Meios de comunicação social são todos os tipos de aparatos analógicos ou digitais utilizados para transmitir textos, imagens e áudios para uma massa heterogênea e indeterminada de pessoas.
Os meios mais conhecidos são os livros, jornais, revistas, rádio, televisão e internet. Estão distribuídos por todos os continentes e abrangem cerca de 99% da população mundial.
Estes aparatos existem desde o início da civilização humana, na medida em que sistemas de criação, processamento, transmissão e recepção, fazem parte natural dos sistemas sociais de interação humana.
O sistema dos meios de comunicação de massa implica organizações geralmente amplas, complexas, com grande número de profissionais e extensa divisão do trabalho.
O universo dos meios de comunicação implica, segundo Jorge Pedro Souza (2006), a existência de um processo social (em que seres humanos trocam mensagens, através de um canal, dentro de um contexto, com determinados efeitos) e uma atividade social, onde pessoas, imersas em uma determinada cultura, trocam signos e significados.
Uma característica básica dos meios de comunicação de massa é o fato de que eles empregam máquinas no processo de mediação da comunicação: aparelhos e dispositivos mecânicos, elétricos e eletrônicos, que possibilitam o registro permanente e a multiplicação das mensagens impressas (jornal, revistas, livro) ou gravadas (disco, rádio) em milhares ou milhões de cópias.
O fator tecnológico dos meios levou o sociólogo canadense Marshall McLuhan a afirmar que os meios tinham impacto maior do que a própria mensagem sobre os indivíduos. Mcluhan é autor da famosa sentença de que "o meio é a mensagem".
Descrita em Os Meios de Comunicação como Extensão do Homem, Marshall Mcluhan afirma que os meios determinam, ao longo da história, o modo como os indivíduos e as sociedades sentem, pensam e vivem. São tecnologias tão poderosas que chegam a moldar a natureza da civilização.
O advento da internet e das tecnologias digitais de comunicação, no final do século XX, conduziu pensadores como Guy Debord (1967) e Jean Baudrillard (1970) a proclamarem a emergência da sociedade do espetáculo e da era dos Simulacros e Simulações. Para os pensadores franceses, a era das imagens (digitais, virtuais, protéticas) estava a engolir a realidade e a instituir um regime autocrático de falsificação do real. Nada mais possuía natureza original e autêntica do real. O valor de signo havia empurrado o universo ao buraco negro da própria imagem. No mundo da imagem pura, tudo era apenas espetáculo e simulacro.
Leandro Marshall observa em "A Hipercomunicação" (2014) que o pensamento de Baudrillard e de Debord denota o sentimento de o universo sagrado imaginário humano estaria dominado e controlado pela inflação de imagens e objetos da sociedade de consumo. A Era do Espetáculo seria a consagração do império da "Hiper-Realidade", território totalmente engolfado pela tecnologização e pela virtualização.
Índice
[esconder]Evolução histórica[editar | editar código-fonte]
Os primeiros meios de comunicação de massa foram os livros, produzidos artesanalmente desde a antiguidade, mas fabricados, em série, a partir da invenção da prensa, por Gutemberg, na Alemanha, no século XV. O primeiro livro produzido pelo impressor alemão foi a Bíblia de 42 linhas. A prensa permitiu o nascimento dos jornais e das revistas a partir do século XVII. Os dois tipos de meios ganharam sua forma moderna no início do século XX, nos Estados Unidos, e depois na Inglaterra, com a penny press.
Os meios de comunicação social passaram efetivamente a ter impacto social, sobretudo, no século XX, a partir do advento da Televisão e do Rádio. Os meios eletrônicos dominaram plateias no mundo inteiro e tornaram-se instrumento permanente de emoção, encanto, fantasia e informação
O avanço da tecnologia permitiu a reprodução em grande quantidade de materiais informativos a baixo custo. As tecnologias de reprodução física, como a imprensa, a gravação de discos de música e a reprodução de filmes seguiram a reprodução de livros, jornais e filmes a baixo preço para um amplo público. Pela primeira vez, a televisão e a rádio permitiram a reprodução eletrônica de informações.
Os meios eram (pelo menos na origem) baseados na economia de reprodução linear: neste modelo, um obra procura render em modo proporcional ao número de cópias vendidas, enquanto ao crescer o volume de produção, os custos unitários decrescem, aumentando a margem de lucro. Grandes fortunas são devidas à indústria da mídia.
Se, inicialmente, o termo "meios de comunicação de massa" se referia basicamente a jornais, revistas, rádio e televisões, no final do século XX a internet também entrou fortemente no setor. Para alguns, também os telefones celulares já podem ser considerados uma mídia.
