Asa Branca
Luiz Gonzaga
Quando olhei a terra ardendo
Qual a fogueira de São João
Eu perguntei a Deus do céu, ai
Por que tamanha judiação
Eu perguntei a Deus do céu, ai
Por que tamanha judiação
Qual a fogueira de São João
Eu perguntei a Deus do céu, ai
Por que tamanha judiação
Eu perguntei a Deus do céu, ai
Por que tamanha judiação
Que braseiro, que fornalha
Nem um pé de prantação
Por falta d'água perdi meu gado
Morreu de sede meu alazão
Nem um pé de prantação
Por falta d'água perdi meu gado
Morreu de sede meu alazão
Por farta d'água perdi meu gado
Morreu de sede meu alazão
Morreu de sede meu alazão
Inté mesmo a asa branca
Bateu asas do sertão
Então eu disse, adeus Rosinha
Guarda contigo meu coração
Bateu asas do sertão
Então eu disse, adeus Rosinha
Guarda contigo meu coração
Então eu disse, adeus Rosinha
Guarda contigo meu coração
Guarda contigo meu coração
Hoje longe, muitas léguas
Numa triste solidão
Espero a chuva cair de novo
Pra mim voltar pro meu sertão
Numa triste solidão
Espero a chuva cair de novo
Pra mim voltar pro meu sertão
Espero a chuva cair de novo
Pra mim voltar pro meu sertão
Pra mim voltar pro meu sertão
Quando o verde dos teus olhos
Se espalhar na prantação
Eu te asseguro não chore não, viu
Que eu voltarei, viu
Meu coração
Se espalhar na prantação
Eu te asseguro não chore não, viu
Que eu voltarei, viu
Meu coração
Eu te asseguro não chore não, viu
Que eu voltarei, viu
Meu coração
Que eu voltarei, viu
Meu coração
O Xote Das Meninas
Luiz Gonzaga
Mandacaru quando fulora na seca
É o sinal que a chuva chega no sertão
Toda menina que enjoa da boneca
É sinal que o amor já chegou no coração
É o sinal que a chuva chega no sertão
Toda menina que enjoa da boneca
É sinal que o amor já chegou no coração
Meia comprida
Não quer mais sapato baixo
Vestido bem cintado
Não quer mais vestir timão
Não quer mais sapato baixo
Vestido bem cintado
Não quer mais vestir timão
Ela só quer
Só pensa em namorar
Ela só quer
Só pensa em namorar
Só pensa em namorar
Ela só quer
Só pensa em namorar
De manhã cedo já tá pintada
Só vive suspirando, sonhando acordada
O pai leva ao dotô a filha adoentada
Não come, nem estuda
Não dorme, não quer nada
Só vive suspirando, sonhando acordada
O pai leva ao dotô a filha adoentada
Não come, nem estuda
Não dorme, não quer nada
Ela só quer
Só pensa em namorar
Ela só quer
Só pensa em namorar
Só pensa em namorar
Ela só quer
Só pensa em namorar
Mas o dotô nem examina
Chamando o pai do lado
Lhe diz logo em surdina
Que o mal é da idade
Que pra tal menina
Não tem um só remédio
Em toda medicina
Chamando o pai do lado
Lhe diz logo em surdina
Que o mal é da idade
Que pra tal menina
Não tem um só remédio
Em toda medicina
Ela só quer
Só pensa em namorar
Ela só quer
Só pensa em namorar
Só pensa em namorar
Ela só quer
Só pensa em namorar
Que Nem Jiló
Luiz Gonzaga
Se a gente lembra só por lembrar
O amor que a gente um dia perdeu
Saudade inté que assim é bom
Pro cabra se convencer
Que é feliz sem saber
Pois não sofreu
O amor que a gente um dia perdeu
Saudade inté que assim é bom
Pro cabra se convencer
Que é feliz sem saber
Pois não sofreu
Porém se a gente vive a sonhar
Com alguém que se deseja rever
Saudade, entonce, aí é ruim
Eu tiro isso por mim
Que vivo doido a sofrer
Com alguém que se deseja rever
Saudade, entonce, aí é ruim
