domingo, 1 de janeiro de 2017

RENASCIMENTO SEGUNDA PARTE

Com o crescente movimento de artistas, humanistas e professores entre as cidades ao norte dos Alpes e a península Itálica, e com a grande circulação de textos impressos e obras de arte através de reproduções em gravura, o classicismo iniciou em meados do século XV uma etapa de difusão por todo o continente. Mas foram Francisco I da França e Carlos VSacro Imperador Romano, que logo reconheceram o potencial da Renascença italiana para promover suas imagens régias através de formas clássicas, os agentes decisivos para a divulgação intensiva da arte italiana além dos Alpes. Mas isso aconteceu apenas por volta do início do século XVI, quando o ciclo renascentista já tinha pelo menos duzentos anos de amadurecimento na Itália, já chegara a uma culminação e já estava em sua fase maneirista. Destarte, cabe advertir que não houve nada como um Quattrocento ou uma Alta Renascença no restante da Europa, pois nela não houve um lento e orgânico processo de classicização como o italiano, foi em muito um resultado de eventos políticos que ocorreram em um curto espaço de tempo, mas que tiveram repercussão continental. Como resultado, como se se abrissem de repente as comportas de uma represa, o vasto derrame de cultura italiana para o norte e o oeste depois das invasões na Itália gerou em cada região ou país uma original mescla de raízes locais góticas com o classicismo italiano tardio.

França

A influência renascentista via Flandres e a Borgonha já existia desde o século XV, como se nota na produção de Jean Fouquet, mas a Guerra dos Cem Anos e as epidemias de peste atrasaram seu florescimento, que ocorre somente a partir da invasão francesa da Itália por Carlos VIII em 1494. O período se estende até cerca de 1610, mas seu final é tumultuado com as guerras de religião entre católicos e huguenotes, que devastaram e enfraqueceram o país. Durante sua vigência a França inicia o desenvolvimento do absolutismo e se expande pelo mar explorando a América. O centro focal se estabelece em Fontainebleau, sede da corte, e ali se forma a Escola de Fontainebleau, integrada por franceses e italianos como RossoPrimaticcioDell'Abbate e Toussaint Dubreuil, sendo uma referência para outros como François ClouetJean ClouetJean GoujonGermain Pilon e Pierre Lescot. Leonardo também esteve presente ali.
Na música houve um enorme florescimento através da Escola da Borgonha, que dominou a cena musical européia durante o século XV e daria origem à Escola franco-flamenga, que produziria mestres como Josquin des PrezClément Janequin e Claude Le Jeune. A chanson francesa do século XVI teria um papel na formação da canzona italiana, e sua Musique mesurée estabeleceria um padrão de escrita vocal declamatória na tentativa de recriação da música do teatro grego, e favoreceria a evolução para a plena tonalidade. Também apareceu um gênero de música sacra distinto de seus modelos italianos, conhecido como chanson spirituelle. Na arquitetura foram deixados monumentos ímpares como o Castelo de Chambord e o Château d'Amboise. Na literatura se destacam Rabelais, um precursor do gênero fantástico, Montaigne, popularizador do gênero ensaio onde é até hoje um dos maiores nomes, e o grupo integrante da Plêiade, com Pierre de RonsardJoachim du Bellay e Jean-Antoine de Baïf, que buscavam um atualização vernácula da literatura greco-romana, a emulação de formas específicas e a criação de neologismos baseados no latim e no grego.
Exemplo musical

