Eram tempos difíceis, reinava desolação, a seca afastava a caça que fugia em busca de água, o rio secava e não tinha peixe, na terra dura não brotava a semente, a fome e a desolação tomava conta do povo Tupy, que clamava a Tupã dias melhores.
Vendo tristeza de seu povo, o velho guerreiro Fará lutador invencível, jurou que ia trazer novamente a alegria a sua tribo. Ele daria sua vida a Tupã pelo seu povo e a chuva cairia novamente e molharia as sementes que verdinhas nasceriam, os rios se encheriam corriam fortes e cheios de peixes, a caça voltaria e a aldeia festejaria novamente a fartura. Mas para isso era preciso que ele desse sua vida por seu povo. E assim morreu. Deixou um desejo quem depois de morto toda a tribo arrastasse seu corpo por muitas léguas e num lugar distante onde o verde cobrisse a terra o enterrassem. Assim fizeram, arrastaram o corpo de Fara por léguas e léguas até que numa planície verde e quente, enterraram seu corpo cansado.
Alguns dias depois notaram que na cova de Fara nascia uma planta vigorosa e forte como Fará e se espalhava pelo campo em pouco tempo espigas douradas cobriam toda a terra. Quando as espigas ficaram amarelas e brilharam como sol os índios colheram e se alimentaram e denominaram de milho, assim a riqueza voltou para aquele povo que nunca mais se desanimou.
A Lenda do Milho |
Escrito por Maria Luiza Freitas Guimarães |
Tema: Festa de São João - adaptação livre em verso
Há tempos que há muito se foram,
dois índios amigos viviam em busca da caça e da pesca e todos os seus bens repartiam. Num dia houve extrema escassez, a pesca e a caça sumiram, rezaram ao Deus Nhandeyara e um novo alimento pediram. Então numa noite escura em meio a um clarão prateado, surgiu um valente guerreiro por Nhandeyara enviado. “Tereis vós o vosso alimento, mas antes tereis que lutar e aquele que for o mais forte ao outro irá sepultar”. Avaty, que era o mais fraco, no embate foi derrotado e, pelo seu fiel amigo, seu corpo foi enterrado. O pranto de dor do amigo a cova de Avaty regou, e um dia, em pleno inverno, uma verde folhagem brotou. E nela, espigas doiradas, suculentos grãos escondiam, cabelos de luz encarnada que à luz do sol reluziam. O nutritivo cereal passou a ser cultivado e, em homenagem ao Índio, de Avaty foi chamado. E aqui nesta noite tão bela onde reina amor e união, vem saborear Avaty E celebrar o São João! |
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