sábado, 4 de fevereiro de 2017

FILOSOFIA SEGUNDA PARTE

A filosofia antiga teve início no século VI a.C. e se estendeu até a decadência do império romano no século V d.C. Pode-se dividi-la em quatro períodos: (1) o período dos pré-socráticos; (2) um período humanista, em que Sócrates e os sofistas trouxeram as questões morais para o centro do debate filosófico; (3) o período áureo da filosofia em Atenas, em que despontaram Platão e Aristóteles; (4) e o período helenístico. Às vezes, se distingue um quinto período, que compreende os primeiros filósofos cristãos e os neoplatonistas.[36] Os dois autores mais importantes da filosofia antiga em termos de influência posterior foram Platão e Aristóteles.
Os primeiros filósofos gregos, geralmente chamados de pré-socráticos, dedicaram-se a especulações sobre a constituição e a origem do mundo. O principal intuito desses filósofos era descobrir um elemento primordial, eterno e imutável que fosse a matéria básica de todas as coisas. Essa substância imutável era chamada de physis (palavra grega cuja tradução literal seria natureza, mas que na concepção dos primeiros filósofos compreendia a totalidade dos seres, inclusive entidades divinas),[37] e, por essa razão, os primeiros filósofos também foram conhecidos como os physiologoi (literalmente “fisiólogos”, isto é, os filósofos que se dedicavam ao estudo da physis).[38] A questão da essência material imutável foi a primeira feição assumida por uma inquietação que percorreu praticamente toda a filosofia grega. Essa inquietação pode ser traduzida na seguinte pergunta: existe uma realidade imutável por trás das mudanças caóticas dos fenômenos naturais? Já os próprios pré-socráticos propuseram respostas extremas a essa pergunta. Parmênides de Eleia defendeu que a perene mutação das coisas não passa de uma ilusão dos sentidos, pois a razão revelaria que o Ser é único, imutável e eterno.[39] Heráclito de Éfeso, por outro lado, defendeu uma posição diametralmente oposta: a própria essência das coisas é mudança, e seriam vãos os esforços para buscar uma realidade imutável.[40]
Tais especulações, que combinavam a oposição entre realidade e aparência com a busca de uma matéria primordial, culminaram na filosofia atomista de Leucipo e Demócrito. Para esses filósofos a substância de todas as coisas seriam partículas minúsculas e invisíveis – os átomos – em perene movimentação no vácuo. E os fenômenos que testemunhamos cotidianamente são resultado da combinação, separação e recombinação desses átomos.
A teoria de Demócrito representou o ápice da filosofia da physis, mas também o seu esgotamento. As transformações sociopolíticas, especialmente em Atenas, já impunham novas demandas aos sábios da época. A democracia ateniense solicitava novas habilidades intelectuais, sobretudo a capacidade de persuadir. É nesse momento que se destacam os filósofos que se dedicam justamente a ensinar a retórica e as técnicas de persuasão – os sofistas. O ofício dessa nova espécie de filósofos trazia como pressuposto a ideia de que não há verdades absolutas. O importante seria dominar as técnicas da boa argumentação, pois, dominando essas técnicas, o indivíduo poderia defender qualquer opinião, sem se preocupar com a questão de sua veracidade. De fato, para os sofistas, a busca da verdade era uma pretensão inútil. A verdade seria apenas uma questão de aceitação coletiva de uma crença, e, a princípio, não haveria nada que impedisse que o que hoje é tomado como verdade, amanhã fosse considerado uma tolice.[41]
O contraponto a esse relativismo dos sofistas foi Sócrates. Embora partilhasse com os sofistas certa indiferença em relação aos valores tradicionais, Sócrates dedicou-se à busca de valores perenes. Sócrates não deixou nenhum registro escrito de suas ideias. Tudo o que sabemos dele chegou-nos através do testemunho de seus discípulos e contemporâneos. Segundo dizem, Sócrates teria defendido que a virtude é conhecimento e as faltas morais provêm da ignorância.[42] O indivíduo que adquirisse o conhecimento perfeito seria inevitavelmente bom e feliz. Por outro lado, essa busca simultânea do conhecimento e da bondade deve começar pelo exame profundo de si mesmo e das crenças e valores aceitos acriticamente. Segundo contam, Sócrates foi um inquiridor implacável e fez fama por sua habilidade de levar à exasperação os seus antagonistas. Ao concidadão que se dizia justo, Sócrates perguntava “O que é a justiça?”, e depois se dedicava a demolir todas as tentativas de responder à pergunta.
A Morte de SócratesJacques-Louis David, 1787, no Metropolitan Museum of Art
A atitude de Sócrates acabou por lhe custar a vida. Seus adversários conseguiram levá-lo a julgamento por impiedade e corrupção de jovens. Sócrates foi condenado à morte – mais especificamente, a envenenar-se com cicuta. Segundo o relato de Platão, o seu mais famoso discípulo, Sócrates cumpriu a sentença com absoluta serenidade e destemor.
Coube a Platão levar adiante os ensinamentos do mestre e superá-los. Platão realiza a primeira grande síntese da filosofia grega. Em seus diálogos, combinam-se as antigas questões dos pré-socráticos com as urgentes questões morais e políticas, o discurso racional com a intuição mística, a elucubração lógica com a obra poética, os mitos com a ciência.
Segundo Platão, os nossos sentidos só nos permitem perceber uma natureza caótica, em que as mudanças e a diversidade aparentam não obedecer a nenhum princípio regulador; mas a razão, ao contrário, é capaz de ir além dessas aparências e captar as formas imutáveis que são as causas e modelos de tudo o que existe. A geometria fornece um bom exemplo. Ao demonstrar seus teoremas os geômetras empregam figuras imperfeitas. Por mais acurado que seja o compasso, os desenhos de círculos sempre conterão irregularidades e imperfeições. As figuras sensíveis do círculo estão sempre aquém de seu modelo – e esse modelo é a própria ideia de círculo, concebível apenas pela razão. O mesmo ocorre com os demais seres: os cavalos que vemos são todos diferentes entre si, mas há um princípio unificador – a ideia de cavalo – que nos faz chamar a todos de cavalos. Com os valores, não seria diferente. As diferentes opiniões sobre questões morais e estéticas devem-se a uma visão empobrecida das coisas. Os que empreenderem uma busca sincera alcançarão a concepção do Belo em si mesmo e do Bem em si mesmo.
