dos hormônios femininos e masculinos, que quando desequilibrados podem provocar alterações menstruais ou interferir na manifestação da alopecia androgenética.
O diagnóstico de problemas na hipófise é bastante raro, e costuma ser feito através de exames de sangue e de imagem. O seu médico deve investigar o caso e determinar qual a melhor via de tratamento.
56- Problemas nas supra-renais
As glândulas suprarrenais (ou adrenais) são responsáveis pela produção de vários hormônios fundamentais, como o cortisol, a adrenalina e a testosterona, e regulam o processamento das gorduras, proteínas e dos níveis de sais no corpo.
Como essas funções afetam inúmeros aspectos do nosso organismo, pode ser difícil chegar ao diagnóstico exato. Por exemplo: alguns dos sintomas de baixa atividade das suprarrenais, como cansaço, fadiga e sonolência, podem ser associados aohipotireoidismo ou anemia. A produção excessiva de alguns hormônios pode causar irregularidades menstruais e desenvolvimento de pelos faciais, sintomas que também podem gerar a suspeita de síndrome do ovário policístico. Todos esses casos podem gerar queda de cabelo.
Se houver excesso de cortisol no organismo, seja por algum problema das suprarrenais ou por excesso de medicação com corticóides, é possível desenvolver a síndrome de Cushing, que também pode fazer os cabelos caírem com mais intensidade. Já a produção exacerbada de hormônios androgênicos pode acentuar os quadros de alopecia androgenética.
Somente uma avaliação criteriosa realizada pelo seu médico, comparando os sintomas e solicitando exames para verificar a função das suprarrenais, é capaz de desvendar o que pode realmente estar por trás da queda de cabelo nesses casos.
57- Queimadura
As queimaduras podem causar queda de cabelo por duas vias diferentes. Uma queimadura séria, principalmente quando atinge grandes extensões do corpo, pode desencadear a ocorrência de eflúvio telógeno. Mas se ela afetar o couro cabeludo os folículos capilares podem sofrer danos permanentes, gerando um quadro de alopecia cicatricial.
A escolha do tratamento, nesse caso, deve considerar a extensão e a profundidade do dano causado pela queimadura. Em alguns casos é possível recuperar as partes calvas através de um transplante capilar, aproveitando os folículos das áreas que não foram atingidas.
Se a pele tiver sido muito danificada e os folículos transplantados não tiverem boas chances de sobrevivência, ou se o paciente não quiser ou puder passar por um procedimento cirúrgico por qualquer outro motivo, uma prótese capilar pode ser uma boa solução para o problema.
58- Sífilis
Esse é um dos casos em que a investigação de uma queda de cabelo pode literalmente salvar a sua vida.
A sífilis é uma doença sexualmente transmissível causada por uma bactéria, que evolui em diferentes estágios no organismo. No primeiro deles, que começa alguns dias depois de o corpo ser infectado, surgem pequenas lesões na área genital e ínguas (áreas de inchaço) na virilha, que não costumam causar dor, coceira ou outros sintomas, e podem desaparecer sozinhas e sem deixar cicatrizes.
No segundo estágio, formam-se manchas avermelhadas na pele, que podem vir acompanhadas de febre e queda de cabelo. Os sintomas também podem sumir espontaneamente, mas a doença não está curada. Quando se atinge o terceiro estágio, a sífilis pode afetar o sistema nervoso e cardiovascular, causando complicações muito sérias que, se não tratadas, podem até levar à morte.
Como os sintomas mais leves podem desaparecer sozinhos, muita gente não dá a devida importância a eles, o que aumenta as chances de a doença se agravar e causar problemas mais graves. Portanto, se você observar qualquer sintoma parecido, deve procurar um médico o mais rápido possível para confirmar o diagnóstico.
A boa notícia é que é possível tratar e se curar da sífilis com antibióticos. A má notícia é que você pode voltar a se infectar no futuro se tiver relações sexuais desprotegidas.
59- Síndrome de Cushing
Causada pelo excesso do hormônio cortisol no organismo, a síndrome de Cushing pode ser provocada tanto pelo consumo excessivo de medicamentos corticóides quanto por problemas na produção de cortisol nas glândulas suprarrenais.
Além da queda de cabelo, outros sintomas são o acúmulo de gordura no corpo, formação de estrias na pele, dificuldade de cicatrização, irregularidades menstruais, cansaço e aumento da pressão sanguínea. Algumas mulheres podem desenvolver aumento dos pelos do rosto (hirsutismo).
Caso haja suspeita de síndrome de Cushing, é fundamental procurar o seu médico para avaliar os níveis de cortisol, confirmar o diagnóstico e tratar a causa correta do problema.
60- Síndrome de má absorção
O que chamamos de síndrome da má absorção na verdade é um conjunto de problemas que pode fazer com que o corpo não absorva os nutrientes da maneira adequada, o que pode causar deficiências nutricionais (como já vimos, elas podem ser o ponto de partida da queda de cabelo).
Algumas das possíveis causas da má absorção são:
- Doença celíaca (intolerância ao glúten)
- Doença de Chron
- Retrocolite ulcerativa
- Obstrução do duto biliar
- Pancreatite
- Fibrose cística
- Intolerância à lactose
- Parasitoses
- Cirurgia bariátrica
- Cirurgia que remova parte do intestino delgado
A ocorrência de perda de peso mesmo mantendo uma dieta normal, diarréia frequente e deficiências nutricionais podem levar à suspeita de má absorção. O seu médico deve realizar os exames necessários para confirmar o diagnóstico e determinar as melhores opções de tratamento.
