O Deserto do Saara (português brasileiro) ou Deserto do Sara, ou Deserto do Sáara[1] (português europeu) (em árabe: الصحراء الكبرى; transl.: aṣ-ṣaḥrā al-koubra) é popularmente conhecido como o maior e o mais quente deserto do mundo. Oficialmente, é o segundo maior deserto da Terra, logo após a Antártida, pois esta última também é um deserto.[carece de fontes][2] Localizado no Norte da África, tem uma área total de 9 065 000 km², sendo sua área equiparável à da Europa(10 400 000 km²) e à área dos Estados Unidos, e maior que a área de muitos países continentais tais como Brasil, Austrália e Índia. O nome Saara é umatransliteração da palavra árabe صحراء, que por sua vez é a tradução da palavra tuaregue tenere (deserto). O deserto do Saara compreende parte dos seguintes países e territórios: Argélia, Chade, Egito, Líbia, Mali, Mauritânia, Marrocos, Níger, Saara Ocidental, Sudão e Tunísia. Atualmente vivem cerca de 2,5 milhões de pessoas na região do Saara.[carece de fontes]
Índice
[esconder]História[editar | editar código-fonte]
Os seres humanos vivem na extremidade do deserto há quase 500 mil anos. Durante a última glaciação, o deserto do Saara foi mais úmido (como o Leste africano) do que é agora, e já possuiu densas florestas tropicais. Seu clima era tão diferente que recentes estudos revelaram que o Rio Nilo corria antigamente para o Oceano Atlântico em vez de desaguar no mar Mediterrâneo. Uma mudança de poucos graus[3] [4] no eixo de rotação terrestre causou, há cerca de 10 mil anos, uma grande transformação climática gerando o Saara. Essa alteração, segundo alguns cientistas, gerou as condições necessárias à formação da civilização egípcia quando obrigou pessoas que já haviam desenvolvido formas de vida sedentárias (agricultura e pastoreio) e tradições históricas (civilização) a se deslocarem para o leito atual do Rio Nilo.[carece de fontes]
O deserto é rico em história, e diversos fósseis de dinossauros e outros animais bem como resquícios de diversas civilizações já foram encontrados ali. O Saara moderno geralmente é isento de vegetação, exceto no vale do Nilo, em poucos oásis, e em algumas montanhas nele dispersas.[carece de fontes]
Geografia[editar | editar código-fonte]
O deserto do Saara, no qual se distinguem dois trechos, um dominado por dunas arenosas e denominado Erg, e outro bastante pedregoso denominado Hamadas, compreende parte dos seguintes países e territórios: Argélia, Chade, Egito, Líbia, Mali, Mauritânia, Marrocos, Níger, Saara Ocidental, Sudão e Tunísia. Atualmente[quando?] vivem cerca de 2,5 milhões de pessoas na região do Saara.[carece de fontes]
A área do deserto também inclui parte da bacia do Rio Nilo, as montanhas Aïr, Hoggar, Atlas, Tibesti e Adrar des Ifoghas, e as subregiões do deserto da Líbia, dodeserto da Núbia, do Ténéré e do deserto Oriental Africano. No interior do Saara, existem alguns poucos e dispersos oásis formados devido ao afloramento deaquíferos subterrâneos, estando entre eles os oásis de Bahariya, Ghardaia, Timimoun, Kufra e Siwa. As fronteiras do Saara são o Oceano Atlântico a oeste, a cordilheira do Atlas e o mar Mediterrâneo a norte, o mar Vermelho a leste e o Sahel a sul. O Saara divide o continente africano em duas partes, o Norte da África e aÁfrica Sub-Saariana. A fronteira saariana ao sul é marcada por uma faixa semi-árida de savana chamada Sahel.[carece de fontes]
Os limites do Saara podem também ser definidos por critérios botânicos, definidos por Frank White, que correspondem a zonas climáticas (por exemplo, definidas por Robert Capot-Rey). O limite norte coincide com a região em que se cultiva a tamareira (nos oásis) e com o limite sul do esparto, uma poácea típica do clima mediterrânico; este limite corresponde igualmente àisoieta (linha de igual precipitação anual) dos 100 mm. A sul, o Saara limita com o Sahel, uma cintura de savana seca com um verão chuvoso, que se estende através de toda a África. Aí o limite é definido pela Cornulaca monacantha, uma quenopodiácea tolerante à seca, ou pelo limite norte do Cenchrus biflorus, uma grama característica do Sahel, o que corresponde à isoeta de 150 mm. Este valor é a média de muitos anos, uma vez que a precipitação varia muito de um ano a outro.[5] [6] [7]
