quinta-feira, 14 de julho de 2016

LEÃO

leão [feminino: leoa] (nome científicoPanthera leo) é uma espécie de mamífero carnívoro do gênero Panthera e da família Felidae. A espécie é atualmente encontrada na África subsaariana e na Ásia, com uma única população remanescente em perigo, no Parque Nacional da Floresta de GirGujaratÍndia. Foi extinto na África do Norte e no Sudoeste Asiático em tempos históricos, e até o Pleistoceno Superior, há cerca de 10 000 anos, era o mais difundido grande mamífero terrestre depois dos humanos, sendo encontrado na maior parte da África, em muito da Eurásia, da Europa Ocidental à Índia, e na América, do Yukon ao México. É uma dos quatro grandes felinos, com alguns machos excedendo 250 quilogramas em peso, sendo o segundo maior felino recente depois do tigre.
pelagem é unicolor de coloração castanha, e os machos apresentam uma juba característica. Uma das características mais marcantes da espécie é a presença de um tufo de pelos pretos na cauda, que também possui uma espora. Habita preferencialmente as savanas e pastagens abertas, mas pode ser encontrado em regiões mais arbustivas. É um animal sociável que vive em grupos que consiste das leoas e suas crias, o macho dominante e alguns machos jovens que ainda não alcançaram a maturidade sexual. A dieta consiste principalmente de grandes ungulados e possuem hábitos noturnos e crepusculares, descansando e dormindo na maior parte do dia. Leões vivem por volta de 10-14 anos na natureza, enquanto em cativeiro eles podem viver por até 30 anos. Alguns animais desenvolveram o hábito de atacar e devorar humanos, ficando conhecidos como "devoradores de homens".
A espécie está classificada como "vulnerável" pela União Internacional para a Conservação da Natureza e dos Recursos Naturais (IUCN), e sofreu um declínio populacional de 30-50% nas últimas duas décadas no território africano. Na Ásia, o leão está confinado a uma única área protegida e sua população é estável, mas está classificado como "em perigo", já que a população não passa de 350 animais. Entre as ameaças, a perda de habitat e os conflitos com humanos são as principais razões de preocupação na sua conservação. Por centenas de anos, o leão tem sido usado como símbolo de bravura e nobreza em diversas civilizações e culturas da Europa, Ásia e África. Está amplamente representado em esculturas, pinturas, bandeiras nacionais, brasões, e em filmes e na literatura contemporâneos.

Etimologia[editar | editar código-fonte]

Nas línguas românicas, o nome do leão deriva do latim leo;[3] cf. Grécia antiga λέων (leão).[4] Na língua hebraica, a palavra lavi (לביא) também está relacionada a essa etimologia,[5] bem como o rw do Egito Antigo.[6] A designação científica, Panthera leo, talvez seja derivada do grego pan- ("todos") e ther ("besta"), mas talvez seja essa uma etimologia mais popular do que acadêmica.[7] Sob origem da Ásia OrientalPanthera leo pode significar "o animal amarelado ", ou até "branco-amarelo".[7]

Nomenclatura e taxonomia[editar | editar código-fonte]

O leão foi descrito no século XVIII por Carolus Linnaeus, em seu Systema Naturae, como Felis leo.[8] Nos séculos XVIII e XIX, a maioria dos naturalistas e pesquisadores seguiram a nomenclatura originalmente proposta. Em 1816, Lorenz Oken propôs a definição genérica Panthera (originalmente como subgênero de Felis), assim como aLeo e Tigris.[9] Algumas autoridades consideraram o Panthera como inválido por razões técnicas de nomenclatura e preferiram usar o termo genérico Leo.[10] Em 1956, aComissão Internacional de Nomenclatura Zoológica rejeitou a obra de Oken, Lehrbuch der Naturgeschichte, para fins de nomenclatura zoológica.[11] Na década de 1960 e 1970, a questão sobre a validade do gênero Panthera foi questionada junto a Comissão Internacional de Nomenclatura Zoológica, que em 1985 decidiu pela conservação do termo genérico Panthera.[12]

Subespécies[editar | editar código-fonte]

