Narrando
Eu dormi nos braços dele e era como ter a minha vida de volta. Assim que acordei pensei ter sido um sonho, mas ao sentir o braço quente dele em volta do meu corpo e a sua respiração tranquila perto do meu pescoço, eu vi que não era o sonho, ou talvez digamos que seja um sonho, daqueles maravilhosos que a gente vive enquanto está acordado. Sorri. Na última vez que dormimos juntos tinha sido incrivelmente aconchegante apesar de ter sido em um barco desconfortável e agora eu estava em sua cama com edredom e eles me abraçando possessivamente, nem que eu quisesse conseguiria sair dali. Sorri de novo, fechei os olhos e tentei voltar a dormir, por que nem louca da vida eu trocaria aquele momento gostoso pela vida corrida que passava lá fora.
Tentaria dormir por que assim que fechei os olhos senti ele se mexendo, mas não ousei sair do meu lugar, senti ele de lado se apoiando no cotovelo direito e se levantando, continuei com os olhos fechados. O seu corpo quente e despido se aproximou de mim e ele deu um beijo no meu pescoço, não consegui controlar, me arrepiei e sorri, era o meu ponto fraco. Ele sorriu com aquele sorriso sonoro, abri os olhos.
- Bom dia null. – ele disse com o cabelo bagunçado e uma voz rouca de sono que ficaria gravada pra sempre na minha mente.
- Bom dia. – respondi meio tímida. Ele me deu um selinho na boca.
- Dormiu bem? – ele perguntou enquanto passava a mão carinhosamente no meu cabelo.
- Conseguir dormir e dormi maravilhosamente bem com você grudado em mim. – eu respondi me sentando na cama e sorrindo. Ele se sentou na cama e ficou em silêncio olhando pra mim com um sorriso no rosto, já estava me agoniando, ele tinha que dizer algo.
- Lembra quando eu disse ontem do seu cabelo impecavelmente arrumado na escola? – ele perguntou olhando pra mim. Concordei com a cabeça. – Eu ainda prefiro seu cabelo desse jeito, bagunçado. – ele disse e sorriu.
- Ah não. – eu disse e me deitei na cama de novo pondo a cabeça embaixo do travesseiro. – Você não pode me ver assim.
- Claro que posso. – ele disse se deitando ao meu lado e me abraçando. – Você fica linda de qualquer jeito, eu sinto você cada vez mais minha desse jeito, entende?
- Só por que nenhum outro cara iria me querer assim? – perguntei brincando ainda com a cabeça enfiada debaixo do travesseiro, ele enfiou sua cabeça debaixo do travesseiro também.
- O importante é que você é minha e que você quer apenas eu. – ele disse sorrindo. – null null.
- Possuir seu corpo nu. – eu disse e nós rimos.
- Você já possui o meu corpo e o meu coração. – ele respondeu. – Além do mais, lembra do que você disse sobre dormir maravilhosamente bem comigo grudado em você? Pois é, acostume-se. – ele disse e sorrindo me abraçou novamente. Perdi a noção do tempo, já nem sabia que horas eram, se estava com fome ou se meus pais procuravam por mim, perdi a noção de tudo nos braços dele.
Narrador Onipresente
Do outro lado da cidade, na delegacia do distrito, a família Gonçales tentava de toda maneira fazer com que a saída do filho mais novo da cadeia, fosse a mais discreta possível. Jorgito encarava noite de Riviella através da janela escurecida do carro, sem dá ao menos uma palavra, a sua frente na limousine, ia seu pai, com cara fechada e ao lado, Jorge tentava apaziguar o clima ruim.
- Você é uma vergonha pra essa família Jorgito. – seu pai dizia. – Tudo culpa de sua mãe que não soube lhe criar direito.
Jorgito deu um sorriso sarcástico.
- Que família? – ele perguntou ainda olhando através da janela.
- Jorgito. – Jorge o repreendeu antes que a briga entre os dois ficasse maior. – Melhor ficar calado para não se complicar mais ainda.
- Como se pudesse piorar... – Jorgito rebateu olhando pra Jorge.
- Poderia está pior se sua família não fosse tão rica. – o pai dele respondeu. – Você poderia responder a esse processo preso. Ainda temos que torcer pra que Richard null esteja muito ocupado fodendo com a atriz britânica que ele arrumou, por que se descobrir que o responsável pela quase morte do filho dele foi solto, ele vai querer mover os pauzinhos dele novamente, e com os null no meio, as coisas complicam pra gente, ele tem bastante influência aqui.
- Poderia ficar do meu lado pai! – Jorgito exclamou.
- Pra quê? – seu pai respondeu alterado. – Pra me envergonhar novamente e tentar colocar nosso nome na lama? Não obrigada. – disse isso e abriu o jornal. Jorgito e Jorge se entreolharam submissos ao pai autoritário. Permaneceram em silêncio todo o trajeto.
Na casa dos null...
- Já disse que não precisa dessa cesta null. – null disse entrando na cozinha enquanto null colocava alguns sanduiches naturais dentro de uma cesta com um pano xadrez vermelho. – Eu vou te ensinar a andar de skate, não fazer um piquenique no bosque. A gente pode comer um cachorro-quente do velho Bode.
- Velho Bode? – ela disse enquanto null a beijava seu pescoço por trás. – Meu Deus, eu nunca vou comer algo feito por um cara que tem Bode no nome.
- Esse não é o nome dele de verdade, e o cachorro-quente dele é muito bom. – null disse revirando os olhos. – Vamos?
- Não posso levar nem cup-cakes? – null perguntou fazendo bicos.
- Não. – null responde. – Nós vamos comer algo gorduroso e vamos deixar uma mancha de molho na sua blusa.
- Por que isso?! – null perguntou irritada.
- Por que eu vou ter o maior prazer de tirar sua blusa depois que a gente chegar em casa. – ele disse e sorriu.
- Engraçadinho. – ela disse sorrindo e os dois saíram de moto até o parque onde tinha a pista de skate.
Estava realmente complicado ensinar null a andar de skate, mas null já se considerava vitorioso pro ter conseguido fazê-la tirar um salto e colocar um tênis.
null fazia o estilo exagerada, totalmente o oposto do tipo de garota da qual null aguentaria por muito tempo, mas ela tinha algo totalmente atraente. Talvez fosse aquele modo como se atrapalhou toda ao trazer dois cachorros quentes para os dois enquanto null esperava sentado na grama olhando pra ela e sorrindo com sua falta de jeito. Ele gostava disso nela, o modo como queria está no controle de tudo, mas no fundo também era uma menina que precisava ser posta no colo. null gostava de deixá-la no comando, mas na hora certa sabia abraçá-la forte e a proteger de tudo.
- Pronto. – ela disse se sentando ao lado dele e lhe entregando o cachorro-quente. - Vai me pagar por me fazer passar por isso.
- Com juros. – null disse. – Com muita violência. Com direito a mordaças e chicotes, que tal? – ele disse e riu.
- É melhor não me dá ideias. – ela respondeu enquanto terminava de mastigar. – Você sabe como eu posso ser maldosa.
- To doido pra saber. – ele disse se curvando em direção a ela e a beijando.
- Para null, ta me sujando de molho. – ela disse entre os risos enquanto null tentava beijá-la.
- Essa é a intenção. – ele disse rindo até que conseguiu deitá-la na grama e a beijou.
- Olha só se não é null null. – uma voz feminina atrapalhou o beijo e os dois olharam pra cima. Uma moça de saia jeans curta, top justo e pele bronzeada contrastando com os olhos verdes e as mechas californianas no cabelo. – Não imaginei que o veria aqui fazendo outra coisa além de andar de skate despido.
- Andar de skate despido? – null perguntou empurrando null que permanecia estático pra que ele saísse de cima dela.
- Isso é uma longa história, de outros tempos. – null respondeu.
- Bons tempos. – a moça sorriu. – Bons tempos quando você não se limitava a só uma peguete por dia.
- Tá me chamando de peguete? – null disse se levantando e encarando a moça que devia ter 15 centímetros a mais de altura que null.
null a puxou e se pôs na frente dela.
- Você é a? – null se dirigindo a moça loira a sua frente.
- Juli... – a moça começou a responder até ser interrompida.
- Não interessa. – null respondeu. – O que interessa é o modo como falou com a minha garota. E sobre os velhos tempos, eram tempos de solteiro, agora eu tenho uma namorada, e exijo mais respeito com ela, ok?
A moça não disse nada.
- E pode voltar pra onde suas amiguinhas vadias e mandarem elas pararem de ficar secando o meu homem, por que vocês com certeza não verão mais ele desfilando por aí pelado. – null disse saindo de trás de null.
A moça deu meia-volta e saiu. null não pode esconder o sorriso ao ouvir null defendendo o “seu” homem.
- Meu amor. – ele disse de costas. – Viu como a gente se defende bem? – ele se virou pra ela.
null jogou o cachorro-quente no peito de null fazendo com que o molho sujasse sua camiseta branca. Ele abriu os braços sem reação.
- O que foi null? O que foi que eu fiz? – ele perguntou.
- Sei lá o que você fez, talvez andou de skate pelado em um parque público no intervalo entre transas com aquelas putinhas ali. – ela falou irritada. – Talvez tenha sido isso, não sei.
- Mas isso foi no passado, bem no passado. – ele se explicou. – Quando eu era tipo marca de absorvente. – ele disse enquanto tentava limpar a camiseta.
- Hã? – ela perguntou com o cenho franzido com os braços cruzados.
- Como o absorvente.... Sempre Livre. – ele disse sério e null sorriu. – O que importa é que eu to com você null, com você, sou seu homem, e nenhuma vadia vai mais ter o prazer, o grande prazer...
- Sem detalhes por favor... – ela disse desviando o olhar e bufando.
- ... De me ver desfilando nu por aí, por que agora eu tenho dona. – ele disse com cara de anjo.
null ficou calada por um minuto e então quebrou o silêncio com um riso.
- Ok, o que importa é que o que tem por baixo da sua roupa é só meu. E o que tem por cima também. – ela disse erguendo o dedo indicador. – Só meu! E ai de alguma vadia se aproximar ou por o olho.
- Mas temos um problema. – null respondeu. – Minha camisa tá toda suja, então... – ele disse isso e começou a tirar a camisa sorrindo.
- null null. – ela disse respirando fundo. null saiu correndo e rindo. – O que eu disse sobre correr despido pelo parque??!! – null saiu correndo atrás dele. Os dois riram e logo null conseguiu pegar null pelas costas depois de um grande carvalho que tinha no parque.
CAPITULO 21
Narrador Onipresente
Mais uma semana se iniciou no Colégio San Sebastian. Os boatos sobre a volta da memória de null já haviam cessado pela discrição do casal que agora queria mais era aproveitar. As fofocas sobre o casamento de Richard null e o namoro do garoto problema com a Barbie do colégio foram cortados assim que aquele velho conhecido da turma abriu as duas portas do corredor do colégio com aquela pose arrogante de sempre. Jorgito Gonçales estava de volta.
- Nossa, ele ta usando brinco. – Oliver comentou enquanto mordia a caneta. – Que sexy.
De fato, Jorgito estava mudado, com a mesma expressão superior de sempre, mas visualmente estava mudado. Havia raspado as laterais do cabelo e agora usava um brinco na orelha direita. Estava sem o terno azul null da escola, e os punhos da camisa estavam arregaçados. Andava meio largado com a mochila jogada em um lado do ombro.
- Olha só quem resolveu aparecer pra prestar contas comigo. – null disse se desencostando do armário.
- Não null. – se aproximou e pôs as duas mãos no peito de null. – Por favor, não faz nada, a justiça já está fazendo algo, você pode se prejudicar.
- Mas do que ele me prejudicou? – ele rebateu. – Ele quase me matou e quase me fez perder você.
- Mas você tá aqui e eu to aqui com você. – ela disse preocupada. – Por favor, não estraga isso, não suja suas mãos com ele.
- Você sempre achando que meus acertos de conta estragam tudo. – null disse olhando pra . – Por que você acha que eu sou tão mal? Às vezes eu faço as coisas certas, sabia?
- Sei. – ela respondeu. – Você faz sim as coisas certas... às vezes. Mas agora, o certo é deixar o Jorgito ir. O destino vai cuidar dele.
- Se o destino não cuidar dele, eu cuido. – null disse um pouco mais calmo.
Jorgito passou entre eles e null ficou o encarando. Jorgito sorriu de escárnio e null só não foi em cima dele, por causa de .
2 semanas depois...
- Eu daria tudo pra socar a cara do Jorgito mais uma vez, só mais uma vez. – null dizia pra null enquanto os dois andavam pelo pátio da escola com vários envelopes de convite. – Ei Paulo, minha festa de aniversário vai ser na sexta, não falta e leva sua irmã, o Tarso que dá uns pegas nela. To brincando. Sério Paulo, eu to brincando, mas o Tarso ta afim dela. – null disse rindo entregando o convite de seu aniversário para os colegas.
- Você pelo menos teve o prazer de esmurrar a cara dele, e eu não posso fazer isso por que a me veta. – null retrucou.
- Ei dude, cadê mais convite pra distribuir pro pessoal? – Lucas chegou pedindo. – Eu to chamando uns pessoal bem loucão pra sua festa null.
- Cuidado com quem você chama, a gente não vai fazer uma festa em um barracão clandestino, a gente vai fazer a festa na casa do meu pai. – null alertou.
- A gente tranca as portas, maninho. – null o tranquilizou. – Mesmo assim, cuidado com o pessoal que você tá entregando os convites.
- Beleza manos, relaxem e gozem. – Lucas respondeu sorrindo, pegou mais convites e saiu.
- Eu aposto como essa festa vai dá encrenca. – null disse respirando fundo.
- Essas festas são as melhores. – null disse e os dois riram. – O Iago deve tá convidando todas as tuas peguetes da escola.
- Vish. – null disse coçando a testa. – Já vejo a null colocando veneno nas bebidas e uma bomba no meu bolo.
Comentou e os dois riram.
- Do que estão rindo? – null perguntou ao chegar neles, os dois cessaram o riso e disfarçaram.
- Do novo visual do Jorgito. – null respondeu. – Cadê a null? Não vi ela no intervalo.
- Eu não sei, ela foi pro rumo da quadra, mas disse que já voltava. – null respondeu e null estranhou.
- Então aquele é o tal de Jorgito Gonçales? – Nick disse se aproximando por trás de que se virou assim que o ouviu. Estavam na quadra, sozinhos.
- Sim. – respondeu um pouco sem graça. – O que queria falar comigo?
- Desde o dia do casamento a gente não se fala , achei que pudesse salvar ao menos a nossa amizade. – ele dizia com as mãos no bolso. – Eu juro que não sabia da sua história com o null e até cheguei a pensar que você pudesse ter me usado...
- Pra causar ciúmes ou tentar esquecê-lo? – perguntou. – Talvez... Me desculpe por isso Nick, foi uma fase muito difícil e você me ajudou de alguma forma. Me desculpe, eu não deveria ter te colocado no meio disso tudo, o null é impulsivo e acaba fazendo as coisas sem pensar direito.
- Tudo bem , não precisa se desculpar nem justificar o por que do null agir como agiu... Eu sei bem o que foi aquilo: ciúmes. – ele disse. – E consigo reconhecer um amor verdadeiro e eu não costumo ficar entre eles, como eu disse, só achei que pudesse salvar nossa amizade.