Paleoclima[editar | editar código-fonte]
O clima da região que compreende hoje o Saara sofreu enormes variações, indo várias vezes do seco ao húmido durante os últimos cem mil anos chegando a mais de 50 graus e muito seco a 1 hora da tarde onde chega 53 graus celsius.[8] Durante a última Era do Gelo, o Saara era maior do que é hoje, estendendo para o sul além de seus limites atuais.[9] O fim da idade de gelo trouxe épocas melhores ao Saara no período compreendido entre aproximadamente 8 000 a.C. a 6 000 a.C., isto devido a área de baixa pressão que acompanhou o desmoronar do manto de gelo ao norte.[10]
Quando a Era do Gelo se foi, a parte norte do Saara secou. Entretanto, não muito tempo depois, monções trouxeram chuva ao Saara, neutralizando a tendência de desertificação do Saara na parte sul.[carece de fontes]
Sabe-se que ar sobre o planeta Terra move-se por convecção de forma a redistribuir a energia pelo planeta, e ascensões de ar, puxando no ar úmido do oceano, causam geralmente chuvas em determinadas regiões. Paradoxalmente, o Saara estava mais úmido quando recebeu mais insolação no verão. Por sua vez, todas as mudanças na insolação são causadas por mudanças na geofísica daTerra..[11]
Ao redor de 2 500 a.C., as monções recuaram para o sul onde está hoje,[12] que conduziram a desertificação do Saara. O deserto está atualmente árido na forma que o conhecemos hoje há aproximadamente 13.000 anos. Estas circunstâncias são responsáveis para o que foi chamado de Teoria da Bomba do Saara.[carece de fontes]
O Saara é conhecido por ter um dos climas mais áridos do mundo. O vento que vem do nordeste, prevalece e pode por várias vezes fazer com que a areia dê forma a "furacões". As precipitações, muito raras mas não desconhecidas, acontecem ocasionalmente nas zonas de beira-mar ao norte e ao sul, e o deserto recebe aproximadamente 25 cm de chuva em um ano. As chuvas acontecem muito raramente, geralmente torrenciais após os longos períodos secos, que podem durar anos.[carece de fontes]
Em 18 de fevereiro de 1979, nevou em vários lugares no sul da Argélia, incluindo uma tempestade de neve de 30 minutos que parou o tráfego em Ghardaia, e foi relatado como sendo "pela primeira vez na memória viva".[13] A neve desapareceu dentro de horas.[14] No entanto, várias cadeias montanhosas recebem neve regularmente. Um exemplo são as montanhas Tibesti, que recebem neve nos picos de mais de 2 500 metros uma vez a cada sete anos, em média.[15] [16]
Em 18 de janeiro de 2012 nevou em vários lugares no oeste da Argélia. Ventos fortes sopraram a neve em estradas e edifícios na província de Béchar.[17]
Fauna[editar | editar código-fonte]
Dromedários e cabras são os animais predominantes no Saara. Por causa das suas habilidades de sobrevivência, da resistência e da velocidade, o dromedário é o animal favorito dos nômades. O Leiurus quinquestriatus é um tipo de escorpião do Saara que pode alcançar 10 cm. Ele possui agitoxina e cilatoxina, que são venenos tóxicos. O varano (família varanidae) é um tipo de lagarto que se encontra facilmente. Cerastes é um tipo de cobra que tem em média 50 cm no comprimento que tem proeminências que lembram um par de chifres. Muito ativa à noite, encontra-se geralmente enterrada na areia com somente seus olhos visíveis. As mordidas destas cobras são dolorosas, mas raramente fatais. Há também o feneco, um onívoro. Há o Dassie, cujo primeiro fóssil encontrado remonta a 40 milhões de ano atrás. O adax é um grande antílopebranco, e é hoje uma espécie ameaçada. Muito adaptado ao deserto, pode sobreviver por até um ano sem água. A chita do Saara vive no Níger, no Mali e no Chade.[18]
Ver também[editar | editar código-fonte]
Referências
- ↑ C.M.; Ciberdúvidas da Língua Portuguesa – Sara/Sáara
- ↑ Há pouca precipitação na Antártida, e mesmo excluídas as regiões costeiras, o interior do continente gelado é tecnicamente o maior deserto do mundo.
