Garanhuns é um município da Microrregião de Garanhuns, na Mesorregião do Agreste Pernambucano, no estado de Pernambuco, no Brasil. Dista cerca de 230 km da capital pernambucana, Recife.[2] Ocupa uma área de 458,550 km², sendo 7,11 km² formando o perímetro urbano e 451,44 km² formando a zona rural.[4] Em 2014, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) estimou sua população em aproximadamente 139 057 habitantes, sendo o nono mais populoso município pernambucano, o terceiro mais populoso do interior do estado e o segundo mais populoso da região do agreste pernambucano.[5]
Originalmente, suas terras eram ocupadas pelos índios do ramo dos cariris, quando, por volta do século XVII, brancos e negros fugidos da sujeição dos holandeses ocuparam as regiões de brejos, lá estabelecendo-se em aldeias esparsas. Em 29 de setembro de 1658, o mestre de campo Nicolau Aranha Pacheco, o capitão Cosmo de Brito Cação, Antonio Fernandes Aranha e Ambrósio Aranha de Farias receberam, do governador na época em exercício, André Vidal de Negreiros, uma sesmaria com cerca de 20 léguas de extensãoː um dos lotes da sesmaria se localizava nos campos de Garanhuns e outro lote se localizava em Panema. Nesse mesmo ano, foi fundado o Sítio Garcia, situado na região onde atualmente se localiza o distrito sede do município.[8]
A cidade de Garanhuns é o centro mais diversificado do agreste meridional, sendo polo de 32 municípios, concentrando, em seu entorno, cerca de 1 066 000 habitantes. Garanhuns é, também, um centro regional de saúde e educação. Na saúde, diversos hospitais, empresas de saúde e assistência médica estão instaladas. A Universidade de Pernambuco – UPE (Campus Garanhuns); a Universidade Federal Rural de Pernambuco – UFRPE (Unidade Acadêmica de Garanhuns); a AESGA – Autarquia de Ensino Superior de Garanhuns oferecem cursos de graduação e pós-graduação. O município, pelo seu diversificado comércio e oferta de serviços, tem, no turismo, um importante fator de geração de emprego, renda e desenvolvimento. A cidade detém uma rica cultura de turismo, que é fortalecida graças ao dinamismo da Secretaria de Turismo. Dispõe de uma grande rede de empresas prestadoras de serviços e de hotéis direcionados ao turismo. Em julho, a cidade sedia o Festival de Inverno de Garanhuns, que, anualmente, atrai milhares de turistas de todo o mundo.[9][10]
Índice
[esconder]Etimologia[editar | editar código-fonte]
A origem do topônimo Garanhuns é muito controversa, havendo várias versões. O lexicógrafo José de Almeida Maciel, em seu livro "Questões de Toponímia Municipal" refere-se a guirá-nhum, os pássaros pretos, nome de uma tribo existente no local. Segundo o professor João de Deus Oliveira Dias (citado na Documentação Territorial Brasileira, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), o termo vem do nome de uma tribo cairu, da nação cariri ou quiriri, corruptela de Guiranhu ou Unhannhum, derivados de guirá ou guará (ave vermelha pernalta, aquática) e anhu ou anhum (anum, pássaro preto), espécies que habitavam o vale do rio Mundaú, perto da sua nascente, local da primitiva aldeia. Por outro lado, o lexicógrafo Sebastião de Vasconcelos Galvão, em seu "Dicionário Corográfico, Histórico e Estatístico de Pernambuco", diz que é uma palavra de origem indígena que significa "sítio de guarás e anuns", formado de guarás(espécie de cão selvagem) e anuns (ave tida como agoureira).[11][12][13]
O escritor Ademilson Antônio Macedo, em seu "Dicionário de Nomes, Origens e Significados dos Municípios Brasileiros", além dessas expressões, traduz ainda como "homem do campo". Segundo o escritor Mário Melo, o topônimo é uma corruptela de guirá-nhum, com derivação para guará-nhum, indivíduo preto, referente ao quilombo da serra, "... pois ainda hoje os índios carijós de Águas Belas conhecem Garanhuns como claiô, no sua língua yatê: claí (branco), iô (não): não branco, escuro, preto. Convém, ainda, notar que a serra de Garanhuns era conhecida pelo nome da tribo Garanhuns, de origem cariri, que a habitava." [11][12] O tupinólogo Eduardo de Almeida Navarro diz que o topônimo é originário da expressão tupi antiga agûará nhũ, que significa "campo (nhũ) dos lobos-guarás (agûará)".[13]
