quinta-feira, 17 de março de 2016

CONJUNTIVITE

conjuntivite é uma inflamação da conjuntiva ocularmembrana transparente e fina que reveste a parte da frente do globo ocular e o interior das pálpebras. Pode atacar os dois olhos, durando de uma semana a quinze dias.
A conjuntiva produz muco para cobrir e lubrificar o olho. Possui pequenos vasos sanguíneos em seu interior, que podem ser vistos através de uma observação mais detalhada. Quando a conjuntiva se irrita ou inflama, os vasos sanguíneos que a abastecem alargam-se e tornam-se muito mais proeminentes, causando então a vermelhidão do olho.[1]
Podem ser ocasionadas por fatores alérgicos, irritativos ou infecciosos e cada um deles necessita de tratamento específico. O olho torna-se vermelho, edematoso, com ardência, lacrimejante, com sensação de corpo estranho, às vezes com secreção.[2] [3] A doença é relacionada aos hábitos de higiene dos indivíduos. Pode ocorrer também em animais.[4]
Em 2011 ocorreu um grande surto de conjuntivite no Estado de São Paulo. Somente a cidade de São Paulo registrou mais de 119 mil casos no primeiro trimestre.[5] [6]

Tipos[editar | editar código-fonte]

Olho com conjuntivite
Um olho, com conjuntivite aguda
Um olho com conjuntivite bacteriana
Conjuntivite gonocócica

Infecciosa[editar | editar código-fonte]

conjuntivite infecciosa é transmitida, mais frequentemente, por vírusfungos ou bactérias e pode ser contagiosa. O contágio se dá, nesse caso, pelo contato. Assim, uso de objetos contaminados (toalhas), contato direto com pessoas contaminadas ou até mesmo pela água da piscina são formas de se contrair a conjuntivite infecciosa. Quando ocorre uma epidemia de conjuntivite, pode-se dizer que é do tipo infecciosa.
conjuntivite viral geralmente é causada por um adenovírus, mas também pode ser transmitida por enterovirus tipo 70[7] (conjuntivite hemorrágica)[8] e coxsackie A4 (conjuntivite hemorrágica).[9] É muito comum em escolas, local de trabalho, consultórios médicos, ou seja, todo local fechado, com contato íntimo entre pessoas. O diagnóstico é realizado pelas características clínicas. O tratamento consiste na utilização de compressas frias, vasoconstritor tópico e lágimas artificiais. A propagação do vírus dura até 14 dias após o início dos sintomas.[3] A conjuntivite bacteriana caracteriza-se por ser purulenta. Geralmente são causadas por Streptococcus pneumoniae,Staphylococcus aureus e Haemophilus influenzae. Estes tipos são tratados com antibióticos tópicos de espectro ampliado (cloranfenicolneomicina, etc).[3]
Um tipo, chamada de conjuntivite gonocócica, é causada por Neisseria gonorrhoeae que é sexualmente transmissível. Pode ser transmitida na hora do parto, mas é rara pois costuma-se aplicar uma gota de nitrato de prata 1% no saco conjuntival. É tratada com antibióticos sistêmicos e oculares.[3] Não tratada, a infecção gonocócica pode penetrar o olho íntegro e destruí-lo.[10]
conjuntivite de inclusão é causada por Chlamydia trachomatis sorotipo D-K, pertencente ao trato genital do adulto. Possui uma duração maior e acomete geralmente jovens sexualmente ativos. Trata-se com azitromicina ou doxiciclina.[3] É uma doença conhecida como tracoma.[10]
conjuntivite fúngica é mais rara de ocorrer. Geralmente acontece quando uma pessoa é acidentada com madeira nos olhos ou utiliza lente de contato.[11]

Alérgica[editar | editar código-fonte]

conjuntivite alérgica é aquela que ocorre em pessoas predispostas a alergias (como quem tem rinite ou bronquite, por exemplo) e geralmente ocorre nos dois olhos. Esse tipo de conjuntivite não é contagiosa, apesar de que pode começar em um olho e depois se apresentar no outro.[11] Pode ter períodos de melhoras e reincidências, sendo importante a descoberta da causa da conjuntivite alérgica.
É benigna por não envolver a córnea. Ocorre geralmente em regiões de clima mais frio. O alérgeno mais comum é o pólen. São tratadas com anti-histamínicos eestabilizadores de mastócitos.[3]
conjuntivite papilar gigante é causada, sobretudo, por uso de lentes de contato.[3]

Tóxica[editar | editar código-fonte]

conjuntivite tóxica é causada por contato direto com algum agente tóxico, que pode ser algum colírio medicamentoso ou alguns produtos de limpeza, fumaça de cigarro e poluentes industriais. Alguns outros irritantes capazes de causar conjuntivite tóxica são poluição do ar, sabão, sabonetes, spray, maquiagens, cloro e tintas para cabelo. A pessoa com conjuntivite tóxica deve se afastar do agente causador e lavar os olhos com água abundante. Se a causa for medicamentosa é necessário a suspensão do uso, sempre seguindo uma orientação médica.