- Mesmo depois de tudo? – perguntou confusa. – Não ficaria estranho?
- Eu acho que não. – ele respondeu sorrindo. – Eu também já estou em outra, continuando te admirando demais, muito mesmo, mas ultimamente eu tenho saído com a Duda.
- Duda Mazonni? A filha da editora chefe da Revista Mazon? – perguntou.
- Sim, ela mesmo. – ele confirmou sorrindo. – Ela é encantadora, divertida e descomprometida. Eu to curtindo isso bastante.
- Claro, você merece Nick. – respondeu. – E claro, a gente pode salvar a amizade.
Ela respondeu por fim sorrindo e Nick a abraçou.
- Eu desejo toda felicidade pra você mesmo que eu continue achando o null um ogro pra você. – ele disse e a encarou.
- Ele é perfeito pra mim... Mas obrigada. – ela disse e sorriu. Nick a abraçou de novo.
Debaixo da arquibancada um ipad verde neon registrava com fotos o abraço dos dois... Um celular na mão e ideias malignas na cabeça.
null havia resolvido ir atrás de na quadra, null o acompanhou correndo sabendo que ele veria algo que não ia gostar. Chegou no exato momento em que Nick a abraçou.
- Nossa. – ele disse. – Posso saber o que tá rolando aqui?
- Nada cara, a gente tava só conversando. – Nick respondeu.
- A gente só tava conversando null. – reforçou.
- Ah claro, cada moléculas do corpo de vocês precisava conversar bem de pertinho não é? – ele disse ironicamente. – Eu não vou atrapalhar a conversa de vocês.
- null, para com isso. – disse segurando no braço dele, ele se soltou.
- Parar com o quê? – null disse com raiva. – Eu não fiz nada, eu não fiz absolutamente nada por que você não quer, mas você, pelo contrário, fica de conversa e de abraço com esse cara mesmo depois de tudo que aconteceu.
- Para com isso null, você entendeu errado. – ela disse e ele saiu sem ligar pra ela.
- , eu sinto muito. – Nick disse.
- Vem , vamos lá pra fora. – null disse segurando na mão dela.
O intervalo ainda não tinha terminado e null estava sentado em um banco de pedra mais distante. Mantinha os dedos entrelaçados apoiando o queixo enquanto batia freneticamente o pé no banco tentando dissipar sua raiva.
- Você não acredita o que eu vi na quadra! – null disse assim que viu null se aproximando. – Eu to pra explodir de raiva.
- A se abraçando com o Nick na quadra? – null respondeu. – A sua raiva ainda nem chegou no limite, olha só isso. – null disse e entregou seu iphone branco pro amigo vê.
“ A Barbie do San Sebastian e seus 3 maridos...
Ora, ora, ora... Se tem alguém nessa cidade que não perde mesmo tempo é null. Primeiro o riquinho Jorgito Gonçales, herdeiro, elegante e machista. Dois anos sapateando na cara dos meros mortais do San Sebastian que a moça perfeita tinha o relacionamento perfeito e foi uma escorregada pra que ela tivesse o plano B: null null... O garoto pecado, os olhos de demônio e o rosto de anjo. O garoto confusão, herdeiro de Richard null, grana, grana, grana. Então o nosso herói sofre um acidente em sua carruagem real e fica fora do ar por um tempo, então a bela moça dos cachos de ouro tem o plano C! Nick Fournier, o francês charmoso que assim que pôs os pés na escola, na cidade, quiçá no país, já estava nos planos denull).
Então eu te pergunto? Três caras no mesmo ano... Três rostos lindos... Três contas bancárias maravilhosas e a garota não consegue se decidir.
E a segunda pergunta é: Qual dos três não está dando conta do serviço?
Hahaha. Beijinhos e até o plano D. ”
- Que porra é essa?! – null disse furioso ao terminar de ler a manchete.
- OTT atacou de novo. – null disse chegando nervosa. – A se trancou no banheiro.
- Agora isso ficou sério, eu não vou descansar até descobrir quem é o filho da puta que fica expondo a gente desse jeito. – null disse furioso. – Eu vou atrás da , ela não precisa se importar com isso, eu to com ela agora, e eu vou proteger ela disso tudo. – depois disso saiu pisando firme.
Narrador Onipresente
- Eu adorei esses copinhos neon. – dizia enquanto colocava salgadinhos em um copo de neon verde que estavam espalhados pela casa na festa de null. O som estava alto e a casa já estava cheia, já passava de pouco mais de meia-noite.
- São lindos, não são? – null reforçou. – Foi ideia minha, por que se dependesse do null, os convidados comeriam salgadinhos na mão mesmo.
estava com uma blusa dourada e um short de cintura preta e saltos altos cor da pele. null estava com um vestido tomara que caia vermelho colado ao corpo, o cabelo estava liso como null, raramente usava. A baixinha sempre amou o cabelo ondulado, mas nesta ocasião estava com ele liso.
- E o gato do seu irmãozinho não veio? – Oliver perguntou se encostando no balcão e se abanando, tinha acabado de dançar uma sequencia e estava muito cansado.
- Meu irmãozinho? – null perguntou confusa enquanto comia um salgadinho. – OMG, tá se referindo ao Jason? ‘Cê’ é louca Oliver? Se o Jason chegasse na porta, o null soltaria os Pitt bulls do doutor Richard em cima dele!
- Calma, eu só tava brincando. – Oliver disse aos risos. – Vocês duas são mais que sortudas, disputadas pelos caras mais gatos da cidade. – comentou ao beber o resto de ice.
- Oliver, não fala assim, a gente não quer ser disputada. – falou. – Estamos muito bem com os nossos namorados.
- Sorte a de vocês. – Oliver comentou arrogante. – Se vocês não querem aqueles bofes, tem quem queira.
- Óh se tem. – null comentou irônica se virando pra pia e deixando o copo de neon lá.
- O que quis dizer com isso? – Oliver perguntou ajeitando a franja alisada.
- Nada é só que... – null calou-se.
- É só que ela deve tá falando do Jason. – confessou. – Ela descobriu, tem um tempo que o Jason é garoto de programa.
- Ele é prostituto, fala assim. – null a corrigiu. – Soa mais devasso. – revirou os olhos sorrindo e Oliver estava pasmo.
- COMO ASSIM? OMG! – disse com a mão no peito simulando um infarto. – Eu ia morrer sem saber dessa! Quer dizer que o gato está acessível por uma boa quantia? Isso nós podemos resolver. – Oliver disse isso com um sorriso malicioso, pegou outra bebida e saiu. null e riram por um momento.
- Você e o null já estão de boa mesmo? – ela perguntou enquanto pegava mais bebidas na geladeira.
- Sim, a gente ta de boa, meio frios um com outro, mas... – ela disse pegando uma garrafa de ice da mão de null. – A gente ta bem.
- Relaxa, o null ficou com ciúmes, mas já que ele supera isso, quando ver você toda gostosa dançando só pra ele hoje. – ela falou rindo.
- null! – a repreendeu e riu. – Eu não planejo nenhuma surpresinha pra ele hoje.
- Pois eu planejo uma surpresinha pro meu homem hoje. – ela disse piscando o olho. – Afinal, não é todo dia que seu namorado completa 18 anos e fica mais que gostoso em uma camisa xadrez. Olha só como ele tá lindo.
Ela comentou olhando pra ele do outro lado bebendo e conversando com os felas.
- Eu convidei umas gatas da boate Clam, elas são as donas da boate mais foda da cidade, com certeza virão na festinha do null já que quando ele e o null estavam solteiro, faziam aquilo lá bombar. – o Hiago disse na rodinha para null, null, Allan, Lucas e Tarso. – Tudo faz parte da nossa campanha pro Allan perder a virgindade.
Todos riram. Allan quase engasgou.
- Eu não sou virgem caralho! – Allan se defendeu. – Só por que eu sou seletivo quer dizer que eu pareço virgem?
- Não cara, se você for seletivo demais vai parecer pior que virgem, vai parecer gay! – Lucas disse.
- Que idiotice essa que vocês tão dizendo, meu Deus. – null disse rindo enquanto bebia.
- Sério Allan, virgem ou não, gay ou não, nas minhas festas ninguém fica na vontade. – null disse confortando o amigo. Todos riram.
- Que bom que nas suas festas ninguém fica na vontade. – null disse se aproximando. – Por que eu não quero ficar só na vontade.
- É gatinha? – null provocou na frente dos amigos. – E você tá com vontade de que?
null não respondeu, apenas deu um sorriso malicioso e saiu com as mãos cruzadas atrás. Os rapazes fizeram em coro um “hmmmm” e null não conseguia tirar os olhos de null subindo as escadas e olhando sorrateiramente pra ele.
- Qual é? Vai ficar aí parado? – ela disse perdendo a paciência e rindo no alto da escada. null entregou a garrafa de bebida pra null e foi atrás dela. – Vocês homens são tão fáceis, meu Deus.
- Eu vou procurar minha loira agora. – null disse se despedindo do pessoal e saiu a procura de .
CAPITULO 22
Narrador Onipresente
Na festa de null, Hiago, Lucas, Allan e Tarso, continuavam numa mesma roda bebendo.
- Cadê cara? – Tarso perguntou. – Ainda não peguei ninguém hoje esperando elas!
- Não cara, admita. – Allan disse segurando um copo de cerveja e com a outra mão no bolso. – Você ainda não pegou ninguém por que ninguém te quer.
- Haha. - Tarso riu sarcasticamente enquanto o grupo caia na gargalhada. – Quer saber? Vou te provar como eu pego qualquer uma que eu quiser nessa festa em menos de 10 minutos.
- Se perder vai ter que se embrenhar na mata com Oliver de novo. – Lucas disse e riu.
- Ih olha lá, elas chegaram! – Hiago disse todo contente olhando pra porta da sala.
- Uaaau. – disseram em coro estáticos com as cinco mulheres que entraram na festa.
- A primeira é a Broke Monroe. – Hiago explicava enquanto elas analisavam a festa de longe. – Ela é da Califórnia e mora em Riviella a cinco anos. Tem dezenove anos, um apartamento de luxo no centro e um conversível, a garota é quente, se é que vocês me entendem. A segunda é a Anne, ela era DJ em uma boate em Ibiza e ela que assume o som da boate Clam, dizem que ela já teve um caso com o Zac Efron, mas ela o dispensou durante férias em Miami.
- E a terceira? – Allan perguntou com a boca aberta.
- Ninguém conhece ela pelo nome, só pelo apelido: Espanhola. – Hiago explicava. – Ela era dançarina profissional em Madri e ficou famosa depois de ser convidada pra dançar na festa de aniversário de um famoso piloto da Formula 1, dizem que ela ganhou um diamante dele. A quarta, bem, a quarta é Cassie Fan, dizem que esse não é nome verdadeiro dela, mas já que ela era dançarina em uma boate de stripper em Las Vegas ela resolveu escolher um apelido de profissão. E não fiquem de olho nela, por que eu vou pegar ela hoje pra testar o que dizem sobre ela.
- O que dizem sobre ela? – Lucas perguntou.
- Dizem que ela é uma louca selvagem na cama e que tem uma elasticidade no corpo de enlouquecer. – Hiago disse se gabando. – A quinta é a Suellen Richard, era dançarina da turnê da Rihanna, foi eleita uma das mulheres mais sexy’s do caribe e é dona de quatro restaurantes afrodisíacos da costa leste dos Estados Unidos.
- Caralho, e o que elas fazem em Riviella com todo esse currículo? – Tarso perguntou ainda estático.
- Elas são donas da boate Clam! – Hiago disse abrindo os braços e sorrindo. – E são completamente apaixonadas, no outro sentindo, pelo null e pelo null, lógico que elas viriam, além do mais elas só liberam a nossa entrada lá mesmo nós sendo menores de idade.
- Mas espera. – Allan disse. – Uma vai sobrar, nós somos quatro e elas são cinco.
- Ah safadinho. – Lucas falou batendo no ombro de Hiago e rindo. – Tá querendo orgia não é?
- Não cara. – Hiago disse. – A gente vai se divertir com todo mundo, ok? – ele disse e todos sorriram animados. – Eu vou lá chamar elas.
- Ah cara, hoje eu tiro as teias de aranha. – Allan disse arrumando o cabelo.
- Credo Allan. – Tarso disse o repreendendo. – Pelo o amor de Deus não fala nada do gênero perto delas, ok?
- Oi rapazes. – a morena que Hiago havia dito ser a Espanhola os cumprimentou e logo todas as meninas fizeram o mesmo.
- Oi. – os rapazes responderam meio tímidos.
- Cadê o null e o null? – Cassie perguntou olhando por cima. A loira estava mais alta que Hiago por conta da altura do salto alto, mas Hiago não conseguia tirar os olhos da moça.
- Ele subiu pra receber o presente de aniversário da namorada dele, se é que vocês me entendem. – Allan disse piscando exageradamente com um olho. As meninas sorriram sem entender.
- Pois é, soubemos que os nossos bebês estão namorando. – Suellen comentou.
- Mas vocês ganharam mais quatro bebês pra cuidar agora! – Lucas disse se aproximando de Broke.
- Ah pode deixar que nós sabemos cuidar muito bem dos nossos bebês. – Anne respondeu olhando fixamente em Allan que mais parecia uma adolescente virgem encantado com a beleza da moça a sua frente. Foram todos dançar e beber sem se importarem com o número impar ali, ninguém sobrava de fato. Se divertiram e deram show de dança e sensualidade na pista, os outros rapazes da festa morriam de inveja da companhia que estava com os garotos, afinal, não era todo dia que Broke, Anne, Espanhola, Cassie e Suellen resolviam deixar o império da boate Clam pra ir a festas de adolescentes e dessa vez estavam se divertindo bastante.
null ainda andava entre as pessoas que bebiam e dançavam, isso quando não estavam fumando, se drogando ou se pegando na festa. Andava a procura de até vê a blusa dourada dela brilhante de costas conversando com alguma garota da escola. Ele sorriu ao ver como ela estava com os braços cruzados, parecia entediada. Ele se aproximou dela e a abraçou pelas costas e depositou um beijo no pescoço dela.
- O aniversariante já subiu, a organizadora da festa já subiu... – null começou a falar abraçando nela.
- Quer subir também? – perguntou.
- Não, quero dá o fora daqui. Vamos? – ele a convidou.
- Pra onde? Vai deixar sua casa aqui sozinha com esse bando de adolescentes loucos? – perguntou sorrindo. null pensou um pouco, olhou em volta.
- Eu to mais preocupado com o estado da casa depois que a null e o null saírem do quarto, com eles é que eu to preocupado. – disse e os dois caíram na gargalhada. – Vem, eu quero te mostrar uma coisa. – ele segurou na mão dela e a puxou pra fora da casa.
- Pra onde tá me levando? – perguntou enquanto ele continuava a puxando pro outro lado da casa. – Garagem? – comentou assim que viu as duas longas portas brancas da garagem da mansão. null confirmou com um sorriso, soltou a mão dela e pegou o controle dentro do bolso. Apertou um botão e uma das portas se levantou ascendendo automaticamente.
- Ta com frio? – null perguntou olhando pra ela.
- Um pouco. – respondeu ainda confusa.
