Maceió é um município brasileiro, capital do estado de Alagoas, situado na microrregião homônima e mesorregião do Leste Alagoano, Região Nordeste do país. Ocupa uma área de 510,655 km²,[3] estando distante 2 013 quilômetros de Brasília, a capital federal.[2] É o município mais populoso de Alagoas, e sua população em 2015, estimada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), é de 1 013 773 habitantes,[4] sendo a décima quarta capital brasileira a ultrapassar a marca de um milhão de habitantes residentes, e a quinta do Nordeste. Integra, com outros dez municípios alagoanos, a Região Metropolitana de Maceió, totalizando cerca de 1,5 milhão de habitantes em 2015.[6], sendo o mais populoso de Alagoas, o 17º de todo o país e o 73º do continente americano.[7]
A cidade tem uma temperatura média anual de 25 a 29 graus centígrados. Na vegetação original do município, pode-se observar a presença de herbáceas (gramíneas) e arbustivas (poucas árvores e espaçadas). Com uma taxa de urbanização da ordem de 99,75 por cento, seu Índice de Desenvolvimento Humano é de 0,735, considerado alto pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento e o primeiro do estado.
Faz divisa com cidades como São Luís do Quitunde, Rio Largo, Satuba, Marechal Deodoro, Paripueira entre outras às quais é ligada pelas BR-101, BR-104, BR-316 e AL 101, Maceió é a principal cidade do estado e, atualmente, vive um intenso crescimento econômico e de infraestrutura, sendo uma cidade considerada capital regional A, segundo a hierarquia urbana do Brasil. É o maior produtor brasileiro de sal-gema. Seu setor industrial diversificado é composto de indústrias químicas, açucareiras e de álcool, de cimento e alimentícias. Possui agricultura, pecuária e extração de gás natural e petróleo. Possui o maior produto interno bruto do estado, 9 143 488 000 reais: o 41º maior do Brasil.
As festividades realizadas na cidade anualmente atraem uma enorme quantidade de turistas. Podem ser citados o Maceió Forró e Folia, Maceió Music Festival e o extinto evento carnavalesco Maceió Fest[8], além de suas festas de natal e réveillons como o Réveillon Absoluto, o Réveillon Paradise, Allure e o Réveillon Celebration.[9] Conta com importantes monumentos, museus, como o Mirante da Sereia, o Memorial Gogó da Ema, o Museu Palácio Floriano Peixoto, o Museu Théo Brandão, o Teatro Deodoro. Foi desmembrada em 1839 da antiga Vila de Santa Maria Madalena da Alagoa do Sul, atual cidade de Marechal Deodoro. Sempre conhecida como "Cidade-Sorriso" e "Paraíso das Águas", hoje é considerada como o "Caribe Brasileiro", devido às suas belezas naturais, que atraem turistas de todo o mundo.
Maceió é a cidade que mais cresce no Nordeste, a 4° no Brasil e a 71° no mundo, de acordo um relatório da fundação City Mayors, dedicado a estudos urbanos.
Índice
[esconder]Etimologia[editar | editar código-fonte]
O nome "Maceió" tem origem no termo tupi maçayó ou maçaio-k, que significa "o que tapa o alagadiço"[10]. O Dicionário Aurélio diz que o termo "maceió" designa uma lagoa temporária e cíclica que se localiza na beira do mar na foz de um curso de água pequeno o suficiente para ser interrompido por uma barra de silicato até que a maré alta abra o caminho temporariamente de modo cíclico relacionado a estação do ano, vazão do rio, estações lunares, etc[11].
História[editar | editar código-fonte]
Período pré-colonial[editar | editar código-fonte]
Por volta do ano 1000, os índios tapuias que habitavam a região da atual cidade de Maceió foram expulsos para o interior do continente por povos tupisprocedentes da Amazônia. No século XVI, quando chegaram os primeiros europeus à região, a mesma era ocupada por um desses povos tupis: o dos caetés[12].
Período colonial[editar | editar código-fonte]
No século XVII, início da colonização portuguesa, navios portugueses atracavam onde hoje se localiza o porto do bairro do Jaraguá, local em que eram carregadas madeiras das florestas litorâneas. O porto também serviu, mais tarde, para o embarque de açúcar produzido pelos engenhos locais.