Países Baixos e Alemanha

Ver também: Renascimento alemão
Os flamengos estavam em contato com a Itália desde o século XV, mas somente no século XVI o contexto se transforma e se caracteriza como renascentista, tendo uma vida relativamente curta. Nesta fase a região enriquece, a Reforma Protestante se torna uma força decisiva, oposta à dominação católica de Carlos V, levando a conflitos sérios que dividiriam a área. As cidades comerciais de BruxelasGante e Bruges estreitam os contatos com o norte da Itália e encomendam obras ou atraem artistas italianos, como os arquitetos Tommaso Vincidor e Alessandro Pasqualini, que passaram a maior parte de suas vida ali. O amor pela gravura trouxe para a região inúmeras reproduções de obras italianas, Dürer deixou uma marca indelével quando passou por lá, Erasmo mantinha aceso o Humanismo e Rafael mandava executar tapeçarias em BruxelasVesálio faz avanços importantes na AnatomiaMercator na Cartografia e a nova imprensa encontra em Antuérpia e Leuven condições para a fundação de editoras de larga influência.
Na música os Países Baixos, junto com o noroeste da França, se tornam o centro principal para toda a Europa através da Escola franco-flamenga. A pintura desenvolve uma escola original, que popularizou a pintura a óleo e dava enorme atenção ao detalhe e à linha, mantendo-se muito fiel à temática sacra e incorporando sua tradição gótica às inovações maneiristas italianas. Teve em Jan van EyckRogier van der Weyden e Hieronymus Bosch seus precursores no século XV, e logo a região daria sua contribuição própria à arte européia consolidando o paisagismo através de Joachim Patinir e a pintura de gênero com Pieter Brueghel o velho e Pieter Aertsen. Outros nomes notáveis são MabuseMaarten van HeemskerckQuentin MatsysLucas van LeydenFrans FlorisAdriaen Isenbrandt e Joos van Cleve.
Auto-retrato de Albrecht Dürer
Alemanha impulsionou seu Renascimento fundindo seu rico passado gótico com os elementos italianos e flamengos. Um de seus primeiros mestres foi Konrad Witz, seguindo-se Albrecht Altdorfer e Albrecht Dürer, que esteve em Veneza duas vezes e foi lá profundamente influenciado, lamentando ter de voltar para o norte. Junto com o erudito Johann Reuchlin, Dürer foi uma das maiores influências para disseminação do Renascimento no centro da Europa e também nos Países Baixos, onde suas célebres gravuras foram altamente elogiadas por Erasmo, que o chamou de "o Apeles das linhas negras". A escola romana foi um elemento importante para a formação do estilo de Hans Burgkmair e Hans Holbein, ambos de Augsburgo, visitada por Ticiano.[8][54] Na música basta a menção a Orlande de Lassus, um integrante da Escola franco-flamenga radicado em Munique que se tornaria o compositor mais célebre da Europa em sua geração, a ponto de ser nobilitado pelo imperador Maximiliano II e tornado cavaleiro pelo papa Gregório XIII, algo extremamente raro para um músico.