- Pega. – null tirou sua jaqueta e entregou pra ela. – Veste isso, eu volto em 1 minuto.
pegou a jaqueta olhando curiosamente pra null, ele apenas sorriu e saiu.
vestiu a jaqueta e já não conseguia ver null dentro da garagem escondido pelos vários carros de Richard null, um mais luxuoso que o outro. A música ao longe na mansão ficava cada vez mais fraca para a mente curiosa da garota que foi se aproximando lentamente até escutar um ronco de motor e algo acelerando. Levou um susto ao ver null saindo em uma moto estilosa.
- Ah meu Deus! – exclamou boquiaberta. – Eu não acredito que...
- Que eu tenho uma Suzuki Hayabusa? – null perguntou com um sorriso malandro. – Ela tava em Erbon, chegou tem pouco tempo. Vem aqui, vamos dá uma volta. – ele a convidou lhe oferecendo o outro capacete. se afastou receosa. – O que foi?
- Não sei, eu não sou muito fã de motos. – ela disse apertando a jaqueta de null contra ela.
- Por que? Elas são tão legais, estilosas, selvagens... – null falava enquanto olhava pra própria moto.
- Rápidas, inconstantes e perigosas também. – Ela completou.
- Que nada. – null disse. – São incríveis! Você andou em uma moto?
- Nunca. – disse rindo. – E não vou andar mesmo.
- Para amor. – null disse pendendo a cabeça pra um lado. – Eu vou tá com você, você vem segurando na minha cintura, não vou te deixar cair. Isso é adrenalina, é desafio, correr pela noite em uma super moto, sentindo o vento frio batendo na sua pele a alta velocidade.
- E acabar morta em algum cruzamento? – perguntou irônica. – Não mesmo.
- Eu vou está com você, não vou deixar que nada aconteça. Prometo. – null disse. – Além do mais, elas são legais, estilosas, selvagens, rápidas, inconstantes, perigosas como...
- Como você. – completou e null lançou um sorriso malicioso, ela não pode deixar de sorrir enquanto se aproximava dele. – Tudo bem.
- É quase uma extensão de mim, eu não posso mudar minha essência. – ele disse lhe entregando o capacete. colocou e ele ajudou a afivelar o capacete. Ela montou atrás dele e ele deu a partida, saíram pelos portões da mansão que a cada hora se abria pra entrada de mais convidados.
Andando pela avenida pouco movimentada, continuava apertando fortes os braços ao redor da cintura de null, ele sorria ao sentir o nervosismo da primeira vez dela em cima de duas rodas.
- Tá com medo ainda? – null perguntou alto.
- Acelera. – ela pediu sentindo o vento frio.
- O quê? – null perguntou pois não estava acreditando.
- Acelera. – ela pediu novamente e sorriu contra as costas dele. Ele acelerou e os dois cortaram a cidade em cima da moto.
Depois de alguns minutos, null parou a moto em um lugar deserto perto de uma trilha de trem. desceu primeiro e se afastou, tirou o capacete. null tirou o capacete e desceu da moto encarando ela.
- Foi incrível! – disse com um sorriso enorme. – Foi incrível! Por um momento eu pensei em todas as vezes que meus pais me proibiam de andar de bicicleta ou de patins por que era perigoso e eu podia ficar com uma cicatriz das feias, eu lembro das vezes que eles não me deixavam nadar sem colete de salva-vidas enquanto eu tinha 12 anos! Eu lembrei das vezes que eles não me deixavam sair de casa depois das dez, controlavam meus horários, minha diversão, meus amigos! .... – parou um pouco e olhou pro nada sorrindo. – Foi incrível.
- Por que andar de moto te fez lembrar disso? – null perguntou se aproximando dela com um sorriso confuso.
- Não é andar de moto. – disse olhando pro alto pra encará-lo olho por olho. – Quer dizer, não só a moto. É você null. Tudo o que tem me feito provar da vida, por que tudo que eu faço com você tem gosto de liberdade, tem gosto de vida plena, é como se eu estivesse vivendo tudo o que a vida tem pra me oferecer.
- Você se sente imortal. – null afirmou. – É isso que acontece quando a gente vive tudo o que a vida tem pra nos oferecer sem medo.
- Com você eu não tenho medo. Com você eu não tenho medo de enfrentar meus medos, quer dizer. – ela afirmou e os dois ficaram em silêncio. – Você se sente imortal?
- Sim. – null respondeu rindo e colocou a mão no rosto dela suavemente. – Mas não o cara vivendo sem medo, por que agora eu tenho um medo, medo de perder você, medo de não te fazer feliz. Eu tenho realmente que ser imortal, ou me esforçar, pra poder proteger minha única fraqueza.
- Você me faz feliz, por que você me faz viver de verdade. – ela disse pondo a mão em cima da mão dele. Os dois sorriram e null a beijou.
A festa de null ainda continuava mesmo sem os anfitriões estarem lá. Quer dizer, não no meio da bagunça, pois a festa particular de null começaria em alguns minutos e null estava preparando uma super surpresa pro rapaz.
- null! – null disse deitado na cama olhando pro alto. O quarto estava escuro e a única coisa que o iluminava era a luz vinda do banheiro, onde null fazia alguma coisa. – A festa ta bombando lá embaixo! – ele reforçou entediado.
A luz do abajur ligou sozinha oferecendo mais uma luz para o ambiente. null se assustou e pulou da cama.
- null... – ele disse com medo olhando para o abajur. Seu som de repente ligou sozinho também tocando Toxic da Britney Spears. –null, vamos sair daqui! – ele disse assustado. A porta do banheiro bateu e ele olhou pra trás.
- Mas por que? A festa aqui vai pegar fogo. – null com a boca aberta só conseguia ouvir uma coisa saindo da boca daquela baixinha com corselete de látex e calcinha de renda, ambos pretos: “sexo, sexo, sexo, vai pegar fogo, sexo, sexo.”
null estava afim de fazer uma surpresinha pro namorado e aquilo o pegou totalmente despreparado... Seu sexo já dava sinal de vida sem a moça fazer absolutamente nada além de respirar inflando os seios fartos naquele corselete apertado.
- Pelos dreads de Bob Marley, que é isso novinha. – ele disse sorrindo maliciosamente.
null se aproximava dele a passos lentos acompanhando o ritmo da música enquanto cantava. Cada letra da música saia de sua boca sensualmente com os olhos fixos em null e as mãos segurando uma longa fita de couro.
Continuava se aproximando perigosamente de null que ia recuando automaticamente entrando na brincadeira. null deu uma corridinha teatral nas pontas dos pés no ritmo da música, pôs a mão direita espalmada no peito de null, olhou para o lado e se agachou alisando todo o caminho do peito de null até o seu membro. null se arrepiou, o sangue já pulsava forte por cada centímetro de veia, principalmente naquela região viril. null deu uma piscadinha pra ele lá debaixo e abriu sua calça, levantou novamente e agora com as duas mãos espalmadas no peito dele, conseguiu fazer com que ele se sentasse na cama. null sorria hipnotizado. Assim que se sentou, null continuava dançando sensualizando no ritmo da música com a fita de couro, deixando null louco. A moça se virou, deu uma reboladinha, sorriu e foi nesse exato momento que null cometeu um pequeno erro: pôs a mão na bunda dela.
null não gostou, estavam no meio de uma peça teatral erótica.
- Menino malvado. – ela disse se virando. – Não sabe que não pode tocar nas strippers?
Ela disse se curvando em direção a ele.
- Que levado que eu sou. – ele respondeu malicioso. – Mereço castigo.
- Merece sim. – ela engatinhou e ficou de quatro em cima dele e lhe bateu com a fita de couro.
- Ai null. – null disse e sorriu. null mordeu o lábio e bateu de novo. – Bate mais, vai. – null disse mordendo o lábio e pondo as mãos nos seios de null. Ela abriu a boca fingindo surpresa e bateu nele novamente. – Ai. – ele dizia e ria ao mesmo tempo.
- Você não tem nem ideia de como eu vou te punir menino malvado. – null disse abrindo a camisa xadrez de null com força o bastante pra quebrar os botões. Depois o beijou, null a sugava de tal forma que mordia seu lábio e demorava pra soltar. Logo null conseguiu se soltar do rapaz em chamas e estava pronta pra dá mais um passo na brincadeira.
A baixinha tinha conseguido prender as mãos de null no alto do espelho da cama, com a concessão dele que estava adorando a brincadeira. Apenas de cueca preso a cama, null dançava em cima dele em pé na cama, sensualizando com uma cara de desejo que o fazia se arrepender de ter deixado ela o prender, agora ele estava morrendo de vontade de pegá-la de jeito. A moça descia agachada até o membro dele e subia novamente o deixando somente na vontade. Até ficar de quatro em cima dele e começar a brincar com seu amiguinho... null gemia enquanto tentava se soltar, null não resistiu, deu-lhe mais uma chicotada.
- null, você tá me deixando louco... – null dizia entre os gemidos que faziam null intensificar as carícias. – Quando eu me soltar... Eu... Ain, santo Deus... – fechou os olhos sentindo null beijar sua barriga descendo direto para seu amigo.
- Vai o quê tigrão? – ela dizia o provocando massageando o que ele tinha dentro da cueca.
- Vou te pegar de jeito... – ele dizia sorrindo e gemendo. – Vou fazer você esquecer seu nome.
Os dois sorriram e ela se encaixou nele começando a cavalgar. null estava muito inquieto com as mãos presas, tentava desesperadamente se soltar enquanto escutava o gemido de null no seu ouvido, ora com as mãos espalmadas no seu peito.
- Anda null, não vai me ajudar com todo esse tesão? – ela dizia provocando – o sabendo que ele não podia fazer nada. – Vou terminar tendo que fazer isso sozinha.
- Você tá me provocando demais. – null dizia rindo suando e mordendo o lábio. – Me tira daqui, deixa eu dá um trato em você. – ele pedia, suplicava e ela apenas fazia que não com a cabeça e com um sorriso malicioso. Até que null conseguiu quebrar uma das varetas do espelho da cama, null estava tão louco de tesão que quebrou o espelho da cama. Virou null abruptamente contra o colchão e agora por cima ditava um ritmo acelerado descarregando toda sua excitação. A beijava com tanta intensidade enquanto ela fazia caminhos nas costas dele com as unhas... Os dois já suavam enquanto a cama tremia.
Narrador Onipresente
A mansão dos nulls estava silencioso ao contrário da bagunça na casa vizinha com a festa de null. Oliver caminhava pé ante pé silenciosamente dentro da casa segurando uma garrafa de tequila que ele virava a cada dois minutos para beber. Subiu as escadas com dificuldade e foi até o corredor dos quartos.
- Senhor Jason, o leite como senhor pediu está pronto. – disse a empregada com uma pequena bandeja de prata nas mãos com um copo de leite quente. Quando estava com insônia Jason costumava pedir leite quente pra conseguir dormir.
- Deixa aí, depois eu pego. – ele gritou de dentro do quarto e a empregada deixou a bandeja em cima de uma poltrona na frente da porta do quarto e saiu. Oliver observava tudo lutando contra sua embriaguez escondido. Logo que a empregada desceu reclamando algo sobre Jason a acordar de madrugada, Oliver correu até a bandeja, pegou um pequeno tubo dentro do bolso e despejou um conteúdo dentro do leite. Ouviu Jason mexer no trinco da porta e saiu correndo pra se esconder esquecendo sua garrafa de tequila ao lado do leite.
Jason saiu do quarto só de cueca Box vermelha e estranhou ao olhar a garrafa de tequila ao lado do copo de leite.
- Que é isso? – perguntou rindo. Pegou a garrafa, copo de leite e entrou novamente batendo a porta com o pé. Oliver bateu na própria testa por ter deixado a garrafa a vista, mas seu plano estava indo bem.
Passado vinte minutos ele se aproximou lentamente da porta do quarto de Jason e conseguiu abrir a porta um pouco e ver Jason deitado na cama com a garrafa de tequila assistindo TV.
- Droga. – Oliver comentou baixinho ao ver o copo de leite intacto em cima da cabeceira. Já estava voltando pra ir embora quando...
- Quem tá aí? – Jason perguntou com a voz embriagada já. – Ei, quem é você?! – disse se levantando.
Oliver entrou bruscamente fechando a porta atrás você.
- Oliver Silver. – disse com tom arrogante encostado na porta.
- Você é aquele viadinho que anda com a null não é? – Jason disse se levantando e vestindo o robe. – O que tá fazendo aqui gazela? Perdeu o caminho do pântano foi? – disse e riu.
- E você deve ser o irmão de criação da null ou também pode ser o prostituto mais caro e mais cobiçado da cidade. – Oliver rebateu deixando Jason sem reação.
- O quê? – ele perguntou engolindo em seco. – Do que tá falando?
- Quanto devo pagar pelos seus serviços que-ri-do? – Oliver perguntou com um sorrisinho no rosto.
- Credo! – Jason piarregou. – Você só pode ter enlouquecido! Eu? Prostituto?
- Não negues sua profissão. – Oliver disse se aproximando com as mãos nas costas. – Toda profissão é digna e eu me informei sobre o caso e é verdade, trabalha pra madames de sociedade, mas confesso que fiquei meio desapontado de saber que espera suas clientes nos cruzamentos. Que brega! Os melhores clientes são... – disse pegando a garrafa de tequila em cima da cama de Jason que permanecia incrédulo com a descoberta. – São os que vem ao seu encontro.
Disse e bebeu um gole. Jason fez cara de nojo.
- Quer saber? – Jason disse abrindo os braços. – Sou mesmo garoto-de-programa. –disse dando ênfase. – E mantenho minha dignidade escolhendo bem as minhas clientes! AS MINHAS! Isso é do feminino que quer dizer que só trabalho com mulheres.
- Uhu! – Oliver gritou e pulou em cima da cama de Jason.
- Seu filho da puta, o que tá fazendo? – Jason perguntou irado.
- Quanto cobra por um programa? – Oliver disse pulando em cima da cama. – Eu pago quanto você quiser e ainda te encho de presentinhos!!!
- Desse dessa cama agora ou acabo com você sua vadia! – Jason disse irritado. – Além do mais, caralho, você é menor de idade, é um pirralho, o que tá fazendo aqui? Mano, que merda!
- Epa. – Oliver disse descendo da cama. – Eu não sou menor de idade. Eu já sou uma vadia livre. – disse pegando sua carteira e mostrando a identidade pra Jason.
Jason caiu na gargalhada.
- O seu nome em si é tão broxante. – disse aos risos. – Que tipo de mãe coloca o nome do filho de Oliveira Silva? – gargalhava deixando Oliver irritado por ter revelado seu verdadeiro nome. – Você conseguiu enfeitar bastante seu nome de Oliveira Silva pra Oliver Silver. – comentava ainda aos risos.
- Me dá isso. – Oliver disse tomando a identidade das mãos de Jason que continuava rindo. – Todo gay precisa de um nome artístico. – disse sério com o nariz empinado.
- Que seja. – Jason disse tentando parar de rir. – Vaza daqui antes que eu chame a policia. Eu não vou fazer programa com você nem que você me dê milhões de reais, beleza? Eu tenho dignidade! – disse apontando para o próprio peito e se virou rumo a mesa de cabeceira. – Some daqui, já falei, volta para aquela festa ridícula do null null, quem liga.
Oliver ficou em silêncio abraçando a garrafa de tequila após ter sido recusado e caminhou em direção a porta.
- Óh, - disse ironicamente. – Existe mesmo muita dignidade em abrir caminho entre as teias de aranha que ficam embaixo das saias das socielytes de Riviella, você deveria ganhar um Nobel.
