"Os homens possuem mais hormônios masculinos e receptores, no couro cabeludo, ávidos por captar tais hormônios, se comparados com as mulheres. Sendo assim, o distúrbio é mais significativo neles", completa Adriano Almeida, dermatologista e tricologista, diretor do Instituto de Pesquisa e Tratamento do Cabelo e da Pele (IPTCP), diretor da Sociedade Brasileira do Cabelo e professor da Fundação Pele Saudável.
Embora as mulheres estejam mais protegidas contra o revés, é bom considerar que, devido a estresse e outros fatores, médicos alertam para a perspectiva de aumento de 10% ao ano no número de casos de diminuição de fios nelas – que, embora não possa ser chamado de calvície, pois se trata de uma rarefação capilar, já mostra que a diminuição da farta cabeleira é um fantasma futuro para o público feminino.
Tipos diferentes
Conforme explica Bedin, há a alopecia androgenética de padrão masculino, em que a queda se dá nas entradas e no vértex (parte superior da cabeça, o 'cocoruto'); e a alopecia androgenética de padrão feminino, com rarefação no topo e na região da coroa, sem perda na área frontal.
"Existem, ainda, as alopecias inflamatórias, como a areata, que são de origem autoimune, ou seja, o próprio organismo destrói os folículos capilares", explica a dermatologista e tricologista Ana Carina Junqueira Bertin, da Clínica Adriana Vilarinho e do Centro de Cirurgia da Obesidade e Metabólica, em São Paulo.
Também é preciso diferenciar calvície de queda de cabelo: a primeira tem origem genética, enquanto a segunda é um problema multifatorial, ou seja, detonado por várias condições, como genética, hormônios, fumo, álcool, sono de baixa qualidade, estresse, excesso de processos químicos – tinturas, descolorantes, alisantes –, anemia e faltas nutricionais de ferro e até exagero na manipulação física do cabelo em penteados que causam tração.
"Já a calvície é poligênica, isto é, há vários genes envolvidos no processo, vindos dos pais (tanto do pai quanto da mãe) ou avós", considera o dermatologista Valcinir Bedin.
Para reverter o quadro, advertem os especialistas, é bom procurar tratamento logo que os primeiros sinais de calvície apareçam. Acredita-se que um quarto das pessoas começa a perder fios antes dos 25 anos e há casos prematuros de pacientes que sentem o problema já aos 15 anos ou no final da adolescência.
Felizmente, por meio de uma análise do histórico familiar e outros exames, como o da taxa de hormônios masculinos, é possível diagnosticar o tipo de calvície e indicar a melhor conduta para frear a queda.
Mas tomar remédio para calvície causa mesmo disfunção erétil ou este é um dos maiores mitos sobre o assunto? "Quando falamos do medicamento finasterida, em alguns casos raros, pode haver a diminuição temporária da libido, sem afetar a ereção", diz o médico Valcinir Bedin. "Assim que a medicação é suspensa, o organismo metaboliza e excreta a droga em poucos dias e a disfunção se corrige", completa Ana Carina Junqueira Bertin.Existem muitas causas para a perda de cabelo, algumas são genéticas, outras ambientais, algumas sinalizam o início da calvície e outras podem indicar um problema de saúde subjacente.
Estudos mostram que perder entre 100 e 500 fios de cabelo por dia é normal. O cabelo humano cresce em três fases: anágena, catágena e telógena. Anágena é a fase ativa de crescimento. A catágena é uma fase relativamente curta do ciclo natural durante a qual o cabelo se quebra e solta da raiz. Já a telógena é a fase de “descanso”. Os cabelos que se soltam diariamente estão, em geral, na fase de descanso do ciclo. Normalmente, cerca de 10% dos fios estão na telógena durante qualquer período da vida do indivíduo, o que quer dizer que eles não estão crescendo e estão se preparando para a queda cíclica.
Causas temporárias da calvície
As variações normais da vida – que incluem stress temporário, mudanças nutricionais e hormonais – podem causar uma queda capilar reversível. Notadamente, alguns problemas de saúde sérios, como doenças da tireóide, anemia, e diabetes causam queda de cabelos. Se você estiver experimentando perda de cabelo associada à letargia, cansaço, problemas de concentração e sono, procure um médico para fazer um exame de função de tireóide.
Alguns medicamentos também causam perda de cabelo, especialmente fármacos para tratar artrite, gota depressão, problemas cardíacos e pressão alta. Tratamentos médicos como quimioterapia e radioterapia causam o desenvolvimento de alopecia, pois esses procedimentos atacam as células que crescem e se dividem mais rapidamente no corpo humano, sendo que as células dos folículos capilares fazem parte desse grupo. Normalmente após o fim do tratamento os fios voltam a crescer como antes, e há a restauração do padrão antigo de cabelos.
Outra razão comum para perda de cabelo são hábitos estéticos que podem causar dano aos fios. Tratamentos químicos podem levar a um raleamento do cabelo através da quebra e perda das camadas protéicas dos fios. Isso geralmente não causa danos permanentes, mas se você notar que, após parar com esses tratamentos, seu cabelo não voltou a crescer em 3 meses, entre em contato com um dermatologista.
Causas permanentes da calvície
Em geral, a maioria da perda capilar não está associada a doenças sistêmicas ou internas, e nem é causada por uma dieta pobre em nutrientes. Com frequência o cabelo simplesmente se afina como resultado de fatores genéticos, história familiar ou o processo de envelhecimento em geral. Muitos homens notam um leve aumento na queda e raleamento do cabelo relacionado a processos fisiológicos, geralmente se iniciando no início dos 40 anos.
As causas da calvície e perda de cabelos permanente geralmente são relacionadas à genética e histórico familiar. A alopecia androgenética ocorre quando os períodos de crescimento do cabelo diminuem e o fio perde seu vigor e diâmetro. A cada ciclo de crescimento, o cabelo se enraíza mais superficialmente e cai mais facilmente. A hereditariedade desempenha um papel importante na alopecia androgenética; se você possui histórico em qualquer lado da família há um aumento no risco de você desenvolver os padrões de alopecia. A genética também determina em qual idade e com qual ritmo a perda capilar ocorre.
A alopecia cicatricial, ao contrário, é resultado de inflamações que danificam o folículo e formam cicatrizes que impedem o cabelo de nascer. Essa condição de saúde é encontrada em pacientes que sofrem de lupus eritematoso e líquen plano, duas doenças autoimunes.
Se você possui histórico de calvície em qualquer lado da família (ao contrário do que muitos pensam, não é só do lado paterno que se “puxa” calvície) ou sofre de uma doença autoimune, é importante consultar um dermatologista, que lhe informará quais as suas opções de tratamento para retardar o processo de perda capilar.
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