sexta-feira, 11 de julho de 2014

#CONTAGEM REGRESSIVA DA POPULAÇÃO DO ANGICO PARA ÁGUA ENCANADA

                    AQUI no meu angico os dias estão sendo cotados com muita rapidez para ter agua encanada estão os trabalhos já bem avançados os canos já dentro da terra várias valas já estão sendo feitas nas casas que coisa mais linda   nos aqui povo da humildade da roça da alegria da paz em agua dentro de casa  isso e vida de quem labuta pelo dia a dia sem ter medo de corre atrás por que nós aqui no angico começamos do nada com zero a toda direção e hoje temos como base  a força que jorra dentro de cada um de nós não e atua que contamos com mais de dez poços artesianos  e também com um bom colégio já temos 5 poços artesianos no nosso lugar isso e coisa de quem tem força e sabe o que faz na vida  eu cresce em uma casinha de taipa que mal dava para morra  esburacada e hoje tenho minha casa de tijolo  tenho uma vida tranquila temos aqui em casa um vida que deus permite teremos água em casa chuveiro quente isso são coisa que a vida em melhorias de angico e sus lendas  e a paz que deus permite  

Pão e Água

Milton Nascimento

Prato feito mal servido todo dia
Todo povo a devorar
Como pasto verde calmamente devorado
Pelos animais
Cachoeiras sem as águas
É barranco torto morto tudo igual
Como correnteza sem barranco
É apenas água a rolar
Gira a roda do moinho
Mói o milho, mói o trigo, faz o pão
Pão e água mal servidos para devorar
Corre a bola, rola o circo
Alegria tudo, tudo é carnaval
No silêncio dessas matas muita coisa viva
Tem pra se matar
Picadeiro sem palhaço
Todos os aplausos são para o leão
E essa platéia educada
Calmamente a ver e esperar
Girar a roda da fortuna
Mói a vida, mói o sonho, mói o pão
Pão e circo mal servidos para devorar

Canção Da América

Milton Nascimento

Amigo é coisa para se guardar
Debaixo de sete chaves
Dentro do coração
Assim falava a canção que na América ouvi
Mas quem cantava chorou
Ao ver o seu amigo partir
Mas quem ficou, no pensamento voou
Com seu canto que o outro lembrou
E quem voou, no pensamento ficou
Com a lembrança que o outro cantou
Amigo é coisa para se guardar
No lado esquerdo do peito
Mesmo que o tempo e a distância digam "não"
Mesmo esquecendo a canção
O que importa é ouvir
A voz que vem do coração
Pois seja o que vier, venha o que vier
Qualquer dia, amigo, eu volto
A te encontrar
Qualquer dia, amigo, a gente vai se encontrar

Peixe Vivo

Milton Nascimento

A minha alma chorou tanto,
Que de pranto está vazia
Desde que aqui fiquei,
Sem a sua companhia
Não há pranto sem saudade
Nem amor sem alegria
É por isso que eu reclamo
Essa tua companhia
Como pode um peixe vivo
Viver fora da água fria?
Como poderei viver
Como poderei viver
Sem a tua, sem a tua
Sem a tua companhia?
Sem a tua, sem a tua
Sem a tua companhia?

They told him don't you ever come around here
Don't wanna see your face you'd better disappear
The fire's in their eyes and their words are really clear
So beat it, just beat it
You'd better run you'd better do what you can
Don't wanna see no blood don't be a macho man
You wanna be tough better do what you can
So beat it, but you wanna be bad
Just beat it, beat it, beat it, beat it
No one wants to be defeated
Showin' how funky strong is your fight
It doesn't matter who's wrong or right
Just beat it, beat it
Just beat it, beat it
Just beat it, beat it
Just beat it, beat it
They're out to get you better leave while you can
Don't want to be a boy you wanna be a man
You wanna stay alive better do what you can
So beat it, just beat it
You have to show them that you're really not scared
You're playing with your life this ain't no truth or dare
They'll kick you then they'll beat you
And they'll tell you it's fair
So beat it, but you wanna be bad
Just beat it, beat it, beat it, beat it
No one wants to be defeated
Showin' how funky strong is your fight
It doesn't matter who's wrong or right
Just beat it, beat it
Just beat it, beat it
Just beat it, beat it
Just beat it, beat it

O Vendedor de Sonhos

Milton Nascimento

Vendedor de sonhos
tenho a profissão viajante
de caixeiro que traz na bagagem
repertório de vida e canções
E de esperança
mais teimoso que uma criança
eu invado os quartos, as salas
as janelas e os corações
Frases eu invento
elas voam sem rumo no vento
procurando lugar e momento
onde alguem tambem queira cantá-las
Vendo os meus sonhos
e em troca da fé ambulante
quero ter no final da viagem
um caminho de pedra feliz
Tantos anos contando a hitória
de amor ao lugar que nasci
tantos anos cantando meu tempo
minha gente de fé me sorri
tantos anos de voz nas estradas
tantos sonhos que eu já vivi

Irmãos Coragem

Milton Nascimento

Manhã, despontando lá fora
Manhã, já é sol, já é hora
E os campos se abrindo em flor
Que é preciso coragem
Que a vida é viagem
Destino do amor
Abre o peito, coragem, irmão!
Faz do amor sua imagem, irmão
Quem à vida se entrega
A sorte não nega seu braço, seu chão
O rumo, a raça, a roda, o rodeio
O rio, a relva, o risco, a razão
Mas quem à vida se entrega
A sorte não nega seu braço, seu chão
Irmão, é preciso coragem...
Irmão, é preciso coragem...