Eu tiro isso por mim
Que vivo doido a sofrer
Ai quem me dera voltar
Pros braços do meu xodó
Saudade assim faz roer
E amarga qui nem jiló
Mas ninguém pode dizer
Que me viu triste a chorar
Saudade, o meu remédio é cantar
Pros braços do meu xodó
Saudade assim faz roer
E amarga qui nem jiló
Mas ninguém pode dizer
Que me viu triste a chorar
Saudade, o meu remédio é cantar
Xote Ecológico
Luiz Gonzaga
Não posso respirar, não posso mais nadar
A terra está morrendo, não dá mais pra plantar
E se plantar não nasce, se nascer não dá
Até pinga da boa é difícil de encontrar
A terra está morrendo, não dá mais pra plantar
E se plantar não nasce, se nascer não dá
Até pinga da boa é difícil de encontrar
Não posso respirar, não posso mais nadar
A terra está morrendo, não dá mais pra plantar
E se plantar não nasce, se nascer não dá
Até pinga da boa é difícil de encontrar
A terra está morrendo, não dá mais pra plantar
E se plantar não nasce, se nascer não dá
Até pinga da boa é difícil de encontrar
Cadê a flor que estava aqui?
Poluição comeu
E o peixe que é do mar?
Poluição comeu
E o verde onde é que está?
Poluição comeu
Nem o Chico Mendes sobreviveu
Poluição comeu
E o peixe que é do mar?
Poluição comeu
E o verde onde é que está?
Poluição comeu
Nem o Chico Mendes sobreviveu
Luar do Sertão
Luiz Gonzaga
Não há, ó gente, ó não
Luar como esse do sertão
Não há,ó gente,ó não
Luar como esse do sertão
Luar como esse do sertão
Não há,ó gente,ó não
Luar como esse do sertão
Oh! que saudade do luar da minha terra
Lá na serra branquejando folhas secas pelo chão
Este luar cá da cidade tão escuro
Não tem aquela saudade do luar lá do sertão
Lá na serra branquejando folhas secas pelo chão
Este luar cá da cidade tão escuro
Não tem aquela saudade do luar lá do sertão
Não há, ó gente, ó não
Luar como esse do sertão
Não há, ó gente, ó não
Luar como esse do sertão
Luar como esse do sertão
Não há, ó gente, ó não
Luar como esse do sertão
Se a lua nasce por detrás da verde mata
Mais parece um sol de prata prateando a solidão
E a gente pega na viola que ponteia
E a canção e a lua cheia a nos nascer do coração
Mais parece um sol de prata prateando a solidão
E a gente pega na viola que ponteia
E a canção e a lua cheia a nos nascer do coração
Não há, ó gente, ó não
Luar como esse do sertão
Não há, ó gente, ó não
Luar como esse do sertão
Luar como esse do sertão
Não há, ó gente, ó não
Luar como esse do sertão
Mas como é lindo ver depois por entre o mato
Deslizar calmo regato, transparente como um véu
No leito azul das suas águas murmurando
E por sua vez, roubando as estrelas lá do céu
Deslizar calmo regato, transparente como um véu
No leito azul das suas águas murmurando
E por sua vez, roubando as estrelas lá do céu
Não há, ó gente, ó não
Luar como esse do sertão
Não há, ó gente, ó não
Luar como esse do sertão
Luar como esse do sertão
Não há, ó gente, ó não
Luar como esse do sertão
Luar do Sertão
Luiz Gonzaga
Não há, ó gente, ó não
Luar como esse do sertão
Não há,ó gente,ó não
Luar como esse do sertão
Luar como esse do sertão
Não há,ó gente,ó não
Luar como esse do sertão
Oh! que saudade do luar da minha terra
Lá na serra branquejando folhas secas pelo chão
Este luar cá da cidade tão escuro
Não tem aquela saudade do luar lá do sertão
Lá na serra branquejando folhas secas pelo chão
