Humaitá é um município brasileiro localizado no interior do estado do Amazonas. Pertencente à mesorregião do Sul Amazonense e microrregião do Madeira, sua população é de 51 302 habitantes, de acordo com estimtivas do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) em 2015.[3]
Limita-se com os municípios de Manicoré ao norte e leste; Porto Velho e Machadinho d'Oeste, ambos no Estado de Rondônia, ao sul; e Tapauá e Canutama ao oeste. Sua área é de 33071.667,[2] pouco superior à área do estado de Alagoas, fazendo do município um dos maiores do estado em área territorial. O município dispõe ainda de um Produto Interno Bruto (PIB) de R$ 225.637, o que o coloca como o décimo-primeiro município com maior PIB no Amazonas e o terceiro em sua mesorregião.[6]
Índice
[esconder]Toponímia[editar | editar código-fonte]
Segundo autores, a palavra vem do Tupi-guarani, significando "A pedra agora é negra" (Hu = negro, ma = agora, itá = pedra). Outros autores apontam para uma possível tradução do Guarani, significando "Pedra Antiga" (yma = antiguidade, itá = pedra). Já por Machado, Etimológico da Língua Portuguesa, o significado seria derivado do tupi (“mbaitá” = Papagaio pequeno) (Machado, 2003, pág. 246). Há também a língua da etnia Parintintin (“mu`tá” = Pau atravessado), pois era comum os antigos ica atrás do primeiro mercado municipal onde existia um buraco, para fazer armadilhas e pegar caça, pescar e avistavam as toras de madeira descendo rio abaixo. (Mª. G. Parintintin, 1994). Mas seu fundador dera este nome devido a uma das batalhas que o Brasil travou contra o Paraguai no Forte Humaitá.
História[editar | editar código-fonte]
Humaitá remonta suas origens ao ano de 1693, com a fundação da Missão de São Francisco, fundada pelos jesuítas no rio Preto, afluente do rio Madeira.[7]
Os primeiros habitantes da região foram os indígenas, que praticavam a economia de subsistência, como a caça, a pesca, o extrativismo e a agricultura familiar. Os rios Maici e Marmelo - também chamados de rios Torá e Tenharim - abrigavam a maior parte das etnias indígenas que povoavam o lugar, sendo grandemente numerosos. As principais etnias que habitavam a região eram a Parintint e os Mura.[7]
José Francisco Monteiro, um comerciante, foi um dos primeiros colonizadores da localidade, que chegou à região em busca de riquezas, se interessando em habda deu-se em 15 de maio de 1869. Nesta época, a Missão de São Francisco, fundada pelos jesuítas em 1693, estava instalada num lugar chamado Pasto Grande, no Rio Preto, próximo à atual cidade. Por conta dos constantes ataques dos índios, a sede da Freguesia foi transferida em 1888 paracípio, com o nome de Freguesia de Nossa Senhora da Conceição do Belém de Humaitá. A transferência ocorreu por força da Lei nº 790 de 13 de novembro daquele ano, e a transição foi feita pelo comendador.[7]
Fraador de Humaitá. O município foi criado pelo Decreto Nº 31 de 4 de fevereiro de 1890, tendo sua área territorial desmembrada do município vizinho deManicoréno seguinte, através do Decreto-Lei nº 95-A de 10 de abril de 1891, assinado pelo Governador Eduardo Ribeiro. neste ano também aconteceu a fundação do primeiro jornal da cidade, O Humaythaense (o segundo jornal, O Madeirense, foi fundado anos depois, em 1917), assim como a vinda do primeiro Destacamento da Polícia Militar do Amazonas para o município. Em outubro de 1894, no auge do Ciclo da Borracha, Humaitá é elevada à categoria de cidade.[7]
Geografia[editar | editar código-fonte]
Localiza-se a uma latitude 07º30'22" sul e a uma longitude 63º01'15" oeste, estando a uma altitude de 90 metros. Sua população estimada em 2015 era de 51 302 habitantes.[3] Possui uma área de 33.071,00 km²
Rodovias[editar | editar código-fonte]
Transporte Aéreo[editar | editar código-fonte]
No ano de 2016 a cidade de Humaitá não está operando voos comerciais, nem mesmo com a cia MAP que operava o trecho antigamente. Sendo constatado que no site da empresa MAP não aparece mais a opção de voos para Humaitá partindo de Manaus.[8]
Clima[editar | editar código-fonte]
Quente e úmido com duas estações do ano: uma chuvosa “inverno” que vai de outubro a abril e outra de estiagem “verão” que vai de maio a setembro. No meio do ano, às vezes acontece o fenômeno da “friagem” que é uma queda da temperatura provocada pelo deslocamento da Massa de Ar Polar Atlântica.