Ao contrário do que o termo "ideias" possa sugerir, Platão não as considera como meras construções psicológicas; ao contrário, ele lhes atribui realidade objetiva. As ideias constituem um mundo suprassensível – ou seja, uma dimensão que não podemos ver e tocar, mas que podemos captar como os “olhos” da razão. Essa é a famosa teoria das ideias de Platão. Ele a ilustra numa alegoria igualmente célebre – a alegoria da caverna.
Platão nos convida a imaginar uma caverna em que se acham vários prisioneiros. Eles estão amarrados de tal maneira que só podem ver a parede do fundo da caverna. Às costas dos prisioneiros há um muro da altura de um homem. Por trás desse muro, transitam várias pessoas carregando estátuas de diversas formas – todas elas são réplicas de coisas que vemos cotidianamente (árvores, pássaros, casas etc.). Há também uma grande fogueira, atrás desse muro e dos carregadores. A luz da fogueira faz com que as sombras das estátuas sejam projetadas sobre o fundo da parede. Os barulhos e falas dos carregadores reverberam no fundo da caverna, dando aos prisioneiros a impressão de que são oriundos das sombras que eles veem. Nessa situação imaginária, os prisioneiros pensariam que as sombras e os ecos constituem tudo o que existe. Como nunca puderam ver nada além das sombras projetadas na parede da caverna, acreditam que apenas as sombras são reais.
Após apresentar esse cenário, Platão sugere que, se um desses prisioneiros conseguisse se libertar, veria, com surpresa, que as estátuas que sempre estiveram atrás dos prisioneiros são mais reais do que aquelas sombras. Ao sair da caverna, a luz o ofuscaria; mas, após se acostumar com a claridade, veria que as coisas da superfície são ainda mais reais do que as estátuas. Esse prisioneiro que se liberta é o filósofo, e a sua jornada em direção à superfície representa a o percurso da razão em sua lenta ascensão ao conhecimento perfeito.
Escola de Atenas representa os mais importantes filósofos, matemáticos e cientistas da Antiguidade por Rafael, 1509, nos Museus Vaticanos
Aristóteles, discípulo de Platão e preceptor de Alexandre, o Grande, rejeitou a teoria das ideias. Para ele, a hipótese de uma realidade separada e independente, constituída apenas por entidades inteligíveis, era uma duplicação do mundo absolutamente desnecessária.[43] Na visão de Aristóteles, a essência de uma coisa não consiste numa ideia suplementar e separada, mas numa forma que lhe é imanente. Essa forma imanente é o que dá organização e estrutura à matéria, e propicia, no caso dos organismos vivos, o seu desenvolvimento conforme a sua essência. Aristóteles também divergiu de Platão sobre o valor da experiência na aquisição do conhecimento. Enquanto na filosofia platônica, há uma perene desconfiança em relação ao saber derivado dos sentidos, na filosofia aristotélica o conhecimento adquirido pela visão, audição, tato etc. é considerado como o ponto de partida do empreendimento científico.
Aristóteles foi um pesquisador infatigável, e seus interesses abarcavam praticamente todas as áreas do conhecimento. Foi o fundador da biologia; e o criador da lógica como disciplina. Fez contribuições originais e duradouras em metafísica e teologia, ética e política, psicologia e estética. Além de ter contribuído nas mais diversas disciplinas, Aristóteles realizou a primeira grande sistematização das ciências, organizando-as conforme seus métodos e abrangência. Em cada uma das disciplinas que criou, ou ajudou a criar, Aristóteles cunhou uma terminologia que até hoje está presente no vocabulário científico e filosófico: como exemplos, podem-se mencionar as palavras substância, categoria, energia, princípio e forma.[44]
Na transição do século IV para o século III a.C., durante o período helenístico, formam-se duas escolas filosóficas cujos ensinamentos representam uma clara mudança de ênfase em relação à Academia de Platão e à escola peripatética de Aristóteles. Sua preocupação é principalmente a redenção pessoal. Tanto para Epicuro (ca.341-270 a.C.) e seus seguidores como para Zenão de Cítio e demais estoicos o principal objetivo da filosofia deveria ser a obtenção da serenidade de espírito. As duas escolas também se assemelham na crença de que esse objetivo passa por uma espécie de harmonização entre o indivíduo e a natureza, mas divergem quanto à forma de se realizar essa harmonização. Para Epicuro, a sintonia com a natureza supõe a aceitação das necessidades e desejos naturais e dos prazeres sensoriais. Dessa forma, ele preconiza a fruição moderada dos prazeres e a comedida gratificação dos desejos.[45] Os estoicos, por outro lado, sustentavam a crença de que o cosmos e os seres humanos partilhavam do mesmo logos divino. O ideal filosófico de vida seria, na concepção dos estoicos, a adesão à necessidade racional da natureza e o desenvolvimento de uma absoluta imperturbabilidade (ataraxia) em relação aos fatos e eventos do mundo.[46]
Antiguidade tardia viu, ainda, o florescimento de uma nova interpretação do platonismo, de acentuada tendência mística – o chamado Neoplatonismo. Seu principal representante, Plotino (205-270), defendeu que o princípio fundamental e divino do universo seria o Uno e que desse princípio fundamental emanavam novas realidades, de diferentes graus de perfeição. O universo material e sensível – o "mundo das sombras" da alegoria platônica – seria uma emanação distante do Uno, e, por isso, apresentaria os traços de imperfeição e inconstância que o caracterizam.[47]