Jason se virou e ameaçou correr atrás de Oliver para lhe bater, mas o rapaz saiu correndo primeiro.
Jason balançou a cabeça dissipando a memória daquele momento traumático e bebeu todo o leite em um só gole. Minutos depois capotou dormindo pesado... Mais alguns minutos depois e a porta do seu quarto se abriu lentamente e novamente Oliver entrou, pé ante pé, até se aproximar da cama de Jason e deitar ao seu lado.
A casa parecia tremer e dessa vez, era bem mais que a festa particular de null e null, de fato, o pessoal do San Sebastian e os outros convidados sabiam mesmo como se divertir tanto quanto null e null sabiam dá uma festa. E como não poderia faltar, toda festa da dupla tinha uma confusão.
Casais se pegavam na escada ao som da música alta e duas pessoas alheias a toda aquela bagunça, subiam tranquilamente a escada, ambos vestindo jaqueta de couro preta e com as mãos nos bolsos. Os dois rapazes andaram pelo corredor olhando paras as portas, se entreolharam por alguns segundos e o primeiro entrou no quarto de null. O segundo continuou andando até chegar em frente a porta do quarto de null. Tocou a maçaneta.
- Ei, é bom não entrar aí. – uma garota advertiu. – O aniversariante e a namorada dele entraram aí, você não pode entrar.
- E desde quando eu recebo ordens de você? – o rapaz perguntou.
- Idiota! – a garota respondeu e saiu.
O rapaz girou a maçaneta e a porta estava trancada. Procurou um objeto dentro do bolso e retirou uma espécie de agulha, conseguiu abrir a porta. O casal estava dormindo, o quarto estava uma zona. O invasor caminhou pelo quarto vagarosamente até encontrar o objeto que queria... O pegou e saiu.
O primeiro rapaz já esperava no corredor.
- Pegou? – o segundo rapaz perguntou ao primeiro.
- Peguei sim. – respondeu. – O Xavita já está pronto?
- Deixa eu ver. – o segundo cara pegou o celular e conferiu as horas. – Sim, a essa hora já está tudo pronto. Vamos terminar nossa parte.
Falando isso, pegaram dois tubos de spray dentro da jaqueta e começaram a escrever nas paredes. Dois minutos depois começaram a descer pela escada quando escutaram uma pequena explosão seguida de mais duas. Fumaça começou a cobrir o pessoal na sala. Alguns gritaram e o som não parava. O alarme de incêndio acionou o dispositivo no teto que liberava água para conter o possível incêndio. Mas não havia incêndio, apenas um pequeno grupo jogando bombinhas para assustar o pessoal. O mesmo grupo saiu correndo, mas pararam no caminho ao ver que estavam passando ridículo ao ver que o pessoal na festa nem se incomodou, continuaram dançando molhados e a tentativa de terrorismo não havia funcionado deixando o líder do bando irritado apesar de terem conseguido deixar seu recado.
null acordou minutos depois com dor no pescoço, se sentou na cama e observou null dormindo.
- Com certeza vou precisar de uma massagem depois de hoje. – ela comentou consigo mesma e levantou. Ia até o banheiro quando passou pela janela do quarto de null e observou ao longe, bem ao longe no jardim de sua casa, a jaqueta de Oliver jogada na grama. Logo deduziu o que havia acontecido.
- Oliver, seu filho da mãe. – ela comentou consigo mesmo.
Ao amanhecer, os corpos jogados na grama e na casa dos null, aos poucos iam recuperando a consciência ou que havia sobrado delas, iam catando seus restos e suas roupas e iam rumando para suas casas ou para outras festas em outros pontos, quem sabe.
Um grupo encostou em uma cafeteria afim de tomar algo quente pra cuidar da ressaca. Todos do grupo ouviram seus celulares tocando ao mesmo tempo e alguém divulgando a nova manchete da OTT com a foto de Oliver dormindo ao lado de Jason na cama.
“Ora... Ora...
Oliver Silver finalmente ascende sua purpurina. A festa de aniversário de null null rendeu esta noite, muita bagunça, muita bebida, sexo, drogas, corpos suados e sedentos de prazer, tudo isso com mais uma pintada de amor e surpresa de Oliver Silver invadindo na calada da noite (bom, não tão calada assim) a mansão vizinha, o ninho dos null e o refúgio de Jason Granneli. Fontes confiáveis revelaram a identidade do garanhão: garoto de programa é?
Façam fila, quem pode pagar mais? Oliver, diga-nos se o tratamento vale os milhares que você pago! HAHAHAHA ”
CAPITULO 23
Narrador Onipresente
A casa continuava uma zona e null arrumava espaço entre as coisas jogadas no chão, despencadas e destruídas em seu caminho afim de chegar até seu quarto. Foi uma boa ideia ter dispensado os empregados, menos na hora em que ele lembrava que toda essa bagunça ficaria para ele e null arrumarem. Depois de ter passado a noite com , null voltou para a casa sorridente. Aonde será que acharia null? De todas as festas malucas que os dois iam, sempre terminavam dormindo em lugares inusitados como o teto, o banheiro, embaixo da mesa, detrás do sofá, embaixo da escada, dentro do armário, não havia limites para a criatividade de null quando este estava bêbado. null chegou ao corredor do seu quarto e observou as paredes manchadas de vermelho.
- Puta que pariu, que povo doente! – exclamou rindo e abriu a porta do quarto de null. O rapaz estava dormindo de bruços e pelados, null fechou a porta imediatamente. – Ele tá no último lugar onde eu achei que estaria.
Continuou andando no corredor e de repente parou. Talvez aquelas manchas vermelhas na parede dissessem algo e foi isso que ele percebeu. Sério, ele se virou para a parede a direita e leu a longa mensagem pinchada de vermelho. “Snake e Siriqueijo, achamos seus esconderijos e voltamos para a festa a tempo. Nos aguardem.”
null e null só eram conhecidos como Snake e Siriqueijo em um lugar: Erbon. Mas precisamente nos Gaizos do Inferno. null gelou dos pés a cabeça relendo a frase dezenas de vezes.
- Caralho, os Gaizos entraram na minha casa. – afirmou para si mesmo baixinho. E se tivessem entrado em seu quarto e visto as fotos com ? E pior, se tivessem descoberto que era o seu ponto fraco? Nada como descobrir o caminho da vingança do que invadindo a casa de alguém e explorando sua vida. null entrou rapidamente dentro de seu quarto. Continuava do jeito que o deixou. Talvez tivessem entrado no quarto de null a julgar pela bagunça. Continuou dando uma olhada pelo quarto, tudo no lugar, até mesmo o computador e outros itens de valor. Mas conhecia os Gaizos, se eles quisessem aterrorizar, eles iam logo nos itens de valor sentimental. “Valor sentimental...”. null pensou e logo se ajoelhou ao lado da cama e olhou embaixo dela. Verificou algo e saiu correndo, entrou em disparada no quarto de null. – null, ACORDA! – ordenou jogando um pano em cima da bunda do melhor amigo.
null acordou com dificuldade.
- O que é? – disse com a voz sonolenta. – Me deixa dormir...
- Cadê a Maribundas? – null perguntou pelo skate de null.
- Ih qual é? – null acordou rapidamente. – Vai andar com o seu skate por que eu tenho ciúmes do meu! – disse.
- Eu andaria com o meu skate se ele estivesse na minha casa, não é? – null dizia enquanto procurava o skate de null. – O seu também sumiu.
- Algum filho da puta roubou nossos skates!!! – null disse furioso se sentando na cama e vestindo uma calça tactel cinza. – Mas não roubaram computadores, celulares, nem dinheiro, que estranho. – disse olhando para a poltrona no canto com seu notebook jogado.
- Não, eles não roubariam algo de valor material se a intenção é mexer com o nosso psicológico. Você sabe como eles agem. – null disse olhando pra null que franziu o cenho.
null caminhou até a porta e null o seguiu, ambos olharam pra parede pinchada.
- Essa não. – null falou. – Eles acharam a gente.
- E pior. – null completou. – Entraram na casa do meu pai, entraram nos nossos quartos, provavelmente já sabem das nossas namoradas, dos nossos amigos, da nossa rotina, roubaram nossos skates! Puta que pariu! E a gente não fez nada.
- O Jackson é temperamental. – null explicou. – É doente! Ele vai levar isso até o fim, simplesmente por que a gente não ficou do lado dele.
- O que a gente faz agora? – null perguntou.
- A gente precisa arrumar a casa, lembra, dispensamos os empregados e é bom, talvez a gente consiga pensar em alguma coisa. – null disse e logo os dois desceram as escadas.
null respirou fundo assim que pegou um rolo de tinta para pintar a parede do corredor. Estava começando a ficar preocupado. null subiu com dois sacos pretos e começou a jogar todo o lixo que encontrava no caminho dentro do saco.
- Nós não vamos falar pro tio Richard, não é? – null perguntou.
- Não. Deixa ele, a null e a fora disso. – null respondeu enquanto pintava a parede. – Isso é treta nossa, a gente vai resolver de um jeito ou de outro.
- Como a gente vai encontrar eles pra resolver isso? – null perguntou novamente. – Eu não sou do tipo que fica sentado esperando o outro lado dá o primeiro passo não.
- Mas a gente não sabe onde encontrar eles. – null respondeu e ao perde a paciência com o rolo de tinta pegou o balde de tinta e jogou na parede inteira.
- Belo método de trabalho. – null comentou e riu.
- Odeio meu trabalho. – null falou. – Vamos ficar mais atentos aos sinais deles. Logo, logo a gente resolve isso.
Continuaram limpando a casa, preocupados.
No início da semana, Oliver relutou em ir para a escola depois da manchete na OTT. Evitou também telefone e internet já que várias pessoas tentavam saber do acontecido. Desde de que seus pais o deixaram morando sozinho em Riviella, para irem viver como um casal estranho e exótico que eram na Tailândia, o rapaz não tinha com o que se preocupar em relação aos pais, mas sabia que essa manchete era uma faca de dois gumes em relação a sua popularidade no San Sebastian, poderia acabar com tudo ou atiçar tudo.
Com um óculos escuro enorme, o nariz empinado e a bolsa de couro de lado, Oliver atravessou a escola de cabeça erguida sob as piadinhas dos alunos.
- Noite boa hein Oliver? – um rapaz comentou seguido de risos. Oliver riu sarcasticamente e logo recuperou o olhar sério.
- Quando pagou por ele, hein? – uma moça perguntou com tom de deboche. – Deve ter sido muito, quem sabe milhões pra aceitar gente como você.
Oliver parou o seu caminho e se virou para ela tirando o óculos.
- “Gente como eu”? – perguntou e sorriu ironicamente. – Gente bem vestida, inteligente, refinada e podre de rica como eu?
- Bichas ridículas como você. – a moça respondeu com os braços cruzados e pose de superior.
- Ridícula é isso que você chama de cabelo, que mais parece algas marinhas se dessecando e isso eu você chama de pele que mais parece lodo de uma parede de galeria de esgoto. – Oliver falou arisco. A menina se fez de ofendida e apenas se ouviu um “ooh” de todos.
- Pelo menos eu não preciso pagar pra ter um homem na cama e pelo menos eu tenho uma coisa que você nunca vai ter: vagina. – ela disse deu um sorriso irônico e saiu.
Oliver saiu furioso.
- O que é?! Perdeu alguma coisa? – perguntou pra um grupo e continuou andando.
O dia passou vagarosamente para ele. A aula terminou e Oliver foi para fora da escola até o seu carro afim de ir embora.
- Você não tem mesmo medo de ter sua cara deformada, não é? – Jason perguntou furioso chegando pelas costas de Oliver, Oliver se assustou e se jogou contra o próprio carro tentando se afastar de Jason.
- Miiiiiiinha nossa senhora! – Oliver disse depois de deixar a sua bolsa escorregar até o chão de tanto medo. Uma turma de aluno já observava aquilo. – Eu não tive culpa, alguém armou pra mim.
- Não! – Jason gritou com ele. – Você armou pra mim por que você tá a fim de brincar com fogo, mas aqui não é fogo Oliveira Silva! Aqui é explosão!
- Perdão. – Oliver pediu pondo as duas mãos na frente do rosto e se encolhendo com medo. – Eu não sabia que isso podia acontecer.
- A gente não fez nada. – Jason gritou para o resto da escola. – Esse projeto de Ariadna invadiu minha casa e manipulou uma foto.
- O QUE VOCÊ ACHA? – Oliver gritou pra ele. – ACHA QUE EU ARMARIA ISSO PRA POR O MEU NOME NA LAMA É?
- Não to dizendo que você tem algo haver com a manchete, to dizendo que você voltou pro meu quarto e agora eu to sendo ridicularizado por isso. – Jason disse baixinho para ele pegando na gola da sua camisa. - Eu vou acabar com você. – Jason ergueu o punho fechado pronto para dá um soco em Oliver.
- Não vai acabar com ninguém! – null disse empurrando Jason.
- Não se mete chaveirinho! – Jason gritou com ela. – Se não vai sobrar pra você.
- Vai sobrar pra você se não sair daqui agora. – null ameaçou. – Você tá na frente de uma escola, ameaçando um aluno, dois alunos na verdade. A diretora vai chamar a policia.
- Vai não, quebra os dentes desse viadinho. – disse um popular da escola. O grupo riu.
- Esse viadinho tem um caráter maior do que o que você tem entre as pernas, ok? – null o defendeu. – Jason, a OTT tirou a manchete do ar. Seu pai, com certeza ainda não viu, faz um favor? Some da vida do Oliver, deixa a gente em paz e seu pai vai continuar achando que você tá trabalhando naquele escritório de publicidade e indo a um grupo de jovens evangélicos aos sábados.
Jason pensou um pouco e se acalmou.
- Ele invadiu o meu quarto null. – Jason disse pra null. – Ele pôs algo na minha bebida, ele forçou isso tudo.
- Ele é uma biba carente. – null falou baixinho e Jason olhou pra Oliver morrendo de medo sentado no chão perto do carro. – Dá um desconto.
- Eu to vazando dessa cidade, to indo pra Las Vegas. – Jason disse isso, virou as costas e saiu.
Depois que seu carro vermelho dobrou a esquina, null se virou pra ajudar o assustado Oliver que desviou de null irritado. Levantou sozinho limpando a própria roupa.
- Você tá bem? – null perguntou.
- Não graças a você. – Oliver respondeu com raiva.
- O quê?! – null não entendeu o tom de Oliver com ela que havia salvo sua vida praticamente. – O que eu fiz?
- O que você fez null null? – Oliver perguntou ironicamente. – Quer mesmo que eu te diga? Por que você sabe que garotas espertas não se fingem de burras assim.
- Do que você tá falando Oliver? – null perguntou perdendo a paciência.
- É lógico que você armou isso pra mim! – Oliver a acusou. – É lógico que você está por trás da OTT!
- O quê?! – null perguntou boquiaberta. – Meu Deus isso não te sentindo nenhum! De onde você tirou isso?
- A OTT sempre foi sobre você e o seu grupinho perfeito, nada como ter um site bombado pra se auto promover, como sempre não é null? – Oliver continuou a acusando, os outros alunos ouviam atentamente. – Primeiro sobre sua festa pra enaltecer quem seria seu futuro namorado, depois sobre sua melhor amiga e sobre como você tinha inveja dos caras que ficavam aos pés dela. Você sabia de todos os passos da , só você poderia saber de coisas contra ela!
