terça-feira, 20 de maio de 2014

RELIGIÕES E SUAS FE EM DEUS

EU  por exemplo não tenho destrinça em fê me nada ou naos ei já fui de tudo um pouco e vê que  a fê que realmente nos alimenta esta dentro de cada um de nos não  uma instituição que nos alimenta por maldade e muita falta de deus realmente no coração    tenho passado por situações que vejo a grande mentira que e os montantes de fê e as bondades  eu a poucos dias ajudei pessoas que a necessidade tinham lagrimas nos olhos quando acabou  ai fui chamada ate de interesseira em coisas que para mim eu não quero de forma alguma sei la que e isso necessidade ou aproveitamento isso e a palavra certa para mim  sei la eu hoje em dia não acredito em falsos pregadores que vem na nossa porta mentir em nome de deus  e tem cada coisa que eu hoje to quase igual já aos ateus que em minguem acreditam  m nada sei la com tanta mentira já mim faz e ter raiva do que vejo eu hoje convivo com pessoas graças as mentiras de um ancião da congregação cristã no brasil que mim fê acreditar  que troxe um safado e fez com caza se com minha irman e  dai foi tudo se evoluindo para a merda que vive hoje EU HOJE FAO SEM  DO TENHO VERGONHA DE TER CONVIVIDO COM ALGUNS MENBROS DA CONGREGAÇAO CRISTAMNO BRASIL  ELES FORAME SAO DIGUINOS DE VERGONHA POR AS ATITUDES QUE TIVERAM PARA COMIGO AI SEI L EU ACHO QUE AYTEU E MEU LUGAR ISSO SIM
                     SERA QUE ESS E VERDDEIRADIALÉTICA E ESPIRITISMO
18.1. Constantemente, no meio espírita, assistimos a palestras ou lemos trabalhos, onde o palestrante ou o escritor cita a Dialética como se fosse uma doutrina que avalizasse a verdade.  Já tivemos oportunidade de consultar um artigo, cujo  autor pretensamente trata da “dialética espírita”.
18.2. A palavra dialética vem do grego: prefixo “dia”, que significa “através”, e do termo “logos”, que significa “palavra”. Dialética, etimologicamente, seria “arte da discussão”, “arte de esclarecer”, “arte de enganar”, “arte de esclarecer através das idéias”. No curso da história da Filosofia, o conceito de dialética já passou por altos e baixo. Platão, os escolásticos e Hegel  a exaltaram. Aristóteles, os renascentistas e Kant a desdenharam. De meados do Século XIX ao XX, seu sentido foi um pouco deturpado com o fito de atender os interesses de correntes ideológicas. Marx usou a dialética materialista para criar seu Materialismo Histórico, a fim de explicar a marcha da humanidade sem necessitar de uma Providência Divina. O conceito de dialética usado hoje pelos intelectuais é um misto da forma idealista de Hegel e da materialista de Marx. O constante “vir-a-ser” dialético satisfaz à ideologia indeterminista tanto do anarquismo, como a do neoliberalismo. Esse pensamento é incompatível com uma doutrina que crê em um Deus criador e providente [vide itens 5.2., 5.4., e 5.5.].
18.3. Hegel [1770-1831] graduou-se em pastor luterano. Discordando de pontos doutrinários, abandonou o pastorado e tornou-se Professor de filosofia. Foi fortemente influenciado pelo Romantismo alemão que fazia apologia da revalorização do panteísmo pagão germânico. Essa é a razão porque Hegel apresenta sempre vaga idéia de Deus, identificado-O com a natureza, diferindo de um Deus criador e providente.
18.4. Marx [1818-1883] era francamente materialista. Portanto, sua doutrina não podia explicar os fenômenos naturais determinados por uma Causa externa [Deus].  A teoria dialética ajudava explicar tudo sem recorrer a determinações externas aos fatos ou às coisas.
18.5. O Romantismo surgiu no final do século XVIII, influenciando arte, ciência, filosofia. Suas manifestações diferiam conforme o setor, o local e o momento de aparecimento. Por isso, falamos de Romantismo alemão, italiano. Mencionamos também Romantismo na Música, nas artes plásticas, na Arquitetura, etc.. Esse movimento prolongou-se por todo o Século XIX, ingressando no Século XX sob a forma do Niilismo de Nietzsche e da fenomenologia de Husserl. O niilismo de Nietzsche nega a existência do Absoluto, tanto na esfera gnoseológica, como na ética; é uma descrença no futuro ou destino glorioso da humanidade, contrariando a idéia do destino à perfeição do Espiritismo [ver item 6.2.3.]; nega também o Absoluto, quando decreta “a morte de Deus”, contrariando a teodicéia espírita [ver Capítulo V]. A fenomenologia no conceito de Lambert é o estudo descritivo do fenômeno tal como se apresenta à experiência do observador, excluindo a admissão de qualquer elocubração de cunho metafísico. Esse conceito permanece sem grandes alterações em Husserl. O Niilismo e a Fenomenologia influenciaram o Existencialismo Fenomenológico de Heidegger e o Existencialismo Materialista de Sartre e, mais recentemente o Estruturalismo. Por isso, a Dialética ficou preservada para explicar todos os fenômenos da vida humana. Ela passou a fazer parte do “espírito da época” [Zeitgeist] e, assim, perece lógica a fundamentação nela para qualquer demonstração. Por essa razão, no Movimento Espírita Brasileiro, aparecem pessoas que são influenciadas por esse “espírito da época” e facilmente introduzem no Espiritismo idéias contraditórias a seus princípios.
18.6. Essa confusão tem várias causas. A primeira é pelo fato dessa palavra ter vários significados e, por isso, as pessoas podem estar defendendo idéias dialéticas diferentes, achando que estão em comunhão de pensamento. A segunda é política; na segunda metade do Século XX, houve uma expansão do pensamento marxista, o que ajudou a divulgar a doutrina dialética. A terceira causa é o pensamento estruturalista que dominou também nessa época [com apogeu na Década de 60, identificando-se com a ideologia de protesto] e foi muito influenciado pelo anarquismo francês. A doutrina dialética, embora seja uma forma de determinismo causal, induz ao indeterminismo, o que satisfaz aos interesses anarquistas, pois, o constante “vir-a-ser” inevitavelmente induz a uma indeterminação. A segunda e a terceira causas são conseqüências do Romantismo.
18.7. Das várias acepções da palavra “dialética’, vamos examinar apenas a “Dialética Idealista de Hegel” e a “materialista de Marx”, por serem essas as formas que provocam esse mistifório no Movimento Espírita Brasileiro.
18.8. Hegel alegava que toda afirmação traz dentro de si sua negação, o que evidentemente resulta na negação da primeira afirmação, o que já se torna uma segunda afirmação, contendo dentro de si sua própria negação. Essa cosmovisão conduz necessariamente a um indeterminismo, pois nada pode ser definitivo, eliminando a possibilidade de uma determinação finalista dada por um Deus providente. Didaticamente essa teoria é apresentada como consistindo de tese [posição] que produz sua antítese [oposição]. A união dessas duas produz a síntese [composição] que é uma nova tese que produzirá sua antítese.
18.9. Marx não aceitou a forma idealista dessa teoria e forneceu-lhe uma explicação materialista. Não é justificável neste trabalho, explicarmos a distinção precisa entre essas duas formas de pensamento dialético. Basta que o leitor entenda que dialética  resume-se didaticamente na seqüência infindável de tese, antítese e síntese.
18.10.  Para exemplificar, faremos essa comparação. Os que aceitam o pensamento dialético, usam como prova a ascensão, apogeu e declínio de várias civilizações do passado. Essas civilizações ao se estabelecerem traziam dentro de si a sua “negação” ou “antítese”, que a aniquilaria futuramente. Marx afirmava que o Capitalismo trazia dentro de si suas contradições, o que o destruiria. A LE 786 mostra o inverso. O nascimento, crescimento e declínio de uma civilização são providências de Deus – há um fator externo determinado-os – não há contradições internas. A LE 788 e EE 24.4 afirmam que os povos são individualidades coletivas, tendo uma infância, uma idade da madureza e uma decrepitude – nascem,crescem e morrem. Especificamente, em EE 24.4 é afirmado que cada coisa tem que vir em sua época própria, demonstrando que o aparente “vir-a-ser”, que seria um indeterminismo, é, na verdade, um determinismo finalista [providencial]. Todo o Capítulo III do EE demonstra como a evolução dos mundos, onde reencarnam Espíritos, é determinada e não ocorrendo ao sabor do indeterminismo dialético. Portanto, a “contradição”, a “antítese”, vem do exterior, não está embutida na “tese”, há uma determinação finalista [providencial] de um Deus providente.
18.11. Outro exemplo. A morte é a única coisa certa em nossas vidas. Até a velhice é duvidosa, pois podemos morrer antes de atingi-la.  Depois que nascemos, não fazemos outra coisa se não caminharmos para morte. Essa realidade fatalista induziu alguns pensadores a tentar explicar essa inexorabilidade da morte pela dialética. A vida traria dentro de si sua oposição que é a morte. Para a Doutrina, a essência é a vida espiritual. A passagem pela matéria é apenas um acidente. Aquilo que entendemos por “vida” [o período em que o Espírito está reencarnado na matéria] é o que é transitório, fugaz. Pelo contrário, a morte não é a negação da vida, mas sua continuação, ou, inversamente, a vida [encarnada] que é uma continuação temporária da erraticidade. A morte não existe para a Doutrina. O que entendemos por morte física é apenas o cumprimento de uma etapa da longa vida de um Espírito. Quando o Espírito reencarna sua morte [desencarnação] já está determinada, cumprindo uma finalidade e não um “vir-a-ser” indeterminado. Kardec chama esse determinismo de finalista defatalidade, porque naquela época o binômio determinismo/indeterminismo ainda não estava desenvolvido pela Filosofia. Há uma explanação sobre o conceito de “fatalidade” da LE 851 à LE 867 e na  LE 872 [p.400]. A doutrina dialética não admite autoridade externa aos fatos ou coisas, determinando-os.
18.12. Julgamos que não cabe qualquer visão dialética dentro do Espiritismo. Achamos que as opiniões citadas acima, podem decorrer da falta de conhecimento ou pela indução feita pelo pensamento moderno. Seria uma manifestação do “espírito da época” [Zeitgeist].

CAPÍTULO XIX
19. BINÔMIO MONISMO/DUALISMO
19.1. Intróito. Dentro dos pensamentos filosófico e religioso, várias correntes se dividem em monismo ou dualismo, conforme aceitem a existência de um único ou de dois princípios em relação a determinado assunto. No dualismo os dois princípios podem ser fundamentalmente oponentes e independentes, ou complementares. Por exemplo; no Zoroastrismo há sempre dois princípios oponentes – o do bem e o do mal; no Maniqueísmo, no Gnosticismo e no Judaísmo apocalíptico há eterna luta entre a Luz e as Trevas; já no Taoísmo, o princípio “yang” e o “yin” são complementares. Assim, conforme a doutrina, há o monismo ou dualismo no campo da antropologia filosófica, da ética, da cosmologia, etc..
19.2.Em Cosmologia, as teorias monistas têm uma concepção de Deus panteísta, deísta ou emanantista. A concepção que crê em um Ser Criador, que é Deus, e um Ser [ou Seres] criado [ou criados] – a Criatura – é dualista. Para o Espiritismo Deus é criador. Tudo o mais que há no Universo é Criatura. Sob o ponto de vista cosmológico, essa Doutrina é dualista. Vide item 6.2.2.. Vide também toda a primeira parte do LE. Em OP, p. 258 ( Cap. Ligeira Resposta aos Detratores do Espiritismo, 1ª. Parte): “1º O  elemento espiritual e o  elemento material são os dois princípios, as duas forças vivas da Natureza, as quais se completam uma a outra e reagem incessantemente uma sobre a outra, indispensáveis ambas ao funcionamento do mecanismo do Universo. Da ação recíproca desses dois princípios se originam fenômenos que cada um deles, isoladamente, não tem possibilidade de explicar. À Ciência, propriamente dita, cabe a missão especial de estudar as leis da matéria. O Espiritismo tem por objeto o estudo do  elemento espiritual em suas relações com o elemento material e aponta na união desses dois princípios a razão de uma imensidade de fatos até então inexplicados.” Em relação ao binômio determinista/indeterminista, vimos no Capítulo XV, item 15.2., que o Espiritismo é determinista finalista. Portanto, em relação a esse binômio, é monista.
