domingo, 2 de julho de 2017

GRUPOS DE RENOMARLIZAÇAO

Numa teoria quântica de campos, a regularização de divergências e a renormalização são geralmente vistas apenas como técnicas para tornar funções de correlaçõesfinitas. Contudo, elas possuem um significado físico muito profundo e mais importante: a descrição de teorias quânticas de campos mudam conforme a escala de energia. Essa ideia foi introduzida por Kenneth Wilson[1] e é quantificada pelas equações do grupo de renormalização.

Grupo de renormalização no espaço de momentos[editar | editar código-fonte]

Suponha uma teoria quântica de campos com campos  e constantes de acoplamento  descrita pela ação clássica . Vamos considerar a expansão em modos de Fourier de 
Usualmente, a integral é sobre todas as frequências . Neste caso, várias funções de correlação podem não ser bem definidas. Uma forma de regularizar a teoria é introduzir uma frequência de corte ultravioleta . Isto é, limitamos a integral ao disco
Chamaremos esse campos de  e diremos que ele é o campo na escala . Então
Também chamaremos a constante de acoplamento de . A função partição sobre os campos  é
Já que alguns dos modos de Fourier estão faltando, o campo  é praticamente constante em distâncias menores que . Então, introduzir uma frequência de corte ultravioleta é o mesmo que introduzir um corte em pequenas distâncias. É óbvio que a introdução desse limite quebra a simetria de Poincaré. Eventualmente, vamos tomar o limite do contínuo , onde a simetria de Poincaré é recuperada. A questão de renormalizabilidade é se podemos fazer isso mantendo as quantidades físicas numa escala de energia finita  regulares.[2]
Vamos decompor a região de integração da expansão em modos em duas partes:
 e 
Chamaremos as expansões em modos correspondentes por
onde B e A referem-se a Baixas e Altas energias. Nós gostaríamos de estudar o comportamento da teoria em energias menores que , por exemplo, amplitudes de espalhamento de partículas com momentos . O que procuramos então é uma ação que descreva esses efeitos somente em termos de . Ela pode ser obtida integrando sobre  na integral de trajetória, mantendo  variável
Isso é chamado teoria de campos efetiva na energia . Por vezes, quando tomamos o limite para o contínuo , a expressão para a ação fica divergente e isso é a indicação que precisamos mudar a descrição da teoria em baixas energias. Nos casos mais drásticos, precisamos encontrar um novo conjunto completamente novo de campos e simetrias para descrever a teoria. Contudo, em muitos casos, a mudança de variáveis e parâmetros têm a forma:
Aqui,  e  são os novos campos, em termos dos quais a ação efetiva
é regular no limite para o contínuo. Os campos  e as contantes  na escala de corte  são chamados de campos nus e constantes de acoplamentos nuas, enquanto  e  são ditas renormalizados.

Equação de Callan-Symanzik[editar | editar código-fonte]

Se pode olhar para essa mudança de campos e constantes de duas formas. Uma forma de ver é fixar  e variar . Nós fixamos os campos  e constantes de acoplamento  numa escala  (com os valores medidos nessa escala) e mudamos os campos nus  e as contantes nuas . Se pudermos mover  para o infinito sem mudar o comportamento do sistema na energia  (descrito por  e ), então, nesse limite, obtemos uma teoria quântica de campos com simetria de Poincaré.
Uma outra forma de ver é mover , fixando  e consequentemente  e . Desta forma, o campo renormalizado e a constante de acoplamento renormalizada é que mudam com a escala. Essa constante é dita constante de acoplamento corredora. Em particular, se mudamos a escala de  para , as constantes de acoplamento mudarão de  para , onde  é a inversa da função definida anteriormente. Com efeito, definindo um campo com contribuições dos modos de Fourier entre , podemos repetir o raciocínio e escrever . Desta forma, uma mudança de escala induz uma mudança das contantes de acoplamento através do campo vetorial
Essa equação é chamada de equação de Callan-Symanzik[3] e o campo vetorial  é chamado função beta da constante de acoplamento .

Notas e referências

  1. Ir para cima Wilson (1975). «The renormalization group: critical phenomena and the Kondo problem»Rev. Mod. Phys47 (4). 773 páginas Parâmetro desconhecido |gfirst= ignorado (ajuda)
  2. Ir para cima Há maneiras de regularizar uma teoria sem quebrar a invariância por simetrias clássicas. Em particular, o método de regularização dimensional é comum na prática.
  3. Ir para cima C. G. Callan, K. Symanzik (1970). «Small Distance Behavior in Field Theory and Power Counting.». Comm. Math. Phys18. 227 páginas

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