Reciclagem é o processo de conversão de desperdício em materiais ou produtos de potencial utilidade. Este processo permite reduzir o consumo de matérias-primas, de utilização de energia e a poluição do ar e da água, ao reduzir também a necessidade de tratamento convencional de lixo e a emissão de gases do efeito estufa.[1] [2] A reciclagem é um componente essencial da gestão de resíduos moderna e é o terceiro componente da hierarquia dos resíduos "reduzir, reutilizar e reciclar".
Entre os materiais recicláveis estão diversos tipos de vidro, papel, metal, plástico, tecido e componentes eletrónicos. A compostagem ou reutilização de detritosbiodegradáveis, como lixo de cozinha ou de jardim, também é considerada reciclagem.[2] Os materiais para serem reciclados são transportados para um centro de reciclagem ou recolhidos porta a porta e depois separados, limpos e reprocessados em novos materiais para produção industrial.
Em sentido estrito, a reciclagem de um material produziria idêntico material em bruto; por exemplo, papel de escritório usado seria convertido em novo papel de escritório, ouespuma de poliestireno em novo poliestireno. No entanto, isto é geralmente complexo ou mais caro quando comparado com a produção de raiz do mesmo material, pelo que a reciclagem de muitos produtos ou materiais implica a sua reutilização na produção de materiais diferentes; por exemplo, o papel pode ser convertido em cartão. Outra forma de reciclagem é a separação e recolha de materiais a partir de produtos complexos, quer devido ao seu valor monetário (p.e. chumbo de baterias automóveis ou ourode computadores), quer devido à sua natureza nociva (p.e. remoção de mercúrio de vários produtos).
Índice
[esconder]Conceito[editar | editar código-fonte]
Conceitualmente, a reciclagem é um processo de transformação aplicado a materiais que podem voltar ao estado original, transformando-se em produtos iguais em todas as suas características, sendo um conceito diferente do de reutilização.
A reutilização consiste no reaproveitamento de um determinado material já beneficiado em outro, com características diferentes. Como exemplo da diferença entre esses conceitos, podem-se citar as reutilizações do papel e do vidro que, após passarem por este processo, não voltam a ter as mesmas características físico-químicas iguais às que tinham antes do beneficiamento. Terão outra cor, textura, composição, densidade, etc, sem a possibilidade de retornar o material reutilizado ao seu estado original.
Com latas de alumínio ou fios de cobre, por exemplo, o processo é diferente. Podem ser fundidos e voltar ao estado anterior, para serem transformados em novos produtos, mas com as mesmas propriedades, o que caracteriza o conceito de "reciclagem".
Para os diversos materiais, existem algumas diferenças conceituais entre reciclagem e reaproveitamento. Em alguns casos, o reaproveitamento não é possível indefinidamente, pois ocorre a degradação das características do material a cada novo processo. Isso ocorre com o papel, por exemplo, cujas fibras de celulose vão se encurtando a cada novo processo.
Já na reciclagem do alumínio e metais de modo geral, as propriedades físicas e químicas se mantêm e o processo de reciclagem pode ser repetido indefinidamente.[3]
Benefícios da reciclagem[editar | editar código-fonte]
Os resultados da reciclagem são expressivos tanto no campo ambiental, como nos campos econômico e social.
No meio ambiente, tanto a reciclagem, como a reutilização podem reduzir a acumulação progressiva de resíduos, evitando a produção de novos materiais, como por exemplo o papel, que exigiria o corte de maisárvores, com emissões de gases como metano e gás carbônico, consumo de energia, agressões ao solo, ar e água, entre outros tantos fatores negativos.
No aspecto econômico a reciclagem contribui para o uso mais racional dos recursos naturais e a reposição daqueles recursos que são passíveis de reaproveitamento.