Portugal

"Terra Brasilis", 1519, mapa por Pedro Reinel e Lopo Homem, Atlas Miller, Biblioteca Nacional de Paris
A influência do Renascimento em Portugal estende-se de meados do século XV a finais do século XVI. Embora o Renascimento italiano tenha tido um impacto modesto na arte, os portugueses foram influentes no alargamento da visão do mundo dos europeus, estimulando a curiosidade humanista.[55]
Como pioneiro da exploração europeia, Portugal floresceu no final do século XV com as navegações para o oriente, auferindo lucros imensos que fizeram crescer a burguesia comercial e enriquecer a nobreza, permitindo luxos e o cultivar do espírito. O contacto com o Renascimento chegou através da influência de ricos mercadores italianos e flamengos que investiam no comércio marítimo. O contato comercial com a FrançaEspanha e Inglaterra era assíduo, e o intercâmbio cultural se intensificou.
Como principal potência naval, atraiu especialistas em matemática, astronomia e tecnologia naval, como Pedro Nunes e Abraão Zacuto; os cartógrafos Pedro ReinelLopo HomemEstevão Gomes e Diogo Ribeiro, que fizeram avanços cruciais para mapear o mundo. E enviados ao oriente, como o boticário Tomé Pires e o médico Garcia de Orta, recolheram e publicaram trabalhos sobre as novas plantas e medicamentos locais.
Na arquitetura, os lucros do comércio de especiarias das primeiras décadas do século XVI financiaram um estilo sumptuoso de transição, que mescla elementos marinhos com o gótico, o manuelino.[56] O Mosteiro dos Jerônimos, a Torre de Belém e a janela do Capítulo do Convento de Cristo, em Tomar são os mais conhecidos, Diogo Boitaca e Francisco de Arruda os arquitectos. Na pintura destacam-se Nuno GonçalvesGregório Lopes e Vasco Fernandes. Na música, Pedro de Escobar e Duarte Lobo, além de quatro cancioneiros, entre os quais o Cancioneiro de Elvas e o Cancioneiro de Paris.
Na literatura Sá de Miranda introduziu as formas de verso italianas; Garcia de Resende compilou o Cancioneiro Geral em 1516 e Bernardim Ribeiro foi pioneiro no bucolismoGil Vicente fundiu-os com a cultura popular, relatando a mudança dos tempos e Luís de Camões inscreveu os feitos dos portugueses no poema épico Os Lusíadas. Em especial a literatura de viagem floresceu: João de BarrosCastanhedaAntónio GalvãoGaspar CorreiaDuarte BarbosaFernão Mendes Pinto, entre outros, descreveram novas terras e foram traduzidos e divulgados pela nova imprensa. Após participar na exploração portuguesa do Brasil, em 1500, Amerigo Vespucci, agente dos Medici, cunhou o termo Novo Mundo.
O intenso intercâmbio internacional produziu vários estudiosos humanistas e cosmopolitas: Francisco de HolandaAndré de Resende e Damião de Góis, amigo de Erasmus, que escreveu com independência rara no reinado de D. Manuel IDiogo e André de Gouveia, que fizeram importantes reformas no ensino via França. Relatos e produtos exóticos na Feitoria Portuguesa de Antuérpia, atrairam o interesse de Thomas More e Durer para o mundo mais vasto.[57] Em Antuérpia, os lucros e conhecimento portugueses ajudaram a alimentar o renascimento holandês e a Idade de Ouro dos Países Baixos, especialmente após a chegada da comunidade judaica culta e rica expulsa de Portugal.

Espanha

Na Espanha, as circunstâncias foram em vários pontos semelhantes. A reconquista do território espanhol aos árabes e o fantástico afluxo de riquezas das colônias americanas, com o intenso intercâmbio comercial e cultural associado, sustentaram uma fase de expansão e enriquecimento sem precedentes da arte local. Artistas como Alonso BerrugueteDiego de SiloéTomás Luis de VitoriaEl GrecoPedro MachucaJuan Bautista de ToledoCristóbal de MoralesGarcilaso de la VegaJuan de HerreraMiguel de Cervantes e muitos mais deixaram obra notável em estilo clássico ou maneirista, mais dramático do que seus modelos italianos, já que o espírito da Contra-Reforma ali tinha um baluarte e, em escritores sacros como Teresa de ÁvilaInácio de Loyola e João da Cruz, grandes representantes. Particularmente na arquitetura a ornamentação luxuriante se torna típica do estilo que se conhece como plateresco, uma síntese única de influências góticas, mouriscas e renascentistas. A Universidade de Salamanca, cujo ensino tinha moldes humanistas, mais a fixação de italianos como Pellegrino TibaldiLeone Leoni e Pompeo Leoni injetaram uma força adicional no processo [54][58]
O último Renascimento chega a cruzar o oceano e se enraizar na América e no oriente, onde ainda hoje sobrevivem muitos mosteiros e igrejas fundados pelos colonizadores espanhóis em centros do México e do Peru, e pelos portugueses no Brasil, em Macau e Goa, alguns deles hoje Patrimônio da Humanidade.
Exemplo musical

