sexta-feira, 30 de setembro de 2016

ESTOMATITE

Estomatite é o nome que se dá a qualquer processo inflamatório que acomete a mucosa da boca.  As causas variam muito.  Nas crianças entre seis meses e cinco anos, a mais comum é a infecção pelo herpesvírus humano simples do tipo 1 (HSV-1). A doença conhecida como gengivoestomatite herpética, em geral, se manifesta quando o organismo entra pela primeira vez em contato com esse vírus, o que pode acontecer também com as crianças mais velhas, os adolescentes e até com adultos sem exposição prévia ao HSV-1.
Uma das características da estomatite herpética é o enantema, ou seja, o aparecimento de manchas vermelhas na superfície da mucosa da boca e da garganta. Essas lesões podem espalhar-se pela parte interna das bochechas e dos lábios, pela língua, amídalas, céu da boca e gengivas, que passam a sangrar com muita facilidade.
Às vezes confundidas com as aftas comuns, as lesões da estomatite herpética são constituídas por vesículas esbranquiçadas na área central cercadas por um  halo vermelho. Pequenas no início, elas podem aumentar de tamanho, romper-se e ligar-se a outras formando úlceras rasas, com bordas bem definidas e extemamente dolorosas.
O HSV-1 que provoca a estomatite herpética é o mesmo responsável pelo aparecimento das lesões labiais, quase sempre na área de transição entre a mucosa e os lábios. Uma vez infectada, a pessoa nunca mais se livra desse vírus, que penetra pelas terminações nervosas e instala-se no núcleo das células dos gânglios, onde permanece em estado de latência. Infelizmente, sob certas condições, ele pode ser reativado e provocar novos episódios da doença.
Sintomas
A gengivoestomatite herpética é uma doença contagiosa. Os sintomas aparecem, geralmente, uma semana após o contato com os fuidos corporais da pessoa infectada, seja ela sintomática ou assintomática.
Febre, falta de apetite, irritabilidade, insônia, dor de cabeça e nas articulações, gânglios aumentados de tamanho, mau hálito são sinais da doença que podem ser confundidos com os de outras viroses. Há casos em que esses sintomas são atribuídos à erupção dos dentes nas crianças, porque ela passa a babar muito em razão da maior produção de saliva (sialorreia) e da dificuldade para engolir (disfagia).
O primeiro episódio da infecção pelo VHS-1 costuma ser o mais grave e as ulcerações na mucosa da boca e da garganta podem durar de sete a 14 dias. São muito dolorosas.
Diagnóstico
Incialmente, o diagnóstico da gengivoestomatite herpética leva em conta a aparência e a localização das lesões e os sintomas. Em alguns casos, pode ser necessário recorrer a exames de laboratórios para identificar o tipo do vírus ou determinar outras possíveis causas da doença.
Estabelecer o diagnóstico diferencial é de extrema importância para conduzir o tratamento adequado.
Tratamento
Não existe tratamento definitivo para a gengivoestomatite herpética, uma doença autolimitada que desaparece espontaneamente entre sete e 14 dias. O medicamento antiviral aciclovir, introduzido nas primeiras 72 horas da doença, reduz a replicação do vírus e, consequentemente, atenua a gravidade das lesões, diminui o tempo de contágio e o risco de complicações. A partir desse período, porém, o remédio deixa de fazer efeito, porque o vírus parou de multiplicar-se.
Analgésicos, anti-inflamatórios e antitérmicos são indicados para controle da dor, do mal-estar e da febre. Já os antibióticos e os antifúngicos não são recomendados como rotina, porque são ineficazes nas infecções por vírus.
O tratamento da estomatite herpética inclui cuidados especiais com a hidratação e a alimentação dos pacientes, que têm dificuldade para engolir e fazer a higiene bucal, porque a dor é muito forte.
Recomendações
* Procure assistência médica tão logo apareçam lesões avermelhadas ou ulcerativas na mucosa da boca ou na gengiva, que incha e sangra;
* Fuja da automedicação. Quanto mais depressa a moléstia for diagnosticada e o doente receber o tratamento adequado, menos graves serão os sintomas da gengivoestomatite herpética;
* Lave sempre as mãos antes e depois de entrar em contato direto com o doente e não permita que ele ponha as mãos na boca e depois nos olhos, o que pode provocar complicações da doença;
* Ofereça liquidos gelados, como sucos (não utilize frutas ácidas, tais como laranja, abacaxi, morango e limão), ou alimentos pastosos, por exemplo, sorvetes, iogurtes, cremes e purês. Nunca sirva alimentos muito condimentados ou quentes;
* Estimule a ingestão de água em pequenos goles, o que nem sempre é fácil, porque as lesoes são muito dolorosas. Por isso, ao primeiro sinal de desidratação, encaminhe imediatamente o doente para atendimento médico;
* Informe-se sobre o uso de soluções antissépticas com propriedades anestésicas para a higiene da boca;
* Não aplique bicarbonato de sódio puro diretamente sobre as feridas nem soluções de formol, porque destroem as células nervosas e lesam mais ainda a mucosa oral.

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