História[editar | editar código-fonte]
O início do povoamento de origem europeia das terras onde se situa o município de Garanhuns data do século XVII. Fugindo ao jugo flamengo e à escravidão, brancos e negros se deslocaram para a região, primitivamente habitada por indígenas, presumivelmente um ramo dos cariris. Posteriormente, novas levas de escravos foragidos se estabeleceram nos brejos, em aldeamentos esparsos. Em 29 de setembro de 1658, o mestre de campo Nicolau Aranha Pacheco, o capitão Cosmo de Brito Cação, Antonio Fernandes Aranha e Ambrósio Aranha de Farias obtiveram, do então governador da capitania de Pernambuco, André Vidal de Negreiros, uma sesmaria de 20 léguas de terras em dois lotes, sendo um nos campos dos Garanhuns e outro no Panema. No primeiro lote, foi fundada uma fazenda, nesse mesmo ano, com a denominação de Sítio Garcia, no local onde atualmente se encontra a sede municipal. Tudo indica que a fazenda se encontrava em franco desenvolvimento quando, por volta de 1670, ela foi totalmente destruída durante conflitos com quilombolas do Curica, no Alto do Magano, passando a ser conhecida, daí por diante, como Tapera do Garcia, denominação depois simplificada para Tapera.[14] "Tapera" é uma palavra tupi antiga que significa "aldeia que foi, aldeia extinta, aldeia destruída" e que, no português atual, significa "casa em ruínas, casa abandonada".[15]
A Guerra dos Palmares (segunda metade do século XVII) prejudicou sensivelmente o progresso da região, pois as fazendas ali localizadas estavam sob a ameaça constante de depredações, saques e morticínios, que obrigavam seus proprietários a abandoná-las, juntamente com a população branca. Terminada a Guerra dos Palmares, em 1696, a região desenvolveu-se de maneira tão rápida que, já em 1699, era expedida uma carta régia criando varas de juízo, ou julgados, em diversas freguesias do sertão, entre elas Garanhuns, sede da "capitania do Sertão do Ararobá", como era conhecida toda a zona compreendida entre o Cimbres e o Pajeú das Flores.[14]
Em 1704, a Tapera do Garcia foi comprada pelo coronel Manuel Pereira de Azevedo, passando por conta de sua morte, alguns anos depois, a ser administrada por sua viúva dona Simoa Gomes de Azevedo. Em 1756, sua viúva fez doação de um trecho de terras de meia légua em quadro à Confraria das Almas da matriz de Garanhuns, no local onde mais tarde se ergueu a cidade. Com a criação da Vila de Cimbres, em 1762, e sua instalação no ano seguinte, Garanhuns ficou apenas como sede da freguesia de Santo Antônio de Garanhuns, perdendo a condição de sede da capitania do Sertão do Ararobá. Em 1796, a capela local deixou de ser curato e passou à condição de sede do vicariato; em 15 de agosto de 1800, foi criada a paróquia de Santo Antônio da povoação de Garanhuns.[16]
Ao final do século XIX, com a construção da linha férrea que liga o município à capital pernambucana, o setor da prestação de serviços ocasionou o apogeu do crescimento econômico e populacional de Garanhuns, quando graças à diminuição do tempo gasto na viagem entre as cidades do litoral pernambucano e interior, a quantidade de hotéise pousadas cresceu com muita rapidez, aumentando também o número de pessoas que buscavam, no município, o turismo rural. Na década de 1990, a criação do festival de inverno da cidade consolidou o turismo como principal gerador de renda da região.[17]