Inglaterra

Na Inglaterra, o Renascimento coincide com a chamada Era Elisabetana, de grande expansão marítima e de relativa estabilidade interna depois da devastação da longa Guerra das Rosas, quando se tornou possível pensar em cultura e arte. Como na maior parte dos outros países da Europa, a herança gótica ainda viva mesclou-se com referências da Renascença tardia, mas suas características distintivas são o predomínio da literatura e da música sobre as outras artes, e sua vigência até cerca de 1620. Poetas como John Donne e John Milton pesquisam novas formas de compreender a fé cristã, e dramaturgos como Shakespeare e Marlowe se movem com desenvoltura entre temas centrais da vida humana - a traição, a transcendência, a honra, o amor, a morte - em tragédias célebres como Romeu e JulietaMacbethOtelo, o Mouro de Veneza (Shakespeare), e Doutor Fausto (Marlowe), bem como sobre seus aspectos mais prosaicos e ligeiros em fábulas encantadoras como Sonho de uma noite de verão (Shakespeare). Filósofos como Francis Bacon descortinam novos limites para o pensamento abstrato e refletem sobre uma sociedade ideal, e na música a escola madrigalesca italiana é assimilada por Thomas MorleyThomas WeelkesOrlando Gibbons e muitos outros, adquire um sabor inconfundivelmente local e cria uma tradição que permanece viva até hoje, ao lado de grandes polifonistas sacros como John TavernerWilliam Byrd e Thomas Tallis, este deixando o famoso moteto Spem in alium, para quarenta vozes divididas em oito coros, uma composição sem paralelos em sua época pela maestria no manejo de enormes massas vocais. Na arquitetura se destacaram Robert Smythson e os palladianistas Richard BoyleEdward Lovett Pearce e Inigo Jones, cuja obra repercutiu até na América do Norte, fazendo discípulos em George BerkeleyJames HobanPeter Harrison e Thomas Jefferson.[59] Na pintura o Renascimento foi recebido principalmente através da Alemanha e dos Países Baixos, com a figura maior de Hans Holbein, florescendo depois com William SegarWilliam ScrotsNicholas Hilliard e vários outros mestres da Escola Tudor.[60]
Exemplos musicais

