quinta-feira, 27 de outubro de 2016

RECIFE

O frevo e o baião, dois dos ritmos mais famosos do nordeste, estão ligados às melhores novidades da cidade. O Paço do Frevo, em linda construção, disseca a frenética dança recifense. A poucos passos dali, em um armazém do porto, o Museu Cais do Sertão homenageia o cotidiano do homem sertanejo contando, entre outras histórias, a do Rei do Baião, Luiz Gonzaga.
As atrações enriqueceram ainda mais o histórico Recife Antigo, que desde a década de 90 passa por lenta revitalização. Rico também é o cenário gastronômico local – a capital pernambucana é a campeã do Nordeste, com sete casas estreladas no GUIA BRASIL 2015. Algumas delas são comandadas por jovens chefs, que valorizam ingredientes regionais. A Copa do Mundo de 2014 deixou como legado uma cidade bem sinalizada e hotéis repaginados.
UM DIA PERFEITO
Reserve o dia para conhecer o Recife Antigo, região com um consistente conjunto de atrações. A melhor maneira de explorá-lo é a pé. Comece o giro pela Praça do Marco Zero – dali partem os barquinhos que levam ao Parque das Esculturas de Francisco Brennand. Na volta, faça compras no centro do Artesanato de Pernambuco e conheça o novíssimo Cais do Sertão, que retrata o cotidiano do interior nordestino. Após beber um maltado na lanchonete As Galerias, conheça a história do principal ritmo pernambucano no Paço do Frevo. Um jantar no Wiella Bistrô fecha o dia com estilo.
O GUIA RECOMENDA
Continuando o giro pelo Centro, visite a Capela Dourada, em Santo Antônio, e os museus do Pátio de São Pedro. Um pouco à frente, o Mercado de São José e a Casa da Cultura também são bons programas. Almoce no Leite, mais antigo restaurante em funcionamento no Brasil.
Reserve um dia para conhecer o trabalho da família Brennand – a Oficina Cultural Francisco Brennand e o Instituto Ricardo Brennand – e outro para explorar o Centro Histórico da vizinha Olinda. Devido à presença de tubarões, cair nas águas de Boa Viagem pode não ser o melhor programa, mas vale caminhar ou pedalar pela orla, cheia de restaurantes e barracas de praia.
COMO CHEGAR
O aeroporto fica a 11 km do Centro. Há ônibus (R$ 2,15) para Boa Viagem (15 minutos) e para o Centro (30 minutos). O táxi até a maioria dos hotéis custa, em média, R$ 30. Localizada no município vizinho de Jaboatão dos Guararapes, a rodoviária é ligada ao Centro por metrô (30 minutos). Quem vem de carro desde a Paraíba ou Alagoas acessa a cidade pela BR-101. Pelo sul, há a opção de chegar pela AL-101 margeando o litoral e, depois, pelas PE-060 e PE-009 – a última, duplicada e pedagiada. A BR-232, duplicada até São Caetano, liga Recife ao interior.
COMO CIRCULAR
O título de “Veneza brasileira” soa mesmo exagerado. Mas é fato que Recife tem pontes e viadutos para todos os lados, interligando as regiões. A Avenida Agamenom Magalhães, a principal da cidade, liga os bairros da orla (Pina e Boa Viagem) com Olinda, passando pela região central. Da Agamenom saem as avenidas Conselheiro Rosa e Silva e Norte, que seguem para os bairros Graças, Casa Forte e Casa Amarela (redutos de restaurantes).
Fique atento ao circular de carro por Recife Antigo e Santo Antônio – em alguns horários, há ruas que se tornam exclusivas para ônibus, motos e táxis. Quem não está de carro pode seguir de Boa Viagem à região central de táxi (em média R$ 25, cerca de 30 minutos) ou ônibus (R$ 2,15; a linha 32, que passa na Av. Conselheiro Aguiar, leva ao Recife Antigo).
ONDE FICAR