Não se apaga, não se cala essa
Não se esquece, permanece essa voz
Voando livre no espaço essa voz
Eterno canto de esperança essa voz
Ela é humana e é divina essa voz
Nossa amiga não parou de cantar
Ela é a voz de todos nós
Não se apaga, não se cala mulher
O seu sorriso, o seu sonho, a fé
Sua coragem, sua enorme paixão
A vida inteira lapidando a canção
Canção de vida e amor vai ficar
Coma as pessoas que não param de ouvir
A sua voz
A voz que é a voz de todos nós
{O que foi feito amigo
De tudo que a gente sonhou?
O que foi feito da vida?
O que foi feito do amor?
Aquele verso menino
Que escrevi há tantos anos atrás}

Cancion Por La Unidad de Latino América

Milton Nascimento

El nascimiento de un mundo
Se aplazó por un momento
Fue un breve lapso del tiempo
Del universo un segundo
Sin embargo parecia
Que todo se iba a cabar
Con la distância mortal
Que separó nuestras vidas
Realizavan la labor
De desunir nossas mãos
E fazer com que os irmãos
Se mirassem con temor
Cuando passaron los años
Se acumularam rancores
Se olvidaram os amores
Pareciamos extraños
Que distância tão sofrida
Que mundo tão separado
Jamás se hubiera encontrado
Sin aportar nuevas vidas
E quem garante que a história
É carroça abandonada
Numa beira de estrada
Ou numa estação inglória
A história é um carro alegre
Cheio de um povo contente
Que atropela indiferente
Todo aquele que a negue
É um trem riscando trilhos
Abrindo novos espaços
Acenando muitos braços
Balançando nossos filhos
Lo que brilla con luz propia
Nadie lo puede apagar
Su brillo puede alcanzar
La oscuridad de otras costas
Quem vai impedir que a chama
Saia iluminando o cenário
Saia incendiando o plenário
Saia inventando outra trama
Quem vai evitar que os ventos
Batam portas mal fechadas
Revirem terras mal socadas
E espalhem nossos lamentos
E enfim que paga o pesar
Do tempo que se gastou
De las vidas que costó
De las que puede costar
Já foi lançada uma estrela
Pra quem souber enxergar
Pra quem quiser alcançar
E andar abraçado nela

Dança dos Meninos

Milton Nascimento

Olha mais pra mim
Dentro de meu sentimento e tudo de mim
Seja meu lar, uma canção, um carinho
Uma frase de paz
Te acorda! É a dança, o momento, a roda que vai
Embalando o amor
Canta um refrão
Mostra o sorriso
Canta o refrão
Mostra que quer viver
E posso lembrar
A primeira noite que te viu entoar uma emoção
Tanto calor em teu rosto
Como em toda visão
É o mundo, é a senha pra que eu te sentisse ali
Força de um leão
Venha de lá
Anjo Suave, sem esperar
Grita que quer viver
Olha bem para mim

Dança dos Meninos

Milton Nascimento

Olha mais pra mim
Dentro de meu sentimento e tudo de mim
Seja meu lar, uma canção, um carinho
Uma frase de paz
Te acorda! É a dança, o momento, a roda que vai
Embalando o amor
Canta um refrão
Mostra o sorriso
Canta o refrão
Mostra que quer viver
E posso lembrar
A primeira noite que te viu entoar uma emoção
Tanto calor em teu rosto
Como em toda visão
É o mundo, é a senha pra que eu te sentisse ali
Força de um leão
Venha de lá
Anjo Suave, sem esperar
Grita que quer viver
Olha bem para mim

Na beira do mundo
Portão de ferro, aldeia morta, multidão
Meu povo, meu povo
Não quis saber do que é novo, nunca mais
Eh! Minha cidade
Aldeia morta, anel de ouro, meu amor
Na beira da vida
A gente torna a se encontrar só
Casa iluminada
Portão de ferro, cadeado, coração
E eu reconquistado
Vou passeando, passeando e morrer
Perto de seus olhos
Anel de ouro, aniversário, meu amor
Em minha cidade
A gente aprende a viver só
Ah, um dia, qualquer dia de calor
É sempre mais um dia de lembrar
A cordilheira de sonhos que a noite apagou
Eh! Minha cidade
Portão de ouro, aldeia morta, solidão
Meu povo, meu povo
Aldeia morta, cadeado, coração
E eu reconquistado
Vou caminhando, caminhando e morrer
Dentro de seus braços
A gente aprende a morrer só
Meu povo, meu povo
Pela cidade a viver só

Em nome do Deus

Milton Nascimento

Apresentação

Em nome de um deus supostamente branco e colonizador, que nações cristãs tem adorado como se fosse o Deus e Pai de Nosso Senhor Jesus Cristo, milhões de Negros vem sendo submetidos, durante séculos, à escravidão, ao desespero e à morte. No Brasil, na América, na Africa mãe, no Mundo.