Críticas

Boa parte do debate moderno em torno do Renascimento tem procurado determinar se ele representou de fato uma melhoria em relação à Idade Média. Seus primeiros comentadores, como Michelet e Burckhardt não hesitaram em se posicionar favoravelmente e em considerá-lo uma fase decisiva em direção à modernidade, comparando-o à remoção de um véu dos olhos da humanidade, permitindo-lhe ver claramente [61]
Execução de Savonarola na Piazza della Signoria, em Florença, 1498. Museu Nacional de São Marcos
Por outro lado, um grupo de historiadores modernos ressaltou que muitos dos fatores sociais negativos comumente associados à Idade Média - pobreza, perseguições religiosas e políticas - parecem ter piorado nesta era que viu nascerem Maquiavel, as guerras de religião, a corrupção do papado e a intensificação da caça às bruxas no século XVI. Muitas pessoas que viveram na Renascença não a tinham como a "Idade Dourada" que os intelectuais do século XIX imaginaram, mas estavam cientes dos graves problemas sociais e morais, como Savonarola, que desencadeou um dramático revivalismo religioso no fim do século XV que causou a destruição de inúmeras obras de arte e enfim o levou à morte na fogueira, e Filipe II da Espanha, que censurou obras de arte florentinas.[5][62] Mesmo assim, os intelectuais, artistas e patronos da época que estavam envolvidos na movimentação cultural realmente acreditavam que estavam testemunhando uma nova era que constituía uma ruptura nítida com a idade anterior.[63]
Alguns historiadores marxistas preferiram descrever o Renascimento em termos materialistas, sustentando que as mudanças em arte, literatura e filosofia eram apenas uma parte da tendência geral de distanciamento da sociedade feudalista em direção ao capitalismo, que resultou no aparecimento de uma classe burguesa que dispunha de tempo para se devotar às artes.[64] Também se aventou que o recurso aos referenciais clássicos foi naquela época muitas vezes um pretexto para a legitimação dos propósitos da elite, e a inspiração na Roma republicana e principalmente na Roma imperial teria dado margem à formação de um espírito de competitividade e mercenarismo que os arrivistas usaram para sua escalada social tantas vezes inescrupulosa.[65] Johan Huizinga reconheceu a existência da Renascença mas questionou se ela representou uma mudança positiva. Em seu livro The Waning of the Middle Ages ele argumentou que o Renascimento foi um período de declínio em relação à Idade Média, destruindo muitas coisas que eram importantes.[66] Por exemplo, o latim havia conseguido evoluir e manter-se bastante vivo até lá, mas a obsessão pela pureza clássica interrompeu este processo natural e o fez reverter à sua forma clássica. Robert Lopez declarou que a fase foi de grande recessão econômica,[67] enquanto que Eugenio GarinLynn Thorndike e vários outros consideram que talvez o progresso científico realizado tenha sido na verdade bem menos original do que se supõe.[31][68] Desta forma, muitos historiadores começaram a pensar que o termo Renascimento vinha sendo por demais sobrecarregado com uma apreciação positiva, automaticamente desvalorizando a Idade Média, e propuseram o uso do termo substituto "Primeira Modernidade", de caráter mais neutro e que o estabelecia como uma passagem da Idade Média para Idade Moderna.[31][69] Mas esses próprios estudos foram objeto de controvérsia, levando a que se chamasse o Renascimento de "a criança mais intratável da historiografia". Depois do que hoje parece ter ido apenas uma fase de saudáveis questionamentos de conceitos consagrados mas pouco aprofundados, o Renascimento vem sendo reafirmado como um período de enorme importância na história da arte e da cultura ocidental. A quantidade de estudos sobre o tema, que vem aumentando a cada dia, seja a que conclusões tenha chegado, somente pelo seu volume evidencia que o Renascimento é uma polêmica ainda muito viva, e que é rico o bastante para continuar atraindo a atenção da crítica e do público ininterruptamente desde sua fundação [5][31][70]

Legado

MichelangeloA criação de Adão, Capela Sistina
Mesmo com opiniões divergentes sobre aspectos particulares, hoje parece ser um consenso que o Renascimento foi um período em que muitas crenças arraigadas e tomadas como verdadeiras foram postas em discussão e testadas através de métodos científicos de investigação, inaugurando uma fase em que o predomínio da religião e seus dogmas deixou de ser absoluto e abriu caminho para o desenvolvimento da ciência e da tecnologia como hoje as conhecemos. Os filósofos renascentistas foram buscar na Antiguidade precedentes para defender o regime republicano e a liberdade humana, atualizando ideias que tiveram um impacto na jurisprudência e teoria constitucional atuais, e o pensamento político da época pode ter sido uma inspiração importante para a formação de Estados modernos como a Inglaterra e o Estados Unidos.[71]
No campo das artes visuais foram desenvolvidos recursos que possibilitaram um salto imenso em relação à Idade Média em termos de capacidade de representação do espaço, da natureza e do corpo humano, ressuscitando técnicas que haviam sido perdidas desde a Antiguidade e criando outras inéditas a partir dali. A linguagem arquitetônica dos palácios, igrejas e grandes monumentos que foi estabelecida a partir da herança clássica ainda hoje permanece válida e é empregada quando se deseja emprestar dignidade e importância à edificação moderna. Na literatura as línguas vernáculas se tornaram dignas de veicular cultura e conhecimento, e o estudo dos textos dos filósofos greco-romanos disseminou máximas ainda hoje presentes na voz popular e que incentivam valores elevados como o heroísmo, o espírito público e o altruísmo, que são peças fundamentais para a construção de uma sociedade mais justa e livre para todos. A reverência pelo passado clássico e pelos seus melhores valores criou uma nova visão sobre a história e fundou a historiografia moderna, e proveu as bases para a formação de um sistema de ensino que na época se estendeu para além das elites e ainda hoje estrutura o currículo escolar de grande parte do ocidente e sustenta sua ordem social e seus sistemas de governo. Por fim, a fantástica produção artística renascentista que sobrevive em tantos países da Europa continua a atrair multidões de todas as partes do mundo e constitui parte significativa da própria definição de cultura ocidental.[65]

