A Sociedade Teosófica é uma organização internacional devotada a divulgar os ensinamentos da teosofia.
Índice
[esconder]Origem[editar | editar código-fonte]
A Sociedade Teosófica (S.T.) surgiu a partir de uma primeira reunião em 7 de setembro de 1875, na cidade de Nova Iorque, e teve sua primeira ata lavrada no dia seguinte, tendo como principais fundadores Helena Blavatsky, o coronel Henry Olcott, indicado seu primeiro presidente, e William Judge, primeiro secretário, num total de 16 membros fundadores. O discurso inaugural foi realizado pelo Presidente fundador Olcott em 17 de novembro, data que é considerada oficial de fundação da S.T. Alguns anos após a morte de Helena Blavatsky, uma das fundadoras e membro de mais influência, ocorreram conflitos internos que desencadearam em alguns minúsculos grupos dissidentes da sociedade. Por exemplo, a parte de dissidentes da Sociedade Teosófica dos Estados Unidos tornou-se independente e foi dividida em duas. [1]
A Sociedade Teosófica foi fundada para promover os ensinamentos antigos de teosofia, a sabedoria relacionada ao divino que era a base de outros movimentos do passado, como o neoplatonismo, o gnosticismo, e as Escolas de Mistérios do mundo clássico.
Objetivos[editar | editar código-fonte]
Os objetivos da Sociedade Teosófica hoje são:
- Formar um núcleo da Fraternidade Universal da Humanidade, sem distinção de raça, credo, sexo, casta ou cor.
- Encorajar o estudo de Religião comparada, Filosofia e Ciência
- Investigar as leis não explicadas da Natureza e os poderes latentes no homem.
A Sociedade não impõe nenhuma crença sobre seus membros, que se unem espontaneamente pelo objetivo comum de buscar a Verdade e o desejo de aprender o significado e propósito da existência, dedicando-se ao estudo, reflexão, pureza de vida e serviço voluntário. Não há pré-requisitos nem limitações para qualquer um associar-se, porém o candidato deve declarar se identificar com ao menos um dos objetivos da sociedade[2]. A Sociedade enfatiza a liberdade de pensamento, de pesquisa e de debate.
O lema da Sociedade foi inspirado no do Marajá de Benares: Satyât nâsti paro Dharma, traduzido como Não há Religião superior à Verdade, embora a palavra original Dharma tenha uma riqueza de significados muito mais extensa do que o termo religião, incluindo dever, direito, justiça e virtude. Além de ser uma escola de filosofia e um promotor de trabalho humanitário, a S.T. tem não obstante um lado religioso, uma vez que busca disseminar doutrinas sobre mundos transcendentes tomadas como verdadeiras por muitas religiões do passado e do presente.
Expansão[editar | editar código-fonte]
Em 1878, o coronel Olcott e Helena Blavatsky partiram para a Índia. Em 3 de abril de 1905, foi estabelecida legalmente a sede internacional da S.T. no bairro de Adyar, na cidade de Chennai.
Em seus anos de glória, a Sociedade Teosófica foi uma organização gigantesca, que recebia respeito, admiração e apoio de pessoas em todo mundo. Notícias sobre a Sociedade e seus membros frequentemente figuravam nas páginas dos maiores jornais do mundo, como o The New York Times.[1][3]
Existindo oficialmente como instituição há mais de cento e quarenta anos, a Sociedade Teosófica conta com membros e sedes em cerca de cem países em todos os continentes. Seu quartel-general ainda é hoje aquele fundado por Blavatsky. Mas, além de ser um memorial perene aos Fundadores, se tornou um moderno centro de estudos filosóficos e de assistência social. Dispõe de uma rica biblioteca, um centro de pesquisas, uma editora, uma agência de notícias e divulgação, apóia ou mantém diversas escolas gratuitas, cursos e centros vocacionais, escoteiros e artísticos, e é o coração das inúmeras Lojas abertas em todo o mundo que, dentro do alcance de cada uma, se propõem a concretizar os objetivos da Sociedade.