Até o início de 2014, o município comemorava o dia da sua emancipação em 4 de fevereiro, data que foi alterada após uma pesquisa realizada pelo presidente do Instituto Histórico e Geográfico de Garanhuns no Museu do Tombo, em Portugal. Ao entrar em contato com os arquivistas do museu, o presidente, que buscava por documentos acerca do ataque de Domingos Jorge Velho à cidade, encontrou a Carta Régia do município, assinada por Dom João IV, que elevava Garanhuns à categoria de vila. A carta encontrada foi decisiva para a adequação do município à lei constitucional que proíbe um município possuir mais de quatro feriados municipais. A partir do fato, o dia da emancipação passa a ser celebrado como uma data magna, nunca caindo em um dia útil.[18]
Geografia[editar | editar código-fonte]
O município possui, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, uma extensão territorial de 458,55 quilômetros quadrados,[19] sendo 7,11 km² formando a zona urbana e os 451,44 km² restantes a zona rural.[4] Situa-se a 08º 53' 25" de latitude sul e 36º 29' 34" de longitude oeste,[20] estando distante cerca de 230 da capital estadual.[2] Os municípios limítrofes são Capoeiras e Jucati ao norte; Lagoa do Ouro e Correntes ao sul; São João e Palmeirina ao leste; Caetés, Saloá, Paranatama, Brejão e Terezinha a oeste.[21]
O município de Garanhuns encontra-se na unidade geoambiental das Superfícies Retrabalhadas, que é formada por regiões que vêm passando acentuado retrabalhamento da sua superfície. Esse tipo é caracterizado pelo relevo muito dissecado e pelos vales profundos.[21] Situado no Planalto da Borborema, Garanhuns é cercado pelas colinas Antas, Columinho, Ipiranga, Magano, Monte Sinai, Quilombo e Triunfo,[22] a uma altitude de 841metros acima do nível do mar no marco zero do município, podendo variar conforme o local, havendo áreas em que ultrapassa 1 000 metros, como o Monte Magano (1 030 m).[23]
Garanhuns está inserido na bacia hidrográfica do Rio Mundaú, tendo como seus principais cursos d'água os rios: Mundaú Canhoto e Inhaúma, além dos riachos: São Pedro, São Vicente, Mimosinho, Seco, Mocambo, Repartição, Imbé, Mochila, Pacheco, das Pedras, Baixa da Lama, Estrondo, da Laje, do Dunga, Periperi e Timbó. Todos seus cursos d'água tem uma regime intermitente, sendo seu padrão de drenagem o dendrítico. Já os açudes de maior importância no município são o Mundaú, com capacidade de 1 968 600 m³, e o açude público de Garanhuns.[21]
Clima[editar | editar código-fonte]
Maiores acumulados de precipitação em 24 horas registrados em Garanhuns por meses | |||||
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Mês | Acumulado | Data | Mês | Acumulado | Data |
Janeiro | 65,2 mm | 25/01/1969 | Julho | 59 mm | 01/07/1967 |
Fevereiro | 92,5 mm | 13/02/1976 | Agosto | 47,7 mm | 01/08/2000 |
Março | 100,9 mm | 25/03/2005 | Setembro | 34,2 mm | 11/09/1973 |
Abril | 95,6 mm | 09/04/2010 | Outubro | 68,7 mm | 05/10/1965 |
Maio | 76,5 mm | 10/05/1989 | Novembro | 55,7 mm | 12/11/1968 |
Junho | 84,2 mm | 18/06/2010 | Dezembro | 114 mm | 27/12/2002 |
Fonte: Rede de dados do INMET (1963-1990 e 1993-presente).[24] |
O clima garanhuense é classificado como Tropical de Altitude tipo Cs'a na classificação climática de Köppen-Geiger), com regime de chuvas de outono-inverno.[17] A temperatura média anual é de 20,6 °C, possuindo verões quentes e secos e invernos amenos e úmidos. Os meses mais quentes são janeiro e fevereiro, quando a temperatura média é de 22 °C, e os mais frios são julho e agosto, com média de 18,4 °C.[25] A média pluviométrica é de 874 milímetros anuais, concentrados entre abril e julho, sendo este o mês de maior precipitação (135 mm).[26] A umidade do ar é relativamente alta durante o ano todo, com médias mensais entre 75% e 95%,[27] e o tempo médio de insolação de aproximadamente 2 350 horas/ano.[28]