O leão demonstra grande variação morfológica, que é particularmente acentuada no tamanho, na cor e espessura da pelagem, na retenção das manchas juvenis e na juba, que pode variar na cor, densidade e distribuição entre e dentro das populações.[13] A variação entre o número de subespécies descritas e aceitas para a espécie são grandes. Alguns taxonomistas aceitam apenas oito subespécies,[14] [15] [16] [17] enquanto outros reconhecem somente duas, uma africana e outra asiática.[2] [13] [18]Wozencraft, no Mammal Species of the World, reconheceu onze subespécies.[1] E alguns pesquisadores consideram a espécie como monotípica.[19] [20] O leão da Brandoa é conhecido pela grande dimensão do seu orgão repodutor , hoje em dia existem apenas dois exemplares no mundo inteiro.
As oito subespécies comumente reconhecidas são:
[Esconder]SubespécieAutoridade, anoVernáculoDistribuiçãoNotas taxonômicasImagens
Panthera leo persica(Meyer, 1826)leão-asiático; leão-indiano; leão-persaOriginalmente da Ásia Menor ao subcontinente indiano; península balcânica e Cáucaso; restrito ao noroeste da Índia, no estado do GujaratPanthera leo persica Nuremberg Zoo.JPG
Panthera leo leo(Linnaeus, 1758)leão-da-barbária; leão-do-atlasOriginalmente no norte da África, do Marrocos ao Egito; extinto na naturezaTête dOr 02.jpg
Panthera leo azandica(J.A.Allen, 1924)leão-do-nordeste-do-congoRegião nordeste da República Democrática do Congo
Panthera leo bleyenberghi(Lönnberg, 1914)leão-do-katanga; leão-do-sudoeste-africano; leão-angolanoSudoeste da África, Namíbia, Botsuana, Angola, Katanga (República Democrática do Congo), Zâmbia e Zimbábue.P l Bleyenberghi 1.jpg
Panthera leo krugeri(Roberts, 1929)leão-do-transvaal; leão-do-sudeste-africanoRegião do Transvaal, na África do Sul, Moçambique, Zimbábue e BotsuanaInclui o Panthera leo verneyi (Roberts, 1945).[16]African Lion Panthera leo krugeri Male and Female 2200px adjusted.jpg
Panthera leo melanochaita(C.E.H. Smith, 1858)leão-do-caboOriginalmente na região do Cabo, na África do Sul; possivelmente extintoAnálise molecular não suporta o reconhecimento desta subespécie como distinta, considerando-a coespecífica com a krugeri.[17] Entretanto, análise morfológica demonstra a distinção do leão-do-cabo.[21]Cape Lion.jpg
Panthera leo nubica(de Blainville, 1843)leão-núbio; leão-do-leste-africano; leão-da áfrica-oriental; inclui leão-do-masai; leão-etíope; leão-abissínio; leão-da-somáliaÁfrica Oriental, da Etiópia e Quênia a Tanzânia e MoçambiqueInclui o Panthera leo hollisteri (J.A. Allen, 1924), o Panthera leo massaica (Neumann, 1929) e o Panthera leo nyanzae (Heller, 1913)[16] considerado por alguns como subespécies distintas.[1] Inclui também o Panthera leo roosevelti (Heller, 1913) e oPanthera leo somaliensis (Noack, 1891).[16]Lion in masai mara.jpg
Panthera leo senegalensis(J.N. von Meyer, 1826)leão-do-senegal; leão-da-áfrica-ocidentalÁfrica Ocidental, do Senegal até a República Centro-AfricanaInclui Panthera leo kamptzi (Matschie, 1900)[16] considerado por alguns como uma subespécie distinta.[1]

As subespécie são diferenciadas pela aparência da juba, tamanho e distribuição geográfica. Como estas características são inconsistentes e altamente variáveis, a maioria dessas formas são questionáveis e, provavelmente, inválidas, além disso, muitas vezes as distinções foram baseadas em material de zoológicos de origem desconhecida, que poderiam ter tido características morfológicas "impressionantes, mas anormais".[22]
Enquanto o status do leão-asiático como subespécie é geralmente aceito, as relações sistemáticas entre as subespécies africanas não está completamente resolvida.[quem?] As variações mitocondriais do leão africano são modestas e suportam a teoria de que todas as populações possam ser agrupadas em uma única subespécie.[13] [18]

Táxons fósseis[editar | editar código-fonte]

Crânio do Panthera leo spelaea
Crânio do Panthera leo atrox
Várias formas pleistocênicas de leões foram descritas na Eurásia e América do Norte: Felis leo fossilis por Wilhelm von Reichenau em 1906 a partir de restos fósseis do Pleistoceno Médio da Europa;[23] Felis spelaea por Georg August Goldfuss em 1810 a partir de restos fósseis do Pleistoceno Superior da Europa,[24] e posteriormente encontrado por toda Eurásia; Felis atrox por Joseph Leidy em 1853 a partir de restos fósseis do Pleistoceno Superior da América do Norte;[25] e Panthera spelaea vereshchagini por Gennady Baryshnikov e Gennady Boeskorov em 2001 a partir de restos fósseis do Pleistoceno Superior da Beríngia.[26] Análise filogenética revela a ocorrência de apenas três clados distintos: o leão moderno, o leão-das-cavernas da Eurásia e Beríngia, e o leão-das-cavernas-americano, que forma uma população separada ao sul das geleiras pleistocênicas.[27]O táxon vereschchagini se mostrou indistinguível do spelaea através da análise genética de DNA antigo, sendo considerado como sinônimo do leão-das-cavernas-europeu.[27]
As formas pleistocênicas são geralmente classificadas como sendo subespécies do leão moderno,[28] [29] entretanto, alguns zoologistas as consideram como espécies distintas com base nas características craniais e dentárias.[30] [31] Todas as formas pleistocênicas são referidas ao gênero Panthera, mas não há consenso quanto ao reconhecimento das formas como espécies distintas ou então como subespécies do Panthera leo.[15] [27] A análise morfológica comparativa, principalmente de caracteres dentários, das formas pleistocênicas e holocênicas resultaram no reconhecimento de duas linhagens evolucionárias básicas dentro de um único táxon específico: o grupo spelaea, contendo as formas fossilisspelaea eatrox; e o grupo leo, com oito subespécies atuais.[32] Análises moleculares baseadas no DNA mitocondrial demonstraram que o spelaea e leo podem ser considerados como clados irmãos,[15] ou então que o spelaea e atrox seriam mais relacionados entre si e que constituiriam um clado irmão com o leo.[27] A análise cladística com caracteres osteológicos e dentários indica que o atrox e possivelmente o spelaea não pertençam a linhagem do leão, representando grupos sucessivos do leão + leopardo.[21]O registro fóssil mais antigo atribuído ao Panthera leo provém da Garganta de Olduvai, na Tanzânia, e está datado do Pleistoceno Inferior (cerca de 1,5 milhões de anos).[33] Um registro proveniente de Laetoli, na Tanzânia, e datado de 3,5 milhões de anos, era atribuído ao P. leo, entretanto, essa identificação é incerta, e outras interpretações demonstraram que os restos fósseis pertencem a uma espécie mais primitiva dentro do gênero Panthera.[34] Alguns registros do Plio-Pleistoceno na África do Sul, encontrados nas cavernas em Kromdraai, Swartkrans e Sterkfontein, são atribuídos ao P. leo.[16] Entretanto, o status taxonômico do material das cavernas de Sterkfontein é incerto, e os materiais de Kromdraai e Swartkrans aparentam ser de um animal mais robusto que o leão moderno.[35]
Acredita-se que o P. leo tenha evoluído na África entre 1 milhão e 800 000 anos atrás. Migrando para fora do continente africano durante o Pleistoceno Médio (800 - 100 kyr) para a Europa e Ásia, e posteriormente colonizando toda a região Holártica.[36] O leão foi o mamífero terrestre de grande porte mais difundido durante o Pleistoceno Superior (100–10 kyr), com uma distribuição que incluia a África, a maior parte da Eurásia e a América do Norte.[28] A presença na América do Sul, foi atribuída a restos fósseis encontrados no Peru assinalados ao Panthera atrox,[37] entretanto, o material foi reexaminado e atribuído à Panthera onca.[38] [39]
Na Europa, aparece no registro fóssil pela primeira vez a 700 000 anos atrás com a cronoespécie fossilis em Isérnia La Pineta, na Itália. A partir deste táxon deriva o chamado leão-das-cavernas (Panthera leo spelea/Panthera spelea), que aparece a cerca de 300 000 anos atrás.[40] Na América do Norte o registro mais antigo data do estágio Sangamoniano.[37] Os leões pleistocênicos foram extintos no norte da Eurásia e da América do Norte no final da última era glacial, a cerca de 10 000 anos atrás;[15] podendo a extinção ser secundária as extinções pleistocênicas da megafauna.[41]