Este luar cá da cidade tão escuro
Não tem aquela saudade do luar lá do sertão
Não há, ó gente, ó não
Luar como esse do sertão
Não há, ó gente, ó não
Luar como esse do sertão
Luar como esse do sertão
Não há, ó gente, ó não
Luar como esse do sertão
Se a lua nasce por detrás da verde mata
Mais parece um sol de prata prateando a solidão
E a gente pega na viola que ponteia
E a canção e a lua cheia a nos nascer do coração
Mais parece um sol de prata prateando a solidão
E a gente pega na viola que ponteia
E a canção e a lua cheia a nos nascer do coração
Não há, ó gente, ó não
Luar como esse do sertão
Não há, ó gente, ó não
Luar como esse do sertão
Luar como esse do sertão
Não há, ó gente, ó não
Luar como esse do sertão
Mas como é lindo ver depois por entre o mato
Deslizar calmo regato, transparente como um véu
No leito azul das suas águas murmurando
E por sua vez, roubando as estrelas lá do céu
Deslizar calmo regato, transparente como um véu
No leito azul das suas águas murmurando
E por sua vez, roubando as estrelas lá do céu
Não há, ó gente, ó não
Luar como esse do sertão
Não há, ó gente, ó não
Luar como esse do sertão
Luar como esse do sertão
Não há, ó gente, ó não
Luar como esse do sertão
Dança, Mariquinha
Luiz Gonzaga
(Primeira Gravação de Luiz Gonzaga como cantor)
Dança, dança, Mariquinha
Para o povo apreciar
Essa boa mazurquinha
Que pra você vou cantar
Ouça, meu bem,
A sanfona tocar
Para o povo apreciar
Essa boa mazurquinha
Que pra você vou cantar
Ouça, meu bem,
A sanfona tocar
Quitiribom, quitiribom,
Toca no baixo desse acordeom
Quitiribom, quitiribom,
Que mazurquinha
Que compasso bom
Toca no baixo desse acordeom
Quitiribom, quitiribom,
Que mazurquinha
Que compasso bom
Quando pego na sanfona
A turma se levanta
E pede uma mazurca
Quando bato a mão no fole
Sei que a turma toda
Vai ficar maluca
A turma se levanta
E pede uma mazurca
Quando bato a mão no fole
Sei que a turma toda
Vai ficar maluca
Todo mundo se admira
Do fraseada que a sanfona diz
Quando acaba a contradança
O povo admirado ainda pede bis.
Do fraseada que a sanfona diz
Quando acaba a contradança
O povo admirado ainda pede bis.
O Torrado
Luiz Gonzaga
Lá no sertão
Quando o cabra tá queimado
Dentro do samba
Ele só quer dançar torrado
Pega a morena
E enforca na cintura
Agarra bem segura
Como quem sente secura
Tá com sede e quer matar
Quando o cabra tá queimado
Dentro do samba
Ele só quer dançar torrado
Pega a morena
E enforca na cintura
Agarra bem segura
Como quem sente secura
Tá com sede e quer matar
E a moreninha
Fica só rodopiando
No canto estribuchando
Que nem rede balançando
Sem saber pra donde vá
Pois fica o cabra
No cangote dando chêro
Com abêia no perêro
Que começa a fulorá
E o sanfoneiro
Que de bêbo já tá mole
Deitado em riba do fole
Só trêis nota sabe dá
Fica só rodopiando
No canto estribuchando
Que nem rede balançando
Sem saber pra donde vá
Pois fica o cabra
No cangote dando chêro
Com abêia no perêro
Que começa a fulorá
E o sanfoneiro
Que de bêbo já tá mole
Deitado em riba do fole
Só trêis nota sabe dá
Terreco, teco
Terreco, teco
Terreco, teco
Patapitú, Patapitú,
Terreco, teco
Terreco, teco
Patapitú, Patapitú,
É só se ver
O torrado se acabar
É quando o dono
Dessa casa de momento
Se acorda rabujento
Pro salão fiscalizar
Cum a peixeira
Acorda logo o sanfoneiro, peste!
