Cinema (do grego: κίνημα - kinema "movimento") é a técnica e a arte de fixar e de reproduzir imagens que suscitam impressão de movimento, assim como a indústria que produz estas imagens. As obras cinematográficas (mais conhecidas como filmes) são produzidas através da gravação de imagens do mundo com câmeras (câmaras) adequadas, ou pela sua criação utilizando técnicas de animação ou efeitos visuais específicos.
Os filmes são assim constituídos por uma série de imagens impressas em determinado suporte, alinhadas em sequência, chamadas fotogramas. Quando essas imagens são projetadas de forma rápida e sucessiva, o espectador tem a ilusão de observar movimento. A cintilação entre os fotogramas não é percebida devido a um efeito conhecido como persistência da visão: o olho humano retém uma imagem durante uma fração de segundo após a sua fonte ter saído do campo da visão. O espectador tem assim a ilusão de movimento, devido a um efeito psicológico chamado movimento beta.
O cinema é um artefato cultural criado por determinadas culturas que nele se refletem e que, por sua vez, as afetam. É uma arte poderosa, é fonte de entretenimento popular e, destinando-se a educar ou doutrinar, pode tornar-se um método eficaz de influenciar os cidadãos. É a imagem animada que confere aos filmes o seu poder de comunicação universal. Dada a grande diversidade de línguas existentes, é pela dublagem (dobragem) ou pelas legendas, que traduzem o diálogo noutras línguas, que os filmes se tornaram mundialmente populares.
Índice
[esconder]Origens[editar | editar código-fonte]
A origem da palavra "cinema" deve-se à circunstância de ter sido o cinematógrafo o primeiro equipamento utilizado para filmar e projetar. Por metonímia, a palavra também se refere à sala onde são projetadas obras cinematográficas.
O uso da película para a produção de filmes encontra-se em recessão. O cinema digital está em plena expansão desde meados da primeira década do séc. XXI, tanto na tomada de vistas como na projeção. O digital permite, além disso, que os filmes circulem fora dos circuitos tradicionais de distribuição, entre particulares e instituições.
Primórdios[editar | editar código-fonte]
Ver artigo principal: História do cinema
A invenção da fotografia, e sobretudo a da fotografia animada, foram momentos cruciais para o desenvolvimento não só das artes como da ciência, em particular no campo da antropologia visual.
O cinema existe graças à invenção do cinematógrafo, inventado pelos Irmãos Lumière no fim do século XIX. Em 28 de dezembro de 1895, na cave do Grand Café, em Paris, realizaram os dois engenhosos irmãos a primeira exibição pública e paga da arte do cinema: uma série de dez filmes, com duração de 40 a 50 segundos cada (os primeiros rolos de película tinham apenas quinze metros de comprimento). Os filmes até hoje mais conhecidos desta primeira sessão chamavam-se "A saída dos operários da Fábrica Lumière" e "A chegada do trem à Estação Ciotat", cujos títulos exprimem bem o seu conteúdo. Apesar de também existirem notícias de projeções um pouco anteriores, de outros inventores (como os irmãos Max e Emil Skladanowsky [1] [2] na Alemanha), a sessão dos Lumière é aceita pela grande maioria da literatura cinematográfica como o marco inicial da nova arte. O cinema expandiu-se a partir de então pela França, por toda a Europa e Estados Unidos, por intermédio de cinegrafistas enviados pelos irmãos Lumière para captar imagens pelo mundo afora.
Inovações: arte e comércio[editar | editar código-fonte]
Nesta mesma época, um mágico ilusionista, chamado Georges Méliès, dono de um teatro nas vizinhanças do local da primeira exibição dos Lumière, quis comprar um cinematógrafo para o utilizar em seus espetáculos. Os Lumière não quiseram vender-lhe o aparelho: o pai dos irmãos inventores argumentava que o cinematógrafo tinha unicamente finalidade científica e que o mágico teria, por certo, prejuízo se gastasse dinheiro com a máquina para fazer entretenimento. Frustrado, Méliès conseguiu no entanto adquirir um aparelho semelhante na Inglaterra, fabricado por Robert William Paul, tornando-se assim o primeiro grande produtor de filmes de ficção, com narrativas sedutoras e truques aliciantes, destinados ao grande público: os primeiros efeitos especiais da história do cinema. Foi ele o criador da fantasia na produção e realização de filmes.
Logo depois, nas duas primeiras décadas do século XX, o diretor estadunidense David W. Griffith, um dos pioneiros de Hollywood, realizou filmes que o levaram a ser considerado pela historiografia cinematográfica o grande responsável pelo desenvolvimento e pela consolidação da linguagem do cinema, como arte independente, apesar das polêmicas (polémicas) ideológicas em que se envolveu. Foi ele o primeiro a fazer filmes em que se utilizou a montagem e em que certos movimentos de câmera (câmara) foram usados com maestria, estabelecendo assim os parâmetros da linguagem cinematográfica, que a partir de então se universalizou. Destaque para "Intolerância", admirado até hoje por cineastas e cinéfilos de todo o mundo. Seguidamente, certos agentes do Construtivismo russo, Dziga Vertov no documentário e Sergei Eisenstein na ficção, darão uma importante e decisiva contribuição para o desenvolvimento das técnicas narrativas e de montagem no cinema.