19.3.Na Antropologia Filosófica o dualismo e o monismo se manifestam em concernência à relação corpo e mente. Já estudamos esse assunto nos itens 7:11. e 16:5.. O Espiritismo é dualista interacionista concernentemente à relação corpo e mente. Vide também toda a segunda parte do LE. Em EE 4:8., Kardec repete as palavras do Cristo que afirma o dualismo antropológico: “O que é nascido da carne é carne e o que é nascido do Espírito é do Espírito.” (João 3:6.).
19.4.Em ética, as teorias dualistas acham que o mal e o bem coexistem; se não houver o mal, não pode existir o bem. As monistas acham que só existe o bem, sendo o mal temporário, apenas uma ausência do bem. O Espiritismo, sob o ponto de vista ético, é monista Vide item 9.7.. Vide também a terceira parte do LE.
19.5.Sob o ponto de vista teológico, as religiões se dividem em monistas e dualistas.  As dualistas são aquelas religiões em que há eternamente um “céu”, região beatífica para onde vão os Espíritos que foram bons na sua vida terrena, e um “inferno”, região de sofrimento para onde vão os Espíritos que infringiram a Lei de Deus.  A Igreja Cristã antiga admitiu uma terceira região de sofrimento, mas transitória, o “purgatório” para onde vão os Espíritos que cometeram algum pecado, mas que são suscetíveis de regeneração e serem , depois, transferidos para o Céu. As monistas admitem como eterna, somente a região beatífica. As outras de sofrimento (inferno e purgatório) são transitórias, só existindo para os Espíritos que ainda não evoluíram na escala espiritual. O Espiritismo é monista sob o ponto de vista teológico. Para ele somente essa região beatífica é eterna. As zonas de sofrimento, pelas quais passam os Espíritos pouco evoluídos, são transitórias. À medida que eles vão perdendo o apego à vida material, passam a freqüentar somente as zonas de felicidade. Vide a quarta parte do LE e itens 6.2.3., 7.10, 9.13., 10.3. (perfeição).
19.6.O fundamento do conceito espírita de justiça é autônomo, isto é, baseia-se no direito pessoal, embora seu fundamento ético seja heterônomo – a lei de Deus (item 9.6.). Isto foi discutido no item 13.9.. Para o Espiritismo o fundamento de justiça é monista.
19.7.Alguns palestrantes e escritores espíritas não sabem fazer essas diferenças e fazem afirmações que distorcem a Doutrina. Já assistimos um proclamar que o Espiritismo era contra o dualismo, mas não especificou que dualismo.  O Espiritismo é monista concernentemente à Ética, ao fundamento de Justiça e a Teologia, mas é dualista em relação à Antropologia Filosófica e à Cosmologia.
 TENHO  MUITO QUE ANALIZAR AINDA 16. RELAÇÃO CORPO E MENTE.
16.1. Tanto em Ciência como em Filosofia, as opiniões se dividem entre duas orientações concernentes à relação corpo e mente [entendamos por alma ou Espírito]: monismo e dualismo.
16.2. O monismo acha que corpo e alma constituem um todo único. É a posição adotada pela Ciência materialista e, por isso, dizemos ser um monismo materialista.  Algumas concepções espiritualistas pensam da mesma forma. Por isso, essa opinião é chamada de monismo espiritualista.
16.3. Outras doutrinas afirmam que corpo e mente são entidades separadas. Dividimo-las em duas correntes. Odualismo paralelista [ou paralelismo psicofísico], onde corpo e alma coexistem, porém não se interagem.  Odualismo interacionista, onde corpo e alma são separados, mas interagem entre si.
16.4. O exemplo de concepção dualista é a posição de Descartes concernente à relação corpo e mente. Normalmente, ele é tomado como materialista mecanicista e profitente da posição do “paralelismo psicofísico”. Mas em seu livro “Meditações”, ele fornece uma idéia diferente, segundo nossa interpretação. Ele é claro quando diz que corpo e mente são entidades diferentes, mas que interagem entre si. Só não é explícito se isso ocorreria obrigatoriamente com um Espírito encarnado no corpo físico. Classificamo-lo como dualista interacionista.
16.5. Afirmamos que o Espiritismo tem a posição dualista interacionista, pois o Espírito [alma] vive independentemente do corpo físico. A relação entre os dois é apenas transitória, durante o período de cada reencarnação. O corpo pode existir com vida, mesmo após o Espírito já estar desencarnado [LE 70 NOTA].  O organismo influencia o Espírito, mas não se funde com ele em um único bloco [“Influência do organismo” da LE 367 à LE 370]. Em MT 22:21, Jesus prega: “Daí a César o que é de César e a Deus o que é de Deus” e em Jo 18:36. “Meu reino não é deste mundo” ; de acordo com os ensinamentos cristãos, há nítida separação entre o que é de Deus [espiritual] e o que é de César [profano, material, corporal]. Vide item 7:11..
Citações: LE 27 “Mas, ao elemento material se tem que juntar o fluido universal, que desempenha o papel intermediário entre o espírito e a Matéria propriamente dita, por demais grosseira para que o Espírito possa exercer ação sobre ela”. LE 28 NOTA “Um fato patente domina todas as hipóteses: vemos matéria destituída de inteligência e vemos um princípio inteligente que independe da matéria”.  LE 63 “O princípio vital (…) é efeito ou causa? (…). A vida é um efeito devido à ação de um agente sobre a matéria. Esse agente, sem a matéria, não é vida, do mesmo modo que a matéria não pode viver sem esse agente. Ele dá vida a todos os seres que o absorvem e assimilam”. LE 70 NOTA “Os corpos orgânicos são, assim, uma espécie de pilhas ou aparelhos elétricos, nos quais a atividade do fluido determina o fenômenos da vida. A cessação dessa atividade causa a morte”.  LE 136 “A vida orgânica pode animar um corpo sem alma, mas a alma não pode habitar um corpo privado de vida orgânica”.  LE 140 A NOTA “A alma atua por intermédio dos órgãos e os órgão são animados pelo fluido vital”. LE 146 A “Os que a [alma, observação nossa] situam no que consideram o centro de vitalidade, esses a confundem com o fluido ou princípio vital”. LE 154 “É dolorosa a separação da alma e do corpo? Não. (…) a alma nenhuma parte toma nisso”. LE 155 NOTA “(…) o desprendimento é muito menos rápido, durante algumas vezes dias, semanas e até meses, o que não implica existir, no corpo, a menor vitalidade, nem a possibilidade de volver à vida (…)”. LE 156 “O corpo é a máquina que o coração põe em movimento. Existe, enquanto o coração faz circular nas veias o sangue, para o que não necessita da alma”.  LE 367 “A matéria é apenas o envoltório do espírito, como o vestuário o é do corpo. Unindo-se a este, o Espírito conserva os atributos da natureza espiritual”. LE 368 “O exercício das faculdades de pende dos órgãos (…)”.LE 368 A “Assim, o invólucro material é obstáculo à livre manifestação das faculdades do Espírito, como um vidro opaco é à livre manifestação da luz? É, como vidro muito opaco”. LE 369 “Os órgãos são os instrumentos da manifestação das faculdades da alma”.LE 370 “Não confundais o efeito com a causa. O Espírito dispõe sempre das faculdades que lhe são próprias”.LE 370 A “Cumpre, porém, se leve em conta a influência da matéria, que mais ou menos lhe cerceia o exercício de suas faculdades”. LE 372 A “Não há, pois, fundamento para dizer-se que os órgãos nada influem sobre as faculdades? Nunca dissemos que os órgãos não têm influência. Têm-na muito grande sobre a manifestação das faculdades, mas não são a origem destas”.LE 375 A “(…) o Espírito atua sobre a matéria, também esta reage sobre ele (…)”. LE 634 “É preciso que o Espírito ganhe experiência; é preciso, portanto, que conheça o bem e o mal. Eis porque se une ao corpo. LM 1 “Seja qual for a idéia que dos Espíritos se faça, a crença neles necessariamente se funda na existência de um princípio inteligente fora da matéria [grifos nossos]. LM 2 “Desde que se admite a existência da alma e sua individualidade após a morte, forçoso é também se admita: 1º que sua natureza difere da do corpo (…); 2º que goza de consciência de si mesma(…). Admitido isso, tem-se que admitir que essa alma vai para alguma parte”. LM 3 “Figuremos, primeiramente, o Espírito em união com o corpo. Ele é o ser principal, pois que é o ser que pensa e sobrevive[grifo do autor]. O corpo não passa de acessório seu, de um invólucro, uma veste, que ele deixa, quando usada. Além desse invólucro material, tem o Espírito um segundo, semimaterial, que o liga ao primeiro. Por ocasião da morte despoja-se deste, porém não do outro, a que damos o nome de perispírito [grifo do autor]”. LM 58 “O Espírito precisa, pois, de matéria, para atuar sobre a matéria.”. LM 129 “(…) o Espírito atua sobre a matéria(…). Pode igualmente, pela ação de sua vontade, operar na matéria elementar uma transformação íntima, que lhe confira determinadas propriedades. Esta faculdade é inerente à natureza do Espírito (…).” EE 17:11 “(…) demonstrando-lhes as relações que existem entre corpo e a alma e dizendo-lhe que, por se acharem em dependência mútua, importa cuidar de ambos.”. EE 4:25. “A passagem dos Espíritos pela vida corporal é necessária para que eles possam cumprir, por meio de uma ação material, os desígnios cuja execução Deus lhes confia. (…) a atividade que são obrigados a exercer lhes auxilia o desenvolvimento da inteligência. (…). Mas a encarnação para todos os Espíritos é apenas um estado transitório (…)”. EE 11:13. “(…) a vida terrestre tem que servir exclusivamente ao aperfeiçoamento moral, que mais facilmente se adquire com o auxílio dos órgãos físicos e do mundo material”; Céu e Inferno, 1a. Pt, Cap. VIII, nº 5 [CI 1:8.5]: “Entretanto, a alma é imortal e o corpo não(…).(…) poder-se-á afirmar que o seu destino é estar essencialmente integrada [grifo do autor]? Não, essa união mais não é na realidade do que um incidente, um estádio da alma, nunca o seu estado essencial. CI 1:8.10 “A respeito da união da alma e com o corpo, o Espiritismo professa doutrina infinitamente maisespiritualista [grifo do autor] (…) ele ensina-nos que a alma é independente do corpo, não passando este de temporário invólucro: a espiritualidade é-lhe a essência, e a sua vida normal é a espiritual [grifo do autor]. O corpo é apenas instrumento da alma para exercício das suas faculdades nas relações com o mundo material; separada desse corpo, goza dessas faculdades mais livre e altamente”. CI 1:8.11 “A união da alma com o corpo, em ser necessária aos seus primeiros progressos, só se opera no período que podemos classificar como da sua infância e adolescência; atingindo, porém, que seja, um certo grau de perfeição e desmaterialização, essa união é prescindível, o progresso se faz na sua vida de Espírito. Demais, por numerosas que sejam as existências corpóreas, elas são limitadas à existência do corpo, e a sua soma total não compreende, em todos os casos, senão uma parte imperceptível da vida espiritual, que é ilimitada”. GE INTRODUÇÃO p.9 “Dois elementos, ou, se quiserem, duas forças regem o Universo: o elemento espiritual e o elemento material. Da ação simultânea desses dois princípios nascem fenômenos especiais (…)”. “Demonstrando a existência do mundo espiritual e suas relações com o mundo material (…)”. p.10 “Essa solução se encontra na ação recíproca do Espírito e da matéria(…)”. GE 13:5 “Durante a sua encarnação, o Espírito atua sobre a matéria por intermédio do seu corpo fluídico ou perispírito, dando-se o mesmo quando ele não está encarnado.’