- SEU VADIO! – null gritou e lhe deu um tapa na cara. – NUNCA OUSE DIZER QUE EU FARIA ALGO ASSIM COM A MINHA MELHOR AMIGA!
- É? E quanto a mim? – Oliver continuou passando a mão no rosto. – Você que fez isso, sabe por que? Por que eu estava na sua casa, só você teria acesso a sua casa e ao quarto do Jason, e nossa como você deve ter acesso ao quarto do Jason, por que você era apaixonadinha por ele! Deve ter feito isso pra se vingar, por ciúmes!
- Claro que não, pelo amor de Deus Oliver. – null disse. – Eu namoro com o null, eu sou apaixonada por ele, eu amo ele, pra fazer algo do tipo por “ciúmes” do Jason, eu teria que ter deixado minha auto estima na porta de casa na lama!
- E foi isso que fez, por que o que fez com o seu melhor amigo foi uma baixaria digna de quem não se ama o suficiente e precisa aparecer mais do que já aparece. – Oliver terminou de dizer deixando null sem fala, depois disso entrou no seu carro e saiu.
Os alunos olhavam pra null desconfiados.
- O quê?! – null perguntou olhando ao seu redor. – Eu não fiz isso, não sou eu por trás da OTT, ok? Eu não preciso disso!
- null! - exclamou abrindo caminho entre os alunos. – Eu soube de tudo!
- ... Eu... – null já ia defender-se quando correu até ela e a abraçou.
- Eu tenho certeza de que não é você. – a defendeu. – Eu acredito em você.
null sorriu amarelo.
- Vamos sair daqui. – falou e puxou null.
No dia seguinte, null e null chegaram a escola silenciosos, sérios e desconfiados.
- Não acha que eles podem está nos vigiando aqui também, não é? – null perguntou olhando discretamente pelos lados.
- Ah meu Deus, você acha que eles podem está nos vigiando? – null perguntou.
- Claro mano, até parece que tu não conhece a mente piscomaníaca do Jackson. – null respondeu abrindo os braços.
- É bom a gente ter cuidado. – null disse.
- Mãos para o alto terráqueos! – Allan gritou pulando atrás deles. null e null se viraram e ficaram com um “aaaah!” entalado na garganta. null desviou o olhar pondo a mão no peito e null respirou fundo enquanto Allan ria muito. – Caraca, eu assustei vocês com minha imitação das falas do último filme que eu assisti: Piranhas em Marte.
- O que é isso? – null perguntou. – Filme pornô nerd?
- A indústria tá investindo mesmo. – null comentou pondo as mãos nos bolsos da calça.
Allan riu.
- Isso aí, é filme pornô nerd, muito bom por sinal. – Allan disse e os três continuaram caminhando. – Mas diz aí, vocês pareciam assustados, estão se escondendo de alguém? Já brigaram com as namoradas?
- Estamos nos escondendo das ameaças de Plutão e dos desertores de Marte, é. – null fez uma piada e Allan parou de repente.
- Espera aí! Você assistiu o filme! Cara, muito bom! – Allan comentou e riu.
- Você deveria ter vergonha de ter um filme desses na prateleira do seu quarto. – null falou.
- Ta no meu computador, relaxa, e com senha. – Allan explicou. – Deixa eu ir ali comprar meu Ades de uva. Adíos cafetões de Marte”. É uma fala do filme.
- Véi... Na boa. – null falou e os dois riram.
- Ei caras. – Lucas disse se aproximando deles. – Souberam do babado sobre a OTT.
- Não, o que foi? – null perguntou.
- Ah sei, a null me ligou toda histérica. – null explicou. – O Oliver acusou ela de está por trás da OTT.
- Que ridículo. – null comentou.
- Pois é, isso é impossível. – null falou tranquilamente.
- Tá todo mundo dizendo que é ela. – Lucas disse.
- Mas os verdadeiros sabem que não é ela. – null falou.
- Eu confio na minha princesa, ok? – null a defendeu. – A gente é muito ocupado com a nossa vida sexual ativa pra ficar entrando em sites, atualizando anti-virus e ficar investigando a vida do pessoal pra fazer fofoca na internet.
null e null fizeram cara de aff e continuaram andando.
- Ei gatinhas. – null disse assim que os dois atravessaram a escola e chegaram perto do ginásio e encontraram com e null.
- Oi rapazes. – falou. null se sentou na grama ao lado dela e lhe deu um beijo no pescoço.
- O que estavam fazendo de bom? – null perguntou enquanto tomava seu Milkshake.
- Nada demais, debatendo com o Allan sobre a industria de filmes pornôs nerds. – null respondeu. null deitou na grama e ficou silencioso. o observou.
- Tá tudo bem? – ela perguntou.
- Não tá não, tá faltando um beijo seu. – null respondeu, ela sorriu e lhe beijou.
- Quantos milkshakes você já tomou hoje null? – null perguntou pra null que olhou pra ele com uma cara de assassina.
- Tá me chamando de gorda? – ela perguntou.
- Não, você não é gorda, minha fofinha. – ele comentou a provocando.
- Tá me chamando de gorda? – ela perguntou novamente. null riu, segurou o seu rosto e lhe deu um beijo. Ele adorava fazer isso: a provocar pra depois beijá-la a força.
- Vamos almoçar na lanchonete do Pedrão? – null deu a ideia.
- Não mesmo, meu namorado pode me deixar por que eu estou ficando muito gorda. – null disse ironicamente.
- Claro que não amor. – null falou. – Vamos sim e eu vou entupir você de hambúrguer.
- Sou oficialmente vegetariana a partir de hoje. – null disse.
- Cuidado com o que você diz por que eu sou feito de carne e você adora... – null começou a provocá-la de novo.
- null! – null o reprendeu e todos caíram na gargalhada.
- Uma porção de batata-frita, dois sanduiches de peito de peru e um Milkshake, por favor. – fazia seu pedido enquanto a garçonete anotava.
- Ah não , como é que você vem na lanchonete do Pedrão pra pedir peito de peru? – null comentou. – Isso é tão restaurante francês.
- Isso com certeza não tem nada haver com restaurante francês. – null disse enquanto dava uma olhada no cardápio. – Esse cheiro de gordura ta me deixando agoniada.
- Como é que você vem na lanchonete do Pedrão e reclama do cheiro de gordura? – null se virou pra ela. – É como ir em uma cachaçaria e reclamar do cheiro de cachaça.
- Quem faz isso? – comentou. – Não que eu já tenha ido a uma cachaçaria.
- Eu fiz. – null confessou rindo. – Cachaça não é meu forte, a menos que seja da caipirinha.
Minutos depois os pedidos chegaram e todos começaram a comer. null olhou para frente acima do ombro de null e observou do outro lado da vidraça uma mulher sentada em uma mesa sozinha. Ela não tirava os olhos de null, não seria nada anormal se null não tivesse lembrado quem era. Levantou a cabeça e engoliu em seco o pedaço do seu sanduiche. Enquanto as meninas se preocupavam em limpar a boca de molho, null chutou a canela de null e fez um sinal discreto pra que null olhasse pra trás. null olhou e não tinha ninguém mais na mesa. null estranhou e null não entendeu.
- Lanchonete com pratos gordurosos e copos semi-limpos fazem realmente o estilo de null null e null null. – a moça que antes estava sentada lá fora, falou aparecendo repentinamente na mesa dos rapazes, as meninas a olharam de cima abaixo. O cabelo preto azulado liso e enorme, os lábios carnudos e os olhos pequenos escondidos debaixo de uma grande massa de maquiagem, a voz sedutora vestida de preto com uma jaqueta de couro com as mãos dentro do bolso da jaqueta. – Esse o nome completo de vocês, não é? E vocês devem ser null) e null null.
- E você é? – perguntou sorrindo confusa. null e null se entreolharam nervosos.
- Katy Treviano. – disse a namorada de Jackson. – Uma velha amiga de Erbon.
- Mesmo? – null perguntou olhando pra null.
- Sim, ela é... Namorada do primo de um ex-vizinho meu de Erbon. – null disfarçou e se levantou da mesa. – Katy, por que a gente não vai ali no balcão pedir alguma coisa pra você?
- É Katy, aproveita e fala pra gente como tá o primo do vizinho do null. – null disse se levantando também. e null não entenderam nada e desconfiadas ficaram olhando de longe.
- Meu namorado está muito bem, e a propósito, ele está na cidade. – Katy disse sorrindo assim que os três chegaram ao balcão.
- Isso não é uma brincadeira Katy! – null a advertiu. Os três sentaram nas banquetas do balcão.
- Brincadeira deve ser o que você faz com aquela vadia que você atualmente chama de “namorada”. – Katy disse.
- Olha como fala com a minha namorada. – null apontou o dedo pra ela.
- O que o Jackson quer com a gente, hein? – null perguntou. – A gente não fez nada com ele.
- Vocês sabem como é: ou estão com eles, ou estão contra eles. – Katy respondeu abrindo a lata de refrigerante. – E no baile da família Gonçales, você null, demonstrou que não estava com ele, e quando o null me seduziu... – ela disse olhando pra null e mordendo o lábio. – Com certeza não estava ao lado do Jackson.
null desviou o olhar lembrando daquela noite quando dormiu com Katy só pra irritar Jackson.
- Ou você estava fazendo aquilo por que desejava meu corpo mesmo? – Katy perguntou colocando a mão em cima da mão de null.
- Vish! Sai pra lá! – null disse tirando sua mão. – Eu fiz aquilo pra irritar o Jackson, nunca quis nada com você!
- Não to a fim de segurar vela. – null disse revirando os olhos.
- Mas vai querer quando saber que eu salvei a vida de vocês enquanto vocês bancavam os príncipes bandidos aqui. – Katy falou. – Tem um tempo já que eu vi em um site, OTT coisa assim.
- OTT nos causando problemas desde sempre. – null comentou.
- Pois é, eu vi e reconheci vocês pela foto, sabia onde estavam morando, com quem estavam se relacionando e seus nomes verdadeiros, mas eu não disse nada pro Jackson, por que... – ela olhou pra null. – Queria poupar o que o null tinha dentro das calças a fim de reutilizar qualquer dia desses.
- Ai meu Deus. – null falou revirando os olhos.
- Mas eles acabaram descobrindo e vieram atrás de vocês, eles querem vingança e o Jackson, bem, vocês conhecem o Jackson, ele gosta de mexer com o psicológico das pessoas antes de fazer alguma coisa, então continuem esperando coisas discretas antes do grande ‘boom’. – Katy terminou de explicar pegou seu refrigerante e levantou. – Preciso ir, null, ainda estou...
- Vai sonhando. – null a cortou logo. – Eu não vou transar com você!
- Tudo bem. – ela respondeu ríspida. – Continue fodendo as patricinhas de vocês enquanto podem... Só tenham cuidado.
null e null se entreolharam. Katy parecia realmente se importar?
- Ao contrário de algumas pessoas, eu tinha consideração com vocês dois. – ela respondeu chegando à porta. – Eu tentei proteger vocês até onde eu pude, agora é por suas contas.
E saiu, null e null voltaram pra mesa e inventaram alguma história para as meninas que fizeram perguntas sobre a garota.
CAPITULO 24
Narrando
O null parou a moto em frente a minha casa e eu desci, tiramos os capacetes ao mesmo tempo, eu lhe entreguei o meu capacete e fiquei encarando ele enquanto ele descia da moto pra guardar o capacete.
- null. – o chamei.
- Oi null. – ele respondeu e sentou na moto de frente pra mim.
- Aquela Katy Treviano, não me cheirou bem. – falei.
- O perfume dela não é mesmo muito bom. – ele disse rindo.
- Sério. – falei. – Quem é ela? Qual a história dela com vocês?
- Bom... – ele olhou pra baixo e depois continuou. – Ela é uma ex-namorada do null, por isso ele não queria que ela ficasse na mesma mesa que a null, por que enfim, você conhece a null. Depois a Katy começou a namorar um cara e esse cara odeia a gente e é essa a história. Fim.
- Parecia que vocês estavam escondendo a gente. – comentei de novo.
- Não meu amor. – ele disse e me puxou para um abraço. – Eu tenho muito orgulho de você, muito mesmo, você é a namorada mais linda, mais inteligente, mais bem vestida, mas carinhosa, mais tudo do mundo. Na verdade, a gente tava escondendo ela de vocês, por que ela é uma manchinha no passado e você deve imaginar como são ex-namoradas, então... Não precisa se preocupar, ela é passado, vocês não estão perdendo nada em não conhecê-la. Ok?
- Ok... – respondi meio pra baixo ainda, continuava achando estranho. – Preciso entrar, não almocei em casa, provavelmente vou ter que dá explicações pros meus pais.
- Boa sorte, eu te ligo mais tarde. – ele disse me beijou e subiu na moto.
- Tá. – respondi e entrei em casa.
Muito estranho a conversa do null e do null com aquela tal de Katy. Tentei disfarçar minha preocupação pra null por que se eu falasse algo das minhas suspeitas ela iria revirar o inferno pra descobrir até que notas essa Katy tirou na disciplina de história do quarto bimestre na terceira série. É. Eu não sou exagerada, a null que é. Isso se ela não tivesse tido as mesmas suspeitas que as minhas.
Entrei em casa jogando minha chave em cima do criado mudo perto do sofá, meus pais saíram juntos da biblioteca.
- Ah, oi pai, oi mãe. – eu disse.
- Não almoçou em casa hoje . – minha mãe disse.
- Pois é, sinto muito, depois da escola eu fui almoçar com... – comecei a falar até ser interrompida pelo meu pai.
- Com o rapaz da moto? – ele disse.
- O rapaz da moto é meu namorado, null null, então, é, ele tem nome pai. – eu disse.
- Já devo ter mencionado umas quatro, cinco vezes que não gosto daquele rapaz. – meu pai disse.
- E eu já devo ter mencionado umas trinta ou quarenta vezes que eu o amo. – respondi.
- É assim que fala com seus pais agora? – minha mãe falou. – Deve ter aprendido com ele.
- Desculpa, mas eu não sou muito acostumada a falar com os meus pais, eles estão sempre ocupados demais pra mim. – não sabia de onde estava tirando essa coragem, mas foi o que eu disse.
- Estamos ocupados, mas isso não impede que possamos te dá uma ótima educação. – minha mãe continuou.
- Claro, no escritório de vocês sempre tem um computador próximo facilitando a transferência de dinheiro pra conta da minha escola, aê, vocês cuidam muito bem da minha educação, sintam-se orgulhosos por isso, o San Sebastian agradece. – eu disse isso e caminhei até a escada. Já tinha um tempo que estava chateada com os meus pais, eram só cobranças e regras sem cabimento, eles nem sabiam como estava minha vida, nem queriam saber se eu estava triste com Jorgito ou se estou feliz, feliz demais agora com o null.
- Pena que o San Sebastian não vai mais receber nada da gente, por que ao contrário do que você está cuspindo em nós agora, somos sim preocupados com sua educação, tanto é, que vamos te transferir para outra escola, bem diferente, educação diferente, pessoas diferentes, de mais nível. – minha mãe disse.
- Como assim? – eu falei voltando. – Vão me mudar de escola? Grande ideia, me enviem pra arque-rival do San Sebastian, a San Marino é a única escola boa aqui e minha vida social vai acabar assim que eu for estudar lá.
- Vamos mandar você pra um colégio interno em Cingapura. – meu pai disse e eu senti tontura nessa hora.