Sintomas[editar | editar código-fonte]

Em geral, apresenta:
  • Olhos vermelhos e lacrimejantes;
  • Pálpebras inchadas;
  • Sensação de areia ou de ciscos nos olhos;
  • Secreções;
  • Coceira constante nos olhos.

Medidas de prevenção e controle[9] [editar | editar código-fonte]

  • Lavar as mãos frequentemente;
  • As mãos não devem entrar em contato com locais sujos e depois em contato com os olhos;
  • Evitar aglomerações ou frequentar piscinas de academias ou clubes e praias;
  • Lavar com frequência o rosto e as mãos, uma vez que estas são veículos importantes para a transmissão de microrganismos patogénicos;
  • Não coçar os olhos;
  • Aumentar a frequência com que troca as toalhas do banheiro e sabonete ou use toalhas de papel para enxugar o rosto e as mãos;
  • Trocar as fronhas dos travesseiros diariamente enquanto perdurar a crise;
  • Não compartilhar o uso de esponjas, rímel, delineadores ou de qualquer outro produto de beleza;
  • Evitar contato direto com outras pessoas;
  • Não ficar em ambientes onde há bebês;
  • Não usar lentes de contato durante esse período;
  • Evitar banhos de Sol;
  • Evitar luz, pois essa pode fazer com que o olho contaminado venha a doer mais.

Tratamento[editar | editar código-fonte]

  • Para melhor diagnosticar a causa da conjuntivite, é de todo aconselhável a ida a um serviço de urgência oftalmológico, onde o médico poderá retirar uma amostra (através de zaragatoa) das secreções purulentas produzidas pelos olhos, que será analisada em nível bacteriológico, fungal e viral na tentativa de descobrir qual o agente causador da conjuntivite. A prescrição de antibióticos para conjuntivites virais não tem qualquer eficácia e é incorreta, visto que vírus não podem ser mortos pela ação destes tipos de medicamentos.[12]
  • Utiliza-se gaze e água filtrada ou mineral, ou ainda soro fisiológico, para limpar as casquinhas que se formam em volta do olho. Água boricada não é mais indicada pelos médicos para esse tipo de tratamento.[12]
  • Não deve ser tocado com a superfície das embalagens no olho ou pálpebra quando da aplicação, para evitar a contaminação das soluções (colírios e pomadas);
  • No caso do agente causador, o médico poderá prescrever um tratamento com antibiótico (em caso de bactérias), antifungo (em caso de fungo) ou antiviral (em caso de vírus), que será diferente consoante o tipo e o grau de resistência do agente que causa a doença;

Referências

  1. Ir para cima Conjuntivite - Causas, Sintomas e Tratamento in Índice de Saúde08 de Julho de 2013
  2. Ir para cima GONSALVES, Paulo Eiró. Tudo sobre a crianças: perguntas e respostas. São Paulo: IBRASA, 2003
  3. ↑ Ir para:a b c d e f g LOPES, Antônio Carlos. Diagnóstico e tratamento. vol. 1. Barueri: Manole, 2006
  4. Ir para cima R7. Conjuntivite também afeta animais e pode até cegá-los. Acesso em 8 de abril de 2011
  5. Ir para cima Estadão. Casos de conjuntivite chegam a mais de 70 mil em SP. Acesso em 25 de fevereiro de 2011
  6. Ir para cima Folha da Região. São Paulo tem mais de 119 mil casos de conjuntivite. Acesso em 2 de abril de 2011
  7. Ir para cima Flint, S. J.; Enquist, L. W.; Racaniello, V. R.; Skalka, A. M. Principles of Virology. Molecular Biology, Pathogenesis, and Control of Animal Viruses (em inglês) 2ª ed. (Washington, D.C.: ASM Press). p. 502. ISBN 1-55581-259-7.
  8. Ir para cima Domingo, Esteban (editor); Webster, Robert (editor); Holand, John (editor) (1999). Origin and Evolution of Viruses (em inglês) (San Diego: Academic Press). p. 289. ISBN 0-12-220360-7.
  9. ↑ Ir para:a b Portal da Saúde. Surto de conjuntivite, recomendações para os Serviços de Saúde Estaduais e Municipais. Acesso em 25 de março de 2010
  10. ↑ Ir para:a b Bennett, J. Claude; Plum, Fred (1997). Cecil Tratado de Medicina Interna 2 20ª ed. (Rio de Janeiro: Guanabara Koogan). p. 2405. ISBN 85-277-0416-1. Parâmetro desconhecido |volumes= ignorado (|volume=) (Ajuda)
  11. ↑ Ir para:a b Conselho Regional de Farmácia do Estado de São Paulo. Surto de conjuntivite. Acesso em 25 de março de 2010
  12. ↑ Ir para:a b Drauzio Varella. Higiene ocular. Acesso em 25 de fevereiro de 2016.

Ligações externas[editar | editar código-fonte]

Commons possui uma categoriacontendo imagens e outros ficheiros sobre Conjuntivite

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