CAPÍTULO XVII.
17. CONCEITO  ESPÍRITA DE FAMÍLIA E SEXO.
17.1. Conceito Espírita de Família.
17.1.1. Para o Espiritismo a família carnal é apenas um acidente da família espiritual. Como os Espíritos não se reproduzem, mas sim criados por Deus, o conceito de “família espiritual” reside na afinidade vibratória que eles têm entre si.
17.1.2. A palavra “afim”, tanto em português como no original do LE em francês e em Latim, significa parentesco por casamento, afeição, ou identidade de propósitos [bons ou maus]. É preciso que não confundamos “afinidade” com amor, amizade. Dois Espíritos, com baixas vibrações, ainda afeitos às paixões carnais, são afins. Seres que se odeiam, que se prendem pelo o ódio, possuem afinidade de vibratória de ódio.
17.1.3. CITAÇÕES: LE 203-206: Parentesco, filiação; LE 207 –217: Parecenças físicas e morais; LE 291 – 307: Relações de antipatia e simpatia. Metades eternas; LE 379 – 385 Infância [385 adolescência]; LE 386- 391: Simpatia e antipatia terrenas; LE 484 – 488 Afeição que os Espíritos votam a certas pessoas; LE 489 – 521 Anjos da guarda. Espíritos protetores, familiares ou simpáticos [514 Espíritos familiares e Espíritos simpáticos]; LE 582 – 583 Missão da paternidade – filhos transviados; LE 686 – 701 Lei da reprodução – casamentos e celibato; divórcio [697 e 860]; LE 773 – 775 Laços de família; LE 890 – 892 amor materno e amor filial; LE 939 – 940 Uniões Antipáticas; LE 980: “(…) laço de simpatia(…). (…) famílias pela afinidade de sentimentos (…)”; EE 4:18.-23.A reencarnação fortalece os laços de família; EE todo o Capítulo XIV: Honrar a vosso pai e a vossa mãe; EE 14:3 Piedade filial; EE 14:5 Quem é minha mãe e quem são meus irmãos? EE 14:8 A parentela corporal e a parentela espiritual. EE 14:9 Ingratidão dos filhos e os laços de família; EE 22. Não separeis o que Deus juntou [Indissolubilidade do casamento – Divórcio]; EE 23. Moral estranha [quem não odeia pai e mãe – deixai pai, mãe e filhos]; EE 28:53. deveres parentais –amor paterno e amor filial. Bíblia: Mt 10:37 “Quem ama mais ao pai do que a mim (…)”. Jesus ensina que o amor à causa divina deve ser maior que os laços da família carnal. Bíblia: Mt 12:46 e Lc 8:11., Jesus fala sobre sua família. Mt 19:27 Jesus fala a Pedro sobre abandonar a família para segui-Lo.
17.2. Conceito de Sexo para o Espiritismo.
17.2.1. Sexo para o Espiritismo é apenas uma contingência do corpo físico, que há para possibilitar a reprodução deste, a fim de servir de veículo para outros Espíritos necessitando de reencarnar [LE 200, 201 e 203].
17.2.2. O Espírito não tem e não precisa de sexo uma vez que eles são criados por Deus. Sexo é apenas um acidente material que só serve para a reprodução do corpo físico. Evidente que a atração sexual entre espíritos encarnados e ainda presos às sensações físicas, serve com um “bruxuleio” de futuras atitudes amoráveis.  [LE 34, 115, 127, 133 e 804]. CI pt 2 cap. II n.11 [p.183]  “Os Espíritos não têm sexo (…). Não temos motivo para sermos de natureza masculina ou feminina (…). Os Espíritos não podem ter sexo. Sempre disseram que os Espíritos não têm sexo, sendo apenas necessário para a reprodução de seus corpos.”
17.2.3. O Espírito precisa reencarnar no sexo masculino e no sexo feminino para adquirir as experiências de ambos os sexos [LE 202, principalmente comentário de Kardec e LE da 817 à 822, principalmente comentário de Kardec nessa última].
17.2.4. O Espiritismo reconhece a igualdade entre os sexos, porém reconhece também que eles têm atribuições diferentes [LE da 817 à 822].  É preciso que atentemos que essas asserções foram emitidas em 1857, adequadas à época e ao local, não tendo caráter absoluto e permanente.  Com a evolução dos costumes e com a tecnologia, muitas funções masculinas tornaram-se adequadas às mulheres e vice–versa. A Primeira e a Segunda Guerras Mundiais colocaram mulheres para desempenhar funções masculinas na retaguarda, enquanto os homens estavam nas linhas de frente. Isso mostrou que essa discrepância de papéis sociais não era absoluta e estava chegando o momento de revê-las. Hoje, é admissível que muitas atividades, que antes eram prerrogativas masculinas, possam ser desempenhadas por mulheres e vice-versa. Quando a doutrina fala em experiência feminina e masculina, não se refere a experiência física dos sexos, mas a funções sociais que macho e fêmea desempenham em diferentes sociedades, principalmente nas mais primitivas. Observemos a cultura do povos nômades. Numa sociedade mais espiritualizada esses papéis específicos a um sexo e a outro vão se mesclando, ficando o Espírito encarnado capacitado para desempenhar os dois papéis sem maiores problemas sociais.
17.2.5. A Literatura apócrifa que surgiu dentro do Movimento Espírita Brasileiro faz afirmações que não encontram fundamento doutrinário.  Há um autor que alega que o homossexual foi em reencarnação passada uma mulher muito libidinosa que reencarnou no sexo oposto para aplacar sua luxúria. Imperfeito, esse Espírito guardaria as tendências sexuais da última reencarnação.  Essa afirmação demonstra uma confusão de conceitos.
17.2.6. O autor entende como homossexual os homens com atração sexual por outros homens, contrariando a etimologia da palavra. “Homo”, do grego “mesmo” – essa palavra significa pessoas que tem preferências sexuais por outras do mesmo sexo – homem por homem e mulher por mulher. A afirmação desse autor também é uma imprecisão científica.
17.2.7. Isso também está em desacordo com a afirmação de que o Espírito precisa reencarnar nos dois sexos. Não é aceitável que um fenômeno natural possa produzir uma perversão sexual. Se um Espírito libidinoso que reencarnou como mulher, reencarna como homem, necessariamente ele não terá que ser um homossexual. Se ele falhar na lição, poderá ser um homem muito libidinoso sem recorrer a práticas homossexuais. Em Los Angeles, há um grupo de homossexuais masculinos com tanta ojeriza às mulheres a ponto de seus membros desprezarem os outros que são afeminados e são obrigados a usarem bigode e cavanhaque para mostrarem que são homens. Em San Francisco, há “The Bears” [Os Ursos], com a mesma ideologia e usam barba cerrada e são violentos. Esses não podem ser reencarnações de Espíritos que na última o fizeram em corpo feminino.
17.2.8. Para quem conhece Medicina, sabe que existem várias doenças físicas que diminuem a libido ou dificultam qualquer tipo de relação sexual. Herps genital intenso: impossibilita a cópula e deixa o paciente com dor e ardor nas áreas pudendas. Psoríase: normalmente não é doença grave; localiza-se nas dobras do corpo e nas entradas do couro cabeludo; em quadro grave, que pode aparecer nas virilhas, exala mau cheiro, arde devido a infecções secundárias. Más formações da genitália interna ou externa que podem impedir ou dificultar a atividade sexual: epispádia ou hipospádia no homem e atresia de vagina na mulher. Alterações hormonais, principalmente nas mulheres, acarretando menorragias, cólicas menstruais intensas, tensão pré-menstrual e pruridos nas áreas pudendas.  Alterações da atividade córtico-frontal, como oligofrenias, demências ou psicoses, que diminuem ou extingue a libido.
17.2.8. Não é razoável admitir-se que médicos não tenham notado a impropriedade dessas afirmações que há no Movimento Espírita Brasileiro.
 DIALÉTICA E ESPIRITISMO
18.1. Constantemente, no meio espírita, assistimos a palestras ou lemos trabalhos, onde o palestrante ou o escritor cita a Dialética como se fosse uma doutrina que avalizasse a verdade.  Já tivemos oportunidade de consultar um artigo, cujo  autor pretensamente trata da “dialética espírita”.
18.2. A palavra dialética vem do grego: prefixo “dia”, que significa “através”, e do termo “logos”, que significa “palavra”. Dialética, etimologicamente, seria “arte da discussão”, “arte de esclarecer”, “arte de enganar”, “arte de esclarecer através das idéias”. No curso da história da Filosofia, o conceito de dialética já passou por altos e baixo. Platão, os escolásticos e Hegel  a exaltaram. Aristóteles, os renascentistas e Kant a desdenharam. De meados do Século XIX ao XX, seu sentido foi um pouco deturpado com o fito de atender os interesses de correntes ideológicas. Marx usou a dialética materialista para criar seu Materialismo Histórico, a fim de explicar a marcha da humanidade sem necessitar de uma Providência Divina. O conceito de dialética usado hoje pelos intelectuais é um misto da forma idealista de Hegel e da materialista de Marx. O constante “vir-a-ser” dialético satisfaz à ideologia indeterminista tanto do anarquismo, como a do neoliberalismo. Esse pensamento é incompatível com uma doutrina que crê em um Deus criador e providente [vide itens 5.2., 5.4., e 5.5.].
18.3. Hegel [1770-1831] graduou-se em pastor luterano. Discordando de pontos doutrinários, abandonou o pastorado e tornou-se Professor de filosofia. Foi fortemente influenciado pelo Romantismo alemão que fazia apologia da revalorização do panteísmo pagão germânico. Essa é a razão porque Hegel apresenta sempre vaga idéia de Deus, identificado-O com a natureza, diferindo de um Deus criador e providente.
18.4. Marx [1818-1883] era francamente materialista. Portanto, sua doutrina não podia explicar os fenômenos naturais determinados por uma Causa externa [Deus].  A teoria dialética ajudava explicar tudo sem recorrer a determinações externas aos fatos ou às coisas.
18.5. O Romantismo surgiu no final do século XVIII, influenciando arte, ciência, filosofia. Suas manifestações diferiam conforme o setor, o local e o momento de aparecimento. Por isso, falamos de Romantismo alemão, italiano. Mencionamos também Romantismo na Música, nas artes plásticas, na Arquitetura, etc.. Esse movimento prolongou-se por todo o Século XIX, ingressando no Século XX sob a forma do Niilismo de Nietzsche e da fenomenologia de Husserl. O niilismo de Nietzsche nega a existência do Absoluto, tanto na esfera gnoseológica, como na ética; é uma descrença no futuro ou destino glorioso da humanidade, contrariando a idéia do destino à perfeição do Espiritismo [ver item 6.2.3.]; nega também o Absoluto, quando decreta “a morte de Deus”, contrariando a teodicéia espírita [ver Capítulo V]. A fenomenologia no conceito de Lambert é o estudo descritivo do fenômeno tal como se apresenta à experiência do observador, excluindo a admissão de qualquer elocubração de cunho metafísico. Esse conceito permanece sem grandes alterações em Husserl. O Niilismo e a Fenomenologia influenciaram o Existencialismo Fenomenológico de Heidegger e o Existencialismo Materialista de Sartre e, mais recentemente o Estruturalismo. Por isso, a Dialética ficou preservada para explicar todos os fenômenos da vida humana. Ela passou a fazer parte do “espírito da época” [Zeitgeist] e, assim, perece lógica a fundamentação nela para qualquer demonstração. Por essa razão, no Movimento Espírita Brasileiro, aparecem pessoas que são influenciadas por esse “espírito da época” e facilmente introduzem no Espiritismo idéias contraditórias a seus princípios.