Segundo dados do Instituto Nacional de Meteorologia (INMET), referentes ao período de 1963 a 1990 e a partir de 1993, a temperatura mínima absoluta registrada em Garanhuns foi de 10 °C nos dias 23 de setembro de 1978 e 5 de julho de 1998,[29] e a maior atingiu 34,8 °C em 22 de janeiro de 2013, superando os 34,5 °C registrados em 22 de janeiro de 2005.[30] Os maiores acumulados de precipitação em 24 horas foram 114 mm em 27 de dezembro de 2002 e 100,9 mm em 25 de março de 2005.[24] O mês de maior precipitação foi junho de 2010, quando foram registrados 427,5 mm.[31] O menor índice de umidade relativa foi de 15%, em 14 de novembro de 1973.[32]
[Esconder] Dados climatológicos para Garanhuns | |||||||||||||
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Mês | Jan | Fev | Mar | Abr | Mai | Jun | Jul | Ago | Set | Out | Nov | Dez | Ano |
Temperatura máxima absoluta (°C) | 34,8 | 33,9 | 33,6 | 33,1 | 31,5 | 29 | 29,5 | 29,7 | 31,9 | 33,3 | 33,3 | 34,5 | 34,8 |
Temperatura máxima média (°C) | 28,5 | 28,1 | 27,6 | 26,3 | 24,6 | 23 | 22,1 | 23,1 | 24,6 | 27,1 | 28,9 | 28,7 | 26,1 |
Temperatura média (°C) | 22 | 22 | 21,9 | 21,4 | 20,3 | 19,2 | 18,4 | 18,4 | 19,3 | 20,8 | 21,7 | 21,9 | 20,6 |
Temperatura mínima média (°C) | 18 | 18,2 | 18,6 | 18,4 | 17,7 | 16,8 | 16 | 15,6 | 16,1 | 16,8 | 17,4 | 17,7 | 17,3 |
Temperatura mínima absoluta (°C) | 15,4 | 15,4 | 11,8 | 15 | 14,8 | 10,5 | 10 | 10,9 | 10 | 11,4 | 12,8 | 14,9 | 10 |
Precipitação (mm) | 42,3 | 59,4 | 91,8 | 123,9 | 112,3 | 127,1 | 135,3 | 66,2 | 45,2 | 26,8 | 21,4 | 23,1 | 874,4 |
Dias com precipitação (≥ 1 mm) | 5 | 6 | 9 | 12 | 15 | 18 | 19 | 14 | 9 | 3 | 2 | 3 | 115 |
Umidade relativa (%) | 76,8 | 74,4 | 81 | 85,1 | 88 | 90,1 | 91,6 | 88,8 | 81,3 | 77,8 | 71,9 | 74,7 | 81,8 |
Horas de sol | 222,9 | 199,9 | 198 | 175,1 | 166,4 | 140,3 | 141,5 | 180,7 | 185,1 | 247 | 253,2 | 248,4 | 2 358,5 |
Fonte: Instituto Nacional de Meteorologia (médias climatológicas de 1961 a 1990;[25][33][34][26][35][28][27] recordes de temperatura de 1963 a 1990 e 1993-presente).[29][30] |
Ecologia e meio ambiente[editar | editar código-fonte]
No final do ano de 2013, o então prefeito, Izaías Régis, enviou um projeto de lei à Câmara Municipal de Garanhuns que mudava o organograma das secretarias. Antes do projeto a secretaria responsável pelo meio ambiente era a Secretaria de Agricultura, Abastecimento, Recursos Hídricos e Meio Ambiente, após o projeto, a secretaria teve suas atribuições alteradas, passando a abranger apenas a Agricultura e Abastecimento. As pastas Recursos Hídricos e Meio Ambiente haviam sido excluídas, nenhum projeto que abrangesse as duas pastas foram apresentados pelo gestor.[36]
O município possui dois tipos de vegetações nativas e predominantes: a mata atlântica e a caatinga. Com o objetivo de diminuir o impacto ambiental sofrido pela urbanização na cidade, o poder público, sobretudo o municipal criou políticas públicas voltadas para a criação de áreas verdes e espaços de convivência, lazer e contemplação para melhorar a qualidade de vida dos habitantes. A cidade de Garanhuns dispões de três parques municipais: o Parque Euclides Dourado, o Parque Ruber van der Linden e o Parque Natuaral das Nascentes do Rio Mundaú. Os dois primeiro são classificados como unidades de uso sustentável e o último de conservação integral.[37]
O Parque Municipal Euclides Dourado (também conhecido como "Parque dos Eucaliptos") é a principal unidade de uso sustentável e foi o primeiro criado na cidade. Antes da atual situação, a área de 8 hectares formava o horto dos Eucaliptos, até quando foi convertida em parque municipal e jardim zoológico na gestão do prefeito Euclides Dourado na segunda metade da década de 1920, o que posiciona o parque como o quinto mais antiga do país. O parque foi idealizado e construído por Euclides Dourado e seu filho, Luiz Souto Dourado, tendo o último concluído a obra do primeiro. Em 