Império Romano

Ver artigos principais: Filosofia greco-romana e Filosofia na Roma Antiga
O pensamento filosófico no Império Romano foi basicamente um prolongamento da filosofia helenística/grega. Influenciados pelo estoicismo e pelo epicurismo, seus filósofos preocupavam-se principalmente com moral e ética. Alguns de seus maiores nomes foram SênecaEpiteto e o imperador Marco Aurélio.

África

Ver artigo principal: Filosofia africana
A filosofia desenvolvida no Antigo Egito caracterizava-se pela flexibilidade, pragmatismo e a busca pelo controle das emoções.[48]
De modo geral, a filosofia africana foi fortemente influenciada pela filosofia helenística (na Idade Antiga), pelas filosofias cristã (antiguidades clássica e tardia) e islâmica (desde o período medieval).

Filosofia oriental

Ver artigo principal: Filosofia oriental

China

Ver artigos principais: Filosofia chinesa e Taoismo
O filósofo K'ung-fu-tzu (Confúcio551 a.C. – 479 a.C.) desenvolveu o sistema filosófico-religioso do Confucionismo. Este, valoriza os preceitos da bondadecortesia, moral, integridadefidelidade e honra.[49]
Outros filósofos importantes foram: Mozi (470 a.C. - 391 a.C.), fundador do Moísmo que enfatiza o pragmatismoChuang-Tzu: (369 a.C. - 286 a.C.) considerado um precursor do antinomismoanarquismomulticulturalismo e relatividade e, que criticava tanto confucionistas quanto moístas.

Índia

Ver artigo principal: Filosofia hindu
Adi Shankara 1904, por Raja Ravi Varma
O período entre o quinto e nono século d.C foi a mais brilhante época no desenvolvimento da filosofia indiana, hindu e budista, filosofias que floresceram lado a lado.[50]
Destas várias escolas de pensamento, a não-dualista Advaita Vedanta emergiu como a mais influente[50] e a escola mais dominante.[50] Os principais filósofos dessa escola foram Gaudapada, Adi Shankara e Vidyaranya.
Advaita Vedanta rejeita o teísmo e o dualismo, insistindo que Brahma a realidade final é sem partes ou atributos... um sem um segundo. Uma vez que Brahma não tem propriedades, não contém diversidade interna e é idêntico com o conjunto da realidade, não pode ser entendido como Deus.[50] Brahma apesar de ser indescritível é melhor descrito como Satchidananda (Existência, Consciência e Bem-Aventurança) por Shankara.
Advaita inaugurou uma nova era na filosofia indiana e, como resultado, muitas novas escolas de pensamento surgiram no período medieval.

Filosofia medieval

Europa

São Tomás de AquinoporCarlo Crivelli, século XV, na National Gallery
A filosofia medieval é a filosofia da Europa ocidentaloriental (Império Bizantino) e do Oriente Médio durante a Idade Média. Começa, aproximadamente, com a cristianização do Império Romano e encerra-se com a Renascença. A filosofia medieval pode ser considerada, em parte, como prolongamento da filosofia greco-romana[51] e, em parte, como uma tentativa de conciliar o conhecimento secular e a doutrina sagrada.[52]
A Idade Média carregou por muito tempo o epíteto depreciativo de "idade das trevas", atribuído pelos humanistas renascentistas; e a filosofia desenvolvida nessa época padeceu do mesmo desprezo. No entanto, essa era de aproximadamente mil anos foi o mais longo período de desenvolvimento filosófico na Europa e um dos mais ricos. Jorge Gracia defende que “em intensidade, sofisticação e aquisições, pode-se corretamente dizer que o florescimento filosófico no século XIII rivaliza com a época áurea da filosofia grega no século IV a. C.”[53].
Entre os principais problemas discutidos nessa época estão a relação entre fé e razão, a existência e unidade de Deus, o objeto da teologia e da metafísica, os problemas do conhecimento, dos universais e da individualização.
Entre os filósofos medievais do ocidente, merecem destaque Agostinho de HiponaBoécioAnselmo de CantuáriaPedro AbelardoRoger BaconBoaventura de BagnoregioTomás de AquinoJoão Duns EscotoGuilherme de Ockham e Jean Buridan; no oriente os bizantinos Prisco de PânioLeão, o Matemático e Miguel Pselo; na civilização islâmica, AvicenaAvempaceAlfarábiGhazali e Averrois; entre os judeus, Moisés Maimônides (ver: Filosofia judaica).
Tomás de Aquino (1225-1274), fundador do tomismo, exerceu influência inigualável na filosofia e na teologia medievais. Em sua obra, ele deu grande importância à razão e à argumentação, e procurou elaborar uma síntese entre a doutrina cristã e a filosofia aristotélica. A filosofia de Tomás de Aquino representou uma reorientação significativa do pensamento filosófico medieval, até então muito influenciado pelo neoplatonismo e sua reinterpretação agostiniana.