Ver também

História, filosofia e estética

Escolas nacionais

Artes e ciências

Referências

  1. Ir para cima The Editors of The Encyclopædia Britannica. «Renaissance Art». The Encyclopædia Britannica. Consultado em 30 de Janeiro de 2016.
  2. Ir para cima Burke, Peter. The European Renaissance: Centre and Peripheries. Blackwell, 1998
  3. Ir para cima Brotton, J. The Renaissance: A Very Short Introduction. OUP, 2006
  4. Ir para cima "Renascimento". In: Enciclopédia Itaú Cultural
  5. ↑ Ir para:a b c Martin, John Jeffries. "The Renaissance: between myth and history". In: Martin, John Jeffries (ed). The Renaissance: Italy and abroad. Rewriting Histories. Routledge, 2003, pp. 1-25
  6. ↑ Ir para:a b c "Renaissance". In: Encyclopedia Britannica online.
  7. ↑ Ir para:a b Casini, Lorenzo. "Renaissance Philosophy". In: Encyclopedia of Philosophy.
  8. ↑ Ir para:a b c Beck, James H. "Renaissance". In: Encyclopedia Encarta
  9. ↑ Ir para:a b Weisinger, Herbert. "Renaissance Literature and Historiography". In Dictionary of the History of Ideas.
  10. ↑ Ir para:a b Nunes, Benedito. "Diretrizes da Filosofia no Renascimento". In: Franco, Afonso Arinos de Melo et aliiO Renascimento. Agir / MNBA, 1978, pp. 64-77
  11. Ir para cima Hauser, Arnold. História Social da Literatura e da Arte. Mestre Jou, 1972, pp. 357-371
  12. Ir para cima Hart, Frederick. History of Italian Renaissance Art. Thames and Hudson, 1970, 4ª ed., p. 133
  13. ↑ Ir para:a b c Cunningham, Lawrence S.; Reich, John J. Culture and values: a survey of the humanities. Cengage Learning, 2005
  14. Ir para cima Looking at the Renaissance: Religious context. The Open University
  15. Ir para cima Lejay, P. "Giovanni Francesco Poggio Bracciolini". In: The Catholic Encyclopedia. Robert Appleton Company, 1911
  16. Ir para cima "Gian Francesco Poggio Bracciolini". In: Encyclopaedia Britannica online, 2013
  17. Ir para cima Matos, Manuel Cadafaz de. "Contributo para o Estudo da Recepção dos Textos de Averróis (1126-1198) na Península Ibérica entre os Séculos XIII e XV numa Perspectiva da História do Livro". In: Hvmanitas, 1998; (L):441-476
  18. Ir para cima Bittar, Eduardo C. B. "O aristotelismo e o pensamento árabe: Averróis e a recepção de Aristóteles no mundo medieval". In: Revista Portuguesa de História do Livro, 2009; 24
  19. ↑ Ir para:a b c d e Marques, Luiz. O Tempo do Renascimento: Dez Coordenadas para os anos 1400-1480. In: Revista História Viva, 2009; (2):10-15. Coleção O Tempo do Renascimento.
  20. ↑ Ir para:a b c d e f Marques, Luiz. O Triunfo da Antiguidade: O antigo como totalidade. In: Revista História Viva, 2009; (3):13-23. Coleção O Tempo do Renascimento.
  21. Ir para cima Harris, Michael H. History of Libraries in the Western World. Scarecrow Press Incorporate, 1999
  22. Ir para cima Norwich, John Julius. A Short History of Byzantium. Knopf, 1997, p. 430
  23. Ir para cima Strathern, Paul. The Medici: Godfathers of the Renaissance. Jonathan Cape|ano, 2003
  24. Ir para cima Hauser (1972), pp. 370-390