Grupos de mídia (média)[editar | editar código-fonte]
No Brasil[editar | editar código-fonte]
- Grupo Abril - fundado por Victor Civita inclui as revistas Veja, Exame, Claudia, Superinteressante e Playboy, além das editoras Ática e Scipione que formam a Abril Educação.
- Grupo Bandeirantes de Comunicação - o maior grupo de rádio do país, duas redes abertas de TV, três canais segmentados, dois jornais, uma operadora de TV por assinatura e o portal Band.com.br.
- Grupo Bloch - propriedade de Adolpho Bloch, incluía a Bloch Editores publicadora da revista Manchete, a Rede Manchete e as estações de rádio Manchete AM e Manchete FM.
- Diários Associados - fundado por Assis Chateaubriand, é um dos maiores complexos de comunicação da América Latina reunindo 15 jornais - incluindo Correio Braziliense e o Diário de Minas, 12 emissoras de rádio, 8 emissoras de televisão (mídia trazida para o Brasil pelos Associados em 1950 através da PRF-3 TV Tupi de São Paulo), 9 portais incluindo o Uai e 5 sites.
- Grupo Estado - inclui o jornal O Estado de S. Paulo, a Rádio Estadão, e a Eldorado FM.
- Grupo Folha - inclui o jornal Folha de S. Paulo e o portal de internet Universo Online (UOL)
- Grupo Globo - inclui hoje a Rede Globo, a programadora de TV paga Globosat, a Globo.com, os jornais O Globo, Extra e Expresso e o Sistema Globo de Rádio.
- Grupo Record – Hoje, a Rede Record cobre todo o Brasil e, através da Record Internacional, está também em aproximadamente 150 países. O grupo também possui o portal R7, a Rádio Record, a Rede Família, a Record News, a Rádio Guaíba, a Rádio Sociedade da Bahia e o jornal Correio do Povo.
- Grupo RBS - Rede Brasil Sul (RBS) inclui a RBS TV em SC e RS e a TVCOM. A RBS conta com oito jornais, sete portais de Internet, três emissoras locais de televisão, uma gravadora, 24 emissoras de rádio e uma empresa de mobile marketing. Além disso, possui 18 emissoras de televisão afiliadas à Rede Globo, além de quatro novas em implantação, tornando-se a maior rede regional da América Latina. A rádio Rede Gaúcha Sat possui 110 emissoras afiliadas em nove estados brasileiros.
- Grupo Silvio Santos – O Sistema Brasileiro de Televisão (SBT) é o negócio mais expressivo no ramo de comunicações, mas o GSS também está presente na TV por assinatura através da TV Alphaville e da TV Cidade e em diversos outros setores de varejo à agricultura, passando por cosméticos, alimentos, produção teatral e bancos.
Em Portugal[editar | editar código-fonte]
- Media Capital
- Impresa
- Rádio e Televisão de Portugal
- Global Media Group
- Cofina
- News corporation
- Sony
- AMC Networks International Iberia
- Record
- Grupo Renascença
- Impala
- Luso Canal
- Sonaecom SGPS
- A Bola
- Newshold
- Lena
Em outros países[editar | editar código-fonte]
- BBC
- Bertelsmann
- Bonnier
- Canwest Global
- CBS Corporation
- Comcast Corporation
- Organización Cisneros
- Fox Enterprises
- The Walt Disney Company
- Fuji Media Holdings
- Hearst
- Lagardère Media
- Liberty Media
- Mediaset
- Naspers
- NBC Universal
- News Corporation
- Grupo PRISA
- E. W. Scripps Company
- Sony Corporation
- Televisa
- TF1 Groupe
- Time Warner
- The Times Group (distinto dos jornais "Times" da News Corporation)
- Turner Broadcasting System
- Univision
- Viacom
- Vivendi
Ver também[editar | editar código-fonte]
Bibliografia[editar | editar código-fonte]
- BAUDRILLARD, Jean. Simulacros e Simulação. Lisboa. Relógio D`Água, 2002.
- BOUGNOUX, Daniel. Introdução às Ciências da Comunicação. Bauru: Editora da Universidade do Sagrado Coração, 1999.
- COSTA, Cristina. Ficções, Cultura e Mídias, São Paulo: Senac-SP.
- DEBORD, Guy. A Sociedade do Espetáculo. Belo Horizonte. Contra-Ponto, 1990.
- MARSHALL, Leandro. A Hipercomunicação. Belo Horizonte. VirtualBooks. 2014.
- MARSHALL MCLUHAN, Herbert. Os Meios de Comunicação como Extensões do Homem. São Paulo: Cultrix, 1969.
- RUBIM, Antônio Albino Canelas (org.). Idade Mídia, Salvador: EDUFBA.
- SOUZA, Jorge Pedro. Elementos de Teoria e Pesquisa da Comunicação e dos Media. Porto, 2006.
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