18.6. Essa confusão tem várias causas. A primeira é pelo fato dessa palavra ter vários significados e, por isso, as pessoas podem estar defendendo idéias dialéticas diferentes, achando que estão em comunhão de pensamento. A segunda é política; na segunda metade do Século XX, houve uma expansão do pensamento marxista, o que ajudou a divulgar a doutrina dialética. A terceira causa é o pensamento estruturalista que dominou também nessa época [com apogeu na Década de 60, identificando-se com a ideologia de protesto] e foi muito influenciado pelo anarquismo francês. A doutrina dialética, embora seja uma forma de determinismo causal, induz ao indeterminismo, o que satisfaz aos interesses anarquistas, pois, o constante “vir-a-ser” inevitavelmente induz a uma indeterminação. A segunda e a terceira causas são conseqüências do Romantismo.
18.7. Das várias acepções da palavra “dialética’, vamos examinar apenas a “Dialética Idealista de Hegel” e a “materialista de Marx”, por serem essas as formas que provocam esse mistifório no Movimento Espírita Brasileiro.
18.8. Hegel alegava que toda afirmação traz dentro de si sua negação, o que evidentemente resulta na negação da primeira afirmação, o que já se torna uma segunda afirmação, contendo dentro de si sua própria negação. Essa cosmovisão conduz necessariamente a um indeterminismo, pois nada pode ser definitivo, eliminando a possibilidade de uma determinação finalista dada por um Deus providente. Didaticamente essa teoria é apresentada como consistindo de tese [posição] que produz sua antítese [oposição]. A união dessas duas produz a síntese [composição] que é uma nova tese que produzirá sua antítese.
18.9. Marx não aceitou a forma idealista dessa teoria e forneceu-lhe uma explicação materialista. Não é justificável neste trabalho, explicarmos a distinção precisa entre essas duas formas de pensamento dialético. Basta que o leitor entenda que dialética  resume-se didaticamente na seqüência infindável de tese, antítese e síntese.
18.10.  Para exemplificar, faremos essa comparação. Os que aceitam o pensamento dialético, usam como prova a ascensão, apogeu e declínio de várias civilizações do passado. Essas civilizações ao se estabelecerem traziam dentro de si a sua “negação” ou “antítese”, que a aniquilaria futuramente. Marx afirmava que o Capitalismo trazia dentro de si suas contradições, o que o destruiria. A LE 786 mostra o inverso. O nascimento, crescimento e declínio de uma civilização são providências de Deus – há um fator externo determinado-os – não há contradições internas. A LE 788 e EE 24.4 afirmam que os povos são individualidades coletivas, tendo uma infância, uma idade da madureza e uma decrepitude – nascem,crescem e morrem. Especificamente, em EE 24.4 é afirmado que cada coisa tem que vir em sua época própria, demonstrando que o aparente “vir-a-ser”, que seria um indeterminismo, é, na verdade, um determinismo finalista [providencial]. Todo o Capítulo III do EE demonstra como a evolução dos mundos, onde reencarnam Espíritos, é determinada e não ocorrendo ao sabor do indeterminismo dialético. Portanto, a “contradição”, a “antítese”, vem do exterior, não está embutida na “tese”, há uma determinação finalista [providencial] de um Deus providente.
18.11. Outro exemplo. A morte é a única coisa certa em nossas vidas. Até a velhice é duvidosa, pois podemos morrer antes de atingi-la.  Depois que nascemos, não fazemos outra coisa se não caminharmos para morte. Essa realidade fatalista induziu alguns pensadores a tentar explicar essa inexorabilidade da morte pela dialética. A vida traria dentro de si sua oposição que é a morte. Para a Doutrina, a essência é a vida espiritual. A passagem pela matéria é apenas um acidente. Aquilo que entendemos por “vida” [o período em que o Espírito está reencarnado na matéria] é o que é transitório, fugaz. Pelo contrário, a morte não é a negação da vida, mas sua continuação, ou, inversamente, a vida [encarnada] que é uma continuação temporária da erraticidade. A morte não existe para a Doutrina. O que entendemos por morte física é apenas o cumprimento de uma etapa da longa vida de um Espírito. Quando o Espírito reencarna sua morte [desencarnação] já está determinada, cumprindo uma finalidade e não um “vir-a-ser” indeterminado. Kardec chama esse determinismo de finalista defatalidade, porque naquela época o binômio determinismo/indeterminismo ainda não estava desenvolvido pela Filosofia. Há uma explanação sobre o conceito de “fatalidade” da LE 851 à LE 867 e na  LE 872 [p.400]. A doutrina dialética não admite autoridade externa aos fatos ou coisas, determinando-os.
18.12. Julgamos que não cabe qualquer visão dialética dentro do Espiritismo. Achamos que as opiniões citadas acima, podem decorrer da falta de conhecimento ou pela indução feita pelo pensamento moderno. Seria uma manifestação do “espírito da época” [Zeitgeist].
 19. BINÔMIO MONISMO/DUALISMO
19.1. Intróito. Dentro dos pensamentos filosófico e religioso, várias correntes se dividem em monismo ou dualismo, conforme aceitem a existência de um único ou de dois princípios em relação a determinado assunto. No dualismo os dois princípios podem ser fundamentalmente oponentes e independentes, ou complementares. Por exemplo; no Zoroastrismo há sempre dois princípios oponentes – o do bem e o do mal; no Maniqueísmo, no Gnosticismo e no Judaísmo apocalíptico há eterna luta entre a Luz e as Trevas; já no Taoísmo, o princípio “yang” e o “yin” são complementares. Assim, conforme a doutrina, há o monismo ou dualismo no campo da antropologia filosófica, da ética, da cosmologia, etc..
19.2.Em Cosmologia, as teorias monistas têm uma concepção de Deus panteísta, deísta ou emanantista. A concepção que crê em um Ser Criador, que é Deus, e um Ser [ou Seres] criado [ou criados] – a Criatura – é dualista. Para o Espiritismo Deus é criador. Tudo o mais que há no Universo é Criatura. Sob o ponto de vista cosmológico, essa Doutrina é dualista. Vide item 6.2.2.. Vide também toda a primeira parte do LE. Em OP, p. 258 ( Cap. Ligeira Resposta aos Detratores do Espiritismo, 1ª. Parte): “1º O  elemento espiritual e o  elemento material são os dois princípios, as duas forças vivas da Natureza, as quais se completam uma a outra e reagem incessantemente uma sobre a outra, indispensáveis ambas ao funcionamento do mecanismo do Universo. Da ação recíproca desses dois princípios se originam fenômenos que cada um deles, isoladamente, não tem possibilidade de explicar. À Ciência, propriamente dita, cabe a missão especial de estudar as leis da matéria. O Espiritismo tem por objeto o estudo do  elemento espiritual em suas relações com o elemento material e aponta na união desses dois princípios a razão de uma imensidade de fatos até então inexplicados.” Em relação ao binômio determinista/indeterminista, vimos no Capítulo XV, item 15.2., que o Espiritismo é determinista finalista. Portanto, em relação a esse binômio, é monista.
19.3.Na Antropologia Filosófica o dualismo e o monismo se manifestam em concernência à relação corpo e mente. Já estudamos esse assunto nos itens 7:11. e 16:5.. O Espiritismo é dualista interacionista concernentemente à relação corpo e mente. Vide também toda a segunda parte do LE. Em EE 4:8., Kardec repete as palavras do Cristo que afirma o dualismo antropológico: “O que é nascido da carne é carne e o que é nascido do Espírito é do Espírito.” (João 3:6.).
19.4.Em ética, as teorias dualistas acham que o mal e o bem coexistem; se não houver o mal, não pode existir o bem. As monistas acham que só existe o bem, sendo o mal temporário, apenas uma ausência do bem. O Espiritismo, sob o ponto de vista ético, é monista Vide item 9.7.. Vide também a terceira parte do LE.
19.5.Sob o ponto de vista teológico, as religiões se dividem em monistas e dualistas.  As dualistas são aquelas religiões em que há eternamente um “céu”, região beatífica para onde vão os Espíritos que foram bons na sua vida terrena, e um “inferno”, região de sofrimento para onde vão os Espíritos que infringiram a Lei de Deus.  A Igreja Cristã antiga admitiu uma terceira região de sofrimento, mas transitória, o “purgatório” para onde vão os Espíritos que cometeram algum pecado, mas que são suscetíveis de regeneração e serem , depois, transferidos para o Céu. As monistas admitem como eterna, somente a região beatífica. As outras de sofrimento (inferno e purgatório) são transitórias, só existindo para os Espíritos que ainda não evoluíram na escala espiritual. O Espiritismo é monista sob o ponto de vista teológico. Para ele somente essa região beatífica é eterna. As zonas de sofrimento, pelas quais passam os Espíritos pouco evoluídos, são transitórias. À medida que eles vão perdendo o apego à vida material, passam a freqüentar somente as zonas de felicidade. Vide a quarta parte do LE e itens 6.2.3., 7.10, 9.13., 10.3. (perfeição).
19.6.O fundamento do conceito espírita de justiça é autônomo, isto é, baseia-se no direito pessoal, embora seu fundamento ético seja heterônomo – a lei de Deus (item 9.6.). Isto foi discutido no item 13.9.. Para o Espiritismo o fundamento de justiça é monista.
19.7.Alguns palestrantes e escritores espíritas não sabem fazer essas diferenças e fazem afirmações que distorcem a Doutrina. Já assistimos um proclamar que o Espiritismo era contra o dualismo, mas não especificou que dualismo.  O Espiritismo é monista concernentemente à Ética, ao fundamento de Justiça e a Teologia, mas é dualista em relação à Antropologia Filosófica e à Cosmologia.

 ESPIRITISMO E VEGETARIANISMO.
   20.1. Intróito.
20.1.1. Atualmente, no meio espírita brasileiro, existe uma ideologia “vegetarianista”, induzindo muitos prosélitos a julgar que isso faça parte da Doutrina.  O Espiritismo não tem prescrições ou restrições alimentares ou de vestuário. A alimentação deve ser sadia, evitando as extravagâncias, porém pode ser acompanhada de prazer gustativo.  O vestuário deve atender espacial e temporalmente aos bons costumes e visar à proteção do corpo físico, podendo ter uma finalidade colateral de estética, mas evitando as roupas ou modos de vestir-se que prejudiquem à saúde. Portanto, não encontramos fundamento doutrinário no Pentateuco Kardequiano de ordenanças alimentares que justifiquem o vegetarianismo. Atribuímos essa restrição a fruto de obras pos-kardequianas que fazem sincretismos de Espiritismo com ideologias orientais, criando heresias e apostasias. Como o vegetarianismo é uma filosofia de vida de caráter confessional ou mesmo místico, achamos adequada sua discussão como Filosofia da Religião.
20.2. Fundamento doutrinário.
20.2.1. LE 182 [Da Pluralidade das existências] “À medida que o Espírito se purifica, o corpo que o reveste se aproxima igualmente da natureza espírita. Tornando-se-lhe menos densa a matéria (…) menos grosseira são as necessidades físicas, não mais sendo preciso que os seres vivos se destruam mutuamente para se nutrirem[grifo nosso]”.  Comentário. O texto fala claramente dos seres vivos e de destruição mútua e não se refere exclusivamente da alimentação humana com carne animal. É necessário que sempre lembremos que há destruição total do ser vegetal, quando ele é devorado. A destruição deve concernir tanto a animais quanto a vegetais. A alimentação vegetariana destrói também as plantas. Não adianta o indivíduo abster-se de carne e comer “bife” de soja. Ele usa o grão que é o germe de uma planta, portanto, aborta-a antes de nascer.  Para plantar soja, foi necessário o extermínio de vários outros vegetais para que houvesse um campo para a lavoura concernente.  Com a alteração da flora, ele provoca uma alteração da fauna, produzindo o extermínio de espécies animais. Portanto, ao comer um “bife” de soja, o indivíduo precisou destruir três vezes, incluindo a fauna. Portanto, vegetariano que se jacta de se alimentar sem destruir é um hipócrita.
