Paullinia cupana Kunth, comumente chamado guaraná, guaranazeiro[1] e uaraná, é um cipó originário da Amazônia. É encontrado no Brasil, Peru, Colômbia e Venezuela, sendo cultivado principalmente no município de Maués, no estado do Amazonas, e na Bahia. Pertence a família Sapindaceae.
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[esconder]Etimologia[editar | editar código-fonte]
O nome Paullinia foi atribuído por Lineu ao género a que pertence o guaraná em homenagem ao médico e botânico alemão Simon Pauli. "Guaraná" é oriundo do tupiwara'ná[1] .
Descrição[editar | editar código-fonte]
Suas folhas são trifoliadas. As flores são pequenas e brancas[1] . O seu fruto possui grande quantidade de cafeína (chamada de guaraína quando encontrada no guaraná) e, devido a suas propriedades estimulantes, é usado na fabricação de xaropes, barras, pós e refrigerantes. Tem casca vermelha e, quando maduro, deixa aparecer a polpa branca e suas sementes, assemelhando-se com olhos. Na região próxima ao município de Maués, onde é cultivada, os índios da nação saterê-mawé têm lendas sobre a origem da planta.
Em Portugal, produzem-se refrigerantes de guaraná desde o final da década de 1990, sendo inicialmente importados do Brasil. O refrigerante de guaraná mais vendido do mundo é o Guaraná Antarctica, produzido desde abril de 1921 no Brasil.
Efeitos da ingestão[editar | editar código-fonte]
O guaraná é um estimulante: aumenta a resistência nos esforços mentais e musculares e diminui a fadiga motora e psíquica. Por meio das xantinas que possui (cafeína eteobromina), o guaraná produz maior rapidez e clareza do pensamento[2] . Entretanto, se ingerido em excesso, provoca efeitos colaterais como insônia, irritabilidade,taquicardia, azia e dependência física[2] [3] .
A lenda do guaraná[editar | editar código-fonte]
As tribos de Munducurucânia eram as mais prósperas dos índios. Venciam todas as guerras, as pescas eram ótimas, os peixes, os melhores e a doença era rara. Tudo isso por causa de um curumim que, há alguns anos, nascera naquela tribo.
Ele era o mais protegido de todos. Nas pescas, era acompanhado por muitos - os pescadores desviavam dos rios as piranhas, jacarés ou qualquer outro perigo. Mas, certo dia, toda a segurança foi embora: o Gênio do Mal apareceu em forma de cascavel e feriu o garoto. A tribo entrou em lamentação e em desespero.
Tupã, o Deus dos índios, atendeu a todo aquele lamento e disse :
- Tirem os olhos do curumim e plantem-no na terra firme, reguem-no com lágrimas durante 4 luas e ali nascerá a "planta da vida", ela dará força aos jovens e revigorará os velhos.
Os pajés não duvidaram, arrancaram e plantaram os olhos do curumim e regaram com lágrimas durante quatro luas.
Nasceu ali uma nova planta, travessa como as crianças, com hastes escuras e sulcadas como os músculos dos guerreiros da tribo. E quando ela frutificou, seus frutos de negro azeviche, envoltos de um arilo branco com duas cápsulas de cor vermelho-vivo. Diziam os índios:
- É a multiplicação dos olhos do príncipe!
E o fruto trouxe progresso da tribo. Ajudou os velhos e deu mais força aos guerreiros.[4] .
Propriedades[editar | editar código-fonte]
O guaraná é rico em substâncias funcionais dentre elas a cafeína, a teobromina, a teofilina entre outras. Alguns efeitos atribuídos ao consumo de guaraná é de que ele é afrodisíaco, tem ação tônica, é adstringente, febrifugo, diurético e serve para o cansaço físico e mental, imunestimulante, antioxidante, combate a obesidade e melhora a pressão sanguínea etc.[5]
A teofilina e a teobromina têm efeito broncoprotetor, ação imunomoduladora e antiinflamatória, retardando o processo de envelhecimento e inibindo a deposição de colesterol nas artérias, permitindo melhor irrigação sanguínea em todo organismo. ( KUSKOSKI et al., 2005).
O consumo do guaraná aumenta o gasto calórico diário e diminui o apetite, por manter estáveis os níveis de glicose no sangue, combatendo assim, a obesidade.
É rico em catequina que é uma substância que combate os radicais livres, tendo efeito antioxidante, prevenindo o envelhecimento.
Processo de industrialização da bebida[editar | editar código-fonte]
O processo de processamento do xarope da fruta iniciou-se no Brasil em 1905 por Luiz Pereira Barreto, um médico da cidade de Resende, no Rio de Janeiro[6] . Em 1906, foi lançado, pela F. Diefenthaller, uma fábrica de refrigerantes de Santa Maria, no Rio Grande do Sul, o Guaraná Cyrilla. A bebida inicialmente era adstringente e acentuadamente amarga e porisso não se disseminou muito.
A Antarctica desenvolveu um processo de eliminar a adstringência e o amargor, ressaltando o bouquet característico da fruta e, em 1921, criou o Guaraná Champagne Antarctica, pela empresa homônima.
Na Sérvia e em outros países do Leste Europeu, fabrica-se uma bebida energética à base de guaraná, comercializada com este nome, mas que, em vez do gosto doce do refrigerante, tem sabor amargo e efeito cardioacelerador.[7]
Referências
- ↑ ab c FERREIRA, A. B. H. Novo Dicionário da Língua Portuguesa. Segunda edição. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1986. p.873
- ↑ ab http://www.blogers.com.br/efeitos-adversos-do-guarana/
- ↑ http://www.sempretops.com/dicas/os-efeitos-do-guarana-em-po/
- ↑ http://www.sumauma.net/amazonian/lendas/lendas-guarana.html
- ↑ GUARANÁ: Estudos sobre propriedades medicinais e funcionais do Guaraná
- ↑ O JORNAL de Santos, em série de artigos, abril, 1905
- ↑ KUSKOSKI, E.M et al., "Propiedades químicas y farmacológicas del fruto Guaraná (Paullinia cupana)". Vitae, v. 12, p. 45-52, 2005.
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