Antes de sua fundação em 1609, Manoel Antônio Duro morou onde hoje é o bairro de Pajuçara, recebendo, do alcaide-mor de Santa Maria Madalena, Diego Soares, uma sesmaria.
Mais tarde, em 1673, as terras mudaram de dono. O rei de Portugal determinou, ao Visconde de Barbacena, a construção de um forte no bairro do Jaraguá. Com isso, houve um grande desenvolvimento na região e o pequeno povoado recebeu uma pequena capela dedicada a Nossa Senhora dos Prazeres, hoje padroeira da cidade.[13]
A vila de Maceió foi desmembrada no dia 5 de dezembro de 1815 da então Vila de Santa Maria Madalena da Alagoa do Sul, ou simplesmente Vila de Alagoas, atual cidade de Marechal Deodoro. Em 9 de dezembro de 1839, deu-se a elevação à condição de cidade, principalmente por causa do desenvolvimento advindo da operação do porto de Jaraguá, um porto natural que facilitava o atracamento de embarcações, por onde eram exportados açúcar, tabaco, coco e especiarias. Em 16 de dezembro de 1839, é inaugurado o município de Maceió, sendo seu primeiro intendente Augustinho da Silva Neves.
Após a vila ser agraciada com o simbólico ato de transferência do baú do Tesouro da Província, cuja iniciativa partiu do ouvidor Batalha, dado o contínuo processo de desenvolvimento do local, Maceió veio a se tornar a capital da Província das Alagoas, especificamente em 9 de dezembro de 1839, mediante a edição da Resolução Legislativa nº 11:
“ | Agostinho da Silva Neves, presidente da Província das Alagoas:
Faço saber a todos os seus habitantes que a Assembleia Provincial Legislativa decretou e eu sanciono a seguinte resolução: Art. único: - Fica erecta em cidade e capital da Província a Vila de Maceió, que será dora em diante a Sede do Governo, Assembleia e tesouraria Provincial, ficando o mesmo governo autorizado a despender a quantia necessária com o aluguel dos edifícios para as ditas repartições. Ficam revogadas todas as leis e disposições em contrário. Mando, portanto, a todas as autoridades e quem o conhecimento e execução da referida resolução pertencer, que a cumpram, e façam cumprir, tão inteiramente como nela se contém. O secretário desta Província faça imprimir, publicar e correr. Palácio do Governo das Alagoas, 9 de dezembro de 1839. 18º da Independência e do Império. Agostinho da Silva Neves
| ” |
Com a emancipação política de Alagoas, o novo governador da capitania, Sebastião de Melo e Póvoas, iniciou a transferência da capital para a cidade de Maceió, mas houve resistência dos homens da câmara e homens públicos. No dia 16 de dezembro de 1839, expedições militares dos estados de Pernambuco e Bahia foram para Maceió para garantir a ordem e para a transferência do governo para a cidade.[2]
Mas, com a mudança da capital, Maceió foi invadida no dia 4 de outubro de 1844 por tropas guerrilheiras comandadas por José Thomaz da Costa, pelo padre Calheiros e pelo advogado Lúcio, da Vila do Norte. Sousa Franco, então presidente da província, contra-atacou com tropas da nova capital. No dia 5 de outubro de 1844, outras tropas atacaram a capital. As tropas guerrilheiras invadiram as ruas da cidade e fizeram exigências ao presidente, que não aceitou as reivindicações. O contra-ataque fez com que as tropas invasoras recuassem. O recuo das tropas cabanas fez com que Vicente de Paula assumisse o comando das tropas cabanas. Novos contingentes de cabanos voltaram a atacar Maceió no dia 21 de outubro de 1844 às 7:00. As tropas invadiram o consulado britânico e prendem o vice-cônsul Diogo Burnett. O ataque teve repercussão até na capital do império.
O escândalo da invasão do consulado fez com que o major Sérgio Tertuliano viesse de Pernambuco para reforçar as defesas de Maceió. Um relatório do major sobre o conflito foi feito. Ele mostrou o pânico da população e o bloqueio das entradas da cidade. Um novo contra-ataque fez com que as tropas cabanas fossem derrotadas e que os principais líderes cabanos fossem mortos.[14]
Período imperial[editar | editar código-fonte]
Maceió foi visitada em 1859 pelo imperador Dom Pedro II, que, inclusive, participou de festas na capital antes de seguir viagem para outras cidades.
