quarta-feira, 4 de maio de 2016

TEIXEIRINHA

Vítor Mateus Teixeira (Rolante3 de março de 1927 — Porto Alegre4 de dezembro de 1985), mais conhecido pelo seu nome artístico Teixeirinha ou o "Rei do Disco" (pelos recordes de vendas), foi um cantorcompositor e ator brasileiro.

Biografia[editar | editar código-fonte]

Vitor Mateus Teixeira era filho de Saturnino Teixeira e Ledurina Mateus Teixeira, e teve um irmão e duas irmãs. Com seis anos perdeu o pai e, com nove anos, perdeu a mãe, ficando órfão[1] . Foi morar com parentes, mas estes não tinham condições de sustentá-lo. Saiu de sua terra ainda menino, seguindo sua caminhada pelo mundo.
Aprendeu a ler nos poucos meses que frequentou a escola, e fez sua morada as muitas cidades por onde passou: TaquaraSanta Cruz do SulSoledadePasso Fundo e Porto Alegre. Para sobreviver trabalhou em granjas no interior. Seu primeiro emprego foi em Porto Alegre, na pensão de Dona Aidê, carregando malas, vendendo doces como ambulante, entregador de viandas, vendedor de jornais, enfim fazia qualquer atividade para poder sobreviver.
Aos dezoito anos se alistou no exército, mas não chegou a servir. Nesta ocasião foi trabalhar no Departamento Autônomo de Estradas de Rodagem (DAER), como operador de máquinas, durante seis anos[1] . Dali saiu para tentar a carreira artística, cantando nas rádios do interior nas cidades de LajeadoEstrelaRio PardoSanta Cruz do Sul.
Com o coração voltado para a música, nas horas vagas já era solicitado para animar festas, iniciando assim sua carreira com shows. Sem estudar canto nem música, possuía muita capacidade de improvisação e repentismo. A beleza simples de suas letras e a melodia comunicativa de suas músicas eram frutos de inspiração espontânea, gerados por sua vivência, seu amor à vida e aos seus semelhantes.
Teixeirinha e Mazzaropi foram os maiores fenômenos populares do cinema sul-americano regional. No caso do cantor gaúcho, seus filmes chegaram a superar 1,5 milhões de espectadores, obtidos apenas nos três estados do sul do país. A fórmula era semelhante: baseavam-se em músicas de autoria de Teixeira, que interpretava a si mesmo[2] . Eram coproduzidos por distribuidores e exibidores locais, que lhes asseguravam a permanência em cartaz. Sua última produção, A Filha de Iemanjá, foi distribuída pela Embrafilme, com fracos resultados.
Teixeirinha teve um recorde de venda de discos sendo que até 1983, lançou 70 LPs, compôs por volta de 1 200 canções e vendeu mais de 80 milhões de cópias[3] .
Teixeirinha teve sete filhas e dois filhos: Sirley, Liria Luisa, Victor Filho, Margareth, Elizabeth, Fátima, Márcia Bernadeth, Alexandre e Liane Ledurina[1] .
Teixeirinha faleceu vítima de câncer, e está enterrado no Cemitério da Santa Casa de Misericórdia, em Porto Alegre[1] . Sua viúva, Zoraida Lima Teixeira, com quem Teixeirinha se casara em 1956, faleceu em 2014[4] .

Discografia[editar | editar código-fonte]

  • 1961 - O Gaúcho Coração do Rio Grande
  • 1961 - Assim é nos pampas
  • 1961 - Um gaúcho canta para o Brasil
  • 1962 - O Gaúcho Coração do Rio Grande, volume 4
  • 1963 - Saudades de Passo Fundo
  • 1963 - Êta gaúcho bom
  • 1963 - Teixeirinha interpreta musicas de amigos
  • 1964 - Teixeirinha Show
  • 1964 - Gaúcho autêntico
  • 1964 - Canarinho cantador
  • 1965 - O rei do disco
  • 1965 - Bate-bate coração
  • 1965 - Disco de ouro
  • 1966 - Teixeirinha no cinema
  • 1967 - Coração de Luto - trilha sonora do filme
  • 1967 - Mocinho aventureiro
  • 1967 - Dorme Angelita
  • 1968 - Doce coração de mãe
  • 1968 - Última tropeada
  • 1969 - O rei
  • 1969 - Volume de prata
  • 1970 - Carícias de amor
  • 1970 - Doce Amor
  • 1971 - Num Fora de série
  • 1971 - Entre a cruz e o amor
  • 1971 - Chimarrão da hospitalidade
  • 1972 - Ela tornou-se freira - trilha sonora do filme
  • 1972 - Minha homenagem
  • 1973 - O Internacional
  • 1973 - Sempre Teixeirinha
  • 1974 - Última Gineteada / Menina que passa
  • 1975 - Pobre João - trilha sonora do filme
  • 1975 - Aliança de ouro
  • 1975 - Lindo Rancho
  • 1977 - Novo Som de Teixeirinha
  • 1977 - Norte a Sul
  • 1977 - Canta meu povo / Fronteira gaúcha
  • 1978 - Amor de verdade / Inseparável violão
  • 1978 - Menina da gaita / O Centro-Oeste brasileiro
  • 1979 - 20 anos de glória
  • 1979 - Menina da Gaita
  • 1980 - Menina Margareth / Vida e morte
  • 1981 - Rio Grande de Outrora / Crime de Amor
  • 1981 - Iemanjá - trilha sonora do filme
  • 1982 - Que droga de vida / Infância frustrada
  • 1982 - Os Reis do Desafio - Dez desafios inéditos - Teixeirinha e Mary Terezinha
  • 1983 - Chegando de longe / Apenas uma flor
  • 1984 - Guerra dos desafios - Teixeirinha e Nalva Aguiar
  • 1984 - Quem é você agora / Amor desfeito
  • 1985 - Amor aos passarinhos
  • 1993 - Milonga da Fronteira [Contendo os grandes sucessos de Teixeirinha](Póstumo)
  • 1994 - Teixeirinha Canta com Amigos (Póstumo)

Participação especial[editar | editar código-fonte]

  • 1981 - A Grande Noite da Viola - ao vivo

Filmografia[editar | editar código-fonte]

Referências

  1. ↑ Ir para:a b c d NOGUEIRA, Alberto (2 de dezembro de 2015). «SAIU NO NP: há 30 anos, Teixeirinha deu ao país seu último disco e suspiro». Folha de São Paulo. Consultado em 28 de fevereiro de 2016.
  2. Ir para cima SILVEIRA, Lis Aline (4 de dezembro de 2013). «Nos 28 anos da morte de Teixeirinha, relembre a carreira e a vida do ídolo gaúcho». Zero Hora. Consultado em 28 de fevereiro de 2016.
  3. Ir para cima COUGO JÚNIOR, Francisco (2008). «"Canta Meu Povo": as concepções sociais populares e a música de Teixeirinha» (PDF). IX Encontro Estadual de História - Associação Nacional de História. Consultado em 28 de fevereiro de 2016.
  4. Ir para cima PIRES, Estêvão (24 de fevereiro de 2014). «Morre aos 82 anos a viúva do músico tradicionalista Teixeirinha». G1 Rio Grande do Sul. Consultado em 28 de fevereiro de 2016.

Ligações externas[editar | editar código-fonte]

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