sexta-feira, 15 de julho de 2016

MANTEIGA

Não necessariamente. A primeira costuma ter gordura trans, enquanto a segunda é cheia de gordura saturada e colesterol
Edição
271a
Novembro de 2009
POR Redação Super
Texto Giselle Hirata
Consumidores que procuram evitar alimentos gordurosos não titubeiam no supermercado: compram sempre margarina em vez de manteiga. Mas quem disse que uma é mais saudável que a outra? Na propaganda, algumas marcas de margarina são espertas: vendem a ideia de que o importante é fugir do colesterol contido nas manteigas (ricas em gordura saturada). Só não avisam o telespectador que seu produto contém a famigerada gordura trans, tão prejudicial à saúde quanto a saturada.

Manteiga nada mais é do que a nata do leite, batida até se transformar numa emulsão cremosa, na qual predominam o colesterol e a gordura saturada - comuns em alimentos de origem animal. Portanto, o consumo exagerado pode acarretar problemas cardiovasculares. Já a margarina é obtida por meio da hidrogenação de óleos vegetais e contém gordura trans, produzida artificialmente com a finalidade de conservá-la por mais tempo e deixá-la com uma consistência mais apetitosa. Em excesso, eleva o colesterol ruim (LDL). Resultado: quem consome margarina não leva vantagem sobre o consumidor de manteiga: no fim das contas, corre o mesmo risco de enfrentar infartos e derrames cerebrais no futuro.