20.2.2. LE 722 [Lei da Conservação] “Será racional a abstenção de certos alimentos, prescrita a diversos povos? Permitido é ao homem alimentar-se de tudo o que não prejudique a saúde (…) [grifo nosso]”.Comentário. A restrição é apenas para coisas que prejudiquem à saúde [grifo nosso]. Resta discutir se a carne é ou não prejudicial à saúde, que será feito após as citações.
20.2.3. LE 723 [Lei da Conservação] “A alimentação animal é, com relação ao homem, contrária à lei da Natureza? Dada a vossa constituição física, a carne alimenta a carne, do contrário o homem perece [grifo nosso]”. Comentário. Está acaciano que a Doutrina Espírita não faz restrição à alimentação carnívora e nem recomenda o vegetarianismo.
20.2.4.  LE 724 [Lei da Conservação] “Será meritório abster-se o homem a alimentação animal, ou de outra qualquer [grifo nosso]? Sim se praticar essa privação em benefício de outros. (…) Por isso é que qualificamos de hipócritas os que apenas aparentemente se privam de alguma coisa”. Comentário. A pergunta é genérica, pois trata da privação da alimentação animal ou de outra qualquer. A resposta afirma que só há mérito se for para benefício de outrem. Abstenção de carne beneficia apenas o animal vivo, mas sacrifica aquele que está ou estaria no ovo, sacrifica também o peixe e os frutos do mar em geral, sacrifica os vegetais. Então é um benefício faccioso.
20.2.5.   LE 728 [Lei da Destruição] “É lei da Natureza a destruição? Preciso é que tudo se destrua para renascer e se regenerar”. Comentário. Essa asserção não recomenda a destruição, apenas indica que ela é necessária. Comparando-se com o asseverado em LE 182, podemos deduzir a necessidade de destruição diminui com a elevação das categorias do mundo. É falado de destruição de uma maneira genérica [mamíferos, frutos do mar, vegetais] e não especificamente de animais.
20.2.6.   LE 728 A [Lei da Destruição] “O instinto de destruição teria sido dado aos seres vivos por desígnios providenciais? As criaturas são instrumentos de que Deus se serve para chegar aos fins que objetiva. (…) destruição esta que obedece a um duplo fim: manutenção do equilíbrio na reprodução, que poderia tornar-se excessiva, e utilização dos despojos do invólucro exterior (…)”. Comentário.  A resposta não faz apologia da destruição, mas deixa entrever não devemos anatematizar as necessidades transitórias de destruição. Elas ocorrem quando necessárias.
20.2.7.  LE 734 [Lei da Destruição] “Em seu estado atual, tem o homem direito ilimitado de destruição sobre os animais? Tal direito se acha regulado pela necessidade, que ele tem de prover seu sustento [grifo nosso] e à sua segurança. O abuso [grifo nosso] jamais constitui direito”. Comentário.  A resposta afirma que há esse direito, desde que não a destruição não seja abusiva. O limite da destruição é quando passa tornar-se abuso, antes não.
20.2.8.   LE 735 [Lei da Destruição]. Resposta: “(…). Toda destruição que excede os limites da necessidade é uma violação da lei de Deus”. Comentário. Essa resposta reforça a asserção anterior.
20.2.9.   LE 736 [Lei da Destruição] “Especial merecimento terão os povos que levam ao excesso o escrúpulo, quanto à destruição de animais? (…) há mais temor supersticioso do que verdadeiramente bondade”.
20.3. Citações pós-kardequiana que condenam a alimentação carnívora e recomendam a vegetariana.
20.3.1. O Consolador [17]. Questão 129: “É um erro alimentar-se o homem com a carne dos irracionais? A ingestão das vísceras dos animais é um erro de enormes conseqüências (…) os homens terrestres poderão dispensar da alimentação os despojos sangrentos de seus irmãos inferiores”. Comentário. A resposta está incoerente com a pergunta. Pergunta-se sobre a ingestão de carne animal [que é o músculo] e a resposta é sobre vísceras, afirmando que sua ingestão é um erro. Essa parte final da asserção está incompatível com dados fisiológicos que serão discutidos adiante. O copyright desse livro é de 1940, portanto podemos considerar que essa afirmação data também dessa época. Foi admitida como verdadeira uma asseveração, feita por um único médium, ditada por um único espírito e que contradiz os fundamentos doutrinários. O critério de verdade [o da coincidência] estipulado por Kardec não foi respeitado: as afirmações para serem consideradas como coincidentes devem ser dadas por Espíritos diferentes, em diferentes lugares, mas na mesma época e sem que haja comunicação entre os manifestantes.
20.3.2. Antes desse comunicado, houve outro que o precedeu, dado pelo mesmo Espírito, através do mesmomédium e no mesmo local. Citação: A Caminho da Luz [18], p. 34, “(…) examinadas as condições morais da Terra, onde o homem se reconforta com as vísceras de seus irmãos inferiores (…)”.  Essas afirmações só consideram destruição a que é feita pela alimentação carnívora. A destruição dos vegetais feita pela vegetariana não é considerada. Pela afirmação desses dois livros a condenação é a da ingestão de “vísceras dos irmãos inferiores”.  Parece-nos que peixe também é animal e, contudo, muitos espíritas, que pretendem ser vegetarianos, comem peixe. Essa ideologia também é excludente, pois exclui os vegetais da condição de irmãos.  Para nós, essa condenação da alimentação carnívora e apologia à vegetariana é interferência ideológica do médium. Devemos lembrar que Francisco Cândido Xavier conheceu o místico Edgard Armond em 1939, numa comemoração a Kardec, na Associação das Classes Laboriosas, Rua do Carmo, São Paulo –SP. Na década de 30, a Federação Espírita Brasileira [FEB] publica alguns artigos do místico italiano Pietro Ubaldi em sua revista “Reformador”.  Em 1939, publica o livro “A Grande Síntese” [19] desse místico, onde há a pregação vegetariana. Foi justamente nessa década que o médium referido começou a publicar seus livros “mediúnicos” pela FEB. Supomos que essas mensagens anti-carnívoras foram influências de Armond e Ubaldi sobre o médium.
20.3.3. Depois dessas duas obras, “choveu” na literatura espírita uma quantidade imensa de obras tidas como mediúnicas, condenando a alimentação carnívora e recomendando a vegetariana, umas fazendo até afirmações anti-científicas [Fisiologia da Alma (20), atribuída ao espírito Ramatis].  Conhecemos muitos desses “médiuns”anti-carnívoros e constatamos que, muitos deles, tinham influências de ideologias orientais, principalmente da Yoga, vulgarizadas nas décadas de 50 e 60 pelo Coronel Caio Miranda e pelo Coronel José Hermógenes de Andrada, respectivamente.  Além disso, o Movimento Espírita no Brasil segue mais as idéias de Leon Denis e Roustaing do que de Kardec. Ele sofre influência também de ideologias estranhas ao Espiritismo como as de Pietro Ubaldi [vegetariano], Humberto Rhoden [vegetariano], Freud [de família hassídica] e Jung [influenciado pelo panteísmo do paganismo germânico (as mesmas idéias que influenciaram o Movimento Nacional-Socialista: ADOLF HITLER E MUITOS NAZISTAS ERAM VEGETARIANOS E MEMBROS DAS ORGANIZAÇÕES MÍSITCAS VRIL, TEOSOFIA E THULE)], através das obras de Jorge Andréa dos Santos e de Divaldo Pereira Franco.  Em São Paulo, a influência de Edgard Armond com seu misticismo oriental foi enorme. Na Década de 50, quando estavam na moda as idéias do existencialismo-fenomenológico do ideólogo nazista Martin Heidegger e as do existencialismo-materialista do anarquista Sartre, houve tentativa de identificar o Espiritismo com essas ideologias esdrúxulas. Na realidade, esse movimento vem se afastando gradativamente da doutrina codificada por Allan Kardec, tornando-se mais uma religião dogmática do que uma filosofia especulativa, como deveria ser.  Constatamos que muitas organizações espíritas prestam cultos sincréticos com tradições orientais ou afro-brasileiras ou com ambas.  Algumas sociedades que se autodenominam de “espíritas” realizam verdadeiros ritos de iniciação disfarçados com o nome de “tratamentos espirituais”.
20.4. Fisiologia da digestão das proteínas [viandas, frutos do mar, vísceras, etc.].
20.4.1.  Qualquer tipo de carne [proteína] tem sua digestão iniciada logo que atinge o estômago. O ácido clorídrico do suco gástrico destrói as pontes de enxofre e de hidrogênio das moléculas protéicas, deixando-as frágeis e suscetíveis à ação da pepsina [suco gástrico] que as parte em moléculas de pepitonas.  O pâncreas produz o tripsinogênio que, na luz do duodeno, se transforma em tripsina, pela ação das enterocínases, que desmembras as pepitonas em de aminoácidos para serem absorvidos pela mucosa entérica e servirem de nutrientes ao organismo humano. Em um indivíduo hígido, que coma sem excessos, a digestão das proteínas se completa em menos de seis horas a partir da deglutição.
20.5. Características humanas em relação à alimentação.
20.5.1.   O Ser humano é por excelência um ser onívoro. Querer restringir essa capacidade onívora é contrariar a natureza humana.
20.5.2. Dentes Caninos. O Ser humano é um o único ser cultural. Por isso ele não tem meios de defesa ou ataques naturais. Isso, ele tem que criar com sua mente. Ele não tem patas, mas sim mãos e pés. Portanto não tem cascos ou garras. Até o macaco, que é chamado de quadrúmano, não tem mão, apenas quatro garras. O Ser humano não tem canino para estraçalhar a carne. Os dentes caninos humanos têm mais a função incisiva. Para estraçalhar a carne o homem tem a mente que o induz a usar a pedra bruta, depois a lascada, depois a polida, a seguir uma lâmina metálica, a máquina de moer manualmente e depois a movida por eletricidade. Para amolecer a carne ou conservá-la por mais tempo, evitando a deterioração, sua inteligência o possibilitou usar o fogo (cozimento ou defumação) ou o frio da neve ou ação desidratante do sol, às vezes, associada à ação do sal [cloreto de sódio]. A atrofia dos caninos é argumento inconsistente. O primeiro erro é os dentes mastigatórios são os molares e os pré-molorares e os Seres humanos os tem em número de vinte. O segundo erro é que os caninos dos animais são instrumentos perfuro-contundentes que são armas que, transpassando, prende a caça e essa, quanto mais tenta escapar, agrava o ferimento e a hemorragia. O terceiro erro é que a maioria dos animais carnívoros não mastiga a carne – a engole por inteiro. Os répteis e peixes engolem suas vítimas por inteiro, incluindo couro, esqueleto, cascos ou garras. Essa afirmação errônea nos obriga a duvidar da competência dos “mentores” espirituais que recomendam essa sandice.

20.6.      Deterioração da carne.
20.6.1.  Muitos vegetarianos afirmam que a carne começa a se putrefazer logo após o abate do animal. Isso também ocorre com os vegetais. Assim, não deveríamos comer nem os vegetais. O organismo humano, como é onívoro, é feito para usar como alimento carnes e vegetais com certo grau de deterioração. Somente a putrefação acentuada de carnes e também de vegetais não é compatível com a alimentação humana.Lembremos que comer vegetal deteriorado também leva a morte.
20.6.2.  Há afirmações de que o intestino dos animais carnívoros é menor do que o dos herbívoros, a fim de facilitar o organismo descartar-se da carne que se putrefez em seu interior.  Uma vez que a carne é deglutida, ela passa a sofrer processo de digestão e não de putrefação. Esses profitentes do vegetarianismo confundem digestão com putrefação. Os herbívoros têm o intestino mais longo, justamente pelo contrário – a digestão das ervas é mais lenta, entrando em fermentação que farmacologicamente é equivalente a putrefação.