Oriente Médio

No pensamento islâmico, o que se refere à filosofia durante a "idade de ouro islâmica", tradicionalmente datada entre os séculos 8 e 12, pode-se distinguir duas correntes principais. A primeira é a Kalam , que tratou principalmente de teologia islâmica. Estas incluem as Mu'tazili e Ash'ari. A outra é Falsafa, que foi fundada em interpretações do aristotelismo e neoplatonismo.
Houve tentativas por filósofos-teólogos posteriores a harmonizar ambas as tendências, nomeadamente através de Avicena que fundou a escola do Avicennismo entre outros.

Filosofia do Renascimento

Ver artigo principal: Filosofia do Renascimento
Homem vitruviano, de Leonardo Da Vinci, resume vários dos ideais do pensamento renascentista.
A transição da Idade Média para a Idade Moderna foi marcada pelo Renascimento e pelo Humanismo.[54] Nesse período de transição, a redescoberta de textos da Antiguidade[55]contribuiu para que o interesse filosófico saísse dos estudos técnicos de lógicametafísica e teologia e se voltasse para estudos ecléticos nas áreas da filologia, da moralidade e do misticismo. Os estudos dos clássicos e das letras receberam uma ênfase inédita e desenvolveram-se de modo independente da escolástica tradicional. A produção e disseminação do conhecimento e das artes deixam de ser uma exclusividade das universidades e dos acadêmicos profissionais, e isso contribui para que a filosofia vá aos poucos se desvencilhando da teologia. Em lugar de Deus e da religião, o conceito de homem assume o centro das ocupações artísticas, literárias e filosóficas.[56]
O renascimento revigorou a concepção da natureza como um todo orgânico, sujeito à compreensão e influência humanas. De uma forma ou de outra, essa concepção está presente nos trabalhos de Nicolau de CusaGiordano BrunoBernardino Telesio e Galileu Galilei. Essa reinterpretação da natureza é acompanhada, em muitos casos, de um intenso interesse por magiahermetismo e astrologia – considerados então como instrumentos de compreensão e manipulação da natureza.
À medida que a autoridade eclesial cedia lugar à autoridade secular e que o foco dos interesses voltava-se para a política em detrimento da religião, as rivalidades entre os Estados nacionais e as crises internas demandavam não apenas soluções práticas emergenciais, mas também uma profunda reflexão sobre questões pertinentes à filosofia política. Desse modo, a filosofia política, que por vários séculos esteve dormente, recebeu um novo impulso durante o Renascimento. Nessa área, destacam-se as obras de Nicolau Maquiavel e Jean Bodin.[57]

Filosofia moderna

René Descartes, fundador da filosofia moderna e do racionalismo. por Frans Hals, c. 1649-1700, no Museu do Louvre
A filosofia moderna é caracterizada pela preponderância da epistemologia sobre a metafísica. A justificativa dos filósofos modernos para essa alteração estava, em parte, na ideia de que, antes de querer conhecer tudo o que existe, seria conveniente conhecer o que se pode conhecer.[58]
Geralmente considerado como o fundador da filosofia moderna,[59] o cientista, matemático e filósofo francês René Descartes (1596-1650) redirecionou o foco da discussão filosófica para o sujeito pensante. O projeto de Descartes era o de assentar o edifício do conhecimento sobre bases seguras e confiáveis. Para tanto, acreditava ele ser necessário um procedimento prévio de avaliação crítica e severa de todas as fontes do conhecimento disponível, num procedimento que ficou conhecido como dúvida metódica. Segundo Descartes, ao adotar essa orientação, constatamos que resta como certeza inabalável a ideia de um eu pensante: mesmo que o sujeito ponha tudo em dúvida, se ele duvida, é porque pensa; e, se pensa, é porque existe. Essa linha de raciocínio foi celebrizada pela fórmula “penso, logo existo” (cogito ergo sum).[60][61] A partir dessa certeza fundamental, Descartes defendia ser possível deduzir rigorosamente, ao modo de um geômetra, outras verdades fundamentais acerca do sujeito, da natureza do conhecimento e da realidade.
No projeto cartesiano estão presentes três pressupostos básicos: (1) a matemática, ou o método dedutivo adotado pela matemática, é o modelo a ser seguido pelos filósofos; (2) existem ideias inatas, absolutamente verdadeiras, que de alguma forma estão desde sempre inscritas no espírito humano; (3) a descoberta dessas ideias inatas não depende da experiência – elas são alcançadas exclusivamente pela razão. Esses três pressupostos também estão presentes nas filosofias de Gottfried Wilhelm Leibniz (1646-1716) e Baruch Spinoza (1632-1677), e constituem a base do movimento filosófico denominado racionalismo.[62]
Se os racionalistas priorizavam o modelo matemático, a filosofia antagônica – o empirismo – enfatizava os métodos indutivos das ciências experimentais. O filósofo John Locke (1632-1704) propôs a aplicação desses métodos na investigação da própria mente humana. Em patente confronto com os racionalistas, Locke argumentou que a mente chega ao mundo completamente vazia de conteúdo – é uma espécie de lousa em branco ou tabula rasa; e todas as ideias com que ela trabalha são necessariamente originárias da experiência.[63] Esse pressuposto também é adotado pelos outros dois grandes filósofos do empirismo britânico, George Berkeley (1685-1753) e David Hume (1711-1776). John Locke influenciou também a filosofia política, sendo um dos principais teóricos na base do conceito moderno de democracia liberal.[64]
As ideias do empirismo inglês também se difundiram na França; e o entusiasmo com as novas ciências levou os intelectuais franceses a defender uma ampla reforma cultural, que remodelasse não só a forma de se produzir conhecimento, mas também as formas de organização social e política. Esse movimento amplo e contestatório ficou conhecido como Iluminismo. Os filósofos iluministas rejeitavam qualquer forma de crença que se baseasse apenas na tradição e na autoridade, em especial as divulgadas pela Igreja Católica. Um dos marcos do Iluminismo francês foi a publicação da Encyclopédie. Elaborada sob a direção de Jean le Rond d’Alembert e Denis Diderot, essa obra enciclopédica inovadora incorporou vários dos valores defendidos pelos iluministas e contou com a colaboração de vários de seus nomes mais destacados, como VoltaireMontesquieu e Rousseau.
Em 1781, Immanuel Kant publicou a sua famosa Crítica da Razão Pura, em que propõe uma espécie de síntese entre as teses racionalistas e empiristas. Segundo Kant, apesar de o nosso conhecimento depender de nossas percepções sensoriais, essas não constituem todo o nosso conhecimento, pois existem determinadas estruturas do sujeito que as antecedem e tornam possível a própria formação da experiência. O espaço, por exemplo, não é uma realidade que passivamente assimilamos a partir de nossas impressões sensoriais. Ao contrário, somos nós que impomos uma organização espacial aos objetos. Do mesmo modo, o sujeito não aprende, após inúmeras experiências, que todas as ocorrências pressupõem uma causa; antes, é a estrutura peculiar do sujeito que impõe aos fenômenos uma organização de causa e efeito. Uma das consequências da filosofia kantiana é estabelecer que as coisas em si mesmas não podem ser conhecidas. A fronteira de nosso conhecimento é delineada pelos fenômenos, isto é, pelos resultados da interação da realidade objetiva com os esquemas cognitivos do sujeito.