Vegetação[editar | editar código-fonte]
O município é coberto pela Floresta Amazônica com sua exuberante riqueza em espécies vegetais e animais. Com a chegada dos missionários no século XVII ainda possuía uma imensa floresta equatorial, porém com a exploração desordenada de madeira, animais e a formação de enormes campos para agricultura e a pecuária, muitas espécies vegetais desapareceram.
Relevo[editar | editar código-fonte]
Humaitá esta a 90m acima do nível do mar, possui algumas praias como: Praia de São Miguel e Praia do Paraíso, localizada no rio Madeira; Praia do Ipixuna, localizada a 40 km no rio Ipixuna. Humaitá localiza-se na Planície Amazônica e seu relevo contém:
Terra firme[editar | editar código-fonte]
Terrenos altos que não alagam, onde nascem grandes árvores tanto para venda como para utilização local, como: castanheiras, seringueiras (Havea Brasiliense), cedro, itaúba, louro, pau-rosa, curupira, acariquara, jatobá.
Várzea[editar | editar código-fonte]
Terrenos baixos e alagadiços, localizados às margens dos rios, lagos e paranás. As espécies vegetais encontradas são: taxizeiro, marimari, samaúma e a muratinga. Após alagada, ela seca ficando com as terras férteis prontas para agricultura. Exemplos de várzea: Ilha das Pupunhas, Puruzinho, nestes terrenos aparecem extensões de areia (Praias). Existem as praias de São Miguel e Paraíso às margens do rio Madeira, e a Praia do Ipixuna às margens do rio Ipixuna a 40 km de Humaitá.
Igapós[editar | editar código-fonte]
Terrenos mais baixos das margens dos cursos d’água escura, vivem permanentemente alagados, existindo uma vegetação típica, como: apuizeiro, buriti, tarumanzeiro e marajazeiro. E é utilizado também para pesca.
Hidrografia[editar | editar código-fonte]
Rio Madeira, um dos maiores da Bacia Amazônica e de fundamental importância para a vida dos ribeirinhos. Dele se tira a água, o peixe e em alguns lugares o ouro, além de ser um importante meio de transporte.
A hidrovia do Madeira é atualmente uma das mais importantes do país – por ela passam as balsas graneleiras que dão escoamento à produção de grãos do Centro Oeste brasileiro e de Rondônia para Itacoatiara e Belém e de lá, para o comércio exterior. De barco, em três dias chega-se a Manaus e em um dia chega-se em Porto Velho. Fazem também parte da hidrografia os rios: Marmelo, Maicí, Machado e Ipixuna, além dos Igarapés Caxiri, Behém, Banheiro, Pupunha, Puruzinho,.... e dos Lagos: Pupunha, Paraíso, Uruapiara, dos Reis, do Antonio, do Acará entre outros.
Subdivisões[editar | editar código-fonte]
Bairros[editar | editar código-fonte]
O município possui treze bairros, são eles:
Bairro | Região |
---|---|
São Domingos Sávio | Zona Norte |
Divino Pranto | Zona Norte |
Nossa Srª do Carmo | Zona Sul |
São José | Zona Sul |
São Francisco | Zona Sul |
Santo Antônio | Zona Leste |
Centro | Zona Leste |
Nova Humaitá | Zona Noroeste |
Nova Esperança | Zona Noroeste |
Nova Esperança II | Zona Noroeste |
São Pedro | Zona Oeste |
São Sebastião | Zona Oeste |
Novo Centenário | Zona Nordeste |
São Cristóvão | Zona Sudoeste |
Regiões[editar | editar código-fonte]
Humaitá está dividida em seis regionais (regiões) para fins administrativos e segurança. São eles: Zona Sudoeste, Zona Oeste, Zona Sul, Zona Leste, Zona Norte e Zona Noroeste.