20.6.3.  Reconhecemos que o ato de fazer abstinências, mortificações ou de cumprir ritual é mais fácil do que perdoar, vencer o orgulho, o ódio. Por isso, os hipócritas se apegam a essas idéias de ordenanças sagradas, pois lhes dão uma ilusória sensação de pureza.
20.7.      Outras considerações.
20.7.1.  Em LE 79 e LE 607 A, há as afirmações de que, quando o Princípio Inteligente se individualiza, se torna Espírito e passa a reencarnar somente na forma humana.  Podemos deduzir que o Princípio Inteligente precisa reencarnar em formas inferiores à humana, como animais e vegetais, para se individualizar aos poucos. Não podemos deixar de reconhecer que o consumo industrial de alimentos, que cria animais confinados e os abate em tenra idade, deve dificultar individualização do Princípio Inteligente. O mesmo acontece com a plantação em escala industrial. Os vegetais consumidos pela alimentação humana tornam-se “cultivares”, perdendo as oportunidades naturais de se individualizar.
20.7.2.  Em EE 3:19 há a citação: “Marcham assim, paralelamente, o progresso do homem., o dos animais, seus auxiliares, o dos vegetais e o da habitação, porquanto nada em a Natureza permanece estacionário”. Mais adiante, falando do planeta Terra, cita: “Ele há chegado a um dos seus períodos de transformação, em que, de orbe expiatório, mudar-se-á em planeta de regeneração, onde os homens serão ditosos, porque nele imperará a lei de Deus”. Essa duas citações mostram que estamos no limiar de uma nova era para Terra e que todos juntos evoluímos espiritualmente. Nesse “novo” planeta de regeneração, a Humanidade terá que tornar menos violentos os meios pelos quais consegue alimentação, vestuário e seus demais bens. O Ser humano, sendo um ser cultural e não natural, terá condições e obrigação de abrandar os métodos empregados para obter seus bens, o que discutiremos a seguir.
20.7.3.  Pensar que pelo fato de estarmos próximos de reencarnarmos em mundo de regeneração, não precisaremos mais destruir outros seres para nos alimentar [LE 182 Nota] e nos vestirmos é quimera.  Somos de opinião que os Espíritos que já estejam selecionados para esse novo mundo comecem a esforçar-se para apurar sua espiritualidade. Não é necessário o abando de pronto da alimentação animal. Laticínios, ovos e frutos do mar, julgamos que são inquestionáveis fazerem parte da nossa futura dieta. Achamos plausível que diminuamos o uso da carne de animais mais próximos da espécie humana, como os mamíferos, ou pelo menos da quantidade. Por exemplo: se abolirmos o abuso de carne, diminuiremos o número de bois abatidos e favorecemos que o Princípio Inteligente tenha mais oportunidade de se individualizar.  O abate de mamíferos é aparentemente mais cruel do que o de animais marinhos, embora matemos esses últimos com a crueldade da sufocação. A matança de aves também é aparentemente menos violenta do que a de mamíferos. O material sintético pode substituir muitos artefatos de couro. Podemos elaborar programas para a abolição completa de objetos de couro.  Devemos lembrar também que “espiritualização” da dieta e do vestuário não consiste somente do abandono do abate de animais, mais abrandamento da gula e da vaidade no vestir. Com isso não vamos comer só “ração” e limitar-nos a um vestuário “trapista”. Ainda precisamos desfrutar de prazer na alimentação e um pouco de vaidade, ou pelo menos zelo, no vestir.
20.7.4.  Somos carnívoros e não pretendemos deixar de sê-lo nesta reencarnação.  Fazemos um esforço para diminuir a alimentação carnívora, principalmente de mamíferos. Laticínios, ovos e frutos do mar, nem cogitamos de abandoná-los. Não somos fumantes. Achamos que o espírita não deva deixar obrigatoriamente o uso de tabaco se já tiver essa dependência antes de ingressar na Doutrina. Não aceitamos que os jovens criados no Espiritismo experimentem esse tóxico e se enverede pela dependência. O alcoolismo é incompatível com a espiritualização. Mas, isso não justifica o horror que certos espíritas têm às bebidas alcoólicas. O uso social da cerveja e do vinho são coisas que não podem ser abandonadas compulsoriamente. As famílias espiritualizadas já não sentirão necessidade de seu uso em suas comemorações. O bom espírita se caracteriza por sua transformação moral e pelo esforço por domar as más inclinações [EE 17:4]. Isso não significa que nos tornaremos Espíritos puros repentinamente só porque nos tornamos espíritas. O trabalho é lento, mas incessante. O risco dessas abstinências dietéticas, sexuais, de ordenanças nos vestuários, é de que elas são mais fáceis de serem praticadas do que o perdão, a diminuição do orgulho, da vaidade, da inveja, do ciúme. Muito cuidado, pois os hipócritas e fariseus são ávidos por ordenanças e interdições.
20.7.5.  Do mesmo modo, não apoiamos que espíritas adotem o uso de tatuagens e “piercings”, brinquinhos para orelhas masculinas (mesmo femininas). É preciso que não nos deixemos levar por “modismo”. Não fazemos apologia do puritanismo, mas não devemos ser fúteis e deixarmos nos escravizar pela moda.
20.7.6.  A vaidade feminina pela maquiagem, penteados, tingimento de cabelos, esmaltamento da unhas, deverá ser abandonada gradativamente. Não podemos admitir que abruptamente elas deixem isso. Esse desprendimento deverá será adquirido ao longo de reencarnações. Mas as hipócritas acharão mais fácil desprenderem-se disso do que perdoar, superar a inveja, o ciúme, o orgulho. O que não é admissível é que os homens ocidentais que não tinham esses costumes se tornem “metrossexuais” janotas, casquilhos, peraltas, dandis).
20.7.7.  A mesma orientação temos que tomar em relação ao sexo.  Sua finalidade precípua é a reprodução do corpo físico. O prazer, apenas, complemento, a fim de tornar o ato sexual mais atrativo e facilitar a reprodução. Os animais, embora também sintam prazer, são atraídos pelo instinto na época do cio. Eles ainda não têm a capacidade abstrata de relacionar o prazer com o ato em si. O Espírito, que só reencarna como ser humano, tem essa capacidade e sentem vontade de praticar o ato sexual só pelo prazer. Sabemos que o espírito puro não precisa de sexo, pois não se reproduz. Então, nossa espiritualização também consiste em nos desapegarmos do prazer sexual. Desejar que nós, que ainda reencarnamos num mundo de expiações ou, mesmo, os já selecionados para reencarnarem em um de regeneração, possamos nos abster do hedonismo sexual é uma quimera. A masturbação e o coito com meios anticoncepcionais são comportamentos necessários e, por isso, ainda tolerados. A prática sexual só para fins procriativos, com a abstinência para fins hedonísticos, mesmo já iniciado a fase de regeneração, é uma perda do contato com a realidade. Esse desprendimento tem que ser gradativo, passando por várias reencarnações. Para hipócritas e fariseus isso será mais fácil do que perdoar, não ter inveja ou ciúme, da mesma forma que são vegetarianos.

 21. FILOSOFIA ESPÍRITA DA CIÊNCIA.
21.1 Introito.
21.1.1. Na passagem do Século XVII para o XIX, a Ciência tomou grande impulso, explicando por causas naturais muitos fenômenos tidos como sobrenaturais. O Século XIX foi uma época de esplendor. Surgiu a eletricidade, a lâmpada elétrica, motores a vapor, a óleo, à gasolina, a locomotiva, o navio a vapor, os balões e planadores. Após um século de deslumbramento pela Ciência, a Humanidade constatou que algumas assertivas científicas estavam erradas. Alguns intelectuais ficaram tão decepcionados que passaram a adotar uma posição anti-científica. O estudo dos acertos e erros da ciência, assim como as diferentes maneiras de “ver cientificamente o mundo”, foi chamado de “Filosofia da Ciência”. Os franceses o denominaram de “Epistemologia”, de “epistemê” [grego - saber elevado].  Queremos lembrar que em inglês a palavra “epistemology” significa “Teoria do Conhecimento” ou “Gnoseologia”.
21.2. O próprio Século XX, foi uma época de menoscabo pela razão. Começou com as teorias de Nietzsche, Husserl, Marx e Freud. Nietzsche era cético. Considerava a possibilidade do conhecimento impossível. Sendo o conhecimento impossível, também o seriam os valores éticos e estéticos. Por isso, sua filosofia é chamada de Niilismo, pois afirma a impossibilidade conhecimento cognitivo,  ético e estético. Isso concorreu para o “laxismo” (ks) que caracterizou essa centúria. Husserl com sua fenomenologia, baseado em Kant, afirma que só o “fenômeno” é possível ser conhecido, o “númeno” não. Portanto, não deixa de ser cético, pois o conhecimento possível é o relativo, podendo variar com o tempo e local, sujeito à instabilidade do subjetivismo. Husserl também afirmou que o sujeito vivia em interação com objeto. Embora não negasse a realidade do objeto, o sujeito acaba por prevalecer, cirando o “subjetivismo” que tanto caracterizou o Século XX. Influenciou o princípio do indeterminismo de Heisenberg que é uma forma de ceticismo. Marx com dialética materialista, com a qual tenta reparar a inoperância da idealista de Hegel, tenta explicar a História e a própria Natureza por ela, criando o materialismo histórico ou materialismo dialético. Embora ele siga o determinismo causal econômico, sua dialética acaba por levar a um indeterminismo, pois tudo que ocorre na natureza traz dentro de si sua própria negação. Completando esse ceticismo, esse relativismo e esse subjetivismo, Freud desenvolveu o conceito de “inconsciente dinâmico” que seria uma instância irracional a comandar a mente humana. Disso, resultou a aberração estética do “Manifeste Surrrealiste”, que André Breton fez em 1924, e que teve seu auge na decadente década de 60 com suas extravagâncias estéticas e morais, que caracterizavam os movimentos hippies, psicodélicos, o manifesto da antipsiquiatria em 1966 [Londres], as badernas das ruas de Paris em maio de 1968, onde era proibido “proibir”, a manifestação de homossexuais em 28 de junho de 1969 [Nova Iorque], o Festival de Woodstock [agosto de 1969], o uso desenfreado e apologético das drogas alucinógenas, a promiscuidade sexual, etc.
21.3. Alguns espíritas não se conformam com o fato de a Ciência ainda não ter comprovado a reencarnação e a comunicabilidade entre o mundo encarnado e o desencarnado. Numa atitude infantil de retaliação adotam essas teorias estapafúrdias de contestação científicas e querem introduzi-las na Doutrina. Citam muito a passagem da Introdução ao LE, item VII, p 28 e 29 da 70ª. Ed do LE, FEB, 1989 A ciência propriamente dita, é, pois, como ciência, incompetente para se pronunciar na questão do Espiritismo (…) (grifo nosso). Kardec nunca se mostrou anti-científico. Pelo contrário, baseou-se na Ciência e a venerava como veremos nas citações abaixo. No EE 1:4.  afirma: A Ciência tinha de contribuir poderosamente para a eclosão e o desenvolvimento de tais idéias. Importava, pois dar à Ciência tempo para progredir”; EE 1:8. tem por título Aliança da Ciência e da Religião, onde afirma que somente essa união tornará possível uma progresso sem conflito ideológico: “(…) a fé dirigiu-se `s razão; esta nada encontrou de ilógico na fé (…)”. Seu livro GE é uma apologia à Ciência da época. Ele reproduz muitas afirmações científicas de então, embora muitas delas hoje estejam anacrônicas. No item 10.3. transcrevemos as afirmações de que o espírito para evoluir tem que fazê-lo moral e intelectualmente e que o para ser perfeito tem que saber tudo. Portanto, esses espíritas que desprezam a razão, o conhecimento científico, que tentam introduzir as superstições orientais, estão contra os fundamentos doutrinários. Veja na citação abaixo GE 1:55.