Filosofia do século XIX

Ver artigo principal: Filosofia do século XIX
Geralmente se considera que depois da filosofia de Kant tem início uma nova etapa da filosofia, que se caracterizaria por ser uma continuação e, simultaneamente, uma reação à filosofia kantiana. Nesse período desenvolve-se o idealismo alemão (FichteSchelling e Hegel), que leva as ideias kantianas às últimas consequências. A noção de que há um universo inteiro (a realidade em si mesma) inalcançável ao conhecimento humano, levou os idealistas alemães a assimilar a realidade objetiva ao próprio sujeito no intuito de resolver o problema da separação fundamental entre sujeito e objeto. Assim, por exemplo, Hegel postulou que o universo é espírito. O conjunto dos seres humanos, sua história, sua arte, sua ciência e sua religião são apenas manifestações desse espírito absoluto em sua marcha dinâmica rumo ao autoconhecimento.[65] Enquanto na Alemanha, o idealismo apoderava-se do debate filosófico, na França, Auguste Comte retomava uma orientação mais próxima das ciências e inaugurava o positivismo e a sociologia. Na visão de Comte, a humanidade progride por três estágios: o estágio teológico, o estágio metafísico e, por fim, o estágio positivo. No primeiro estágio, as explicações são dadas em termos mitológicos ou religiosos; no segundo, as explicações tornam-se abstratas, mas ainda carecem de cientificidade; no terceiro estágio, a compreensão da realidade se dá em termos de leis empíricas de “sucessão e semelhança” entre os fenômenos.[66] Para Comte, a plena realização desse terceiro estágio histórico, em que o pensamento científico suplantaria todos os demais, representaria a aquisição da felicidade e da perfeição.[67]
Também no campo do desenvolvimento histórico, Marx e Engels davam uma nova formulação ao socialismo. Eles fazem uma releitura materialista da dialética de Hegel no intuito de analisar e condenar o sistema capitalista. Desenvolvem a teoria da mais-valia, segundo a qual o lucro dos capitalistas dependeria inevitavelmente da exploração do proletariado. Sustentam que o estado, as formas político-institucionais e as concepções ideológicas formavam uma superestrutura construída sobre a base das relações de produção[68] e que as contradições resultantes entre essa base econômica e a superestrutura levariam as sociedades inevitavelmente à revolução e ao socialismo.
No campo da ética, os filósofos ingleses Jeremy Bentham (1748-1832) e John Stuart Mill (1806-1873) elaboram os princípios fundamentais do utilitarismo.[69] Para eles, o valor ético não é algo intrínseco à ação realizada; esse valor deve ser mensurado conforme as consequências da ação, pois a ação eticamente recomendável é aquela que maximiza o bem-estar na coletividade.
Talvez a teoria que maior impacto filosófico provocou no século XIX não tenha sido elaborada por um filósofo. Ao propor sua teoria da evolução das espécies por seleção naturalCharles Darwin (1809-1882) estabeleceu as bases de uma concepção de mundo profundamente revolucionária. O filósofo que melhor percebeu as sérias implicações da teoria de Darwin para todos os campos de estudo foi Herbert Spencer (1820-1903). Em várias publicações, Spencer elaborou uma filosofia evolucionista que aplicava os princípios da teoria da evolução aos mais variados assuntos, especialmente à psicologia, ética e sociologia.
Também no século XIX surgem filósofos que colocam em questão a primazia da razão e ressaltam os elementos voluntaristas e emotivos do ser humano e de suas concepções de mundo e sociedade. Entre esses destacam-se Arthur Schopenhauer (1788-1860), Søren Kierkgaard (1813-1855) e Friedrich Nietzsche (1844-1900). Tomando como ponto de partida a filosofia kantiana, Schopenhauer defende que o mundo dos fenômenos – o mundo que representamos em ideias e que julgamos compreender – não passa de uma ilusão e que a força motriz por trás de todos os nossos atos e ideias é uma vontade cega, indomável e irracional. Kierkgaard condena todas as grandes elaborações sistemáticas, universalizantes e abstratas da filosofia. Considerado um precursor do existencialismo, Kierkgaard enfatiza que as questões prementes da vida humana só podem ser superadas por uma atitude religiosa; essa atitude, no entanto, demanda uma escolha individual e passional contra todas as evidências, até mesmo contra a razão.[70] Nietzsche, por sua vez, anuncia que “Deus está morto”; e declara, portanto, a falência de todas as concepções éticas, políticas e culturais que se assentam na doutrina cristã. Em substituição aos antigos valores, Nietzsche prescreve um projeto de vida voluntarista aos mais nobres, mais capazes, mais criativos - em suma, àqueles em que fosse mais forte a vontade de potência.[71]