No âmbito social, a reciclagem não só proporciona melhor qualidade de vida para as pessoas, através da preservação das condições ambientais, como também tem gerado muitos postos de trabalho e rendimento para pessoas que vivem nas camadas mais pobres.
No Brasil existem os carroceiros ou catadores de papel, que vivem da venda de sucatas, papéis,alumínio e outros materiais recicláveis deixados no lixo. Eles também trabalham na coleta ou na classificação de materiais para a reciclagem. Como é um serviço penoso, pesado e sujo, não tem grande poder atrativo para as fatias mais qualificadas da população.
Assim, para muitas das pessoas que trabalham na reciclagem (em especial os que têm menos educação formal), a reciclagem é uma das únicas alternativas de ganhar o seu sustento.
O manuseio de resíduos deve ser feito de maneira cuidadosa, para evitar a exposição a agentes causadores de acidentes ou de doenças.
No Brasil, em setembro de 2007, as prefeituras de sete cidades forneciam serviço de coleta seletiva a 100% das residências. Esses municípios eram: Curitiba (PR), Itabira(MG), Londrina (PR), Santo André (SP), Santos (SP) e Goiânia (GO).[4]
Segundo um levantamento realizado em 2010 pelo CEMPRE (Compromisso Empresarial para Reciclagem), naquele ano 443 municípios brasileiros tinham programas de coleta seletiva , o que representava 8% dos municípios, com concentração principalmente nas regiões Sul e Sudeste do país (86%). Este serviço de coleta atendia 12% da população brasileira.[5]
A regulamentação das atividades de coleta seletiva e reciclagem no Brasil teve um importante avanço no segundo semestre de 2010, quando foram sancionados a Lei nº 12.305, que instituiu a Política Nacional de Resíduos Sólidos [6] e o Decreto nº 7.404, que regulamentou a Lei nº 12.305, criando o Comitê Interministerial da Política Nacional de Resíduos Sólidos e o Comitê Orientador para a Implantação dos Sistemas de Logística Reversa.[7]
Estas novas políticas vieram, entre outras ações, regulamentar a atividade das cooperativas de trabalhadores do setor de coleta seletiva e traçar as diretrizes a serem seguidas pelas esferas de governo para implementar os serviços de coleta e reciclagem de resíduos sólidos.
Tipos de reciclagem[editar | editar código-fonte]
Cores dos cestos de separação para reciclagem[editar | editar código-fonte]
No Brasil os recipientes para receber materiais recicláveis seguem o seguinte padrão:[8]
- Azul: papel/papelão
- Vermelho: plástico
- Verde: vidro
- Amarelo: metal
- Preto: madeira
- Laranja: resíduos perigosos
- Branco: resíduo hospitalar
- Roxo: resíduos radioativos
- Marrom: resíduos orgânicos
- Cinza: resíduo geralmente não reciclável, misturado ou contaminado, não sendo possível de separação.
- Azul (papelão): papel e cartão
- Verde (vidrão): frascos, boiões e garrafas de vidro
- Amarelo: embalagens de metal e de plástico (e de cartão, para bebidas)
- Vermelho: pilhas e baterias.
Ver também[editar | editar código-fonte]
Referências
- ↑ «PM's advisor hails recycling as climate change action.». Letsrecycle.com. 8 de novembro de 2006. Consultado em 15 de abril de 2014.
- ↑ ab The League of Women Voters (1993). The Garbage Primer (Nova Iorque: Lyons & Burford). pp. 35–72. ISBN 1-55821-250-7.
- ↑ Lucília Garcez e Cristina Garcez (2010). Lixo, coleção Planeta Saudável Callis Editora Ltd [S.l.] ISBN 9788574164267.
- ↑ «O manual da reciclagem». Revista Veja_Planeta Sustentável. 5/09/2007.
- ↑ «Coleta Seletiva_2010». CEMPRE.
- ↑ «Lei Nº 12.305, de 2 de agosto de 2010.». Casa Civil da Presidência da República do Brasil.