21.4. Há um grupo que se diz ser sociedade espírita que tem por objetivo unificar a Ciência do Ocidente com a do Oriente. Ciência só houve no Ocidente. As teorias orientais sempre se caracterizaram por um misticismo fanático, irracional, que mantém rajás e marajás ao lado de párias. A China com o Budismo, Confucionismo e Taoísmo foi sempre uma cultura onde a renda ficava na mão de poucos, enquanto a fome e as verminoses consumiam os menos favorecidos. O Japão, apesar de seu Zen-budismo, foi um país que até a metade do Século XIX mantinha o impiedoso “Shogunato” e após sua ocidentalização tornou-se um Estado imperialista provocando a guerra com a Rússia, invadindo a Mandchuria e a China e atacando Pearl Harbor em 7 d de dezembro de 1941. Não conseguimos identificar o que as teorias orientais têm de melhor do que a Ciência e Filosofia Ocidentais, a ponto de um “espírito” ter que ditar obras a médiuns ocidentais, visando a uma fusão. Em EE 1:2., Kardec refere-se apenas as revelações de Moisés, Cristo e a dos Espíritos. Se as filosofias orientais tivessem algum valor diferente a ser adotado, ele tria mencionado. Se não o fez, é porque elas não têm mais nada de importante do que já há nas três citadas. Esses indivíduos que querem conspurcar os Espiritismo com o misticismo fanático oriental estão sob a influência dessas teorias do Século XX, que tentam denegrir o Ocidente, Oswald Sprangler, Claude Levi-Strauss, e outros derrotistas.
21.5. A maneira de Kardec ver a ciência é a de que ela é uma fonte segura de saber e de evolução espiritual, devendo todo espírita respeitá-la, cooperar com ela. Os enganos dela são fruto da ignorância do Espírito que ainda reencarna num mundo de expiações. Nunca deve ser alvo de zombarias como soe fazer alguns “pontífices” do Espiritismo.
LE INT III “(…) para fatos novos pode e deve haver novas? Ora para se conhecerem  essas leis, preciso é que se estudem as circunstâncias em que esses fatos se produzem (…)”.
LE INT. VII “Desde que a Ciência sai da observação material dos fatos, em se tratando se os apreciar e os explicar, o campo está aberto às conjecturas (p. 28)”“As ciências ordinárias assentam nas propriedades da matéria, que se pode experimentar e manipular livremente; os fenômenos espíritas repousam na ação de inteligências dotadas de vontade própria e que nos provam a cada instante não se acharem subordinadas aos nossos caprichos (28)”. (…) “A ciência propriamente dita, é pois, como ciência, incompetente para se pronunciar na questão do Espiritismo (…) qualquer que seja seu julgamento, favorável ou não, nenhum peso terá.(grifos nossos)” “(…) o Espiritismo não é da alçada da ciência (…) oEspiritismo não é da alçada da Ciência (p.29) (grifo nosso)”. “Quando surge um fato novo, que não guarda relação com alguma ciência conhecida, o sábio, para estuda-lo, tem de abstrair da sua ciência e dizer a si mesmo que o que se lhe oferece constitui um estudo novo, impossível de ser feito com idéias preconcebidas (p.30). Devido a essas citações, alguns elementos do Movimento Espírita Brasileiro  que são apedeutas e estultos, não as compreenderam bem dentro do contexto e tomaram uma atitude anti-científica, procurando sincretismos com toda modalidade de misticismo, às vezes até com a feitiçaria. Negando isso, Kardec, escreveu o livro “A Gênese” que compara com o que de mais moderno havia de científico em sua época. É uma prova ele prestigiava a Ciência. A posição anti-científica de alguns espíritas é reprovável. Veja abaixo o que Kardec fala a respeito das relações entre Ciência e Espiritismo (EE 1:8 e GE 1:55).
LE 19. « A Ciência lhe foi dada para seu adiantamento em todas as coisas ; ele, porém, pode ultrapassar os limites que Deus estabeleceu”.
LE 59. Apoiada na Ciência, a razão reconheceu a inverossimilhança de algumas dessas teorias.”.[p.70]
LE 1009. “Gravitar para a unidade divina, eis o fim da Humanidade. Para atingi-lo, três coisas são necessárias: a Justiça, o Amor e a Ciência.” Paulo, apóstolo [p.467].
LE CONCLUSÃO “(…) se a vossa ciência, que vos instruiu em tantas coisas, não vos ensinou que o domínio da Natureza é infinito, sois apenas meio sábios (p.479)”.
LM 294.28. “Podem os Espíritos guiar os homens nas pesquisas científicas e nas descobertas?” A ciência é obra de gênio; só pelo trabalho deve ser adquirida, pois só pelo trabalho é que o homem se adianta no seu caminho.’. 
EE 1:4. (p. 58) “A Ciência tinha de contribuir poderosamente para a eclosão e o desenvolvimento de tais idéias. Importava, pois, dar à ciência tempo para progredir.”;
EE 1:5. “O Espiritismo é a ciência nova que vem revelar (…) a existência e a natureza do mundo espiritual (…).
EE 1:8. [p. 60] “Aliança da Ciência e da Religião”; “São chegados os tempos em que os ensinamentos do Cristo têm de ser completados; (…); em que a Ciência, deixando de ser exclusivamente materialista, tem de levar em conta o elemento espiritual e em que a Religião, deixando de ignorar as leis orgânicas e imutáveis da matéria, como as duas forças que são, apoiando-se uma na outra e marchando combinadas, se prestarão mútuo concurso. Então, não mais desmentida pela Ciência, a Religião adquirirá inabalável poder, porque estará de acordo dom a razão, já se lhe podendo mais opor a irresistível lógica dos fatos.”. 9. [p. 62] “(…) os espíritos, que então abraçarão uma ciência que lhes dá a chaves da vida futura e descerra as portas da felicidade eterna.”. 10. [p.63] “O vosso mundo se perdia; a Ciência, desenvolvida à custa do que é de ordem moral (…). (….) cristãos, o coração e o amor têm de caminhar unidos à Ciência”.
EE 24:5. “Mas, ao passo que essas religiões iam ficando para trás, a Ciência e a inteligência avançaram e romperam o véu misterioso.”
GE 1:14.  “As ciências só fizeram progressos importantes depois que seus estudos se basearam sobre o método experimental; (…).”
GE 1:55. “As descobertas que a Ciência realiza, longe de o rebaixarem, glorificam a Deus, unicamente destroem o que os homens edificaram sobre as falsas idéias que formaram de Deus. (…) O Espiritismo jamais será ultrapassado, porque, se novas descobertas lhe demonstrarem estar em erro acerca de um ponto qualquer, ele se modificará nesse ponto. Se uma verdade nova se revelar, ele a aceitará.”.
GE 4:17. “Somente agora, conquanto nem a Ciência material, nem a Ciência espiritual hajam dito a última palavra, possui o homem os dois elementos próprios a lanças luz sobre esse imenso problema.”.
GE 12:5. Kardec compara os períodos geológicos com os “seis dias bíblicos” em que Deus teria criado o mundo.
OP p.36 “Toda teoria filosófica em contradição com os fatos que a Ciência comprova é necessariamente falsa, a menos que prove estar em erro a Ciência.”
OP  p. 44. “Nenhuma crença religiosa, por lhes ser contrária, pode infirmar os fatos que a Ciência comprova de modo peremptório. Não pode a religião deixar de ganhar em autoridade acompanhando o progresso dos conhecimentos científicos, como não pode deixar de perder, se conservar retardatária, ou a protestar contra esses mesmos conhecimentos em nome dos seus dogmas, visto que nenhum dogma poderá prevalecer contra as leis da Natureza, ou anula-las. Um dogma que se funde na negação de uma lei da Natureza não pode exprimir a verdade.”
OP p. 45. “Quando as ciências médicas tiverem na devida conta o elemento espiritual na economia do ser, terão dado grande passo e horizontes inteiramente novos se lhes patentearão.”. [mais correlações entre perispírito e ciência vide: LM 54, CI 2a. Pt 1:2. p.167 e GE 1:39.40.OB p. 181].
OP p.88. “É possível (…) que a Ciência e a lei façam aliança (…)”, citando Charpignon. “Controvérsias sobre a idéia da existência de seres intermediários entre o homem e Deus”.
OP p. 220 “Para ele, absolutamente não há mistérios, mas uma fé racional (…). Não repudia nenhuma descoberta da Ciência, dado que a Ciência é a coletânea das leis da natureza e que, sendo de Deus essas leis, repudiar a Ciência fora repudiar a obra de Deus”. “Questões e problemas : as expiações coletivas”.
OP p. 259 “O Espiritismo caminha ao lado da Ciência, no campo da matéria: admite todas as verdades que a Ciência comprova; (…).”. Ligeira resposta aos detratores do Espiritismo.
OP p. 321  “Essa chaves está nas descobertas da  Ciência e nas leis do mundo invisível, que o Espiritismo vem revelar.” Regeneração da Humanidade”.
 FILOSOFIA ESPÍRITA DA ESTÉTICA
22.1.Intróito. Em toda obra codificada por Allan Kardec, só encontramos referências a uma doutrina estética em O Livro dos Espíritos [LE 251 e LE 252 sobre música; LE 565,LE 566 e LE 567 sobre arte] e em “Obras Póstumas” [27], nos capítulos 10 [Influência Perniciosa das Idéias materialistas –Sobre as artes em geral; regeneração delas por meio do Espiritismo, p. 155], 11 [Teoria da Beleza, p. 161], 12 [A Música Celeste, p. 173] e 13 [A Música Espírita, p. 177]. Esse último livro apresenta uma dificuldade para citações, pois não possui uma numeração de referência adequada. Por isso, toda citação a ser feita será pela página da 22A. Ed., 1987, da FEB.
22.2. Em LE 251, há apenas a referência de que os espíritos, quando desencarnados, apreciam melhor a música, pois não possuem o amortecimento sensorial produzido pelo corpo físico. Em LE 252, há afirmação de que os Espíritos desencarnados são mais sensíveis às belezas da Natureza, pelo mesmo motivo anterior.  Em LE 565, há a afirmação de que os Espíritos desencarnados se interessam por nossas obras de arte. Em 566, é dito que um Espírito que, em uma reencarnação cultivou certo tipo de arte, no Mundo espiritual poderá ter outros interesses, pois o Espírito para evoluir tem que conhecer tudo. Em LE 220, é dito que o Espírito pode reencarnar com seus talentos bloqueados, a fim de desenvolver outros.  Em 566 A, é informado que os Espíritos menos evoluídos ficam mais presos aos valores do mundo encarnado e, portanto, podem admirar certas obras artísticas de encarnados como se ainda estivessem nessa condição. Em LE 567, os Espíritos desencarnados, quanto mais atrasados estiverem,  mais se imiscuem nas atividades dos reencarnados; nisto consiste o perigo do Manifesto Surrealista [André Breton, 1924] que propõe que o artista libere todas as idéias que lhe vierem à mente, dando plena liberdade a seu “inconsciente”. O perigo reside que essa pretensa inspiração do “inconsciente”, muitas vezes, pode ser a influência de um Espírito ainda pouco evoluído.
22.3. A Filosofia da Arte preocupa-se em definir o fundamento estético de uma doutrina, corrente de pensamento, cultura, etc. Se o fundamento estiver no sujeito, dizemos que o “fundamento é subjetivo ou autônomo”. Se estiver no objeto, afirmamos que ele é “objetivo ou heterônimo”.