Filosofia do século XX

Ver artigo principal: Filosofia do século XX
No século XX, a filosofia tornou-se uma disciplina profissionalizada das universidades, semelhante às demais disciplinas acadêmicas. Desse modo, tornou-se também menos geral e mais especializada. Na opinião de um proeminente filósofo: “A filosofia tem se tornado uma disciplina altamente organizada, feita por especialistas para especialistas. O número de filósofos cresceu exponencialmente, expandiu-se o volume de publicações e multiplicaram-se as subáreas de rigorosa investigação filosófica. Hoje, não só o campo mais amplo da filosofia é demasiadamente vasto para uma única mente, mas algo similar também é verdadeiro em muitas de suas subáreas altamente especializadas.”[72] Nos países de língua inglesa, a filosofia analítica tornou-se a escola dominante. Na primeira metade do século, foi uma escola coesa, fortemente modelada pelo positivismo lógico, unificada pela noção de que os problemas filosóficos podem e devem ser resolvidos por análise lógica. Os filósofos britânicos Bertrand Russell e George Edward Moore são geralmente considerados os fundadores desse movimento. Ambos romperam com a tradição idealista que predominava na Inglaterra em fins do século XIX e buscaram um método filosófico que se afastasse das tendências espiritualistas e totalizantes do idealismo. Moore dedicou-se a analisar crenças do senso comum e a justificá-las diante das críticas da filosofia acadêmica. Russell, por sua vez, buscou reaproximar a filosofia da tradição empirista britânica e sintonizá-la com as descobertas e avanços científicos. Ao elaborar sua teoria das descrições definidas, Russell mostrou como resolver um problema filosófico empregando os recursos da nova lógica matemática. A partir desse novo modelo proposto por Russell, vários filósofos se convenceram de que a maioria dos problemas da filosofia tradicional, se não todos, não seriam nada mais que confusões propiciadas pelas ambiguidades e imprecisões da linguagem natural. Quando tratados numa linguagem científica rigorosa, esses problemas revelar-se-iam como simples confusões e mal-entendidos.
Ludwig Wittgenstein, o mais importante filósofo analítico do século XX
Uma postura ligeiramente diferente foi adotada por Ludwig Wittgenstein, discípulo de Russell. Segundo Wittgenstein, os recursos da lógica matemática serviriam para revelar as formas lógicas que se escondem por trás da linguagem comum. Para Wittgenstein, a lógica é a própria condição de sentido de qualquer sistema linguístico.[73] Essa ideia está associada à sua teoria pictórica do significado, segundo a qual a linguagem é capaz de representar o mundo por ser uma figuração lógica dos estados de coisas que compõem a realidade.
Sob a inspiração dos trabalhos de Russell e de Wittgenstein, o Círculo de Viena passou a defender uma forma de empirismo que assimilasse os avanços realizados nas ciências formais, especialmente na lógica. Essa versão atualizada do empirismo tornou-se universalmente conhecida como neopositivismo ou positivismo lógico. O Círculo de Viena consistia numa reunião de intelectuais oriundos de diversas áreas (filosofia, física, matemática, sociologia, etc.) que tinham em comum uma profunda desconfiança em relação a temas de teor metafísico. Para esses filósofos e cientistas, caberia à filosofia elaborar ferramentas teóricas aptas a esclarecer os conceitos fundamentais das ciências e revelar os pontos de contatos entre os diversos ramos do conhecimento científico. Nessa tarefa, seria importante mostrar, entre outras coisas, como enunciados altamente abstratos das ciências poderiam ser rigorosamente reduzidos a frases sobre a nossa experiência imediata.[74]
Fora dos países de língua inglesa, floresceram diferentes movimentos filosóficos. Entre esses destacam-se a fenomenologia, a hermenêutica, o existencialismo e versões modernas do marxismo. Para Husserl, o traço fundamental dos fenômenos mentais é a intencionalidade. A estrutura da intencionalidade é constituída por dois elementos: noesis e noema. O primeiro elemento é o ato intencional; e o segundo é o objeto do ato intencional. A ciência da fenomenologia trata do significado ou da essência dos objetos da consciência. A fim de revelar a estrutura da consciência, o fenomenólogo deve pôr entre parêntesis a realidade empírica. Segundo Husserl, os procedimentos fenomenológicos desvelam o ego transcendental – que é a própria base e fonte de unidade do eu empírico.[75] Coube a um dos alunos de Husserl, o filósofo alemão Martin Heidegger (1889-1976), construir uma filosofia que mesclasse a fenomenologia, a hermenêutica e o existencialismo. O ponto de partida de Heidegger foi a questão clássica da metafísica: "o que é o ser?". Mas, na abordagem de Heidegger, a resposta a essa questão passa por uma análise dos modos de ser do ser humano – que foi por ele denominado Dasein (Ser-aí). O Dasein é o único ser que pode se admirar com a sua própria existência e indagar o sentido de seu próprio ser.
O modo de existir do Dasein está intimamente conectado com a história e a temporalidade e, em vista disso, questões sobre autenticidade, cuidado, angústiafinitude e morte tornam-se temas centrais na filosofia de Heidegger.[75]
No final do século XVIII houve a fundação da escola tradicionalista, conhecida como conservadorismo tradicionalista, "conservadorismo tradicional", tradicionalismoconservadorismo burkeano , conservadorismo clássico ou (no Reino Unido e Canadátorismo (de Tory), que descreve uma filosofia política enfatizando a necessidade de aplicação dos princípios da lei natural e transcendentes morais: ordem, tradiçãohierarquia e unidade orgânica, classicismo e alta cultura, e as esferas de intersecção de lealdade.[76]
Alguns tradicionalistas abraçaram os rótulos de "reacionário" e "contrarrevolucionário", desafiando o estigma que acompanha estes termos desde o Iluminismo. Este estigma acompanha o Tradicionalismo desde seu desenvolvimento na Europa do século XVIII, principalmente em resposta à Guerra Civil Inglesa e da Revolução Francesa.
Em meados do século XX, a escola tradicionalista começou a organizar-se a sério como uma força intelectual e política. Esta expressão mais moderna do conservadorismo tradicionalista começou entre um grupo de professores universitários dos EUA (rotulado de "novos conservadores" pela imprensa popular) que rejeitou as noções de individualismo, o liberalismo, a modernidade e o progresso social, promoveu a renovação cultural e educacional, e reavivou o interesse na Igreja, a família, o Estado, comunidade local, etc[77].