E atrás dele
Vem uns trêis cabra valente
Pois quem num dançar decente
Entra logo no punha
O torrado se acabar
É quando o dono
Dessa casa de momento
Se acorda rabujento
Pro salão fiscalizar
Cum a peixeira
Acorda logo o sanfoneiro, peste!
E atrás dele
Vem uns trêis cabra valente
Pois quem num dançar decente
Entra logo no punha
Baião GranFino
Luiz Gonzaga
Quando chegou pra cidade o menino
Já tinha um nome,era Baião
Porém agora, ficou tão grã-fino
Nem liga pro sertão
Já tinha um nome,era Baião
Porém agora, ficou tão grã-fino
Nem liga pro sertão
Ai, ai, Baião, você venceu!
Mas no sertão, ninguém lhe esqueceu
Ai, ai, Baião, siga seu destino!
Você já cresceu, já nos esqueceu
Ficou tão grã-fino
Mas no sertão, ninguém lhe esqueceu
Ai, ai, Baião, siga seu destino!
Você já cresceu, já nos esqueceu
Ficou tão grã-fino
Baião dos Namorados
Luiz Gonzaga
Quando a moça quer se casar
Não reza somente não
Ela arranja um namorado
E entrega o coração
Há sempre um beijo escondido
Uma promessa, uma oração
Não reza somente não
Ela arranja um namorado
E entrega o coração
Há sempre um beijo escondido
Uma promessa, uma oração
Aos namorados queridos
Ofereço este baião
Ai, baião
Baião dos namorados
Tu estás em todos os lados
Dos corações em alegria
Ofereço este baião
Ai, baião
Baião dos namorados
Tu estás em todos os lados
Dos corações em alegria
Ai, baião
Baião dos namorados
Os que estão apaionados
Vivem a cantar esta melodia
Baião dos namorados
Os que estão apaionados
Vivem a cantar esta melodia
Sangue de Nordestino
Luiz Gonzaga
Quando eu vim da minha terra
Foi com dor no coração
Quando lá deixei meus pais
Meus parentes, e meus irmãos
Aquela gente querida
Faz parte da minha vida
Como vou dizer que não } bis
Foi com dor no coração
Quando lá deixei meus pais
Meus parentes, e meus irmãos
Aquela gente querida
Faz parte da minha vida
Como vou dizer que não } bis
Se eu não sentisse saudade
Tanto assim eu não diria
Minha história era sem versos
Inspiração não teria
Era uma dor sem jeito
Que rojando no meu peito
Coração se afogaria } bis
Tanto assim eu não diria
Minha história era sem versos
Inspiração não teria
Era uma dor sem jeito
Que rojando no meu peito
Coração se afogaria } bis
Se passaram muitos anos
Mas a saudade ficou
Levo a vida assim cantando
Sufocando a minha dor
Mas a saudade ficou
Levo a vida assim cantando
Sufocando a minha dor
Sou sangue de nordestino
Marcado pelo destino
De ser sempre um sofredor
Marcado pelo destino
De ser sempre um sofredor
Vida Ruim
Luiz Gonzaga
Vida ruim
Nunca que chega ao fim
Amando só
E ninguém pensa em mim
Até bicho do mato no mundo
Tem seu bem
Nunca que chega ao fim
Amando só
E ninguém pensa em mim
Até bicho do mato no mundo
Tem seu bem
Nasce o sol, morre o sol, vem a noite
Só meu bem não vem
Só pelo mundo eu vou
Só tristeza e dor vai me acompanhar
Até que a fé que tinha
A minha esperança quer me abandonar
Nasci só, vou morrer só
Só meu bem não vem
Só pelo mundo eu vou
Só tristeza e dor vai me acompanhar
Até que a fé que tinha
A minha esperança quer me abandonar
Nasci só, vou morrer só
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