  25. Ir para cima Hauser (1972), pp. 416-453
  26. Ir para cima "Renaissance". In: Encyclopedia Britannica, 11th edition
  27. Ir para cima Zuffi, Stefano. The High Renaissance & Mannerism. A World History of Art
  28. ↑ Ir para:a b Hauser (1972), pp. 455-468
  29. Ir para cima Nederman, Cary. "Niccolò Machiavelli". In: Stanford Encyclopedia of Philosophy, 2005-2014.
  30. ↑ Ir para:a b c Hauser (1972), pp. 471-474
  31. ↑ Ir para:a b c d e Garin, Eugenio. Ciência e vida civil no Renascimento italiano. UNESP, 1996, pp. 7-18
  32. Ir para cima Bailey, Gauvin Alexander. Between Renaissance and Baroque: Jesuit Art in Rome, 1565-1610. University of Toronto Press, 2003
  33. Ir para cima Belting, Hans. Likeness and presence: a history of the image before the era of art. University of Chicago Press, 1997. Edição 7850
  34. Ir para cima Cf. um resumo da polêmica em Hauser (1972) pp. 471-seq.
  35. Ir para cima Hauser, Arnold. Mannerism: The Crisis of the Renaissance and the Origins of Modern Art. Harvard University Press, 1965
  36. Ir para cima Marques, Luiz. "O Tempo do Renascimento: A perspectiva, coisa mental". In: Revista História Viva, 2009; (2):17-23. Coleção O Tempo do Renascimento.
  37. ↑ Ir para:a b c d Ribeiro, Carlos Flexa. "A Pintura no Renascimento". In: Franco, Afonso Arinos de Melo et aliiO Renascimento. Agir / MNBA, 1978, pp. 105-117.
  38. Ir para cima Hauser (1972), p. 384
  39. Ir para cima Hauser (1972), pp. 390-402
  40. Ir para cima Benezit, Emmanuel. "Nicola Pisano". Dictionnaire des Peintres, Sculpteurs, Dessinateurs et Graveurs. Librairie Gründ, 1976
  41. Ir para cima Kalina, Pavel. "Giovanni Pisano, the Dominicans, and the Origin of the crucifixi dolorosi". In: Artibus et historiae, 24 (2003): 81-101.
  42. Ir para cima Michalsky, Tanja. "Master Serenissimi Princeps: the tomb of Mary of Hungary". In: Elliott, Janis & Warr, Cordelia (eds.). The church of Santa Maria Donna Regina: art, iconography, and patronage in fourteenth century Naples. Ashgate Publishing, 2004. pp. 71-75
  43. Ir para cima *Paoletti, John T. & Radke, Gary M. Art in Renaissance Italy. Laurence King Publishing, 2005, pp. 96-98
  44. Ir para cima *Gardner, Helen; Kleiner, Fred S; Mamiya, Christin J. Gardner's Art Through the Ages: The Western Perspective. Wadsworth/Thomson Learning, 2006, volume 2, pp. 422-423
  45. Ir para cima Murray, Linda. The Oxford companion to Christian art and architecture. Universidade de Michigan/Oxford University Press, 1996
  46. ↑ Ir para:a b Hunt, David. "A Escultura no Renascimento". In: Franco, Afonso Arinos de Melo et aliiO Renascimento. Agir / MNBA, 1978. pp. 119 ss
  47. Ir para cima Regina, Roberto de. "A Música no Renascimento". In: Franco, Afonso Arinos de Melo et aliiO Renascimento. Agir / MNBA, 1978, pp. 177 ss
  48. Ir para cima Arkenberg, Rebecca. "Music in the Renaissance". In: Heilbrunn Timeline of Art History. The Metropolitan Museum of Art, 2000
  49. ↑ Ir para:a b c Hindley, Geofrey (ed). The Larousse Encyclopedia of Music. Hamlyn, 1990, pp. 97-107; 122-139