Demografia[editar | editar código-fonte]
Etnias[editar | editar código-fonte]
População residente por etnia (Censo 2000)[9]
- Pardos - 62,03%
- Branco - 30,95%
- Indígenas - 3,20%
- Pretos - 3,06%
- Amarelos - 0,11%
- Sem delcaração - 0,65%
Religião[editar | editar código-fonte]
População residente por religião (Censo 2000)[10]
- Católicos - 27.241
- Evangélicos - 3.661
- Sem religião - 945
- Santos dos Últimos Dias (Mórmons) - 125
- Testemunhas de Jeová - 87
- Espíritas - 21
- Candomblecistas - 11
Economia[editar | editar código-fonte]
Pecuária de bovinos. Piscicultura. Pesca artesanal. Agricultura de arroz, soja, milho, cupuaçu e hortaliças. Artesanato. Fábricas de doces e licores. Beneficiadoras de Castanha. Movelaria. Madeireiras. Extrativismo Vegetal. Garimpo. O Governo do Estado tenta contribuir com incentivos através de programas especiais de financiamentos e orientação técnica que visam melhorar e aumentar a produção, nas diversas frentes de trabalho. É o chamado III Ciclo. Sendo a porta de entrada do Amazonas para quem vem do Centro Sul do país há perspectivas de que o município torne-se um centro regional importante. Em alguns aspectos ele já se destaca em relação ao estado do Amazonas.
Prefeitos de Humaitá[editar | editar código-fonte]
1 | Francisco Fiúza Maia – ano |
2 | José Francisco Monteiro – ano 1990 |
3 | Francisco de Assis Ataíde – ano |
4 | Pedro de Alcântara Bacelar - ano |
5 | Edmundo Francisco Monteiro – ano |
6 | Antonio da Costa Crespo – ano |
7 | Osvaldo Tennyson Costa Crespo – ano |
8 | José Francisco Monteiro Neto - ano |
9 | Raul Oran Prestes – ano |
10 | Antonio Augusto Guimarães Neto – ano |
11 | Raimundo Figueiredo Cavalcante – ano |
12 | José de Souza Lobo – ano |
13 | Raimundo Figueiredo Cavalcante – ano 1955 a |
14 | Antonio Augusto Guimarães Neto – ano |
16 | Tito Botelho Neves – ano |
17 | Mário Freire da Silva Ramos – ano |
18 | José de Souza Lobo – ano |
19 | Francisco Correa da Cruz – Salú – ano |
20 | João Batista Teodoro Alves Filho – ano |
21 | Áureo Cid Botelho – ano |
22 | Roberto Rui Guerra de Souza - ano 1983 a 1988 |
23 | Raimundo Rodrigues do Nascimento - Mundaia - 1989 a 1992 |
24 | Irio Jabes Guerra de Souza - ano 1993 a 1996 |
25 | Renato Pereira Gonçalves - ano 1997 a 2002 |
26 | Fausto Manoel e Silva – ano 2003 a 2004 |
27 | Roberto Rui Guerra de Souza – ano 2005 a 2008 |
28 | José Cidenei Lobo do Nascimento – Dedei Lobo 2009 a 2012 |
29 | José Cidenei Lobo do Nascimento – Dedei Lobo 2013 a 2016 |
Filhos ilustres[editar | editar código-fonte]
Entre as personalidades que nasceram em Humaitá podem ser citadas:
- Plínio Ramos Coelho, é humaitaense, Governador do Estado do Amazonas por duas vezes, 1955-1959, 1963-1964, advogado;
- Raimundo Neves de Almeida, é humaitaense, nascido na comunidade de Uruapiara, é escritor, historiador, prosador, contista e poeta, sócio titular da Associação dos Escritores do Amazonas, sócio Pelouro Cultural da Associação Internacional dos Amigos de Ferreira de Castro (São João da Madeira - Portugal), sócio fundador da União dos Artistas de Humaitá, sócio da Academia História do Amazonas e Membro do Instituto Cultural Vale Caririense de Juazeiro do Norte-CE.
- Álvaro Botelho Maia, é humaitaense, Governador do Estado do Amazonas por três vezes, 1930-1933, 1935-1945, 1951-1955, escritor e poeta, ex-senador;
- Almino Monteiro Álvares Affonso, é humaitaense, nascido em 1929, político, ministro do Trabalho e Previdência Social no governo de João Goulart, viveu no exílio, foi vice-governador do estado de São Paulo na gestão de Orestes Quércia. É pai do músico Sérgio Britto, é advogado, autor de várias obras: "Raízes do Golpe", "Parlamentarismo, Governo do Povo" e "Almino Affonso - Tribuno da Abolição", "Comendador Monteiro - Tronco e Ramagens".