Distribuição geográfica e habitat[editar | editar código-fonte]

Na África, a savana com arborização escassa é o habitat preferencial da espécie.
A espécie originalmente estava distribuída por toda África subsaariana (exceto na densa floresta tropical) e do norte da África (acima do deserto do Saara) através do sudoeste asiático, a oeste até a Europa (península balcânica e Cáucaso) e a leste até a Índia.[2]
As evidências da presença da espécie na Eurásia não são totalmente confiáveis, especialmente durante o Holoceno Inferior e Médio (entre 9 600 e 3 500 anos atrás). Fragmentos ósseos encontrados na Espanha, Itália e Grécia são de difícil diagnóstico, podendo ser atribuídos tanto ao leão moderno quanto ao leão-das-cavernas. Já para o Holoceno Superior (entre 3 500 e 500 a,C,), alguns restos ósseos podem ser de animais cativos ou a sua datação pode ser vagamente atribuída ao período Neolítico limitando as interpretações.[42]
Registros indicam que a expansão da espécie na Europa tenha chegado até 45º-48ºN (Hungria, Bulgária e Ucrânia), tendo extinguido-se nestas localidades por volta de 3 000 a,C,. Os leões extinguiram-se no Peloponeso durante o final da era micênica (100 e 1 400 a,C,).[42] Heródoto menciona que leões viviam nas planícies de Nestos, tendo atacado as caravanas de camelos do rei persa Xerxes I em sua marcha através da Trácia em 480 a,C, Já Aristóteles reportou que eles eram raros por volta de 300 a,C,.[43] Sendo completamente extintos nas montanhas do norte da Grécia no primeiro século depois de Cristo.[42] A população no Cáucaso sobreviveu até o século X, sendo considerado o último refúgio da espécie na Europa.[44]
Mapa mostrando as subespécies mais comumente aceitas nos últimos anos.
O leão foi erradicado da Palestina na Idade Média e da maior parte do resto da Ásia após a chegada das armas de fogo, facilmente disponíveis no século XVIII. Entre o final do século XIX e começo do século XX, ele se extinguiu no norte da África e no sudoeste asiático. No final do século XIX, o leão desapareceu da Turquia e da maior parte do norte da Índia,[22] [45] enquanto que a última aparição de um leão no Irã foi em 1941 (entre Shiraz e Jahrom, na província de Fars), embora o cadáver de uma leoa tenha sido encontrado nas margens do rio Karun, na província de Khūzestān em 1944.[46]
Até cerca de 1850, o leão estava distribuído no subcontinente indiano e era encontrado em GujaratHaryanaMadhya PradeshPunjabRajastão e Uttar Pradesh. No início da década de 1900, a população foi drasticamente reduzida e confinada no noroeste da Índia, na reserva de caça particular do nababo de Junagarh.[16] A área foi transformada em parque nacional em 1965.
Na África, os leões podem ser encontrados em savanas com arborização escassa de Acacia que servem como áreas de descanso;[47] na Índia, o habitat compreende uma mistura de savana arbustiva seca e floresta decídua seca.[48] O leão tem uma larga tolerância para habitats, ausente somente na floresta tropical e no interior do deserto doSaara. A espécie pode ocorrer do nível do mar até regiões montanhosas, no leste da África pode ser encontrado até 3 600 metros, nos Monte ElgonQuênia e Ruwenzori, e nas Montanhas Bale, na Etiópia, pode ser encontrado aos 4 200 metros.[49]

Características[editar | editar código-fonte]