- ↑ «Decreto nº 7.404, de 23 de dezembro de 2010.». Casa Civil da Presidência da República.
- ↑ Resolução do CONAMA No 275 de 25 de abril 2001 http://www.mma.gov.br/port/conama/res/res01/res27501.html
RECICLAGEM Ligações externas[editar | editar código-fonte]Coleta seletiva é o recolhimento dos resíduos orgânicos e inorgânicos, secos ou úmidos, recicláveis e não recicláveis que são previamente separados na fonte geradora, recolhidos e levados para seu reaproveitamento.
A coleta seletiva é uma alternativa para minimizar o impacto da produção maciça de lixo que é jogado na natureza, uma vez que alguns materiais levam muito tempo para se degradar. O papel leva de três a seis meses, o filtro do cigarro e o chiclete levam cinco anos, a lata de aço de cinco a dez anos, o náilon mais de 30 anos, o plástico e o alumínio centenas de anos, o vidro mais de mil anos e a borracha leva um tempo indeterminado.
A coleta seletiva obedece a Resolução do CONAMA nº 275 de 25 de abril de 2001, que estabelece o código de cores para os diferentes tipos de resíduos: azul – papel e papelão, vermelho – plástico, verde – vidro, amarelo – metal, marrom – resíduos orgânicos, preto – madeira, roxo – resíduos radioativos, laranja – resíduos perigosos, branco – resíduos ambulatoriais e de serviço de saúde, cinza – resíduo geral não reciclável ou misturado, ou contaminado não passível de separação.
Depois de recolhidos os materiais são armazenados numa central de triagem, onde serão separados, prensados e comercializados para as indústrias recicladoras.
Reciclagem
Reciclar é a melhor solução para o lixo, reduzindo a sobrecarga dos depósitos. O reaproveitamento do lixo envolve o princípio dos “3 Rs”: reduzir, reutilizar, reciclar. Reduzir a produção de resíduos, com a adoção de novos hábitos de compra, reutilizar potes, caixas e outros objetos de uso cotidiano, reciclar o lixo descartado após o consumo, transformando-o em matéria prima industrial para nova fabricação.
Os principais produtos recicláveis são: vidros: garrafas, potes de alimentos, frascos de remédios e de perfumes. Esse material volta a ser usado infinitas vezes sem perder as características. Papel: revistas, jornais, papéis variados, caixas de papelão (de todos os tipos). Transformam-se em papel para agendas, cartões e caixas de papelão. Plásticos: garrafas PET, potes, tampas, embalagens, sacos diversos. Matéria prima de fibras têxteis, tubos, artefatos plásticos, cordas, cerdas de vassouras, carpetes. Metal: latas de aço e alumínio, tampas. Arames, fios, grampos, pregos, tubos de pasta, alumínio, cobre. O aço volta a ser usado sem limites. O alumínio pode ser reusado em latas e autopeças.
Não podem ser reciclado: espelhos, vidros de janelas e de boxe de banheiro, vidros de automóveis, cristais, lâmpadas, vidros temperados, ampolas de remédios, papel celofane, fraldas descartáveis, pilhas, latas enferrujadas, papel higiênico, guardanapos sujos, papel laminado e plastificado e papel carbono.
Para que seja reciclado, o lixo deve ser descartado de forma seletiva e recolhidos pela prefeitura ou entregue em locais predefinidos, ou ainda doados a entidades que recebem esse tipo de material.
Aterro sanitário
O aterro sanitário é uma solução bastante adotada para despejo do lixo orgânico. São áreas nas quais os resíduos são dispostos de forma planejada, compactados e cobertos por terra, em um lugar licenciado e fiscalizado por órgãos ambientais. São terrenos com sistemas de drenagem que captam líquidos e gases resultantes da decomposição dos resíduos orgânicos, evitando maiores danos ao solo.
Nenhum comentário:
Postar um comentário