1943, após o falecimento do autor do projeto, o governo municipal atribuiu ao parque sua atual denominação. A unidade se localiza a uma pequena distância do centro de Garanhuns, no bairro Heliópolis, e sua área é majoritariamente composta por eucaliptos centenários, constituindo uma das riquezas naturais do município. Ao passar dos anos foram adicionados ao parque novas funções de lazer, esportivas e de recreação infantil. O local anualmente é uma das sedes, no Município, de um dos principais eventos artísticos-culturais de Pernambuco, o Festival de Inverno de Garanhuns.[38]
O Parque Municipal Ruben van der Linden foi assim nomeado em homenagem a um ilustre cidadão garanhuense formado em Engenharia Elétrica que elaborou e executou o Plano de Abastecimento de Luz e Água da cidade, assumindo o cargo de Gerente Geral da Companhia. A criação do parque foi feito pela decisão do prefeito Luiz da Silva Guerra, quando transformou o sítio Pau-Pombo — local de bela paisagem, com grandes árvores e uma nascente — num parque de visitação pública. Ao longo de muitos anos o local foi melhorado afim de atender à visitação dos habitantes e turistas que o buscavam como local de lazer, diversão e turismo.[39]
O Parque Natural Municipal Nascentes do Mundaú está localizado entre a zona urbana e rural da cidade, no bairro da Várzea, onde está sendo desenvolvido o projeto municipal da sementeira, local onde que é usado para a produção de mudas frutíferas arbóreas e ornamentais. O espaço tem 34 hectares e assegura a preservação de 65 espécies de flora e 66 espécies de fauna, segundo catalogado pelos profissionais ligados à antiga Secretaria de Agricultura e Meio Ambiente e o Conselho Municipal de Defesa ao Meio Ambiente.[39]
A vegetação da parte norte e oeste do município, onde predomina a caatinga, é composta por espécies hiperxerófilas, com a forte presença de arbustos com galhos retorcidos e com raízes profundas. As espécies mais encontradas são os cactos, caroá, aroeira, angico, juazeiro, mandacaru e xique-xique. Ao contrário do que muitos pensam, a fauna da caatinga é bastante rica, tendo centenas de espécies vivendo nesse bioma, como: veado-catingueiro, preá, gambá, sapo-cururu, cutia, tatu-peba, ararinha-azul, asa-branca, sagui-de-tufos-brancos, entre outros.[40] [21]
Já a parte sul e leste, onde predomina a mata atlântica, é constituída por árvores de médio e grande porte, formada por floresta densa e fechada. Sendo muito rica em biodiversidade, as árvores de grande porte formam um microclima dentro da mata, com sombra e muita umidade. As espécies mais comuns são: palmeiras, bromélia, begônias, orquídeas, cipós, briófitas, pau-brasil, jacaranda, peroba, jequitibá-rosa, cedro, andira, ananas e figueiras. Muitas espécies animais que fazem parte desse bioma estão ameaçados de extinção, tais como: mico-leão-dourado, bugio, tamanduá-bandeira, tatu-canastra, arara-azul-pequena e onça-pintada.[41] [21]
Demografia[editar | editar código-fonte]
Crescimento populacional | |||
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Censo | Pop. | %± | |
1970 | 71 623 | ||
1980 | 87 038 | 21,5% | |
1991 | 103 341 | 18,7% | |
2000 | 117 749 | 13,9% | |
2010 | 129 408 | 9,9% | |
Fonte: Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE)[42] |
Segundo a contagem realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, no ano de 2010 o município possuía uma população de 129 408 habitantes, sendo 68 432 habitantes do sexo feminino (52,88% da população) e 60 976 pessoas do sexo masculino (47,12% da população). Ainda de acordo com os dados do censo, 115 356 habitantes viviam na zona urbana (cerca de 89,14%) e os 14 052 (cerca de 10,86%) na zona rural. No mesmo ano, a taxa de urbanização do município era de 89,14%.[43] Com relação à estimativa populacional do IBGE referente ao ano de 2014, o instituto aferiu a população municipal em 136 057 habitantes, sendo então o nono maior município de Pernambuco em população, apresentando uma densidade populacional de 287,97 hab/km².[5]