- O.. o quê? – perguntei. – Não podem me mandar por outro lado do mundo.
- Podemos sim, já fizemos sua matrícula, sua viagem já está marcada e você é menor de idade, somos seus pais, portanto, nada vai nos impedir de fazer o melhor pra você. – meu pai continuou.
- NÃO! – eu gritei quase chorando. – Não é o melhor pra mim me separar das pessoas que eu amo!
- Acha que aquele rapaz pode fazer alguma coisa pra nos impedir? – minha mãe perguntou com sarcasmo e antes que eu respondesse. – Nenhum “amor” é mais forte que a lei nesse país.
- Diga que eu, meus seguranças e meus advogados estaremos esperando alguma reação dele. – meu pai disse e sentou no sofá abrindo um jornal. Me virei em silêncio, as lágrimas corriam pelo meu rosto, eu nem conseguia lutar.
– Você sabia que ele já foi preso 9 vezes ? Que se envolveu em vários delitos e atos de vandalismo em Erbon? – minha mãe falava com os braços cruzados. - Que já foi pego com drogas, participou de rachas e que entrava em boates clandestinas tudo isso sendo menor de idade?
- Isso não importa pra mim, o que importa é o que ele é comigo, ele mudou comigo, ele me mudou, ele me faz feliz, ele me faz completa, a senhora sabia disso? – eu falei encarando ela, ela ficou em silêncio. – Claro que não, por que isso não importa pra vocês, nada que tenha haver com amor ou felicidade por que vocês não sabem o que isso significa.
Disse isso, eles ficaram calados, me tranquei em meu quarto, me joguei na cama e chorei. Não podia fazer nada... Talvez fugir com o null!
null Narrando
- Ela fez perguntas sobre a Katy, com certeza não engoliu nada do que a gente disse. – eu falei sentado na cama do null com a mão no queixo enquanto ele estava largado na poltrona.
- Se a não engoliu, imagina a null que é trinta mil vezes e uns trocados mais ciumenta que a ? – null falou preocupado.
- Ela falou alguma coisa? – perguntei.
- Não, mas tá fria comigo o que é bem pior, sabe por que? – ele falava. – A null é igual uma bomba, daquelas nucleares, ela explode, faz uma auê enorme, destrói tudo, é maior confusão, depois some e você só vê a destruição depois, ou seja, ela explode depois se acalma, e quando ela não explode? Hein? E quando ela guarda? É pior, eu tenho que fazer ela estourar, tenho que fazer ela jogar isso pra fora antes que fique perigoso demais pra mim.
- E como vai fazer isso? – perguntei.
- Não sei, mas isso vai ser difícil. – ele disse cruzando as mãos.
- A gente tem que manter a Katy longe delas, quanto mais as meninas não lembrarem da Katy, melhor. – eu expliquei.
- Boa sorte pra você então, por que memória de mulher ciumenta é pior que computador quatro gigas. – ele disse.
- Mas você entende o quanto isso é importante? – falei novamente, minha teoria deveria soar mais convincente. – A Katy deu, descaradamente, em cima de você. O Jackson só não veio atrás da gente antes por que a Katy escondeu e ela vai cobrar isso, se ela tiver que fazer algo a respeito da null, você acha que ela não vai fazer? E o Jackson? Cara, o Jackson sabe que eu dei as costas pro plano dele na festa dos Gonçales por causa da , tu acha que ele vai deixar barato ao descobrir qual o meu ponto fraco? Claro que não!
- Como nós vamos fazer se nós não podemos nem falar pra elas a respeito? – ele perguntou pra mim.
- Nem se contássemos a respeito teria algo a ser feito, você ouviu o que a Katy disse, o Jackson é discreto até chegar a grande hora. – eu respondi e me levantei, fiquei andando de um lado para o outro.
- O tio Richard também não pode saber. – null falou olhando pra mim. – Ele vai achar melhor me mandar pra casa dos meus pais, e eu prefiro um inferno com o Jackson do que um inferno com meus pais, serião véi.
- Relaxa, também não é minha intenção agora que eu to de boa com ele. – expliquei. Provavelmente seria isso mesmo que o Richard faria, e eu não conseguiria suportar essa barra sem meu melhor amigo por perto. Ficamos em silêncio por um momento e eu concluí. – Riviella não é um lugar seguro para o meu pai, para os nossos amigos e para nossas namoradas.
- Vai pensando aí em uma evacuação em massa então. – null terminou e continuamos pensando.
Ouvi o toque de mensagens vindo do meu celular, era uma mensagem da pedindo pra eu encontrar ela no parque municipal.
- A quer falar comigo no parque municipal. – falei estranhando.
- Vai lá, quem sabe é um piquenique ou uma surpresa romântica. – null comentou abrindo o notebook.
- Não... – neguei. – Não parece algo bom.
- De qualquer forma, a Katy tem razão, é bom a gente aproveitar nossas garotas enquanto estamos aqui. – ele terminou de falar.
- Falou, to indo lá. – eu disse saindo.
- Qualquer coisa me liga. – null gritou.
Peguei minha moto e fui até o parque. Fechei meu moletom cinza, tava fazendo frio. Caminhei entre as folhas secas caídas do outono e encontrei a sentada em um banco de pedra ao longe, parecia triste, sabia que tinha algo de errado. Ela levantou a cabeça e se levantou, sorriu fraco. Eu me aproximei e a abracei em silêncio, um abraço forte, ela me apertou como se tivesse tentando se grudar em mim... Se proteger.
- O que houve null? – eu disse baixinho no ouvido dela. Ela continuava me apertando e eu ouvi ela chorar. Fiz ela sentar no banco e sentei ao lado dela a observando limpar as lágrimas, eu estava preocupado. – O que houve? Eu to preocupado.
- Meus pais. – ela disse limpando o rosto. – Eles vão me mandar pra um colégio interno em Cingapura. Eu não quero ir, eles querem me afastar das pessoas que eu amo!
Fiquei sem reação, meu coração parecia rasgar a cada batida. Como assim mandar a minha null pro outro lado do mundo?
- Por quê? – só consegui abri a boca pra perguntar isso.
- Eles não gostam de você, te acham perigoso, eles não gostam de me ver feliz, é isso, só isso! – ela falou tentando controlar o choro. Eu sou perigoso, sou mesmo, está comigo é perigoso pra ela, principalmente nessas circunstâncias. – Eu já chorei tanto, tanto procurando uma saída pra isso null, eu to entrando em desespero, eles querem me afastar de você, da minha melhor amiga, do null, dos amigos de verdade que eu fiz aqui. Eles querem me afastar de tudo que me faz feliz, como pode?
Eu fiquei em silêncio olhando pro horizonte procurando alguma solução pra isso.
- Fala alguma coisa. – ela pediu, eu olhei pra ela. – Me tira de casa, foge comigo, mas não deixa eu ir, por favor, por favor.
Eu a abracei novamente e encostei sua cabeça no meu peito e descansei o queixo na cabeça dela, ela ficou chorando, eu fechei os olhos, ela me odiaria pra sempre, mas...
- Acho que você deve ir. – falei, não escutei mais nenhum soluço.
- O... quê? – ela levantou a cabeça e me encarou. – Vai me deixar ir? Vai desistir de mim? Vai me deixar ir pro outro lado do mundo? Por quê?
- Não é que eu esteja “deixando” você ir, não é que eu esteja “desistindo” de você, pelo o amor de Deus, não entenda assim. – eu tentei explicar.
- Mas é isso que eu to entendendo. – ela disse limpando as lágrimas.
- É só que... São seus pais, se eu tentar fazer alguma coisa vai ser pior pra minha imagem com eles e.... – que bosta que eu tava falando? Mas eu precisava arrumar uma desculpa. – A gente tem que ganhar a confiança deles, se eles acham que isso é o melhor pra você, talvez seja o melhor.
- Me tirar de você? Você acha que isso é o melhor? – ela perguntou com raiva já.
- Te afastar de mim... é o melhor. - ... é o mais seguro. – E isso tá cortando meu coração... – meu Deus! Eu to enfiando uma faca no meu próprio coração! Que coisa mais suicida ter que abrir mão do meu amor pela segurança dela!!! Por favor, seja forte, é a segurança dela.
- Não acredito nisso. – ela disse sem reação. Eu desviei o olhar, ela levantou, eu levantei também e coloquei as duas mãos em seus ombros fazendo com ela me encarasse.
- Não quero que arranje problemas com os seus pais, ninguém vai te tirar de mim, eu estarei aqui te esperando, eu vou te esperar quanto tempo for... – eu disse e caralho, que merda de lágrima fujona!
Ela se soltou de mim.
- Eu esperava que você lutasse por mim, que você, diferente dos meus pais, soubesse que eu sou muito mais forte, muito mais feliz ao seu lado e que ao seu lado, nada podia me destruir, mas não... Você vê meu “bem” aonde eu não vejo. – ela disse isso, pôs as mãos no bolso do casaco e se virou chorando, foi embora. Eu tinha que deixar ela ir, com certeza não era o melhor pra ela, muito menos pra mim, mas era o mais seguro.
CAPITULO 25 - PARTE I
Narrador Onipresente
- Vocês tem uma capacidade impressionante de se meter nas piores confusões possíveis. – Richard dizia com uma mão no queixo e outra na cintura enquanto andava de um lado para o outro analisando o que null e null tinham acabado de revelar sobre a perseguição dos Gaizos. Os três estavam trancados na biblioteca a mais de uma hora e os empregados já estavam curiosos em saber que tal reunião secreta era essa.
- Foi passado tio Richard. – null tentou defendê-los.
- É, a gente não tá mais nessa não, eu juro. – null confirmou. – Foi um plano idiota pra ser vingar dos Gonçales por terem destruído o Tufan, foi estúpido e não deu certo!
- Graças a Deus. – null completou.
- Eu acredito que vocês não estejam mais nessa, por que é muita idiotice pra caras na idade de vocês... – Richard disse, pensou um pouco e se sentou de frente pra eles. – Mas eu também já fui adolescente, eu também já fiz burradas, também já entrei em confusões e fiquei presos nela...
- Já sabemos de quem o null herdou então. – null comentou baixinho, null bateu no braço dele. – Ai! Tava só comentando.
- Pois é, você tem razão null. – Richard confirmou. – Eu vejo no null e em você, muito do que eu fui há 20 anos atrás.
null e null abaixaram a cabeça.
- Não vou passar a mão na cabeça de vocês, mas como eu já disse, ninguém mexe com meus garotos. – Richard falou e os dois levantaram a cabeça aliviados. – Eu darei todo o suporte de segurança a vocês e a suas namoradas. Encontraremos esses caras e vamos por eles na cadeia, e em troca eu recebo um passe de 2 anos sem encrencas de vocês, ok?
- Um ano e meio, pode ser? – null perguntou. null olhou pra ele querendo esganá-lo, Richard riu.
- Adolescentes. – comentou. – Agora vão fazer alguma coisa segura, tipo estudar ou jogar vídeo-game. Deixe os Galos do Inferno comigo e com minha equipe.
- É Gaizos tio Richard. – null corrigiu.
- Que seja, eles são um bando de franguinhos mesmo! – Richard comentou e null saiu da biblioteca rindo. null continuava preocupado, quando estava saindo, Richard o chamou. – Então eles estão atrás de você, por que você salvou a vida da ?
- Basicamente. – null disse voltando com as mãos no bolso.
Richard se aproximou dele e pôs a mão no seu ombro.
- Não... Acho que naquela noite foi a quem te salvou, por que você mudou depois, estou errado? – Richard perguntou.
- Não. – null respondeu confuso. – Eu não tinha pensado nisso. Se eu não tivesse salvo a , se não tivesse conhecido ela e dançado com ela, provavelmente continuaria fazendo as mesmas porcarias que eu fazia com os Gaizos. Continuaria sendo o moleque das drogas e das putas.
- Olha só o amor mudando os grandes homens desde sempre. – Richard comentou. – Fico feliz e aliviado que você tenha mudado, não suportaria uma vida inteira daquela frieza com a qual você me tratava no começo. Você é meu único filho, eu te amo demais garoto e não vou deixar nada acontecer com você e com as pessoas que você ama.
- Obrigado... Pai. –null disse timidamente.
Richard sorriu de volta e null saiu.
Erbon, 4 de novembro de 2012...
- Aquela desgraçada mordeu minha boca. – Jorgito comentou passando a mão pela boca. Jorge riu enquanto colocava as duas mãos nos bolsos do casaco preto para se proteger do frio. Os dois irmãos, saiam de um bordel na madrugada pela porta do beco lateral. Os irmãos Gonçales não podiam ser vistos saindo de um lugar de tão baixo nível na periferia da cidade. Fazia frio e uma neblina forte cobria a cidade. Jorgito ainda reclamava da prostituta que havia sentado em seu colo e mordido sua boca.
- Então, desistiu mesmo da ? – Jorge perguntou enquanto atravessavam o longo caminho do beco úmido até o carro deles.
- Sim, desisti. – Jorgito confirmou. – Ela é pedra de gelo pra mim, ela anjinha demais pra mim, eu gosto das fogosas! – os dois riram. – Eu gosto das que fazem de tudo na cama. A é muito cheia de não-me-toques. Ah não ser que ela seja outra quando tá com o null, mas aí que se foda também!
- Você pode ter qualquer uma agora! – Jorge comentou.
- Não acredito que possa ter a Scarlett Johansson na minha cama vestida de couro, mas eu me contento com as vadias que eu posso comprar! – Jorgito comentou e os dois caíram na gargalhada. Depois de um bom tempo rindo, Jorgito comentou. – Ei, espere.
- O que foi? – Jorge parou de andar se virando para Jorgito que olhava ao redor procurando algo.
- Você escutou isso? – Jorgito perguntou com uma mão no ar.
- Isso o quê? – Jorge perguntou confuso.
- Eu escutei um barulho, como se alguém tivesse nos observando. – Jorgito disse preocupado.
Uma pilha de caixas perto deles começou a se mexer e os dois se assustaram, uma ratazana cruzou o caminho deles e Jorge caiu na gargalhada.
- Era isso que estava nos observando? – Jorge perguntava gargalhando. – Você tá drogado Jorgito, calma aí!
Jorge falou rindo e os dois continuaram caminhando no beco semi-escuro quando viram dois faróis ao longe na saída do beco. Colocaram o braço na frente do rosto protegendo os olhos da forte iluminação.
- Vamos para o outro lado. – Jorgito deu a ideia preocupado. Assim que os dois viraram para irem pelo caminho oposto, quatro caras apareceram no beco com porretes e barras de ferro.
- O que é isso? – Jorge perguntou para si mesmo. Os dois faróis do outro lado continuavam ligados. – É um assalto?
- Vocês querem dinheiro? – Jorgito perguntou enquanto os quatro homens se aproximavam batendo as barras nas próprias mãos. – A gente dá dinheiro pra vocês. Por favor, não façam nada.
- Olha só. – um dos caras falou. – Jorgito Gonçales se cagando de medo.
- Não parecia assim tão medrosos quando foram no Tufan com uma dúzia de seguranças. – outro comentou e o grupo caiu na gargalhada.
- Ainda é sobre o Tufan? – Jorge comentou tentando se afastar.
- Já faz mais de um ano caras! – Jorgito exclamou. – Achei que já tivéssemos superado isso!
- A falta do Tufan, talvez sim. – um terceiro comentou. – Mas a humilhação da família Gonçales... ainda não!