Movimentos filosóficos da atualidade

Ver também: Filosofia pós-moderna

Filosofia clínica

filosofia clínica é um termo utilizado para definir diversos conceitos filosóficos, voltado à "terapia da alma", usando o potencial prático da filosofia como recurso terapêutico para indivíduos, organizações ou empresas através de consultas individuais, discussões de grupo, seminários, palestras, viagens ou cafés filosóficos. No Brasil o termo está fortemente vinculado ao movimento realizado pelo filósofo Lúcio Packter e vem sendo apontado como uma ferramenta terapêutica de grande monta.[78]

Ver também

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Referências

  1. Ir para cima [in Infopédia [em linha]. Porto: Porto Editora, 2003-2014. [consult. 2014-12-20 13:49:01]. Disponível na Internet: http://www.infopedia.pt/$filosofia]
  2. Ir para cima Priberam
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  10. Ir para cima Lindberg, D. The beginnings of western science. Chicago: University of Chicago Press, 2007. ISBN 9780226482057. p. 242.
  11. Ir para cima “Philosophia est rerum humanarum divinarumque cognitio cum studio bene vivendi coniuncta.” Etymologiae. Tradução para o inglês: The etimologies of Isidore of Seville. Cambridge: C.U.P. p. 79.
  12. Ir para cima Ver, por exemplo, o aforismo III do Novum Organum: "Ciência e poder do homem coincidem, uma vez que, sendo a causa ignorada, frustra-se o efeito. Pois a natureza não se vence, se não quando se lhe obedece. E o que à contemplação apresenta-se como causa é regra na prática" (São Paulo: Nova Cultural, 1999. Coleção "Os Pensadores").
  13. Ir para cima Descartes, R. Princípios da Filosofia. Lisboa: Edições 70. p. 22.
  14. Ir para cima Quinton, Anthonny. FilosofiaCrítica: revista de filosofia. Acesso em 26/01/2011.
  15. Ir para cima Prado Jr., Caio. O que é filosofia. São Paulo: Brasiliense, 1981
  16. Ir para cima Strawson, Peter. Filosofia como Gramática Conceptual. Acesso em 06/12/2010
  17. Ir para cima Russell, B. Os problemas da filosofiaCapítulo 15.
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  48. Ir para cima Bleiberg, Edward (2005). "Ancient Egypt 2675-332 B.C.E.: Philosophy". In Bleiberg, Edward, et al. Arts and Humanities Through the Eras. Vol. 1: Ancient Egypt 2675-332 B.C.E. Detroit: Gale. págs. 182–197.
  49. Ir para cima Confucio. 'Confucio - Dialoghi' (em italiano). [S.l.]: Arnaldo Mondadori, 1989. ISBN 88-04-32463-5
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  51. Ir para cima Segundo Rafael Guerrero, "houve filosofia nessa época porque houve continuidade e sobrevivência da filosofia antiga: os medievais se preocuparam em assimilar, à medida que lhes foi possível, a prática e o saber das gerações anteriores." Historia de la Filosofía Medievalp. 10
  52. Ir para cima The Blackwell Dictionary of Western PhilosophyVerbete "Medieval Philosophy": "O tema central da filosofia medieval foi a tentativa de unir a fé à razão."
  53. Ir para cima Gracia, Jorge. Medieval Philosophy. In: The Blackwell Companion to Philosophypp. 619s
  54. Ir para cima Charles Schmitt e Quentin Skinner (eds.), The Cambridge History of Renaissance Philosophy. Cambridge University Press, 1988, p. 5, define o período da filosofia do Renascimento como o intervalo que vai “da época de Ockham até os trabalhos revisionistas de Bacon, Descartes e seus contemporâneos”.
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  56. Ir para cima Gracia, Jorge. In: Bunnin, N.; Tsui-James, E.P. (eds.), The Blackwell Companion to Philosophy, Blackwell, 2002, p. 621: "os humanistas ... recolocaram o homem no centro das atenções e canalizaram seus esforços no sentido de recuperar e transmitir o saber clássico, particularmente o da filosofia de Platão.”
  57. Ir para cima von Fritz, Kurt; Rev. Maurer, Armand; Levi, Albert W.; Stroll, Avrum; Wolin, Richard, «Western philosophy»(em inglês), Encyclopædia Britannica Online
  58. Ir para cima Ver §4 da introdução de An essay concerning human understandig, de John Locke; a introdução do Tratado da natureza humana, de David Hume; e o prefácio da primeira edição da Crítica da razão pura, de Kant.
  59. Ir para cima Russell, Bertrand. History of Western Philosophy. London: Routledge, 2004. ISBN 9780415325059p. 511.
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  64. Ir para cima Como Tudo Funciona
  65. Ir para cima Solomon, R. C; Higgins, K. M. The Big Questionspp. 135s.
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  69. Ir para cima Hegenberg, L. Filosofia moral. V. 1 (Ética). Rio de Janeiro: E-papers, 2010. ISBN 8576502607. pp. 115-22.
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  75. ↑ Ir para:a b Bunnin, N.; Yu, J (eds.) The Blackwell dictionary of Western philosophy. Blackwell, 2004. Blackwell Reference Online. Acesso em 28/03/2011.
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Bibliografia