Do total dos habitantes no ano de 2010, 34 399 pessoas (26,58%) tinham menos de 15 anos de idade, 85 293 (65,91%) pessoas tinham idade entre 15 e 64 anos e 9 716 (7,51%) pessoas tinham idade superior a 65 anos. Nesse mesmo ano a esperança de vida no município era de 72,7 anos e a taxa de fecundidade total era de 1,9 filhos por mulher.[43] O Índice de Desenvolvimento Humano (IDH-M) de Garanhuns é de 0,664, sendo considerado médio pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), ocupando a décima sexta colocação entre os municípios pernambucanos, porém, estando abaixo da média estadual, que é de 0,673.[44] Seu índice ainda é muito mais baixo que a média nacional, ocupando a 2802° colocação no ranking entre os 5 570 municípios da União.[6]
Com base nos dados do censo 2010 do IBGE, com a autodeclaração de cada garanhuense, a população era constituída de 52 678 (40,71%) brancos; 6 166 negros (4,76%); 1 596 amarelos (1,23%); 68 722 pardos (53,10%) e 246 indígenas (0,19%).[45] Considerando-se a região de nascimento, 125 186 eram nascidos do Nordeste(96,74%); 3 375 no Sudeste (2,61%); 110 no Norte (0,08%) e 102 no Centro-Oeste (0,08%). 120 199 eram naturais do estado de Pernambuco (92,88%), e desse total, 91 006 eram naturais de Garanhuns (70,32%).[46] Entre os 9 209 naturais de outras unidades federativas, Alagoas era o estado com maior presença, com 2 968 pessoas (2,29%), seguido por São Paulo, com 2 891 pessoas (2,23%) e pela Paraíba, com 737 habitantes residentes no município (0,57%).[47]
Pobreza e desigualdade[editar | editar código-fonte]
No ano de 2000, 43,3% da população vivia com renda per capita inferior a 140 reais, percentual que foi reduzido para aproximadamente 28,3% no ano de 2010. Mesmo com uma variação negativa para a pobreza, cerca de 36 143 pessoas vivem em condição de pobreza. Em 2010, 71,7% dos habitantes do município estavam acima da linha da pobreza e indigência, 20,6% estavam entre a linha e 22,8% estavam abaixo.[48] Neste mesmo ano, o índice de coeficiente de Gini, que mede o nível de desigualdade que há em uma região, era de 0,599, sendo o valor mais próximo a 0,00 o melhor resultado (menos desigualdade) e mais próximo a 1,00 o pior (mais desigualdade).[49] A participação dos 20% mais pobres da riqueza produzida no município passou de 2,7% em 1991 para 2,4% em 2010, tendo, desse modo, um aumento dos níveis de desigualdade. Ainda em 2010, a participação dos 20% mais ricos da riqueza municipal foi de 62,3%, ou seja, 26 vezes superior ao dos 20% mais pobres.[48]
Apesar de apresentar um número de habitantes modesto, existe no município registro de comunidades, regiões degradadas e que não possuem acesso aos serviços básicos, como abastecimento de água potável, rede de coleta e tratamento de esgoto, além de ruas calçadas e pavimentadas. Ainda que haja registro de moradias irregulares, em 2010 o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística não contabilizou nenhum domicílio em aglomerado subnormal, visto que o número de aglomerados existentes é bastante pequeno e ainda não preenchem todos os requisitos.[50]
No começo do ano de 2013, a Central Única das Favelas (CUFA) passou a atuar em Garanhuns. A instalação na cidade foi possível graças às reuniões de representantes do projeto com secretários e diretores do governo municipal. Nessa ocasião, foram acertadas parcerias entre a organização não governamental e o poder público. A CUFA passou a agir no município fazendo parcerias com órgãos públicos, sobretudo com as Secretarias de Assistência Social, Direitos Humanos, Saúde, Educação e a Diretoria de Esportes.[51]
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