Mesmo enfrentando, em muitos momentos, oposição externa e dissenções internas, a importância da Sociedade Teosófica na história recente da humanidade não pode ser negada. O debate público inaugurado por Blavatsky e continuado por seus sucessores e seguidores, através de vasta literatura e marcante presença na sociedade como um todo, contribuiu para uma renovação na metodologia e nos conceitos de diversas disciplinas científicas, como a arqueologia, a psicologia e a história, e forçou uma apreciação mais objetiva de diversas instituições, dogmas e sistemas religiosos. Annie Besant, sua segunda Presidente, foi uma força ativa no processo de independência da Índia. A própria Helena Blavatsky foi uma das primeiras mulheres a contribuir e influenciar positivamente, com seus escritos, a agenda intelectual e filosófica do mundo moderno. A doutrina que a Sociedade disseminou e o exemplo de vida altruísta de seus fundadores e sócios mais eminentes foram uma inspiração para líderes como Gandhi, cientistas como Einstein e artistas como Mondrian, Fernando Pessoa e Scriabin.
O Selo da Sociedade[editar | editar código-fonte]
O selo ou brasão da Sociedade Teosófica, com os triângulos enlaçados, a serpente, a Suástica e o Tau, ilustra simbolicamente e resume os pontos centrais da Teosofia, aludindo, entre outros conceitos, à Trindade, à Unidade de toda a vida, a dualidade Espírito-Matéria, a permanência e imortalidade da vida e a evolução do universo através de seus ciclos periódicos de nascimento e morte.
Lema[editar | editar código-fonte]
O lema da Sociedade Teosófica, o qual foi traduzido do sânscrito Satyan nasti para Dharmah é "Não há religião superior à Verdade". A palavra Dharma foi traduzida como religião, mas também significa, entre outras coisas, doutrina, lei, dever, direito, justiça, virtude. Assim, num sentido mais amplo, o lema da Sociedade Teosófica afirma que não há dever ou doutrina superior à Verdade.[4][5]
Membros notáveis da ST[editar | editar código-fonte]
- Thomas Edison, inventor e cientista
- William Butler Yeats, poeta
- Fernando Pessoa, poeta, ensaísta, escritor, romancista, e intelectual lusitano.
- Charles W. Leadbeater, teósofo, maçom, bispo da igreja liberal, esoterista.
- George Robert Stow Mead, escritor, editor, tradutor, esoterista.
- Jiddu Krishnamurti, teosofista, filósofo, escritor, ensaísta, filantropo e grande intelectual indiano.
- Radha Burnier, atriz e bailarina indiana, escritora e filósofa e ex-presidente mundial da Sociedade Teosófica.
- Helena Petrovna Blavatsky, fundadora da ST, ocultista e uma das principais personalidades ligada ao ocultismo e esoterismo oriental e ocidental.
Presidentes da Sociedade Teosófica[editar | editar código-fonte]
- Henry Olcott (1875-1907)
- Annie Besant (1907-1933)
- George Arundale (1934-1945)
- Curupumulage Jinarajadasa (1946-1953)
- Sri Ram (1953-1973)
- John Coats (1973-1979)
- Radha Burnier (1980-2013)
- Tim Boyd (2014 - presente)
Referências[editar | editar código-fonte]
- ↑ ab W. Q. Judge on Annie Besant´s Charges, The New York Times, 28 de Abril de 1895. Disponível em: http://query.nytimes.com/mem/archive-free/pdf?res=F40B1EFF3C5811738DDDA10A94DC405B8585F0D3 Acesso em: 17/12/2013
- ↑ Blavatsky, HP, The Key to Theosophy: A Clear Exposition, in the Form of Question and Answer, of the ETHICS, SCIENCE, AND PHILOSOPHY for the Study of which The Theosophical Society has been Founded.
- ↑ Mrs. Annie Besant is here: Her belief in Mme. Blavatsky and theosophy is absolute. The New York Times, 10 de Abril de 1891. Disponível em: http://select.nytimes.com/gst/abstract.html?res=F30A1EFF3D5E10738DDDA90994DC405B8185F0D3 Acesso em 17/12/2013
- ↑ [1] - Site oficial da Sociedade Teosófica de Portugal
- ↑ O Esoterismo - Antologia do Esoterismo Ocidental Pierre a Riffard; Mandarim; 1996
Ver também[editar | editar código-fonte]
- Teosofia
- A Doutrina Secreta
- Schola Philosophicae Initiationis
- Nova Era
- Ocultismo
- Esoterismo
- Misticismo
Ligações externas[editar | editar código-fonte]
- Sociedade Teosófica no Brasil
- Sociedade Teosófica de Portugal
- (em inglês) Theosophical Society Headquarters - Adyar
- (em inglês) Sociedade Teosófica nos Estados Unidos
- (em inglês) Theosophical Society International - (Dissent group)
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