Deportados, como "peças", da ancestral Aruanda, encheram de mão de obra barata os canaviais e as minas e encheram as senzalas de indivíduos desaculturados, clandestinos, inviáveis. (Enchem ainda de sub-gente -para os brancos senhores e as brancas madames e a lei dos brancos- as cozinhas, os cais, os bordéis, as favelas, as baixadas, os xadrezes).

Mas um dia, uma noite, surgiram os Quilombos, e entre todos eles, o Sinaí Negro de Palmares, e nasceu, de Palmares, o Moisés Negro, Zumbi. E a liberdade impossível e a identidade proibida floresceram, "em nome do Deus de todos os nomes", "que fez toda carne, a preta e a branca, vermelhas no sangue".
Vindos "do fundo da terra", "da carne do açoite", "do exilio da vida", os Negros resolveram forçar "os novos Albores" e reconquistar Palmares e voltar a Aruanda.

E estão aí, de pé, quebrando muitos grilhões -em casa, na rua, no trabalho, na igreja, fulgurantemente negros ao sol da Luta e da Esperança.
Para escândalo de muitos fariseus e para alivio de muitos arrependidos, a Missa dos Quilombos confessa, diante de Deus e da História, esta máxima culpa cristã.
Na música do negro mineiro Milton e de seus cantores e tocadores, oferece ao único Senhor "o trabalho, as lutas, o martirio do Povo Negro de todos os tempos e de todos os lugares".

E garante ao Povo Negro a Paz conquistada da Libertação. Pelos rios de sangue negro, derramado no mundo. Pelo sangue do Homem "sem figura humana", sacrificado pelos poderes do Império e do Templo, mas ressuscitado da Ignomínia e da Morte pelo Espírito de Deus, seu Pai.
Como toda verdadeira Missa, a Missa dos Quilombos é pascal: celebra a Morte e a Ressurreição do Povo Negro, na Morte e Ressurreição do Cristo.

Pedro Tierra e eu, já emprestamos nossa palavra, iradamente fraterna, à Causa dos Povos Indígenas, com a "Missa da Terra sem males", emprestamos agora a mesma palavra à Causa do Povo Negro, com esta Missa dos Quilombos.

Está na hora de cantar o Quilombo que vem vindo: está na hora de celebrar a Missa dos Quilombos, em rebelde esperança, com todos "os Negros da Africa, os Afros da América, os Negros do Mundo, na Aliança com todos os Pobres da Terra".

Pedro Casaldáliga
Em nome do Deus de todos os nomes
-Javé
Obatalá
Olorum
0ió.
Em nome do Deus, que a todos os Homens
nos faz da ternura e do pó.
Em nome do Pai, que fez toda carne,
a preta e a branca,
vermelhas no sangue.
Em nome do Filho, Jesus nosso irmão,
que nasceu moreno da raça de Abraão.
Em nome do Espírito Santo,
bandeira do canto
do negro folião.
Em nome do Deus verdadeiro
que amou-nos primeiro
sem dividição.
Em nome dos Três
que sao um Deus só,
Aquele que era,
que é,
que será.

Em nome do Povo que espera,
na graça da Fé,
à voz do Xangô,
o Quilombo-Páscoa
que o libertará.

Em nome do Povo sempre deportado
pelas brancas velas no exílio dos mares;
marginalizado
nos cais, nas favelas
e até nos altares.

Em nome do Povo que fez seu Palmares,
que ainda fará Palmares de novo
-Palmares, Palmares, Palmares
do Povo!!!
Tu clamas por liberdade
Mas só aquela que te convém
Tu puxas a arma no escuro
E não suportas ninguém feliz
Persegues a quem trabalha
Calúnia, carga e traição
Te julgas o mais experto
Mas és mentira, só ilusão
Depois de passar o tempo
Colhe o deserto que é todo teu
Com todo teu preconceito
Segue pesando que enganas deus
E enganando a ti mesmo
Pois quem trabalha continuou
Em cada sonho suado
Que nem percebes o que custou
Depois de passar o tempo
Colhe o deserto que é todo teu
Com todo teu preconceito
Segue pesando que enganas deus
Enganando a ti mesmo
Pois quem trabalha continuou
Em cada sonho suado
Que nem percebes o que custou

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