  50. ↑ Ir para:a b c d Souza, Wladimir Alves de. "A Arquitetura no Renascimento". In: Franco, Afonso Arinos de Melo et aliiO Renascimento. Agir / MNBA, 1978, p. 191-204
  51. Ir para cima Department of European Paintings. "Architecture in Renaissance Italy". In Heilbrunn Timeline of Art History. The Metropolitan Museum of Art, 2000
  52. ↑ Ir para:a b Benevolo, Leonardo. The architecture of the Renaissance. Routledge, vol. I, 2002, pp. 231-232; 479; 483; 501-502
  53. Ir para cima Moffett, Marian et aliiA World History of Architecture. McGraw-Hill Professional, 2004, p. 319
  54. ↑ Ir para:a b The Renaissance outside Italy. A World History of Art
  55. Ir para cima "Portuguese Overseas Travels and European Readers". In: Portugal and Renaissance Europe. The John Carter Brown Library, exposição, abr-out/2008
  56. Ir para cima Bergin, Thomas G. & Speake, Jennifer. Encyclopedia of the Renaissance and the Reformation. Infobase Publishing, 2004
  57. Ir para cima Bietenholz,Peter G. & Deutscher, Thomas B. Contemporaries of Erasmus: a biographical register of the Renaissance and Reformation. University of Toronto Press, vol. 1-3, 2003, p. 22
  58. Ir para cima Seiferth, Michael S. Mannerism. A World History of Art
  59. Ir para cima Copplestone, Trewin. World Architecture: an illustrated history from earliest times. Hamlyn / Crescent Books, 1963, pp. 252-280
  60. Ir para cima British Art in the 16th Century. Web Gallery of Art
  61. Ir para cima Burckhardt, Jacob. "The Development of the Individual". In: The Civilization of the Renaissance in Italy. Boise State University
  62. Ir para cima Goldberg, Edward L. "Spanish Values and Tuscan Painting". In: Renaissance Quarterly, 1998, p. 914
  63. Ir para cima Panofsky, Erwin. Renaissance and Renascences in Western Art. Harper and Row, 1960
  64. Ir para cima Siar, David. "Jean E. Howard's Postmodern Marxist Feminism and the Economic Last Instance". In: Renaissance Forum. Hull University, 1997
  65. ↑ Ir para:a b Looking at the Renaissance: The Legacy of the Renaissance. The Open University
  66. Ir para cima Huizanga, Johan. The Waning of the Middle Ages. 1919-1924
  67. Ir para cima Lopez, Robert S. & Miskimin, Harry A. "The Economic Depression of the Renaissance". In: Economic History Review, 1962; 2 (14):408-426
  68. Ir para cima Thorndike, Lynn. "Some Remarks on the Question of the Originality of the Renaissance: Renaissance or Prenaissance?" In: Journal of the History of Ideas, 1943; 4 (1)
  69. Ir para cima Greenblatt, S. Renaissance Self-Fashioning: From More to Shakespeare. University of Chicago Press, 1980
  70. Ir para cima Bouwsma, William James. "The Renaissance and the Drama of Western History". In: Martin, John Jeffries (ed). The Renaissance: Italy and abroad. Rewriting Histories. Routledge, 2003, pp. 27-39
  71. Ir para cima Renaissance. In: Encyclopedia Encarta

Ligações externas

Outros projetos Wikimedia também contêm material sobre este tema:
WikilivrosLivros e manuais no Wikilivros
CommonsCategoria no Commons

Nenhum comentário:

Postar um comentário