Características[10] [16]
Peso150 – 250 kg (Machos)
120 - 180 kg (Fêmeas)
Comprimento
(média)
1,70 - 2,50 m (Machos)
1,40 – 1,75 m (Fêmeas)
Cauda
(média)
90 - 105 cm (Machos)
70 - 100 cm (Fêmeas)
Altura
(cernelha)
1,20 m (Machos)
1,07 m (Fêmeas)
Gestação100 - 119 dias
Tamanho de ninhada1 - 4 filhotes
Desmame6 - 7 meses
Maturidade sexual3 - 4 anos (Machos)
3 - 4 anos (Fêmeas)
Longevidadeaté 14 anos em liberdade,
até 26 anos em cativeiro
O leão é o segundo maior felino depois do tigre, apresentando comprimento e peso menor, mas sendo mais alto na cernelha. Possui uma pelagem curta e a coloração é unicolor, variando do castanho claro ao cinza prateado e do vermelho amarelado ao marrom escuro.[10] Não apresenta rosetas e os filhotes e juvenis apresentam manchas na pelagem.[16] O ventre e as partes mediais dos membros são mais claras, e o tufo de pelos na ponta da cauda é preto. A juba é geralmente castanha, variando em tonalidades amareladas, avermelhadas ou tons mais escuros de marrom. Com a idade, a juba tende a ficar mais escura, podendo ser inteiramente preta.[10] Tem a cabeça arredondada e curta, com a face larga e orelhas arredondadas, o pescoço é relativamente curto e o corpo musculoso e bem proporcional.[16]
Leões tendem a variar em tamanho dependendo do seu ambiente e área de distribuição, resultando em uma grande variação de registros morfométricos. Os indivíduos da África Austral tendem a ser 5 por cento mais pesados do que os da África Oriental, em geral.[50] O maior leão registrado, com quase 3,6 metros de comprimento (incluindo a cauda), foi um macho abatido perto Mucsso, no sul de Angola, em outubro de 1973.[51] O mais pesado leão conhecido na natureza foi um “devorados de homens” abatido em 1936 nas cercanias de Hectorspruit, no leste da província do TransvaalÁfrica do Sul, que pesava 313 kg.[52] Outro leão nomeadamente descomunal do sexo masculino, foi abatido perto do Monte Quênia, e pesava 272 kg. Leões em cativeiro tendem a ser maiores do que os leões em estado selvagem, o mais pesado registrado era um macho no Zoológico de Colchester, na Inglaterra, em 1970, chamado Simba, que pesava 375 kg.[53]

Juba[editar | editar código-fonte]

Só o macho possui a juba e o leão é o único felino que a possui. Há duas teorias que podem justificar a sua existência, a primeira diz que a juba seria um meio de se defender de predadores e de luta por território; a segunda teoria diz que a juba serve para que o macho pareça maior e assim intimide os adversários, impedindo que na maioria das vezes aconteça luta corporal (teoria mais aceita).
As leoas costumam se interessar por leões de jubas maiores e mais escuras, o que fortifica a segunda teoria.

Leucismo[editar | editar código-fonte]

Leão branco no Zoológico de Bratislava
leucismo, assim como acontece com o tigre branco, é uma mutação rara que acomete principalmente animais da subespécie Panthera leo krugeri, causando uma despigmentação dos pelos, fazendo que esses animais sejam chamados popularmente de leões brancos. Esses indivíduos leucísticos podem ser encontrados em algumas reservas na África do Sul em estado natural e em zoológicos ao redor do mundo. O leucismo é causado por um gene recessivo e mantém a coloração dos olhos e pele normais, diferindo assim doalbinismo.[quem?]
A confirmação da existência de leões brancos só veio no final do século XX. Durante séculos, acreditava-se que o leão branco era uma lenda fictícia circulando na África do Sul, onde é dito que a pelagem branca representa a bondade presente em todas as criaturas. A primeira aparição ocorreu no início de 1900 e continuou sendo incomum por quase 50 anos, até que em 1975, Chris McBride descobriu uma ninhada de filhotes brancos na Reserva Privada de Caça Timbavati.[quem?]

Ecologia e comportamento[editar | editar código-fonte]

Leoa a caçar
Esses grandes felinos vivem em bandos de 5 a 40 indivíduos, sendo os únicos felinos de hábitos gregários. Em um bando, há divisão de tarefas: as fêmeas são encarregadas da caça e do cuidado dos filhotes, enquanto o macho é responsável pela demarcação do território e pela defesa do grupo de animais maiores ou mais numerosos (contra eventuais ataques de hienasbúfaloselefantes e outros leões machos).
São exímios caçadores de grandes herbívoros, como a zebra e o gnu, mas comem quase todos os animais terrestres africanos que pesem alguns poucos quilogramas. Como todos os felinos, têm excelente aceleração, mas pouco vigor. Por isso, usam tácticas de emboscada e de ação em grupo para capturar suas presas. Muitos leões desencadeiam o ataque a 30 metros de distância da presa. Mesmo assim, muitos animais ainda conseguem escapar. Para sobreviver, um leão necessita ingerir, diariamente, cerca de 5 quilos de carne, no mínimo, mas caso tenha a oportunidade, consegue comer até 30 quilos de carne numa só refeição. Isto acontece porque nem sempre os leões são bem sucedidos, e quando o são, aproveitam toda a carne disponível para não precisarem voltar a caçar tão cedo.
Vista comparativa entre umser humano e um leão, 1860
Apesar do fato das fêmeas efetuarem a maior parte da caça, os machos são igualmente capazes. Dois fatores os impedem de caçar tantas vezes quanto as fêmeas: o principal é o seu tamanho, que os tornam muito fortes, porém menos ágeis e maiores gastadores de energia.
As fêmeas são sociais e caçam de forma cooperativa, enquanto os machos são solitários e gastam boa parte de sua energia patrulhando um extenso território, mas tanto machos como fêmeas passam de 16 a 20 horas diárias em repouso, num regime de economia de energias, uma vez que seu índice de sucesso em caças é de apenas 30%.
As fêmeas precisam de um tempo extra para caçar, porque os machos não cuidam dos filhotes. As leoas formam bandos de dois a dezoito animais da mesma família, o que as caracteriza como o único felino realmente social. Apesar de a caça em grupo ser mais eficiente do que a caça individual, sua eficácia não é tão compensadora, já que, em grupo, é preciso obter mais alimento para nutrir a todos. É mais provável que a socialização das fêmeas vise proteger os filhotes contra os machos.

