Psittaciformes é uma Ordem de aves que inclui mais de 360 espécies e de 80 géneros das famílias Psittacidae, Strigopidae e Cacatuidae[1]. O grupo inclui aves muito populares e conhecidas, tais como:
De forma geral, os psitaciformes caracterizam-se por terem dois dos seus dedos voltados para frente e dois para trás, diferentemente da maioria das outras espécies de aves, que têm três dedos voltados para frente e um para trás, são dotados de inteligência superior à maioria das outras espécies de aves e pelo bico encurvado, com a mandíbula superior recurvada sobre a inferior. Esta forma de bico é uma adaptação à alimentação à base de sementes e frutos. Estas aves são, normalmente, muito coloridas e algumas espécies são capazes de reproduzir sons diversos, inclusive os sons da fala humana. Algumas espécies, como as cacatuas e as calopsitas, possuem uma crista móvel.
Os psittaciformes têm distribuição geográfica vasta, ocupando as regiões quentes e temperadas de todos os continentes. A maior biodiversidade do grupo encontra-se na Oceania, América Central e América do Sul. A única espécie nativa do Hemisfério Norte foi o periquito-da-carolina, que habitou o Sudeste dos Estados Unidos e se extinguiu no início do século XX.[2] No passado recente, desapareceram diversas espécies de psitaciformes, em particular as nativas das ilhas do Oceano Pacífico colonizadas durante a expansão polinésia.
O registro geológico mais antigo atribuído a uma ave do grupo data do período Cretácico e consiste num fragmento da parte inferior de um bico, encontrado no Wyoming e semelhante ao dos piriquitões modernos. A diversidade de espécies no Hemisfério Sul sugere que o grupo seja originário do antigo continente Gondwana, mas esta ideia não é consensual na comunidade científica, tendo em conta que a maior abundância de fósseis de psitaciformes se encontra na Europa. Os esqueletos completos mais antigos que foram encontrados datam do Eocénico da Inglaterra e Alemanha.
A taxonomia tradicional de Clements para a classe Aves subdividia esta ordem em duas famílias: Psittacidae e Cacatuidae. Já a taxonomia de Sibley-Ahlquist, por outro lado, condensou todos os géneros de psitaciformes na família Psittacidae. Atualmente, a ordem é dividida em Psittacidae, Strigopidae e Cacatuidae[1].
O Brasil é o país com o maior número de representantes da família Psittacidae, tendo sido denominado, na época do descobrimento do país por Portugal, como "Terra dos Papagaios". Essa família é composta por papagaios, araras, periquitos, jandaias e maracanãs.
As araras são os maiores representantes desta ordem-família. Possuem um bico forte, alto e curvo adaptado para cortar sementes duras. Suas línguas grossas, sensíveis e repletas de papilas gustativas funcionam como um órgão táctil. Costumam ingerir pedrinhas para auxiliar na trituração das sementes de buriti, tucum, bocaiúva, carandá e acuri, palmeiras que fazem parte de suas dietas. Estas aves não contribuem para a dispersão destas plantas, sendo consideradas "predadoras", pois trituram os caroços dos cocos, destruindo as sementes.
Os psitacídeos são um dos grupos que mais sofrem com o tráfico de fauna silvestre, pois sua grande diversidade de cores e capacidade de imitar a voz humana desperta o interesse de pessoas no mundo todo, movimentando milhões de dólares estadunidenses por ano. Quando esses animais são caçados para a venda, as árvores que possuem ninhos costumam ser derrubadas. Isso prejudica a reprodução de diversas espécies de aves que utilizam o mesmo ninho em épocas reprodutivas diferentes. Além da caça para a comercialização, sofrem com a contínua destruição do seu habitat.
Como a maioria das aves, são espécies monogâmicas, permanecendo com um único parceiro até a morte. Quando se reproduzem, geram, em geral, apenas um único filhote por vez. O mesmo permanece com os pais durante muito tempo: por isso, são vistos na maioria das vezes em duplas ou trios.
Géneros[editar | editar código-fonte]
- Notas:
- * indica um género monoespecífico;
- c, indica as cacatuas;
- a, indica as araras.
Referências
- ↑ ab c d «Parrots». IOC World Bird List. Consultado em 19 de Setembro de 2011
- ↑ «Parrots - Parrots In North America». science.jrank.org. Consultado em 8 de agosto de 2016
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