Os bairros de Boa Viagem e Pina, que concentram as melhores praias, restaurantes e bares, têm 80% da rede hoteleira. A proximidade com o mar influi no preço da diária: quem se hospeda na Avenida Boa Viagem geralmente paga mais caro do que quem opta por hotéis a mais de três quadras da praia (após a Avenida Engenheiro Domingos Ferreira). Dois grandes empreendimentos foram inaugurados na capital em 2014: o Courtyard by Marriott Recife Boa Viagem e o Nobile Inn.
O QUE COMER
Pelo segundo ano seguido Recife perde dois restaurantes premiados com uma estrela pelo GUIA QUATRO RODAS – um deles, o Ferreiro Premium (antigo Porto Ferreiro), mudou de proposta e agora atende por Boteco Porto Ferreiro. Com sete estrelados no GUIA BRASIL 2015, a cidade ainda pode ser considerada a capital gastronômica do Nordeste.
As melhores opções se concentram em duas áreas. Na orla, Pina e Boa Viagem têm casas com perfil turístico; na zona norte, o corredor formado pelos bairros Espinheiro, Graças, Parnamirim e Casa Forte inclui uma variada gama de estabelecimentos, geralmente pequenos e frequentados pelos moradores. Para provar alguma das vigorosas delícias locais, vá ao bairro Casa Amarela – lá estão o restaurante da Mira e o Cozinhando Escondidinho. De quarta a sexta, case o almoço com uma visita, pela manhã, à Fundação Gilberto Freyre.
COMIDA TÍPICA
Cozinha Pernambucana -- Une elementos indígenas, africanos e europeus. No litoral, são comuns as peixadas e moquecas. No sertão, predominam pratos vigorosos: carne de sol, carne de bode, dobradinha, buchada, sarapatel (cozido de miúdos de porco) e chambaril (cozido de carne da canela do boi, servido com pirão). A galinha cabidela, preparada no próprio sangue, e a feijoada pernambucana, com legumes e feijão-mulatinho, são encontradas em todo o estado. Para a sobremesa, bolo de rolo, queijo coalho com mel de engenho, cartola (banana frita com queijo-manteiga e canela) e bolo sousa leão (com massa de mandioca, ovos, leite de coco e calda quente de açúcar). Onde comer: nos restaurantes de cozinha pernambucana.
LUGARZINHO
Poço da Panela é famoso pelos seus casarões. Um deles abriga o Barchef (Avenida 17 de Agosto, 1893; 3204-8500), que funciona como um espaço multifuncional – mercado gourmet, delicatessen e restaurantes italiano e espanhol ocupam salas, varandas, jardins e até a garagem do sobrado.
SÓ TEM AQUI
Típico de Pernambuco, o bolo de rolo merece um lugar reservado na mala. Feito com massa de bolo enrolada e recheado de goiabada, o doce é encontrado em vários locais. Dica: se não quiser deixar um recifense zangado, jamais chame o quitute de rocambole.
NOITE
Em Boa Viagem, o Entre Amigos Praia, o Boteco Maxime (Avenida Boa Viagem, 21; 3465-1491) e o Botequim Avenida (Avenida Boa Viagem, 7074; 3204-8852) têm chope e petiscos. Em Santo Amaro, o bar Central garante um ótimo início de noite, assim como o Bazza Bar & Comedoria (Rua Sebastião Alves, 273, Parnamirim, 3048-3126).
Para esticar, a Casa da Moeda tem chorinho. Rock and roll? Vá para o UK Pub (Rua Francisco da Cunha, 165, Boa Viagem, 3465-1088) ou para o Dowtown Pub (Rua Vigário Tenório, 105, Recife Antigo, 3424-6317).
De quinta a sábado, a Sala de Reboco (Rua Gregório Jr., 264, Cordeiro, 3228-7052) tem forró. Outra atração são as festas do coletivo Golarrolê (facebook.com/golarrole).
QUANDO IR
No Carnaval a cidade fica lotada, e as diárias dos hotéis disparam – o mesmo ocorre em junho, mês de São João em todo o estado. Com Olinda, a cidade organiza a Fenearte em julho e a Fliporto em novembro. Chove muito entre maio e julho.
Por Fernando Leite

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