- ↑ "[http://onlinelibrary.wiley.com/doi/10.1029/1999GL900494/pdf Simulation of an abrupt change in Saharan vegetation in the mid-Holocene]". Geophysical Research Letters. Visitado em 14/10/2014.
- ↑ Esta informação carece de fontes. À primeira vista, viola a lei física da conservação da quantidade de movimento angular (momento angular) do planeta, mas é sabido que o eixo de rotação da Terra precessa em torno do eixo perpendicular à eclíptica e sofre variação periódicas em seu valor em função da interação gravitacional da terra com o Sol (e Lua)
- ↑ Grove, A.T., nicole (1958,2007). «The Ancient Erg of Hausaland, and Similar Formations on the South Side of the Sahara». The Geographical Journal [S.l.: s.n.] 124 (4): 528–533 http://links.jstor.org/sici?sici=0016–7398(195812)124%3A4%3C528%3ATAEOHA%3E2.0.CO%3B2–3.
- ↑ Bisson, J. (2003). Mythes et réalités d'un désert convoité: le Sahara L'Harmattan [S.l.]
- ↑ Walton, K. (2007). The Arid Zones Aldine [S.l.]
- ↑ Kevin White and David J. Mattingly (2006). Ancient Lakes of the Sahara 94 American Scientist [S.l.] pp. 58–65.
- ↑ Christopher Ehret. The Civilizations of Africa. University Press of Virginia, 2002.
- ↑ Fezzan Project — Palaeoclimate and environment, 15 de Março 2006.
- ↑ "Geophysical Research Letters" Simulação de uma mudança abrupta na vegetação do Saara - 15 de Julho de 1999
- ↑ Sahara's Abrupt Desertification Started by Changes in Earth's Orbit, Accelerated by Atmospheric and Vegetation Feedbacks.
- ↑ «Think It's Cold Here? It Snowed On Sahara!». New York Times (em inglês) [S.l.: s.n.] 19 de Fevereiro de 1979. pp. D4. Consultado em 18 de Outubro de 2013.
- ↑ «Snow Falls In The Sahara». The Spokesman-Review Eastern Washington ed. (Spokane, Washington: Cowles Publishing Company). 19 de Fevereiro de 1979. p. 1.
- ↑ Messerli, B. (1973). «Problems of Vertical and Horizontal Arrangement in the High Mountains of the Extreme Arid Zone». Arctic and Alpine Research (Boulder, Colorado: University of Colorado) 5 (3): 139–147.JSTOR 1550163.
- ↑ Kendrew, Wilfrid George (1922). The Climates of the Continents (Oxford: Clarendon Press). p. 27.ISBN 978-1-4067-8172-4.
- ↑ Storm brings snow to Sahara Desert
- ↑ [1]
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