O jeito, portanto, é comprar margarinas livres de gordura trans. E não exagerar no consumo, quaisquer que sejam as gorduras em questão. A quantidade máxima recomendada, inclusive para manteiga, é de 8 gramas por dia (o equivalente a uma pontinha de faca passada numa fatia de pão), não mais do que 3 vezes por semana.Paixão nacional, o pão francês é o alimento oficial do café da manhã dos brasileiros. A diferença fica por conta do que se põe nele: manteiga ou margarina. É aí que começa a discussão quase tão acirrada como as de torcida de futebol. Qual das duas é mais saudável?
Por muito tempo, a manteiga foi considerada vilã por conta da gordura saturada. Hoje, sabe-se que essa gordura, em pequena quantidade, não é tão maléfica como se pinta. “Essa gordura está presente no leite, queijo amarelo, carne vermelha. Com moderação em pessoas saudáveis, ela não vai trazer problemas à saúde. Não é criminoso passar um pouco de manteiga no pão, desde que a pessoa não esteja com o colesterol alto”, explica o nutrólogo Roberto Navarro.
A moderação a que o médico se refere são duas pontas de faca – aquela “raspadinha” que se dá na manteiga – por dia, ou uma colher de sobremesa diária. Assim, quem está com a saúde em dia vai se beneficiar das vitaminas que a manteiga proporciona.
Por outro lado, a margarina é criticada porque em seu processo de fabricação há a hidrogenação do óleo, o que gera a famigerada gordura trans. “O óleo vegetal não tem como virar pasta, então a indústria descobriu que, quando joga hidrogênio no óleo, ele fica com aquela textura. Essa gordura é muito maléfica à saúde, muito mais que a gordura saturada, faz um estrago muito maior nos vasos sanguíneos, eleva risco de infarto e AVC por entupir os vasos”, explica Navarro.
Mas há uma ressalva: teoricamente, de um tempo para cá, a indústria não está mais usando a gordura trans hidrogenada. “Ela foi retirada, mas não sabemos ainda como. Então, a margarina está livre de gordura trans, mas ficamos sem saber se o processo é confiável ou não”, explica.
Inclusive, acrescenta Navarro, a margarina agora pode diminuir o colesterol. Há marcas que acrescentam fitoesterol - encontrado em alguns vegetais -, que ajudam a controlar o colesterol. A recomendação máxima de ingestão de margarina também é a mesma da manteiga: uma colher de sobremesa por dia.
Outra questão que coloca tanto manteiga como margarina na parede é a oxidação. Gorduras que oxidam, nos “enferrujam” por dentro. “Todo processo de oxidação tem potencial de entupir mais os vasos sanguíneos”, explica Navarro.
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Nesse quesito, a manteiga sai ganhando, por ter potencial mais baixo de oxidação. A margarina é por si só oxidada.
Veja 20 alimentos que ajudam a diminuir o colesterol:
Peixes ricos em ômega 3 (salmão, atum, bacalhau, etc): essa substância auxilia no controle e na redução do colesterol e dos triglicérides. Foto: Getty Images
Soja e derivados: rica em vitamina E, ela aumenta os níveis de HDL, o bom colesterol. Foto: Getty Images
Tomate: o licopeno presente nesta fruta não se limita a ajudar a prevenir o câncer de próstata, mas também reduz o colesterol na corrente sanguínea. Foto: Getty Images
Chia: rica em fibras e ômega 3, uma dobradinha poderosa contra o colesterol. Foto: Getty Images
Laranja, limão e outras frutas cítricas: são ricas em fibras solúveis e ainda contêm altas doses de vitamina C, uma dupla poderosa contra o colesterol alto. Foto: Getty Images
Nozes em geral: ajudam na redução do colesterol porque são ricas em gorduras poli-insaturadas. Na circulação sanguínea, elas reduzem o LDL. Foto: Getty Images
Morango e frutas vermelhas: lotados de antioxidantes, que inibem a oxidação das partículas LDL (o colesterol ruim). Foto: Getty Images
Quinua: além de alto teor de fibras, contém saponina, uma substância que reduz o colesterol produzido no fígado. Foto: Getty Images
Óleos vegetais de canola e girassol: são ricos em fitoesteróis, substâncias que barram a absorção de gordura da dieta, o que favorece a redução do colesterol. Foto: Getty Images
Linhaça: fonte de ômega 3 e ácido linoleico, reduz o colesterol e a glicose no sangue. Foto: Getty Images
Quiabo: aqui, é a grande quantidade de fibras solúveis que ajuda a reduzir o colesterol no sangue. Foto: Getty Images
Alho: rico em uma substância chamada saponina, que reduz o colesterol ruim (LDL). Foto: Getty Images
Berinjela: ela contém (principalmente na casca) antocianinas, substâncias que reduzem colesterol total, frações e ainda os triglicérides. Foto: Getty Images
Uva e suco de uva: aqui o dono do “milagre” se chama resveratrol, presente tanto na fruta quanto no suco integral dela. Foto: Getty Images
Cebola: além de reduzir o colesterol, ela tem ação anti-inflamatória, o que impede a formação de coágulos nos vasos sanguíneos. Foto: Getty Images
Maçã: ela é rica em fibras solúveis e contém altas doses de flavonoides e antioxidantes que reduzem o colesterol no sangue. Foto: Getty Images
Feijão: rico em fibras solúveis, adicioná-lo à dieta proporciona reduções significativas do colesterol total e do LDL. Foto: Getty Images
Cevada e outros grãos integrais: eles contêm bons níveis de fibras, selênio e beta-glucano, uma substância que ajuda a baixar o colesterol LDL, o mau colesterol. Foto: Getty Images
Abacate: rico em ácido oleico, substância que protege contra o acúmulo de LDL (o colesterol ruim) e ajuda a manter as taxas de HDL no sangue. Foto: Getty Images
Aveia: ela contém uma fibra que auxilia na redução do colesterol LDL. Consumir 3g dessa fibra pode reduzir em até 20% o colesterol total. Foto: Getty Images
Peixes ricos em ômega 3 (salmão, atum, bacalhau, etc): essa substância auxilia no controle e na redução do colesterol e dos triglicérides. Foto: Getty Images
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Nem uma, nem outra
Nem tudo está perdido. Há solução para aqueles que querem abandonar de vez as gorduras e, mesmo assim, continuar desfrutando do filão quentinho todas as manhãs. É só trocar as duas pelo óleo de oliva.
Com direito a receita do nutrólogo. Para preparar, é simples: basta colocar 200 ml de óleo de oliva no liquidificador, adicionar uma colher de café de sal marinho, meio dente de alho e bater. Vai formar uma pastinha, depois é só guardar na geladeira e passar no pão, explica. “É a gordura que é mais tranquila para a saúde, pois é um óleo saudável e tem ômega 9”, diz Navarro.
O nutrólogo indica usar requeijão light, ricota light e creme de ricota light. “A versão light está com pouca gordura saturada, então pode ser uma alternativa à manteiga e margarina”, explica.
Mas não são apenas esses os benefícios desses laticínios para a saúde. Como o pão, quando ingerido, se transforma rapidamente em glicose e eleva a quantidade de açúcar circulante no sangue – podendo levar ao diabetes ou ao corpo estocar gordura -, a proteína dos derivados do leite ajuda a barrar esse pico de glicose. Isso fará com que o organismo tenha tempo de usar a glicose em forma de energia e não estoque em forma de gordurinhas extras.
Enfim, dá para ser saudável consumindo manteiga e margarina. A escolha fica a gosto do freguês. Mas, se a ideia é ser supersaudável, use o óleo de oliva.

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