A Mata ou Zona dos Cocais é um interespaço transicional brasileiro, que fica entre a Floresta amazônica, o Cerrado e a Caatinga, [1] [2] [3] ocupa os estados do Maranhão, Piauí, partes do Ceará, Pará e Tocantins. Tem esse nome pela alta quantia de cocais, principalmente o babaçu e a carnaúba.
Índice
[esconder]Área de abrangência[editar | editar código-fonte]
A mata dos Cocais está situada entre uma zona de transição entre os biomas da Amazônia, do Cerrado e da Caatinga nos estados do Maranhão, centro-norte do Piauí, pequenas porcões no extremo oeste do Ceará, leste do Pará e norte do Tocantins onde há predominância de especies que ocorrem nestas três formações, como o gênero Orbignya por exemplo .
A ditadura militar no Brasil (1964-1984) estimulou a instalação econômica de manufaturas como a química, metalúrgica, siderúrgica, mineração, madeira, entre outros. Além do turismo com construções históricas como o mercado Ver-o-Peso.
O desenvolvimento de Unidades Federais começaram a serem instaladas a partir de 2001, como as reservas biológicas de Tapirapé e Gurupi e a floresta nacional de Carajás, que atualmente é conservada pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade.
Relevo[editar | editar código-fonte]
Esta zona tem muitas formas de relevo, como a planície, as depressões, o planalto, a estrutura rochosa formada por rochas cristalinas (formada por cristais) e sedimentares.
A formação do solo é laterítica "formada com óxidos de ferro e alumínio", além das estruturas neossólicas "solos mal-formados" e argilosos. O solo deste bioma é rico em minérios como ferro, níquel, ouro, bauxita, diamante, alumínio, além da argila caulim.
A condição do solo para as atividades agrícolas são regulares, porém em algumas áreas do Pará e Tocantins há uma boa reserva de nutrientes para a agricultura e nas áreas do Maranhão e Piauí, e solos com excesso de alumínio e uma alta salinidade nos mangues (é um ecossistema costeiro, de transição entre os ambientes terrestre e marinho, uma zona úmida característica de regiões tropicais e subtropicais).
Vegetação e flora[editar | editar código-fonte]
A vegetação da Mata dos Cocais é composta de florestas tropicais e amazoneses secundários, ou, florestas "reconstituídas pós-desmatamento". São muitas características destes biomas como:
- A maioria das árvores são babaçu, carnaúba, oiticica e buriti;
- A biodiversidade de espécies de palmeiras, como o açaí, na porção oeste do bioma;
- As folhas das palmeiras são grandes e finas;
- Nas menores altitudes, são ricas em espécies nativas de arbustos.
Clima[editar | editar código-fonte]
Esse ecossistema tem diferenças de clima, via estar a três tipos de climas: Equatorial, Tropical semi-úmido e Tropical semi-árido.
- Equatorial: Como clima deste bioma é o mais quente e chuvoso. A grande pluviosidade é o grande contato entre as correntes do Brasil, a proximidade da linha do Equador e a umidade pela potências dos aquíferos da bacia do rio Araguaia e do Rio Tocantins, além dos ventos alísios do Centro de Alta Pressão da Antártica. A temperatura é de 20 a 40 graus e a pluviosidade acima de 2000 milímetros, abrange 20% desse bioma;
- Tropical semi-úmido:Com mais de 65% do clima deste bioma tem influência ao Equatorial úmido, porém é um clima quente pelas correntes brasileiras e tem um menor precipitação, com uma pluviosidade entre 1000 a 2000 milímetros e uma temperatura de 23 a 36 graus;
- Tropical semi-árido:Com 15% da ocupação do bioma é o clima mais seco, com precipitação entre 500 a 1000 milímetros e com uma temperatura de 25 a 40 graus.
Hidrografia[editar | editar código-fonte]
A hidrografia da Mata dos Cocais vem dos rios Tocantins e Araguaia, no Cerrado até a Mata dos Cocais, além do acumulo dos aquíferos Tocantins-Araguaia.