Comunicação[editar | editar código-fonte]

Fêmeas demonstrando o comportamento social de lambedura
Quando em repouso, a socialização do leão ocorre através de uma série de comportamentos e os movimentos expressivos do animal são altamente desenvolvidos. Os mais comuns são gestos táteis de atrito das cabeças e lambedura,[54] , que foram comparados com a catação em primatas.[55] A fricção de cabeça – afocinhar a testa, o focinho ou o pescoço contra outro animal – parece ser uma forma de saudação, como é visto muitas vezes depois que um animal retorna para junto dos outros, ou depois de uma luta ou confronto.[56] Os machos tendem a se esfregar uns nos outros, enquanto filhotes e fêmeas esfregam-se apenas em fêmeas.[57] A lambedura social ocorre muitas vezes em conjunto com a fricção de cabeça; geralmente é mútua e o receptor parece expressar uma expressão prazerosa. A cabeça e o pescoço são as partes mais comumente lambidas, o que pode ter surgido como uma utilidade, já que um leão não consegue lamber estas áreas individualmente.[58]
Os leões têm uma variedade de expressões faciais e posturas corporais que servem como gestos visuais.[59] O repertório de vocalizações também é grande, variações na intensidade e altura, em vez de sinais discretos, parecem essenciais para a comunicação. Os sons do leão incluem rosnado, sibilação, rugido, latido rosnado, tossidela e miado. Os leões tendem a rugir de uma forma muito característica, começando com um longo rugido pouco profundo que avança em um série de outros mais curtos.[60] Eles rugem na maioria das vezes durante a noite, o som, que pode ser ouvido a uma distância de 8 km, é usado para anunciar a presença do animal.[61] Outras funções do rugido incluem aviso e defesa do território[62] e como uma forma de comunicação para coordenar a caçada.[63]

Dieta e hábitos alimentares[editar | editar código-fonte]

O gnu é a principal presa na dieta do leão na África
O leão pode se alimentar de qualquer coisa que consiga apanhar, mas sua dieta consiste principalmente de animais pesando entre 50 e 300 quilogramas.[10] As presas do leão-asiático são geralmente menores que as do africano.[16] Entre as espécies africanas mais significativas estão a impala (Aepyceros melampus), gnu (Connochaetes taurinus), outrosantílopes (Gazella spp.; Damaliscus spp.; Eudorcas spp.; Oryx spp.), girafa (Giraffa camelopardalis), búfalo (Syncerus caffer), zebra (Equus burchellii) e facóquero (Phacochoerus africanus).[10] O chital (Axis axis) consiste na principal presa dos leões-asiáticos, que também pode se alimentar de outras espécies de cervos, como o sambar (Rusa unicolor).[16]Outras presas incluem o javali (Sus scrofa), antílope-de-quatro-cornos (Tetracerus quadricornis), nilgó (Boselaphus tragocamelus), chinkara (Gazella bennetti), Lepus nigricollis, porco-espinho-indiano (Hystrix indica), langur-comum (Semnopithecus entellus) e o pavão (Pavo cristatus).[64]
A grande maioria das espécies são caçadas com base na disponibilidade das mesmas. Mas alguns fatores afetam a vulnerabilidade da presa como a abundância, tamanho, distribuição espacial e temporal, defesas e táticas anti-predação; e entre os fatores ambientais que influenciam no sucesso das caçadas estão a cobertura vegetal, hora do dia, presença da lua e aspecto do terreno.[65] Um estudo amplo, com 48 localidades geográficas distintas na África, demonstrou que gnus, búfalos-do-cabo, gemsboks, girafas e a zebras-comuns são as presas mais consumidas.[65] Na Ásia, um estudo revelou que o Axis axis representa cerca de 80% da dieta da subespécie.[64] Animais que não são hábeis em capturar presas maiores podem se alimentar de aves, roedores, peixes, anfíbios, répteis e ovos de avestruzes. Leões também ingerem ativamente carcaças, disputando diretamente essa fonte de alimento com hienas e abutres.[66] Hipopótamos, rinocerontes, e elefantes são geralmente ignorados apesar de haver registros de ataques de leões a estes animais.[65]
Fêmeas derrubando um búfalo-do-cabo no Serengeti
Os leões são animais possantes que normalmente caçam em grupos coordenados, cercando a presa escolhida no ataque. Contudo, a espécie não possui uma resistência particularmente elevada. Isto pode justificar-se pelo pequeno tamanho do coração que nas fêmeas representa apenas 0,57% do seu peso corporal, enquanto que nos machos ronda aproximadamente os 0,45%. Comparativamente, o coração de uma hiena representa um peso aproximado de 1% de seu corpo.[67] Assim, a velocidade máxima destes felinos é alcançada a exíguas distâncias e em curtos períodos de tempo,[68] isto origina a que o seu ataque a uma presa seja efectuado nas respectivas proximidades ou à noite.[69]Geralmente a investida dos leões contra a presa é consumada a uma distância de cerca de 30 metros ou menos. São as fêmeas que frequentemente caçam para o grupo, uma vez mais agressivas do que os machos por natureza, enquanto que os machos, observam a caçada eventualmente assistindo as crias do bando. O ataque é rápido e veloz, tentando alcançar a vítima numa precipitada e eficaz investida final. A morte da presa é conseguida por estrangulamento,[70] que leva normalmente à asfixia ou isquemia cerebral (o que resulta em hipoxemia ou hipoxia). A presa é também morta quando o leão obstruí a boca e as narinas do animal com as suas mandíbulas (o que também pode levar à asfixia). Porém, em casos de ataques a presas de pequeno porte, o leão pode facilmente matar com um golpe desferido com a pata.[10]