- Ubiratan de Lemos, filho do barão da borracha Jovino de Lemos, foi jornalista investigativo em Manaus e no Rio de Janeiro, chegando a trabalhar para Assis Chateaubriand. Notabilizou-se por ser o primeiro vencedor do Prêmio Esso de Jornalismo.
Entre as personalidades que não nasceram em Humaitá, porem exerceram cargos públicos de relevância podem ser citados:
- Pedro de Alcântara Bacelar, Nascido em Feira de Santana (Bahia), foi médico, prefeito de Humaitá no Amazonas e, finalmente, governador deste estado no período de 1917 a 1921, é considerado um filho ilustre;
Referências[editar | editar código-fonte]
- AFFONSO, Almino Monteiro Álvares. Comendador Monteiro - Tronco e Ramagens, 1ª edição, Ed. Valer e Ed. UniNorte e Governo do Estado do Amazonas, Manaus, 2004.
- ALMEIDA, Raimundo Neves de, Retalhos Históricos e Geográficos de Humaitá, O Autor, 1ª e 2ª edição, Porto Velho-RO, 1981 e 2005.
- ALMEIDA, Raimundo Neves de, Na Beira do Barranco - Estórias, Crendices, Sentimentos e Humor de Caboclos do Madeira, O Autor, 1ª e 2ª edição, Porto Velho-RO, 2005.
- BENTES, Dorinethe dos Santos / ROLIM, Amarildo Rodrigues – O Amazonas no Brasil e no Mundo, Manaus, ed. Mens’sana, 2005.
- FERREIRA, Aurélio Buarque de Holanda, Mini Aurélio Século XXI Escolar, Rio de Janeiro-RJ, Ed. Nova Fronteira, 2001.
- HUGO, Vitor, Os Desbravadores, Vol. I e II, Ed. Salesiana C. B. A. G., 1959 e 1991.
- IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística/2007.
- MACHADO, José Pedro, Dicionário Etimológico da Língua Portuguesa, 8ª edição, Ed. Livros Horizontes, Lisboa-Portugal, 2003.
- Prefeitura Municipal de Humaitá, Administração - Quadro Histórico de Prefeitos, 2006.
- PINTO - Emanuel Pontes, Rondônia, Evolução Histórica, A Criação do T. F. G, Fator de Integração Nacional, Rio de Janeiro-RJ, ed. Expressão e Cultura, 1993.
- ROCQUE, Carlos. Grande Enciclopédia da Amazônia, Vol. III, AMEL - Amazônia Editora Ltda, Manaus, 1968.
- SEDUC - Secretaria de Estado da Educação, Série Descobrindo Nosso Município – Humaitá - Am, Estudos Sociais, Manaus, 1993.
- TEIXEIRA - Marco Antônio Domingues & Fonseca, Dante Ribeiro, História Regional (Rondônia), Porto Velho-RO. Rondoniana. 1998.
- THOMPSON, George, A Guerra do Paraguai, Enciclopédia dos Temas Brasileiros, 1978.
Referências
- ↑ ab «Divisão Territorial do Brasil». Divisão Territorial do Brasil e Limites Territoriais. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). 1 de julho de 2008. Consultado em 11 de outubro de 2008.
- ↑ ab IBGE (10 out. 2002). «Área territorial oficial». Resolução da Presidência do IBGE de n° 5 (R.PR-5/02). Consultado em 5 dez. 2010.
- ↑ ab c «Estimativas da população residente no Brasil e Unidades da Federação com data de referência em 1º de julho de 2015» (PDF). Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. 28 de agosto de 2015. Consultado em 30 de agosto de 2015.
- ↑ «Ranking decrescente do IDH-M dos municípios do Brasil». Atlas do Desenvolvimento Humano. Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD). 2010. Consultado em 09 de setembro de 2013.
- ↑ ab «Produto Interno Bruto dos Municípios 2012». IBGE. Consultado em 14 de dezembro de 2014.
- ↑ Erro de citação: Tag
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- ↑ ab c d Humaitá-AM - Informações
- ↑ [www.voemap.com.br «MAP Linhas Aéreas»] Verifique
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(Ajuda). - ↑ «Etnias no Brasil». IBGE.
- ↑ «Religião no Brasil». IBGE.
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