Fauna[editar | editar código-fonte]
A fauna é muito diversificada, tendo, porém, poucos mamíferos de grande porte. Ao nível do solo há poucos animais, vivendo a maioria nas copas das árvores: aves, macacos, insetos, etc. Nas água dos rios podem ser encontrados o boto, a ariranha e o tamanduá-bandeira. A sua fisionomia segundo estudo vieram a partir das manipulações dos seres-humanos. Observa-se que no Maranhão prevalecia uma floresta pré-amazônia. No Piauí, além da pré-amazônia, no local tínhamos também os cerrados. [4]
A flora da Mata dos Cocais está sendo recuperada naturalmente. Na época de exploração na ditadura militar no Brasil facilitaram a exploração degratória da região dos estados do Pará e Tocantins, além dos recursos da Caatinga.
Economia[editar | editar código-fonte]
A economia dos Estados que ficam neste bioma estão a indústria de mineração, química e a produção alimentícia.
- Mineração: A região que situa o bioma tem um grande potencial a extração de ouro, diamantes, níquel, xisto betuminoso, bauxita e alumínio. Fica na área do Grande Carajás. A extração é elaborada pela Vale. Pelo consumo atual estas minas durarão 160 anos.
- Química: No início dos processos de mineração da área, veio a procura de mão-de-obra e matéria-prima barata, veio a instalação de manufaturas químicas. As maiores indústrias são de bauxita e caulim.
- Alimentos: Pela grande produtividade das áreas do Pará e Tocantins, a produção de materiais de óleos vegetais, pecuária e palmeiras é mais elevada do Norte, para a alimentação regional.
Como "mascote" tem o lobo guará, que está em extinção, nos rios temos ariranhas, e acarás-bandeiras. Aves diversas, como o gavião rei, são abundantes na mata dos cocais. Tendo também coelhos silvestres com muita procura para degustação.
Problemas e impactos ambientais[editar | editar código-fonte]
O bioma é naturalmente fragilizado, e a procura de solos férteis, extração de minérios e de madeira, além da instalações industriais, estão poluindo o aquífero Tocantins-Araguaia, terras férteis, e o desmatamento provocam o acumulo de gás carbônico, metano e dejetos domésticos, que altera a estrutura ecológica local proporcionando assim a fragilização da fauna e da flora.
As consequências dessas ações desmedidas poderão trazer graves consequências ambientais no futuro, sendo estas talvez até irreversíveis.
Desenvolvimento sustentável[editar | editar código-fonte]
O desenvolvimento sustentável é o sistema de desenvolvimento econômico onde não agrida a natureza. O projeto de desenvolvimento sustentável ocorre desde 2001, pelo projeto do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade. Os recursos mais usados são o babaçu, a oiticica e a carnaúba.
Produtos feitos a partir de palmeiras da Mata dos Cocais:
- Babaçu: Biocombustível, óleo, ração, palmito
- Buriti: Doces, óleo, produtos de beleza, artesanato
- Carnaúba: Laxante, cera, componentes eletrônicos, produtos alimentícios, madeira, adubação
- Oiticica: Biocombustível, produtos de beleza e higiene
Referências
Bibliografia[editar | editar código-fonte]
- PIRES, J. M. Sobre o conceito "zona dos cocais" de Sampaio. In: Anais do XIII Congresso da Sociedade de Botânica do Brasil, 1962, Recife. Recife: Universidade do Recife, Instituto de Micologia, 1964, p. 271-275.
- SAMPAIO, A.J. A zona dos cocais e a sua individualização na phytogeographia. Annais Acad. Bras. Ciências, v. 5, n. 2, p. 61-65, 1933.
- SANTOS FILHO, F. S. et al. Cocais: zona ecotonal natural ou artificial? Revista Equador, UFPI, vol. 1, n. 1, p. 2-13, 2013. link.
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