Reprodução[editar | editar código-fonte]

A espécie não apresenta uma estação reprodutiva definida e pode se reproduzir a qualquer época do ano, sofrendo interferência do clima e da disponibilidade de alimento.[16] Geralmente a fêmea se reproduz a cada dois anos e de preferência na estação das chuvas. A fêmea é poliéstrica, podendo entrar em estro em resposta à perda da ninhada por infanticídio ou em conjunto com outras fêmeas do bando. O estro dura entre 4 a 7 dias e possui um intervalo de poucos dias até um ano.[16]

Híbridos[editar | editar código-fonte]

Casal de "ligers" no Everland Amusement Park, Coreia do Sul
O cruzamento de leões com tigres (especialmente as subespécies siberiana e de bengala) para a criação de híbridos, chamados de "ligers" e "tiglons" (ou "tigons"), é relativamente comum.[71] Eles também foram cruzados com leopardos para produzir "leopons",[72] e com onças-pintadas para a produção de "jaglions".[quem?] O marozi é supostamente um leão manchado ou um "leopon" natural,[quem?] enquanto o leão-manchado-congolês é um complexo híbrido leão-jaguar-leopardo, mais corretamente denominado de "lijagulep".[quem?] Tais híbridos já foram comumente criados em zoológicos, mas agora essa prática é desencorajada devido à ênfase na conservação de espécies e subespécies. Híbridos são ainda criados em “menageries” privadas e em jardins zoológicos na China e Índia.[quem?]

Conservação[editar | editar código-fonte]

O leão-asiático ocorre em uma única e isolada população no estado do Gujarat, Índia.
O leão está classificado como "vulnerável" pela União Internacional para a Conservação da Natureza e dos Recursos Naturais (IUCN), enquanto a subespécie asiática é considerada "em perigo".[2] Na Convenção sobre o Comércio Internacional das Espécies da Fauna e da Flora Silvestres Ameaçadas de Extinção apenas a população asiática é listada no "Apêndice I".[73]
As maiores populações da espécie estão na África Oriental e Meridional, e seus números estão decrescendo, com uma taxa estimada de 30-50% de queda nas últimas duas décadas.[2] As estimativas populacionais para os leões africanos variava entre 16 500 e 47 000 animais na natureza em 2002-2004,[74] [75] uma queda quando comparada com os números do início da década de 1990 quando estimativas apontavam entre 30 000 e 100 000 indivíduos.[2] O leão-asiático ocorre em uma única população na floresta de Gir e seu número foi estimado em 359 animais em 2005.[2] Em 2007 foi reportado a morte de 34 leões devido à caça, eletrocussão, atropelamento e outras causas, mesmo assim, a população é considerada estável.[2]
Desde a antiguidade o leão vem sofrendo extinções territoriais: Europa Ocidental (ano 1), Europa Oriental (ano 100), Cáucaso (século X), Palestina (século XII), Líbia (1700), Egito(década de 1790), Paquistão (1810), Turquia (1870), Tunísia e Síria (1891), Argélia (1893), Iraque (1918), Marrocos (1922), Irã (1942), dentre outras. Ainda no final do século XIX estava quase extinto da Índia.
Um leão macho se espreguiçando
Uma série de fatores se acumulam para ameaçar a continuidade da existência dos leões: seu número populacional reduzido, a constante redução de seus territórios e a caça indiscriminada são os principais. No continente africano, o mais grave fator a contribuir à sua extinção tem sido o abate retaliativo dos seres humanos: uma ampla cultura de gado favorece ataques ocasionais dos leões aos animais dos fazendeiros, que os perseguem e matam quando isso acontece. A caça, tanto ilegal como legal (pois é permitida em vários países do continente africano) também tem sido fator muito grave: por viver em grandes bandos e em áreas abertas, é mais fácil de ser caçado do que tigres eleopardos, pois sendo estes de mais difícil localização, torna-se o leão o maior alvo da caça indiscriminada.

Em 2012[editar | editar código-fonte]

Em 2012, um estudo revelou que a população de leões em África está reduzida a 32 mil animais, uma quebra brutal face aos 100 mil que existiam há 50 anos. Os leões que deambulam pelas savanas de África perderam até 75% do seu habitat nos últimos 50 anos, na sequência do aumento da densidade populacional nestes territórios. A redução foi mais pronunciada na África Ocidental, em países como Guiné-Bissau, Nigéria, Mali, Costa do Marfim, Senegal ou Burkina Faso. Nos últimos anos, a ocupação por populações humanas de territórios reconhecidos como tradicionais habitats de leões provocou a diminuição do número destes animais, bem como fragmentou os clãs existentes. Apenas nove países registam actualmente a presença de pelo menos mil leões, enquanto a Tanzânia detém mais de 40% da população global de leões presente no continente africano[76] .