Não falaram mais nada, apenas partiram pra cima dos dois e começaram a lhes bater. Jorge foi jogado no chão e chutado até desmaiar. Jorgito gritava por socorro enquanto era alvo de porretes. O rapaz conseguiu jogar uma lata de lixo na frente do cara que o machucava e conseguiu sair correndo. Dois dos caras saíram correndo atrás dele. Jorgito conseguiu chegar ao outro lado da rua e pedir socorro a uma viatura.
Jorge estava inconsciente em uma poça de sangue no beco quando a ajuda chegou. Os bandidos, integrantes dos Gaizos, já haviam fugido.
- Ele está vivo. – comentou o policial que os ajudou. – Vamos levá-lo para o hospital agora!
- Talvez ele não sobreviva até a emergência! – outro policial falou pedindo ajuda pelo rádio.
- Não! – Jorgito começava a entrar em desespero. – Precisamos salvar ele! É meu irmão! Nós fomos vitimas de uma emboscada!
null Narrando
To um pouco mais aliviado depois de ter aberto o jogo pro Richard e pra , mas continuo preocupado com a segurança de todos. O Jackson é incansável, honestamente, eu to com medo do que pode vim por aí. Ultimamente, venho “escoltando” aem todo lugar, ligo pra ela quase toda hora pra saber se ela tá bem ou se algo de anormal aconteceu. Deixo e pego ela em casa e sempre tem um segurança do meu pai disfarçado por aí. A mãe da conseguiu fazer com que o pai dela aceitasse que ela ficasse em Riviella, mas isso pode render um divórcio entre os dois e por incrível que pareça, a parece apoiar isso. Ela é o tipo de garota que sabe que os pais não estão bem juntos, apoie que eles se separem. Pois é.
O null não conseguiu acordar, é, tem esses dias que a gente simplesmente desiste de chamar ele pra ir pro colégio, por que ele não acorda. Só ficamos tranquilos por que sabemos que ele está vivo, agora se está em outro plano ou entrando em estado vegetativo é difícil, mas sempre que os compromissos matinais passam, ele misteriosamente acorda e é pego comendo alguma coisa no sofá. Esperto.
Eu tava no corredor do nosso andar procurando a , desviava de alguns alunos que andavam nervosos e apressados com as provas finais e então a avistei de costas conversando com a null. Me aproximei de fininho.
- ... Então eu fui na casa dos Gonçales, claro! – escutei a falando. Ela ainda não tinha me visto. Desmanchei o sorriso.
- O que a senhorita estava fazendo na casa dos Gonçales? – questionei. Ela se virou rapidamente pra mim e ficou me olhando espantada.
- Você não soube? – null perguntou. Eu nunca espero coisa boa quando uma pessoa pergunta “você não soube?”
- Não. – respondi confuso e olhei pra .
- O Jorgito e o Jorge sofreram uma emboscada ontem em Erbon. – respondeu aflita. – Eles apanharam muito, principalmente o Jorge.
- E o que isso tem a ver com você? – perguntei. Ainda não tava engolindo essa história da minha namorada visitar a família do ex dela.
- O Jorge perdeu os movimentos das pernas de tanto que apanhou. – ela respondeu. – Ele pode ficar preso em uma cadeira de rodas pelo resto da vida null. Eu ainda tenho consideração pela mãe do Jorgito apesar de tudo o que aconteceu entre a gente e ela estava desesperada!
- Foi um assalto? – perguntei com o olhar vago e confuso, comecei a estranhar mais ainda o acontecido.
- Não, não foi. – null respondeu. – O Jorgito disse aos pais deles que os agressores não levaram absolutamente nada, apenas repetiam sem parar toda aquela questão da família Gonçales ter destruído o Tufão.
- Tufan... – a corrigi sem perceber.
- Foram eles não foram? – perguntou baixinho se aproximando.
- Aposto que sim. – respondi cabisbaixo, eles já começaram.
- Mas eles não estão em Riviella? – null perguntou confusa.
- Sim, mas deve ter gente em Erbon também. – respondi.
Um som estridente das caixas de som do corredor soou. Alguns alunos reclamaram com a mão no ouvido até a voz antipática da vice-diretora comunicar algo.
-“Bom dia alunos. Venho comunicar que esta é a última semana de provas e espero que todos passem. Daqui três semanas, haverá o tradicional baile dos formandos do terceiro ano. Depois de uma pequena votação do conselho de organização da formatura, ficou decidido que o tema deste ano será... Cassino! Façam por merecer seus diplomas, boa sorte e boa festa! Tenham um bom dia e boas provas.”
Ela terminou de falar e notou-se o tom de sarcasmo. O quê? A vice-diretora carrasca da escola te desejando boa prova? Ah tá. Assim que terminou de falar, olhamos pra null que batia as mãos orgulhosa e com um sorrisão no rosto.
- Digamos que foi uma “votação”. –ela disse fazendo aspas com os dedos. – Mas na verdade, eu que dei a ideia do tema cassino! – ela disse abrindo as mãos com os olhos arregalados.
revirou os olhos.
- Ai. – null disse e olhou para o chão.
- O que foi null? – disse se aproximando dela.
- O que você tá sentindo? – eu perguntei, ela parecia que ia desmaiar.
- Bateu uma tontura e uma fraqueza. – ela respondeu.
- Você tá muito gelada null. – respondeu segurando pelo braço dela.
- Não to me sentindo bem, acho que vou desmaiar. – ela disse isso e caiu.
- Opa. – eu disse a pegando.
- null, ah meu Deus. – falou preocupada.
Eu a levei até a enfermaria do colégio.
– Eu preciso falar com o null. – eu disse pra assim que null estava sendo atendida pela enfermeira.
- Claro, ela tá perguntando por ele. – respondeu. – Eu to com medo null, será que ela tá doente? Será que é grave?
- Calma meu amor. – dei um beijo na testa dela e a abracei. – Vai ficar tudo bem, é já que ela tá aí dando ordens em metade da escola. Volto já.
Dei um beijo nela e sai com o celular na mão.
Eu consegui falar com o null e disse que a null tinha passado mal na escola, ele, por incrível que pareça, não estava mais na cama e sim resolvendo algo importante sobre os Gaizos.
“- Ah meu Deus!” – ele disse todo preocupado no telefone. – “ Chamaram uma ambulância? Ela tá bem? Em que hospital que ela tá?”
- Calma cara. – eu respondi tentando tranquilizar ele. – Ela tá acordada, tá melhorando e tá na enfermaria da escola. A tá com ela.
“- Ok, vem pra cá pra cuidar dos lances com os Gaizos com a equipe de segurança do seu pai que eu to voando pra aí agora.” – ele disse, nem me deu tchau e desligou. Provavelmente estaria vindo voando mesmo. Eita null apaixonado.
Falei pra que teria que ir em casa, avisei a null que o null tava vindo, que ela podia ficar mais tranquila. Fui pro estacionamento da escola e peguei minha moto. Fui. Estava tendo uma reunião lá em casa com a equipe de segurança que meu pai tava montando, eles queriam que eu e o null desse mais informações sobre o Jackson e a gangue dele, tudo o que nós podíamos falar sobre eles pra que ajudasse em uma espécie de plano pra prevenção até que a policia achassem eles. Ainda não conseguia acreditar que isso estava acontecendo. O Jackson realmente não mede consequência pra fazer as maluquices dele. To falando...
Parei no sinal vermelho, aquele bairro estava deserto e por que diabos eu vou parar no sinal vermelho se não tem ninguém pra atravessar? O sinal ficou verde rapidinho e logo avancei, até um carro bater na minha moto e me derrubar. Rolei alguns metros, não sentia nada além de susto. Eu tenho até medo dessa minha habilidade por sofrer acidentes e não sentir nada.
- Mas que porra! – eu exclamei tentando me levantar. Olhei para o carro que tinha me atropelado e um pé com um tênis sujo e surrado saiu do carro. Revirei os olhos, quando comento do temperamento e da inconsequência do Jackson, olha só o que ele faz: acerta minha moto em um cruzamento. – Tinha que ser mesmo.
- Qual é? – ele disse abrindo os braços e se aproximando com um sorriso sarcástico. – O null que eu conhecia tinha mais inimigos, era sempre difícil descobrir quem fazia as merdas com você.
- Fazer merdas é uma coisa, agora me acertar em um cruzamento por diversão, ah, isso é a sua cara mesmo. – eu disse me levantando, batendo uma mão na outra e o encarando.
- Você está muito valentinho pra alguém na sua situação. – o Jackson comentou ao ver que eu estava o encarando.
- E você esta muito doente pra alguém que manda espancarem Jorge e Jorgito Gonçales em um beco abondonado.
Ele se virou de repente soltando um “ah” simultaneamente com um soco no ar.
- Estragou a surpresa! – ele disse rindo.
- O que está fazendo? – eu perguntei.
- Vocês não estão no topo da minha lista negra, os Gonçales ainda estavam. – ele respondeu pondo as mãos nos bolsos da jaqueta. – Agora, Jorge está preso em uma cadeira de rodas e o Jorgito... – ele soltou uma gargalhada. – Provavelmente vai precisar de um ou dois anos de terapia pra superar isso. – ele disse gargalhando mais ainda. – Na melhor das hipóteses ele até desiste de ir à bordéis de Erbon por que sempre vai ter que sair fugido pelo beco escuro e aí.. Booom, ele encontra um Gaizo.
- Você é doente. – eu disse com cara de nojo.
- Eu sou divertido. Eu sou criativo. – ele disse apontando pra si mesmo. – Eu não deixo as coisas baratas, as pessoas tem medo de mim, isso é ótimo. – ele disse cuspindo as palavras irritado. – Ninguém pisa em mim, ninguém brinca comigo como vocês brincaram, como os Gonçales brincaram! Eu mando nessa porra, eu acabo com quem entrar no meu caminho!
- Você manda seus vassalos, você não faz nada, você é covarde. – eu disse encarando ele. Jackson apenas preparou seu punho fechado para um soco, eu desviei em tempo e segurei o seu braço dobrado nas costas. – Se quer terminar isso aqui e agora, façamos, por que eu também não estou de brincadeira! Cansei dos seus joguinhos psicológicos e das suas cobranças sem sentido. Eu salvei a aquela vez e eu daria minha vida pra salvá-la quando for preciso! Mexa com meu melhor amigo, com minha namorada, com meus amigos ou com minha família, e eu juro, eu juro Jackson que eu acabo com você até VOCÊ precisar de terapia ou quem sabe de uma cadeira de rodas!
Eu falei e enquanto ele tentava em vão se soltar.
Eu o soltei e ele me olhou limpando a boca. Estava babando de raiva com um olhar de ódio que eu devolvi na mesma moeda.
- Nós éramos perfeitos juntos. – ele jogou na minha cara. – Nós éramos os melhores do grupo e você simplesmente me trocou por aquela patricinha.
- Ah pelo o amor de Deus! – eu disse rindo. – Você tá com ciúmes da ?! Você não tem chances com ela, eu enfrentaria todos os idiotas que te seguem pra está ao lado dela.
- E a nossa lealdade?! – ele gritou perto do seu carro já.
- Jackson! – eu gritei. – Você não faz o meu tipo! – eu disse ironicamente e ri. Ele entrou no carro furioso e saiu. Eu tive que pular na calçada pra ele não terminar o serviço.
- Você não sabe o que te espera! – ele gritou do carro.
- VOCÊ TAMBÉM NÃO SABE O QUE TE ESPERA! – eu gritei de volta. Levantei minha moto e fui embora.
Devia acrescentar isso no relatórios para os seguranças: vadia ciumenta possessiva e vingativa.
- Aquela desgraçada mordeu minha boca. – Jorgito comentou passando a mão pela boca. Jorge riu enquanto colocava as duas mãos nos bolsos do casaco preto para se proteger do frio. Os dois irmãos, saiam de um bordel na madrugada pela porta do beco lateral. Os irmãos Gonçales não podiam ser vistos saindo de um lugar de tão baixo nível na periferia da cidade. Fazia frio e uma neblina forte cobria a cidade. Jorgito ainda reclamava da prostituta que havia sentado em seu colo e mordido sua boca.
- Então, desistiu mesmo da ? – Jorge perguntou enquanto atravessavam o longo caminho do beco úmido até o carro deles.
- Sim, desisti. – Jorgito confirmou. – Ela é pedra de gelo pra mim, ela anjinha demais pra mim, eu gosto das fogosas! – os dois riram. – Eu gosto das que fazem de tudo na cama. A é muito cheia de não-me-toques. Ah não ser que ela seja outra quando tá com o null, mas aí que se foda também!
- Você pode ter qualquer uma agora! – Jorge comentou.
- Não acredito que possa ter a Scarlett Johansson na minha cama vestida de couro, mas eu me contento com as vadias que eu posso comprar! – Jorgito comentou e os dois caíram na gargalhada. Depois de um bom tempo rindo, Jorgito comentou. – Ei, espere.
- O que foi? – Jorge parou de andar se virando para Jorgito que olhava ao redor procurando algo.
- Você escutou isso? – Jorgito perguntou com uma mão no ar.
- Isso o quê? – Jorge perguntou confuso.
- Eu escutei um barulho, como se alguém tivesse nos observando. – Jorgito disse preocupado.
Uma pilha de caixas perto deles começou a se mexer e os dois se assustaram, uma ratazana cruzou o caminho deles e Jorge caiu na gargalhada.
- Era isso que estava nos observando? – Jorge perguntava gargalhando. – Você tá drogado Jorgito, calma aí!
Jorge falou rindo e os dois continuaram caminhando no beco semi-escuro quando viram dois faróis ao longe na saída do beco. Colocaram o braço na frente do rosto protegendo os olhos da forte iluminação.
- Vamos para o outro lado. – Jorgito deu a ideia preocupado. Assim que os dois viraram para irem pelo caminho oposto, quatro caras apareceram no beco com porretes e barras de ferro.
- O que é isso? – Jorge perguntou para si mesmo. Os dois faróis do outro lado continuavam ligados. – É um assalto?
- Vocês querem dinheiro? – Jorgito perguntou enquanto os quatro homens se aproximavam batendo as barras nas próprias mãos. – A gente dá dinheiro pra vocês. Por favor, não façam nada.
- Olha só. – um dos caras falou. – Jorgito Gonçales se cagando de medo.
- Não parecia assim tão medrosos quando foram no Tufan com uma dúzia de seguranças. – outro comentou e o grupo caiu na gargalhada.
- Ainda é sobre o Tufan? – Jorge comentou tentando se afastar.
- Já faz mais de um ano caras! – Jorgito exclamou. – Achei que já tivéssemos superado isso!
- A falta do Tufan, talvez sim. – um terceiro comentou. – Mas a humilhação da família Gonçales... ainda não!
Não falaram mais nada, apenas partiram pra cima dos dois e começaram a lhes bater. Jorge foi jogado no chão e chutado até desmaiar. Jorgito gritava por socorro enquanto era alvo de porretes. O rapaz conseguiu jogar uma lata de lixo na frente do cara que o machucava e conseguiu sair correndo. Dois dos caras saíram correndo atrás dele. Jorgito conseguiu chegar ao outro lado da rua e pedir socorro a uma viatura.
Jorge estava inconsciente em uma poça de sangue no beco quando a ajuda chegou. Os bandidos, integrantes dos Gaizos, já haviam fugido.