22.4. Em OP, capítulo intitulado “Influência Perniciosas das Idéias Materialistas”, da p.155 à p.159, que corresponderia ao X, afirma: “O que há de sublime na arte é a poesia do ideal, que nos transporta para fora da esfera acanhada de nossas atividades. Mas, o ideal paira exatamente nessa região extramaterial onde só se penetra pelo pensamento” (p.156). O fundamento estético do Espiritismo não está no sujeito, está na vida extramaterial. A arte válida é somente aquela que ajude ao Espírito reencarnado a se aproximar do mundo desencarnado, a libertar-se das paixões do corpo físico. Artes que exacerbam o ódio, o ciúme, a sensualidade não são válidas. Elas podem tratar desses assuntos para mostrar as conseqüências funestas que acarreta para o Espírito, mas o com objetivo afastá-lo delas.  Na mesma página afirma: “O Espírito somente pode identificar-se com que sabe ou crê  ser verdade e essa verdade, embora de ordem moral, se lhe torna realidade que tanto melhor se exprime, quanto melhor a sente. Kardec reconhece a influência subjetiva na arte, mas não abona essa posição, pelo contrário, recomenda que o Espírito se aperfeiçoe, a fim de eliminar o fator subjetivo e compreender melhor a realidade. No resto desse capítulo, ele mostra a flutuação do fundamento estético conforme as épocas e locais. O capítulo intitulado “Teoria da Beleza”, da p.161 à 173, que corresponderia ao nº XI, começa com a pergunta: “(…) haverá uma beleza absoluta?”. Antes de responder, Kardec tece comentários e cita o livro “As Revoluções Inevitáveis no Globo e na Humanidade”, de Carlos Richard.
22.5. O livro, apesar de conter vários preconceitos da época, inclusive alguns racistas, mostra que o fundamento de “belo” acompanha a evolução intelectual e moral da Humanidade. Portanto, há um fundamento estético heterônomo, mas só alcançável gradativamente com a evolução. Kardec aceita essas conclusões. Embora, o Espiritismo afirme que o fundamento estético é heterônimo, isto é está no objeto (a vida extra-material), reconhece que a inferioridade espiritual de nós, que ainda reencarnamos na Terra, colocamos muito ainda de nossa subjetividade na apreciação da obra de arte. Mas essa subjetividade não é absoluta, é transitória. O Espírito, ainda reencarnante na terra, vê, sente e compreende o Mundo conforme ele (espírito) é. O Universo não depende de como o Espírito, ainda enceguecido por seu egoísmo e individualismo, o compreende, o sente,
22.6. Citações de Kardec: [OP p. 167] “(…) à medida que o ser moral se desenvolveu; que a forma exterior está em relação constante com o instinto e os apetites do ser moral; (…) quanto mais seus instintos se aproximam da animalidade, tanto mais a forma igualmente dela se aproxima; enfim, que, à medida que os instintos materiais se depuram e dão lugar a sentimentos morais, o envoltório material, que já não se destina à satisfação de necessidades grosseiras, toma forma cada vez menos pesadas, mais delicadas, de harmonia com a elevação e a delicadeza das idéias. A perfeição da forma é, assim, conseqüência da perfeição do Espírito: (…) o ideal de forma há de ser a que revestem os Espíritos em estado de pureza (…)” [grifo nosso]. [OP p. 168] “(…) beleza real consiste na forma que mais afastada se apresenta da animalidade e que melhor reflete a superioridade intelectual e moral do Espírito (…)”. Há um fundamento estético fora do sujeito, a ser alcançado. A relatividade e subjetividade dos fundamentos estéticos, que assistimos reencarnados nesse Mundo, são fruto da involução espiritual que nos incapacita de conhecer a beleza em sua plenitude.
22.7. À pergunta “(…) haverá uma beleza absoluta? [OP p. 161]”, Kardec responde que sim, sendo o fundamento estético heterônomo, mas só alcançável gradativamente, à medida que o Espírito evolua moral e intelectualmente.
22.7. Em OP p.173/p.176, há o Capítulo XII com o título “Música Celeste”. É um desenvolvimento dos conceitos apresentados em LE 251 e LE 252. O Capítulo XIII, OP p.177/p.185, com o título “Musica Espírita” mostra a correlação entre Espiritismo e Música [podemos estender o conceito para Arte de um modo geral]. Afirma que à medida que o Espiritismo ajudar a elevarmos moralmente a música [Arte], ela torna-se-á mais suave, mais espiritualizada. O mesmo ocorre inversamente: uma música [Arte] mais suave, mais espiritualizada, os espíritos encarnados e desencarnados terão mais facilidade de elevarem-se mais espiritualmente.
22.8. Conclusões:
22.8.1. O fundamento estético espírita é incompatível com o autônomo, como ocorreu no Século XX e se adentra pelo XXI.
22.8.2. As extravagâncias hippies e psicoldélicas da passada Década de 60, com seus protestos infundados, com um retrocesso às práticas de tatuagem e mutilações corpóreas com “piercings”, típicas de culturas ainda em fases atrasadas, são incompatíveis com a estética e moral espíritas.
22.8.3. O “Manifeste du Surrealisme”, ocorrido em 1924, fere frontalmente a estética e a moral espíritas. Nele, André Breton, defende a legitimidade da suspensão moral na confecção de qualquer obra de arte. Isso deixa de considerar a moral e a intelectualidade, o que é incompatível com afirmado acima.
22.9. Observação final. Lamentavelmente Kardec deixa-se se trair pelo “espírito da época” e apresenta opiniões racistas: “O negro pode ser belo para o negro, como o gato é belo para o gato; mas, não é belo em sentido absoluto [grifo nosso], porque seus traços grosseiros, seus lábios espessos acusam a materialidade dos instintos; podem exprimir as paixões violentas, mas não podem prestar-se a evidenciar os delicados matizes do sentimento, nem as modulações de um espírito fino.”.
22.10. Nas p. 169 e p. 170, há uma comunicação assinada por Pamphile que vincula o “belo” [senso estético] com a moral. Quanto mais evoluída a moral, mais a pessoa capacita-se a identificar a verdadeira beleza. O que presenciamos no momento nesse planeta é uma desvinculação do “belo” com a moral. Todas as manifestações estéticas fundamentam-se na subjetividade, admitindo como estética a criação extravagante, inusitada, esdrúxula, de mau gosto, erótica, quando não, obscena. Nas p. 170 e p. 171, há uma comunicação de Lavater que Belo, realmente belo só é o que o é sempre e para todos; e esta beleza eterna, infinita, é a manifestação divina em seus aspectos incessantemente variados; é Deus em suas obras em nas suas leis! Eis ai a única beleza absoluta.”.
22.11. No Capítulo XII [Música Celeste] e no XIII [Música Espírita], Kardec não fornece nenhum outro dado doutrinário. No primeiro desses, reafirma que a arte deverá está associada à moral. No segundo, informa que o Espiritismo  influenciará a arte, depurando-a.

 FILOSOFIA ESPÍRITA DA NATUREZA
23.1.        Intróito. Em Filosofia da Natureza são analisados os diferentes pontos de vista sobre ela. Parte da visão espírita sobre o assunto já foi exposto no Capítulo VI COSMOLOGIA  ESPÍRITA. A Natureza, incluindo tudo, seres orgânicos e inorgânicos são criações de Deus, portanto, a natureza é para o espiritismo uma Criatura divina.  O respeito, que devemos ao Criador, devemos também à sua Obra. A Terceira Parte do LE trata das Leis Morais e, mais especificamente, encontraremos sobre o assunto em Cap.I  Da lei divina ou natural, Cap.IV  Da lei da reprodução, Cap.V  Da lei da conservação, Cap.VI Da lei da destruição.
23.2.        O Espírito encarnado não deve adorar a natureza como o faziam os povos primitivos. Deve  ver nela a grandeza de Deus, desse Poder Superior que a tudo precedeu, a tudo preside e a tudo subsistirá. O uso dos recursos naturais é lícito. Ilícito é o abuso. Por isso, o Espírito encarnado não precisa fazer abstinências de coisa alguma, deve apenas ser morigerado de modo a não ultrapassar os limites entre o uso e o abuso.
23.3.        O Espiritismo não interpõe tabus à lei de reprodução, como também não o faz para limita-la. Tudo deve ser feito com critério e atendendo às necessidades do veículo carnal, porém sem abuso. Há uma lei que regulamenta a conservação, assim como há outra regulando a destruição.
23.4.        Por isso, no Cap.X FILOSOFIA ESPÍRITA DA EDUCAÇÃO há tanta ênfase para que o Espírito tem que saber tudo para ser perfeito [Citações em 10.3.], pois assim ele cada vez mais apurará o critério para usar os recursos da Natureza.
23.5.        Estado de natureza. Esse conceito é estudado da LE 776 à LE 778. O Espírito encarnado é um ser cultural e não está destinado a viver em estado de natureza. Ele tem que progredir sempre. As idéias românticas de “volta à Natureza” ou as de alguns povos primitivas que a identificam com a idéia de “mãe” [mãe natureza] são incompatíveis com a Doutrina. Ela é criatura como nós o somos também. O Cristianismo identifica a idéia de Deus com a de Pai. Em português essas palavras pertencem ao gênero masculino, facilitando essa identificação. Na realidade, a idéia espírita de Deus não tem aspectos antropmórficos e nem antropopáticos. Os espíritas têm que ter cuidado com essa ideologia vulgar, surgida na década de 60 do Século XX, esposada pela contra-cultura da New Age. EE 1.9. “O Espiritismo é de ordem divina, pois que se assenta nas próprias leis da Natureza.”
23.6.        O Espírito quanto mais evoluído tem seu corpo físico e seu perispírito mais delicados e, portanto, de mais proteção contra os elementos naturais. Por isso ele é dotado de inteligência e desejo de progredir [item 7.3.6. Ser a parte e 7.3.7. Consciência da necessidade de progredir].
ESPIRITISMO E ESPERANTO
24.1. Intróito.
24.1.1. No presente, há dentro do Movimento Espírita Brasileiro uma despropositada apologia ao Esperanto, havendo intensa propaganda e incentivo a seu uso. Em algumas sociedades espíritas, ele já está sendo empregado para palestras, estudos doutrinários e há quem defenda seu uso até para prece [22]. Aos poucos, está tomando o aspecto de língua sacra, assim como o grego clássico e o latim são para grupos cristãos, o hebraico para judeus e alguns calvinistas, o sânscrito entre os hinduístas, etc. Kardec afirma que a prece tem que ser inteligível [EE 27: 16.17. (Preces Inteligíveis) (25)]. No Sermão da Montanha [Mt 6.], Cristo não faz nenhuma prescrição de oração em línguas exóticas.  Parece-nos que essa tendência do Movimento Espírita Brasileiro de elevar o Esperanto à categoria de língua sacra, contraria os ensinamentos de Cristo e de Kardec.
24.1.2. Pode parecer estranho tratarmos da relação entre Espiritismo e Esperanto dentro de um livro sobre Filosofia.  Mas, quando uma língua é elevada à categoria de língua sacra, o assunto passa a ser do objetivo da Filosofia da Religião. Isso constitui uma “visão de mundo” [Weltanschauung]. Portanto, é plausível discutirmos nesse livro, se colide ou não com os fundamentos do Espiritismo a adoção de língua sacra, se uma língua artificial com pretensões de ser neutra irá harmonizar a Humanidade ou o inverso, se uma Humanidade harmonizada adotará uma língua qualquer como internacional. Kardec afirma algo semelhante para o Espiritismo: GE 18:25 “O Espiritismo não cria a renovação social; a madureza da Humanidade é que fará dessa renovação uma necessidade.” [Grifo nosso]. Quando a humanidade estivermadura, ela mesma sentirá a necessidade de adoção de uma língua internacional, conservando as nacionais, para um melhor intercâmbio internacional. Nesse caso, qualquer língua servirá, mesmo as naturais vinculadas a culturas. Se a Humanidade não estiver harmonizada [amadurecida], qualquer língua pretensamente “neutra” será mais perigosa que as nacionais, pois servirá para sorletemente arrebanhar “massa de manobra política”, o que não ocorrerá com uma língua natural, pois as pessoas estarão alertadas para a possível influência político-cultural e para seu uso como instrumento de dominação pela estrutura de poder. Vide item 24.4.2. Massa de manobra.

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