O único marquês de Maceió foi Francisco Afonso Meneses Sousa Coutinho, nasceu em Turim, 2 de fevereiro de 1796, foi um militar da marinha de Portugal que, aderindo à independência do Brasil, fora promovido a capitão de fragata. Alcançou a patente de tenente-coronel, passando a ministro da pasta da Marinha em 1827.
Filho de dom Rodrigo Domingos de Sousa Coutinho, 1.° conde de Linhares, e de Gabriella Maria Ignazia Asinari dei Marchesi di San Marzano. Irmão de D. Vitório Maria Francisco de Sousa Coutinho Teixeira de Andrade Barbosa, 2.º conde de Linhares. Casou-se com Guilhermina Adelaide Carneiro Leão, filha de José Fernando Carneiro Leão, barão de Vila Nova de São José. Não houve descendência.
Grande do Império, exercia a função de vedador na corte imperial. Era cavaleiro da Imperial Ordem do Cruzeiro e da Ordem da Torre e Espada, e comendador da Imperial Ordem de Cristo. Recebeu o viscondado com grandeza por decreto de 12 de outubro de 1824 e o marquesado por decreto de 12 de outubro de 1826, em 14 de agosto de 1834Dom Francisco faleceu em Paris.
Quebra do Xangô[editar | editar código-fonte]
Ver artigo principal: Quebra de Xangô
Ocorreu no dia 1 de fevereiro de 1912. A Quebra do Xangô também possui outros nomes, como "Dia do Quebra" e "Quebra-quebra". Muitos historiadores e estudiosos preferem chamá-la de "Quebra de 1912". Consistiu na destruição de todas as casas de culto afro-brasileiro existentes na capital. As referências historiográficas sobre o fato estão nos artigos publicados na sessão Bruxaria, de Oséas Rosas, no já extinto Jornal de Alagoas. Terreiros foram invadidos e objetos sagrados foram retirados e queimados em praça pública; pais e mães de santo foram espancados publicamente.
A capital era considerada papel preponderante da Igreja católica na formação do território alagoano, não se sabe ao certo o número de terreiros destruídos, pessoas assassinadas ou os responsáveis pelo fato. O movimento foi insuflado pela Liga dos Republicanos Combatentes que era uma entidade civil que cometia atos ilegais como invasão a casas oficiais, tiroteios, intimidações.
Século XX[editar | editar código-fonte]
O século XX trouxe o turismo como a principal fonte de renda de todo o município. A cidade possui belas praias de águas cristalinas e repletas de coqueiros, lagunas, uma rica gastronomia, numerosos monumentos e edifícios culturais, a amabilidade de sua gente e sua boa infraestrutura, entre outros. Na década de 1930, chamou a atenção pelo grande movimento literário com a participação de José Lins do Rego, Raquel de Queirós, Graciliano Ramos entre outros. Depois disso Maceió consolidou seu desenvolvimento administrativo e político, iniciando uma nova fase no comércio e a industrialização.
Na década de 1950, foi construído, na praia da Pajuçara, o Iate Clube Pajussara, um clube de recreio e de treinamentos náuticos. Um dos sócios-fundadores deste clube foi um dos mais renomados professores do estado, Odorico Maciel. Nele, os alagoanos faziam bailes de formatura, bailes carnavalescos e diversas festas e encontros da elite alagoana. Um dos pontos turísticos mais conhecidos de Maceió estava localizado na praia de Ponta Verde, o Gogó da Ema, um coqueiro que nasceu torto à beira-mar, na curva da praia, e tinha a forma do pescoço de uma ema, o que lhe dava uma característica especial e que servia de inspiração para diversos fotógrafos e desenhistas; foi derrubado pelo avanço do mar na década de 1960.Era o local dos encontros entre namorados nas décadas de 1950 e 1960. Hoje no local existe um clube, o Alagoas Iate Clube, ponto de divisão entre as praias da Ponta Verde e dos Sete Coqueiros.
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