Em 2015[editar | editar código-fonte]

Em 2015 calcula-se que 20 mil leões que ainda habitam o continente africano. Um estudo, realizado ao longo de 20 anos junto de 47 populações diferentes de leões, tem conclusões alarmantes: o número diminuiu em todas, com exceção de comunidades no Botsuana, na Namíbia, na África do Sul e no Zimbabué.
Em meados do século XX, os leões em África rondavam os 200.000 e ocupavam então muito mais território, estando atualmente confinados a 25% dessa área.
A situação é particularmente crítica na África Central e Ocidental, onde os cientistas, tendo por base a evolução das populações de grandes felinos desde 1990, estimam que metade dos leões desapareça nos próximos 20 anos.
Nesta zona de África, subsistem apenas duas grandes populações - uma de 350 indivíduos, no complexo W-Arly-Pendjari, na fronteira entre o Benim, o Burkina Faso e o Níger, e outra com 250, no complexo do Benue, nos Camarões.
Na África Ocidental, o leão é já considerado "em perigo crítico de extinção", de acordo com a Lista Vermelha da União Internacional para a Conservação da Natureza, mas os investigadores esperam convencer esta entidade a colocar o leão nessa mesma categoria na África Central e Oriental, onde figura apenas como espécie "vulnerável".
O desaparecimento dos leões resulta, principalmente, da concorrência humana, na medida em que zonas que seriam de caça para aqueles felinos têm vindo a ser transformadas em terras agrícolas ou de pastoreio, além de que animais que constituem a sua alimentação (como os antílopes ou os búfalos) são mortos por caçadores, havendo ainda leões abatidos por agricultores para protegerem os rebanhos.[77]

Cativeiro[editar | editar código-fonte]

Leões fazem parte de um grupo de animais exóticos que são a cerne das exibições de zoológicos desde o final do século XVIII; membros deste grupo são invariavelmente grandes vertebrados e incluem elefantes, rinocerontes, hipopótamos, grandes primatas e outros grandes felinos.[78] Embora muitos zoológicos modernos sejam mais seletivos a cerca de suas exibições,[79] há cerca de 1 000 leões africanos e 100 asiáticos em zoológicos e parques da vida selvagem ao redor do mundo.[80] O leão é considerado uma espécie embaixadora e é mantido para fins de turismo, educação e conservação.[80]

Ataques contra humanos[editar | editar código-fonte]

Devoradores de homens do Tsavo taxidermizados em exposição no Field Museum of Natural History, em Chicago
Enquanto um leão faminto provavelmente irá atacar um humano que esteja próximo, normalmente os leões preferem ficar longe do homem. O mais famoso caso de leões devoradores de homens foi o ocorrido em Tsavo, no Quênia, em dezembro de 1898. Dois machos Manelless de cerca de 3 m de comprimento foram responsáveis por mais de 140 mortes em menos de um mês. Os leões entravam nas cabanas dos moradores, que eram mortos e arrastados até à caverna onde os leões viviam, tranformando a vida em um perfeito estado de horror. Segundo o Coronel John Patterson, o mais atormentador era que os leões eram extremamente inteligentes, já que as suas formas de atacar e de se esquivar das armadilhas eram coordenadas e perfeitamente estratégicas e eficazes, de forma diferente de qualquer outro animal. Os moradores da região alegavam que os leões eram na verdade espíritos de dois chefes indígenas que eram contra a construção da ferrovia, e por isso atacavam a região da ferrovia na forma de leões. As mortes só cessaram quando Patterson conseguiu matar os leões. O primeiro, na noite de 9 de dezembro de 1889, e o segundo na manhã de 29 de dezembro, quase tendo sido devorado na segunda caçada. O feito foi retratado no livro The Man-Eaters of Tsavo, da autoria de John Patterson e no filme A Sombra e a Escuridão, de Stephen Hopkins. Houve outros casos de ataques a humanos, como os Leões de Merfuwe. Em ambos os casos, os caçadores que encararam os leões escreveram livros detalhando a "trajetória" dos leões como devoradores de homens. No folclore africano, leões devoradores de homens são considerados demônios.
Há também ataques ocorridos fora do meio ambiente natural do animal, como a Tragédia do Circo Vostok, no Brasil, no qual leões famintos atacaram e mataram uma criança.

Aspectos culturais[editar | editar código-fonte]