Em suma, os irmãos Lumière e Meliès deram origem a dois géneros fundamentais de cinema: o cinema documental e o cinema de ficção. Como forma de registrar (registar) acontecimentos ou de narrar histórias, o cinema é considerado uma arte, denominada sétima arte, desde a publicação, em 1911, do Manifesto das Sete Artes do teórico italiano Ricciotto Canudo.
Capturando imagens e som para efeitos de comunicação, o cinema também é mídia. Desde a sua origem que é arte e comércio. A indústria cinematográfica cedo se transforma em negócio lucrativo em países como a Índia e os Estados Unidos, respetivamente o maior produtor em número de filmes por ano e o que possui a maior economia cinematográfica, tanto no mercado interno quanto no volume de exportações.
No suporte em película, a projeção de imagens estáticas em sequência para criar a ilusão de movimento terá de ser de no mínimo 16 fotogramas (quadros) por segundo, para que o cérebro humano não detete que são simples imagens isoladas. Desde 1929, juntamente com a universalização do cinema sonoro, as projeções cinematográficas no mundo inteiro foram padronizadas em 24 quadros por segundo. O cinema digital alterou este padrão. Em vídeo digital é comum o uso de 25 frames (fotogramas) por segundo e de 30 nos EUA.
Produção[editar | editar código-fonte]
Ver artigo principal: Produção cinematográfica
Indústria[editar | editar código-fonte]
Ver artigo principal: Indústria cinematográfica
Teoria[editar | editar código-fonte]
Ver artigo principal: Filmologia
Artigos e listas relacionados[editar | editar código-fonte]
Filmes[editar | editar código-fonte]
História[editar | editar código-fonte]
- História do cinema
- Expressionismo alemão
- Realismo poético francês
- Neorrealismo
- Nouvelle vague
- Lista de filmes históricos
Géneros[editar | editar código-fonte]
Ver artigo principal: Lista de gêneros cinematográficos
Básicos:
Cinematografias nacionais[editar | editar código-fonte]
- Cinema da Alemanha
- Cinema da Argentina
- Cinema da Armênia
- Cinema de Angola
- Cinema do Brasil
- Cinema do Reino Unido
- Cinema do Canadá
- Cinema do Chile
- Cinema de Cuba
- Cinema da Espanha
- Cinema da Escandinávia
- Cinema da França
- Cinema da Índia
- Cinema da Itália
- Cinema do Japão
- Cinema do México
- Cinema dos Estados Unidos
- Cinema de Portugal
- Cinema da Rússia
- Cinema da Coreia do Sul
- Cinema da Turquia
Indústria cinematográfica[editar | editar código-fonte]
Profissionais[editar | editar código-fonte]
- Ator
- Diretor de cinema
- Montador (cinema)
- Produtor
- Roteirista
- Diretor de fotografia
- Diretor de som
- Diretor de arte
- Figurinista
- Crítico de cinema
Cineastas e realizadores[editar | editar código-fonte]
Ver artigo principal: Lista de cineastas
Festivais[editar | editar código-fonte]
CLASSE A
Alguns outros
- Fantasporto
- Festival de Brasília
- Festival Internacional de Cinema de Toronto
- Festival Audiovisual de Recife
- Festival de Gramado
- Festival do Rio
- Festival Sundance de Cinema
- Festival de TriBeCa
- Festival de Cinema de Maringá
- Festival Paulínia de Cinema
- Mostra Internacional de Cinema de São Paulo
Prêmios[editar | editar código-fonte]
- Bafta
- Bodil
- Candango
- Prémios Áquila (Portugal)
- César
- David
- Framboesa de Ouro
- Globo de Ouro
- Goya
- Grammy
- Kikito
- Leão de Ouro
- Oscar
- Palma de Ouro
- Urso de Ouro
Formas de cinema[editar | editar código-fonte]
Períodos do cinema[editar | editar código-fonte]
Roteiro de cinema (guião)[editar | editar código-fonte]
Tecnologia cinematográfica[editar | editar código-fonte]
Museus do cinema[editar | editar código-fonte]
Ver também[editar | editar código-fonte]
Referências
Ligações externas[editar | editar código-fonte]
- CINEGUIDE: bases de dados, história, teoria, jornais, etc. em inglês, francês e português
- The Internet Movie Database (IMDb) Informação sobre filmes actuais e clássicos, incluindo elencos (em inglês) - 1895, filme de Auguste e Louis Lumière
- Artigo
- MATTOS, A. C. Gomes de. Histórias de Cinema, Primeiros Estúdios Americanos
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