domingo, 3 de abril de 2016

A LEDA DO MILHO

Eram tempos difíceis, reinava desolação, a seca afastava a caça que fugia em busca de água, o rio secava e não tinha peixe, na terra dura não brotava a semente, a fome e a desolação tomava conta do povo Tupy, que clamava a Tupã dias melhores.
Vendo tristeza de seu povo, o velho guerreiro Fará lutador invencível, jurou que ia trazer novamente a alegria a sua tribo. Ele daria sua vida a Tupã pelo seu povo e a chuva cairia novamente e molharia as sementes que verdinhas nasceriam, os rios se encheriam corriam fortes e cheios de peixes, a caça voltaria e a aldeia festejaria novamente a fartura. Mas para isso era preciso que ele desse sua vida por seu povo. E assim morreu. Deixou um desejo quem depois de morto toda a tribo arrastasse  seu corpo por muitas léguas e num lugar distante onde o verde cobrisse a terra o enterrassem. Assim fizeram, arrastaram o corpo de Fara por léguas e léguas até que numa planície verde e quente, enterraram seu corpo cansado.
Alguns dias depois notaram que na cova de Fara nascia uma planta vigorosa e forte como Fará e se espalhava pelo campo em pouco tempo espigas douradas cobriam toda a terra. Quando as espigas ficaram amarelas e brilharam como sol os índios colheram e se alimentaram e denominaram de milho, assim a riqueza voltou para aquele povo que nunca mais se desanimou.
A Lenda do MilhoPDFImprimirE-mail
Escrito por Maria Luiza Freitas Guimarães   
Tema: Festa de São João - adaptação livre em verso
Há tempos que há muito se foram,
dois índios amigos viviam
em busca da caça e da pesca
e todos os seus bens repartiam.

Num dia houve extrema escassez,
a pesca e a caça sumiram,
rezaram ao Deus Nhandeyara
e um novo alimento pediram.

Então numa noite escura
em meio a um clarão prateado,
surgiu um valente guerreiro
por Nhandeyara enviado.

“Tereis vós o vosso alimento,
mas antes tereis que lutar
e aquele que for o mais forte
ao outro irá sepultar”.

Avaty, que era o mais fraco,
no embate foi derrotado
e, pelo seu fiel amigo,
seu corpo foi enterrado.

O pranto de dor do amigo
a cova de Avaty regou,
e um dia, em pleno inverno,
uma verde folhagem brotou.

E nela, espigas doiradas,
suculentos grãos escondiam,
cabelos de luz encarnada
que à luz do sol reluziam.

O nutritivo cereal
passou a ser cultivado
e, em homenagem ao Índio,
de Avaty foi chamado.

E aqui nesta noite tão bela
onde reina amor e união,
vem saborear Avaty
E celebrar o São João!

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