Livros introdutórios
  • BLACKBURN, SimonPense: uma introdução à filosofia. Lisboa: Gradiva, 2001. ISBN 9789726627906.
  • BUNNIN, Nicholas; TSUI-JAMES, E. P. (Orgs.) Compêndio de Filosofia. 2.ª ed. São Paulo: Loyola, 2007. ISBN 9788515030477.
  • CHAUÍ, Marilena. Convite à Filosofia. 7. ed. 2. reimp. São Paulo: Ática, 2000.
  • COLCHETE, Eliane e MORAIS JUNIOR, Luis Carlos de. A formação da filosofia contemporânea. Rio de Janeiro: Litteris, 2014.
  • DELEUZE, Gilles e GUATTARI, Félix. O que é a Filosofia? Trad. Bento Prado Jr. E Alberto Alonso Muñoz. Rio de Janeiro, 34, 1992.
  • MURCHO, DesidérioFilosofia em Directo. Lisboa: Fundação Francisco Manuel dos Santos, 2011.
  • NAGEL, ThomasQue Quer Dizer Tudo Isto? Uma iniciação à filosofia. Lisboa: Gradiva: 1995. ISBN 9789726624219.
  • PAIM, Antonio. História das Ideias Filosóficas no Brasil. 2 ed. São Paulo, Edusp/Grijalbo, 1974.
  • PAPINEAU, David (Org.) Filosofia: grandes pensadores, principais fundamentos e escolas filosóficas. São Paulo: Publifolha, 2009. ISBN 9788579141058.
Antologias
  • BONJOUR, Laurence; BAKER, Ann. Filosofia: textos fundamentais comentados. 2.ª ed. Porto Alegre: Artmed, 2010. ISBN 8536321199.
  • MARCONDES, Danilo. Textos Básicos de Filosofia: dos pré-sócráticos a Wittgenstein. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2000. ISBN 9788571105201.
  • NICOLA, Ubaldo. Antologia Ilustrada de Filosofia: das origens à Idade Moderna. Rio de Janeiro: Globo, 2005. ISBN 8525038997.
  • VVAA. Os Filósofos através dos Textos: de Platão a Sartre. São Paulo: Paulus, 1997. ISBN 8534909806.q=Discurso%20do%20M%C3%A9todo%20descartes
Introduções à história da filosofia
Idem. Contra-história da filosofia 2: o cristianismo hedonista. São Paulo: WMF Martins Fontes, 2008.
Idem. Contra-história da filosofia 3: os libertinos barrocos. São Paulo: WMF Martins Fontes, 2009.
Idem. Contra-história da filosofia 4: os ultras das Luzes. São Paulo: WMF Martins Fontes, 2009.
Obras de referência
  • BLACKBURN, SimonDicionário Oxford de Filosofia. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2010. ISBN 8571104026.
  • BRANQUINHO, João; MURCHO, Desidério; GOMES, Nelson Gonçalves (orgs.) Enciclopédia de Termos Lógico-Filosóficos. São Paulo: Martins Fontes, 2006. ISBN 8533623259.
  • FERRATER-MORA, José. Dicionário de Filosofia. 2ª. ed. São Paulo: Loyola, 2004. 4v. ISBN 8515018691.

Ligações externas

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