61- Tabagismo
Quem fuma já está cansado de ouvir sobre como isso faz mal à saúde e todas as doenças graves que podem surgir como consequência, incluindo algumas que podem levar à morte. Mas vamos adicionar mais um argumento à sua lista de motivos pra largar o cigarro: fumar pode causar queda de cabelo.
Já se sabe que o cigarro provoca envelhecimento precoce da pele (onde se encontram os folículos capilares), além de prejudicar o sistema circulatório (inclusive os pequenos vasos que sustentam os fios), poder causar danos ao DNA das células (o que pode prejudicar a reprodução das células que compõem o cabelo) e enfraquecer o sistema imunológico (deixando o corpo mais vulnerável a várias doenças que podem fazer o cabelo cair ainda mais).
Além disso, estudos já mostraram que fumar pode acelerar a manifestação da alopecia androgenética em pessoas que têm tendência a desenvolvê-la. Ou seja, se você é fumante pode acabar ficando calvo mais rápido!
Distúrbios psicológicos
62- Stress emocional
Situações de stress psicológico severo podem ser tão debilitantes para o organismo quanto um trauma físico. Uma mudança de cidade, excesso de trabalho, preocupação com algum problema sério, término de um relacionamento, perda de um ente querido ou outras ocorrências podem fazer com que o corpo reaja da mesma forma que a uma doença, concentrando os recursos disponíveis na sua recuperação e deixando de lado as funções secundárias (como o crescimento dos cabelos).
Esses quadro é classificado como eflúvio telógeno, e pode aparecer meses depois do evento que o causou. Assim que o corpo se recupera do stress, a situação tende a se resolver sozinha. Não hesite em procurar ajuda psicológica se for necessário, e suspeite de outras causas se o cabelo continuar caindo depois de seis meses.
63- Transtornos alimentares
A anorexia e a bulimia são transtornos psicológicos que criam padrões de comportamento doentios em relação à alimentação. Por um medo exagerado de engordar, os anoréxicos evitam grande parte dos alimentos, ingerindo uma quantidade de nutrientes muito abaixo do considerado normal (muitas vezes apenas na forma de líquidos e porções pequenas de vegetais leves, chegando ao jejum completo durante vários dias nos casos mais severos). Já os bulímicos alternam períodos de compulsão (ingestão exagerada de alimentos) e eliminação (vômito induzido motivado pela culpa após o episódio compulsivo).
Em ambos os casos é bastante comum a ocorrência de queda de cabelo, além de emagrecimento exagerado (principalmente nos anoréxicos), fraqueza e falta de energia. A falta de nutrientes pode chegar a níveis extremos, que envolvem risco de morte.
O tratamento desses casos é psicológico e psiquiátrico, e deve envolver acompanhamento de longo prazo. É comum a ocorrência de outros transtornos como a depressão, síndrome do pânico e outros comportamentos compulsivos, como atricotilomania (arrancamento dos próprios cabelos), que também devem ser tratados.
64- Tricotilomania
O nome parece complicado, mas trata-se basicamente de um comportamento compulsivo que leva a pessoa a arrancar os fios do próprio cabelo. O problema é muitas vezes associado a quadros de ansiedade e stress, e pode surgir em qualquer época da vida. Algumas pessoas desenvolvem também o hábito de ingerir os fios arrancados (quadro chamado de tricofagia), o que pode causar problemas de saúde sérios.
As opções de tratamento envolvem tanto o aspecto psicológico da compulsão quanto arecuperação das áreas calvas geradas pelo arrancamento dos fios. Clique aqui para saber mais sobre os tratamentos para tricotilomania.
(Voltar para lista de causas)Causas naturais
relogio
65- Envelhecimento
A queda de cabelo associada ao envelhecimento não deve ser confundida com a alopecia androgenética, que causa a calvície tradicional (e que também progride com o avanço da idade). Os efeitos que o envelhecimento tende a causar nos cabelos são mais difusos: os fios vão ficando brancos, o cabelo tende a se tornar mais fino e seco (propenso a quebrar com mais facilidade) e as fases de crescimento dos fios vão se tornando mais reduzidas.
Nem todo mundo encara essas mudanças como um problema. Com os devidos cuidados para repor os óleos que os folículos não produzem mais em tanta quantidade (através do uso de óleos capilares), manter a cor dos cabelos bonita e uniforme (conservando-os brancos ou tingindo-os de outras tonalidades) e adotar produtos e penteados que criem mais volume, as alterações podem ser facilmente contornadas.
É claro que outros fatores, como aspectos nutricionais, medicamentos e problemas de saúde podem acentuar a queda dos cabelos. Portanto o ideal é manter os cuidados sempre em dia, fazer check-ups regulares e conversar com o seu médico caso haja a suspeita de que algum outro fator possa estar fazendo o cabelo cair mais que o normal.
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Qual é o seu caso?
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AVISO: As informações e opiniões publicadas pelo Chega de Queda! não possuem autoridade profissional e não devem ser interpretadas como aconselhamento médico. Nunca utilize qualquer medicação por conta própria. Consulte sempre o seu médico.
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