Leão em um painel decorativo do palácio deDario I durante o império persa (550 – 330 AC).
O portal do leão deMicenas (detalhe)— duas leoas no flanco da coluna central, c. 1300 AC
O leão tem sido um ícone para a humanidade por milhares de anos, aparecendo em culturas de toda a Europa, Ásia e África. Apesar de incidentes de ataques a seres humanos, os leões têm tido uma representação positiva na cultura, representando tanto força como nobreza. Uma descrição comum é a sua representação como "rei da selva" ou "rei dos animais", daí, o leão tem sido um símbolo popular da realeza e imponência,[81] bem como um símbolo de bravura; que é destaque em vários fábulas do século VI a.C. do gregoEsopo.[82]
Representações de leões datam desde o início do Paleolítico Superior. A cabeça de leão da escultura de marfim da caverna de Vogelherd nos Alpes da Suábia, no sudoeste daAlemanha, pertencente a cultura aurignacense, foi datada inicialmente com 32 000 anos,[15] mas uma datação mais apurada revelou ser mais antiga, com cerca de 40 000 anos.[83]Pinturas rupestres paleolíticas de dois leões, retratados se acasalando, da "câmara dos felinos" das cavernas de Lascaux foram datadas em 15 000 anos de idade. Leões-da-caverna também estão representados na caverna de Chauvet, descoberta em 1994; e que foi datado em 32 000 anos de idade,[84] embora possa ser da mesma idade ou mais jovem que as de Lascaux.[85]
Antigo Egito venerava a leoa (o caçador feroz) como sua divindade de guerra e entre os deuses do panteão egípcio vários possuem uma representação felina, BastetMafdet,MenhitPakhetSekhmetTefnut e Esfinge.[81] O leão da Nemeia foi simbólico na Grécia Antiga e em Roma, representado como a constelação e o signo do zodíaco Leo, e descrito na mitologia, onde sua pele foi usada pelo herói Hércules.[86] O leão foi um símbolo de destaque na antiga Mesopotâmia (da Suméria até os tempos da Assíria e Babilônia), onde foi fortemente associado com a realeza.[87] O clássico motivo leão babilônio, encontrado na forma de estátua, escultura ou pintura nas paredes, é muitas vezes referido como o "leão de passos largos da da Babilônia". É na Babilônia que o bíblico Daniel é dito ter sido lançado na cova dos leões.[88]
No textos purânicos do HinduísmoNarasimha ("homem-leão"), a encarnação ou (avatar) de Vishnu, metade leão, metade homem, é adorado por seus devotos e salvou o devoto filho Prahlada de seu pai, o malévolo rei demônio Hiranyakasipu;[89] Vishnu assume a forma metade l~eao/metade humana, no Narasimha, tendo o dorso e parte inferior humanas e com a cabeça e garras de leão.[90] Singh é um antigo nome védico que significa "leão", que remonta há mais de 2000 anos na Índia antiga. Ele foi originalmente usado apenas porRajputs uma casta militar (hindu Kshatriya) na Índia. Após o nascimento da fraternidade Khalsa, em 1699, os Sikhs também adotaram o nome "Singh", devido aos desejos de Guru Gobind Singh. Junto com milhões de hindus Rajputs de hoje, também é usado por mais de 20 milhões Sikhs em todo o mundo.[91] Encontrado em numerosas bandeiras e brasõesem toda a Ásia e Europa, o leão também está representado no Emblema Nacional da Índia.[92] O leão é um símbolo para os cingaleses,[93] a maioria étnica do Sri Lanka, o termo indo-ariano Sinhala, significa "povo leão" ou "povo com sangue de leão", enquanto um leão empunhando uma espada é a figura central da bandeira nacional do Sri Lanka.[94]
O leão é um motivo comum na arte chinesa. Ele foi usado pela primeira vez durante o final do período das Primaveras e Outonos (século V ou VI a.C.), e tornou-se muito mais popular durante a dinastia Han (206 BC – AD 220), quando os "leões guardiães imperiais" começaram a ser colocados na frente dos palácios imperiais para proteção. Um vez que os leões não são nativos da China, as descrições iniciais eram um tanto irrealistas, após a introdução da arte budista na China na dinastia Tang (depois do século VI d.C.), os leões foram representados geralmente sem asas, seus corpos se tornaram mais grossos e curtos, e suas jubas mais encaracoladas.[95] O dança do leão é uma forma de dança tradicional na cultura chinesa em que os artistas imitam os movimentos de um leão trajados em fantasias de leão, muitas vezes com acompanhamento musical de pratos, tambores e gongos. Eles são realizados no Ano Novo chinês, no Festival da Lua de Agosto e em outras ocasiões de comemoração para a boa sorte.[96]
Museo d'arte antica noCastelo Sforza em Milão, Itália.
"Leão" foi usado como apelido por vários governantes guerreiros medievais com uma reputação de bravura, como o rei inglês Ricardo Coração de Leão,[81] Henry, o Leão (em alemãoHeinrich der Löwe), duque da Saxônia e Robert III de Flandres apelidado de "o leão da Flandres", um grande ícone nacional flamengo até o presente. Leões são frequentemente descritos em brasões, ou como um dispositivo em escudos, ou como partidários(a leoa muito mais infreqüente.).[97] A linguagem formal de heráldica, chamada blazon, emprega termos franceses para descrever as imagens com precisão. Tais descrições especificam se os leões ou outras criaturas estam "erampant" ou "passant", que mostra se eles estaão empinandos ou agachados.[98] O leão é usado como um símbolo de equipes desportivas, de associações de equipes nacionais de futebol, como da InglaterraEscócia e Singapura aos clubes famosos como o Detroit Lions do NFL,[99] Chelsea[100] e Aston Villada liga britânica,[101] até clubes menores ao redor do mundo.
Leões continuam a figurar na literatura moderna, sendo símbolo heráldico de muitas famílias da nobreza da série de livros das Cronicas de Gelo e Fogo, como os Lannisters e os Reynes. Na literatura também se destacam leões personagens de caracteres variando do messiânico Aslan, um leão que apresenta muitos dos ideais associados à espécie, como liderança e coragem, em O Leão, a Feiticeira e o Guarda-Roupa e livros seguintes da série As Crônicas de Nárnia escrita por C. S. Lewis, ao Leão Covarde, antítese a esses mesmos ideais, em O Mágico de Oz.[102] O advento de imagens em movimento viu a contínua presença do simbólico leão, um dos leões mais icônico e amplamente reconhecido é Leo o Leão, que tem sido o mascote para os estúdios Metro-Goldwyn-Mayer (MGM) desde a década de 1920.[103] Na década de 1960, surgiu a mais famosa leoa, o animal queniano Elsa, no filme Born Free, baseado no best-seller internacional de mesmo título.[104] O papel do leão como rei dos animais tem sido utilizado em desenhos animados, da década de 1950 com o mangá que deu origem à primeira série japonesa de animação colorida na TV, '’Kimba, o Leão Branco, leão Leonardo da King Leonardo and his Short Subjectss, ambos da década de 1960, até o filme de animação, de 1994, da Walt Disney '’o Rei Leão, que também contou com a canção popular "The Lion Sleeps Tonight" em sua trilha sonora.[105] [106]

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Bibliografias[editar | editar código-fonte]

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