- Ele está vivo. – comentou o policial que os ajudou. – Vamos levá-lo para o hospital agora!
- Talvez ele não sobreviva até a emergência! – outro policial falou pedindo ajuda pelo rádio.
- Não! – Jorgito começava a entrar em desespero. – Precisamos salvar ele! É meu irmão! Nós fomos vitimas de uma emboscada!
null Narrando
To um pouco mais aliviado depois de ter aberto o jogo pro Richard e pra , mas continuo preocupado com a segurança de todos. O Jackson é incansável, honestamente, eu to com medo do que pode vim por aí. Ultimamente, venho “escoltando” aem todo lugar, ligo pra ela quase toda hora pra saber se ela tá bem ou se algo de anormal aconteceu. Deixo e pego ela em casa e sempre tem um segurança do meu pai disfarçado por aí. A mãe da conseguiu fazer com que o pai dela aceitasse que ela ficasse em Riviella, mas isso pode render um divórcio entre os dois e por incrível que pareça, a parece apoiar isso. Ela é o tipo de garota que sabe que os pais não estão bem juntos, apoie que eles se separem. Pois é.
O null não conseguiu acordar, é, tem esses dias que a gente simplesmente desiste de chamar ele pra ir pro colégio, por que ele não acorda. Só ficamos tranquilos por que sabemos que ele está vivo, agora se está em outro plano ou entrando em estado vegetativo é difícil, mas sempre que os compromissos matinais passam, ele misteriosamente acorda e é pego comendo alguma coisa no sofá. Esperto.
Eu tava no corredor do nosso andar procurando a , desviava de alguns alunos que andavam nervosos e apressados com as provas finais e então a avistei de costas conversando com a null. Me aproximei de fininho.
- ... Então eu fui na casa dos Gonçales, claro! – escutei a falando. Ela ainda não tinha me visto. Desmanchei o sorriso.
- O que a senhorita estava fazendo na casa dos Gonçales? – questionei. Ela se virou rapidamente pra mim e ficou me olhando espantada.
- Você não soube? – null perguntou. Eu nunca espero coisa boa quando uma pessoa pergunta “você não soube?”
- Não. – respondi confuso e olhei pra .
- O Jorgito e o Jorge sofreram uma emboscada ontem em Erbon. – respondeu aflita. – Eles apanharam muito, principalmente o Jorge.
- E o que isso tem a ver com você? – perguntei. Ainda não tava engolindo essa história da minha namorada visitar a família do ex dela.
- O Jorge perdeu os movimentos das pernas de tanto que apanhou. – ela respondeu. – Ele pode ficar preso em uma cadeira de rodas pelo resto da vida null. Eu ainda tenho consideração pela mãe do Jorgito apesar de tudo o que aconteceu entre a gente e ela estava desesperada!
- Foi um assalto? – perguntei com o olhar vago e confuso, comecei a estranhar mais ainda o acontecido.
- Não, não foi. – null respondeu. – O Jorgito disse aos pais deles que os agressores não levaram absolutamente nada, apenas repetiam sem parar toda aquela questão da família Gonçales ter destruído o Tufão.
- Tufan... – a corrigi sem perceber.
- Foram eles não foram? – perguntou baixinho se aproximando.
- Aposto que sim. – respondi cabisbaixo, eles já começaram.
- Mas eles não estão em Riviella? – null perguntou confusa.
- Sim, mas deve ter gente em Erbon também. – respondi.
Um som estridente das caixas de som do corredor soou. Alguns alunos reclamaram com a mão no ouvido até a voz antipática da vice-diretora comunicar algo.
-“Bom dia alunos. Venho comunicar que esta é a última semana de provas e espero que todos passem. Daqui três semanas, haverá o tradicional baile dos formandos do terceiro ano. Depois de uma pequena votação do conselho de organização da formatura, ficou decidido que o tema deste ano será... Cassino! Façam por merecer seus diplomas, boa sorte e boa festa! Tenham um bom dia e boas provas.”
Ela terminou de falar e notou-se o tom de sarcasmo. O quê? A vice-diretora carrasca da escola te desejando boa prova? Ah tá. Assim que terminou de falar, olhamos pra null que batia as mãos orgulhosa e com um sorrisão no rosto.
- Digamos que foi uma “votação”. –ela disse fazendo aspas com os dedos. – Mas na verdade, eu que dei a ideia do tema cassino! – ela disse abrindo as mãos com os olhos arregalados.
revirou os olhos.
- Ai. – null disse e olhou para o chão.
- O que foi null? – disse se aproximando dela.
- O que você tá sentindo? – eu perguntei, ela parecia que ia desmaiar.
- Bateu uma tontura e uma fraqueza. – ela respondeu.
- Você tá muito gelada null. – respondeu segurando pelo braço dela.
- Não to me sentindo bem, acho que vou desmaiar. – ela disse isso e caiu.
- Opa. – eu disse a pegando.
- null, ah meu Deus. – falou preocupada.
Eu a levei até a enfermaria do colégio.
– Eu preciso falar com o null. – eu disse pra assim que null estava sendo atendida pela enfermeira.
- Claro, ela tá perguntando por ele. – respondeu. – Eu to com medo null, será que ela tá doente? Será que é grave?
- Calma meu amor. – dei um beijo na testa dela e a abracei. – Vai ficar tudo bem, é já que ela tá aí dando ordens em metade da escola. Volto já.
Dei um beijo nela e sai com o celular na mão.
Eu consegui falar com o null e disse que a null tinha passado mal na escola, ele, por incrível que pareça, não estava mais na cama e sim resolvendo algo importante sobre os Gaizos.
“- Ah meu Deus!” – ele disse todo preocupado no telefone. – “ Chamaram uma ambulância? Ela tá bem? Em que hospital que ela tá?”
- Calma cara. – eu respondi tentando tranquilizar ele. – Ela tá acordada, tá melhorando e tá na enfermaria da escola. A tá com ela.
“- Ok, vem pra cá pra cuidar dos lances com os Gaizos com a equipe de segurança do seu pai que eu to voando pra aí agora.” – ele disse, nem me deu tchau e desligou. Provavelmente estaria vindo voando mesmo. Eita null apaixonado.
Falei pra que teria que ir em casa, avisei a null que o null tava vindo, que ela podia ficar mais tranquila. Fui pro estacionamento da escola e peguei minha moto. Fui. Estava tendo uma reunião lá em casa com a equipe de segurança que meu pai tava montando, eles queriam que eu e o null desse mais informações sobre o Jackson e a gangue dele, tudo o que nós podíamos falar sobre eles pra que ajudasse em uma espécie de plano pra prevenção até que a policia achassem eles. Ainda não conseguia acreditar que isso estava acontecendo. O Jackson realmente não mede consequência pra fazer as maluquices dele. To falando...
Parei no sinal vermelho, aquele bairro estava deserto e por que diabos eu vou parar no sinal vermelho se não tem ninguém pra atravessar? O sinal ficou verde rapidinho e logo avancei, até um carro bater na minha moto e me derrubar. Rolei alguns metros, não sentia nada além de susto. Eu tenho até medo dessa minha habilidade por sofrer acidentes e não sentir nada.
- Mas que porra! – eu exclamei tentando me levantar. Olhei para o carro que tinha me atropelado e um pé com um tênis sujo e surrado saiu do carro. Revirei os olhos, quando comento do temperamento e da inconsequência do Jackson, olha só o que ele faz: acerta minha moto em um cruzamento. – Tinha que ser mesmo.
- Qual é? – ele disse abrindo os braços e se aproximando com um sorriso sarcástico. – O null que eu conhecia tinha mais inimigos, era sempre difícil descobrir quem fazia as merdas com você.
- Fazer merdas é uma coisa, agora me acertar em um cruzamento por diversão, ah, isso é a sua cara mesmo. – eu disse me levantando, batendo uma mão na outra e o encarando.
- Você está muito valentinho pra alguém na sua situação. – o Jackson comentou ao ver que eu estava o encarando.
- E você esta muito doente pra alguém que manda espancarem Jorge e Jorgito Gonçales em um beco abondonado.
Ele se virou de repente soltando um “ah” simultaneamente com um soco no ar.
- Estragou a surpresa! – ele disse rindo.
- O que está fazendo? – eu perguntei.
- Vocês não estão no topo da minha lista negra, os Gonçales ainda estavam. – ele respondeu pondo as mãos nos bolsos da jaqueta. – Agora, Jorge está preso em uma cadeira de rodas e o Jorgito... – ele soltou uma gargalhada. – Provavelmente vai precisar de um ou dois anos de terapia pra superar isso. – ele disse gargalhando mais ainda. – Na melhor das hipóteses ele até desiste de ir à bordéis de Erbon por que sempre vai ter que sair fugido pelo beco escuro e aí.. Booom, ele encontra um Gaizo.
- Você é doente. – eu disse com cara de nojo.
- Eu sou divertido. Eu sou criativo. – ele disse apontando pra si mesmo. – Eu não deixo as coisas baratas, as pessoas tem medo de mim, isso é ótimo. – ele disse cuspindo as palavras irritado. – Ninguém pisa em mim, ninguém brinca comigo como vocês brincaram, como os Gonçales brincaram! Eu mando nessa porra, eu acabo com quem entrar no meu caminho!
- Você manda seus vassalos, você não faz nada, você é covarde. – eu disse encarando ele. Jackson apenas preparou seu punho fechado para um soco, eu desviei em tempo e segurei o seu braço dobrado nas costas. – Se quer terminar isso aqui e agora, façamos, por que eu também não estou de brincadeira! Cansei dos seus joguinhos psicológicos e das suas cobranças sem sentido. Eu salvei a aquela vez e eu daria minha vida pra salvá-la quando for preciso! Mexa com meu melhor amigo, com minha namorada, com meus amigos ou com minha família, e eu juro, eu juro Jackson que eu acabo com você até VOCÊ precisar de terapia ou quem sabe de uma cadeira de rodas!
Eu falei e enquanto ele tentava em vão se soltar.
Eu o soltei e ele me olhou limpando a boca. Estava babando de raiva com um olhar de ódio que eu devolvi na mesma moeda.
- Nós éramos perfeitos juntos. – ele jogou na minha cara. – Nós éramos os melhores do grupo e você simplesmente me trocou por aquela patricinha.
- Ah pelo o amor de Deus! – eu disse rindo. – Você tá com ciúmes da ?! Você não tem chances com ela, eu enfrentaria todos os idiotas que te seguem pra está ao lado dela.
- E a nossa lealdade?! – ele gritou perto do seu carro já.
- Jackson! – eu gritei. – Você não faz o meu tipo! – eu disse ironicamente e ri. Ele entrou no carro furioso e saiu. Eu tive que pular na calçada pra ele não terminar o serviço.
- Você não sabe o que te espera! – ele gritou do carro.
- VOCÊ TAMBÉM NÃO SABE O QUE TE ESPERA! – eu gritei de volta. Levantei minha moto e fui embora.
Devia acrescentar isso no relatórios para os seguranças: vadia ciumenta possessiva e vingativa.
Narrando
Era um vestido dourado cheio de franjinhas douradas e brilhosas, bem anos 20. A cada vez que eu me mexia, as franjinhas se movimentavam e dava um ar divertido para o meu vestido. Devia ser legal se vestir naquela época mesmo com todo o machismo que cercava o mundo, as mulheres não se abatiam e saiam por aí exibindo seus belos corpos sem perder a elegância. Os longos cachinhos que tinha feito nas pontas do meu cabelo ficaram lindos junto com o headband preto brilhoso na minha cabeça. Eu estava linda. Não parava de rodopiar na frente do espelho. A vida não poderia está sendo mais perfeita: eu não tinha viajado, o null estava comigo e daqui algumas horas daríamos adeus ao colegial, as intrigas e as regras rígidas do San Sebastian. Outros passariam pelo nosso lugar, talvez com mais emoção, mais aventura, mais confusões que a gente, mas pela primeira vez, estou feliz pelo o que eu fiz em um ano todo em minha vida.
Eu penso que poderia ter recusado aquela viagem a Erbon no fim do ano passado com Jorgito apenas pelo meu medo de viajar com ele e ele tentar alguma coisa comigo. Mas e se eu não tivesse ido? Não tivesse enfrentado o meu medo e ido? Se não tivesse tido um pouco de ousadia ao pegar o carro do Jorgito naquela madrugada pra comprar cupcakes com a null eu não teria o visto pela primeira vez. E a nossa história começou exatamente ali, sem tirar nem pôr. Eu poderia ter ido por outra rua, eu poderia ter convencido a null de esperar o dia amanhecer. Esperar. Esperar. Esperar. Esse ano eu aprendi que eu não posso passar minha vida toda sentada esperando que as coisas legais caiam no meu colo. Eu precisei levantar, esticar as pernas e viver. Ir a festas clandestinas com o null e com a null, acampar em uma praia deserta no meio do mato, ir a toda velocidade em uma moto, encarar um palco! Eu estava tão cansada de reclamar e de me achar mal agradecida, que toda vez que aparecia um desafio na minha frente, eu o encarava e dizia “eu vou fazê-lo”. Simplesmente, por que para o meu bem ou para o meu mal, era história pra contar e disso que se faz a juventude: de histórias que você cria e vive, pra depois reviver para seus filhos e netos sentados em uma varanda olhando a vida passar. Era isso que eu tava fazendo no alto dos meus 16 anos. Puff. Eu agradeço a null, ao Oliver, ao null, até ao Jorgito e principalmente ao null, por terem me sacudido e me mostrado como era viver de verdade.
Alguém bateu na porta interrompendo meus pensamentos, eu terminava de pôr minhas pulseiras e fui abrir a porta.
- Mamãe. – olhei para os dois olhando pra mim. – Papai. O que desejam?
- Conversar com você. – minha mãe disse e eu abri caminho na porta para que eles pudessem entrar. Eles entraram e eu fechei a porta.
- Você está linda . – meu pai falou e eu desviei o olhar. Por que ele estava tão legal?
- Obrigada. – eu disse meio seca.
- Ok, não diga nada, deixe apenas que nós falemos. – ele começou, olhou para minha mãe e ela balançou a cabeça para ele como se dissesse para ele ir em frente. – Nos perdoe... Nos perdoe por termos sidos péssimos pais esses últimos anos quando você mais precisou da gente.
- É. – minha mãe começou a falar também. – Nós erramos tanto com você que estávamos sendo pais no automático, fazendo coisas, tomando decisões por você sem saber se era o que realmente te fazia feliz.
- Eu e sua mãe estávamos conversando sobre o que você disse na noite que anunciamos sua ida pra Cingapura, sobre nós não sabermos nada sobre amor ou felicidade. – meu pai disse e eu o interrompi.
- Eu estava de cabeça cheia, me descul..- tinha sido dura com eles.
- Não, você estava certa. – meu pai advertiu. – Não precisa pedir desculpas. Mas nós já fomos felizes e sabíamos o que era o amor, a gente só deixou que o tempo empoeirasse tudo aquilo.
- E estamos dispostos a tirar essa poeira, em nome da nossa felicidade e da sua. – minha mãe disse.
- Como assim? – perguntei.
- Nós vamos tirar umas férias. – meu pai disse olhando sorridente pra minha mãe como a anos não fazia. – Vamos pra Tailândia, passar um mês, quem sabe dois por lá, recarregar as energias, repensar alguns conceitos e vamos voltar prontos para sermos uma família novamente.
- Então você pergunta por que deixaríamos você aqui. – minha mãe disse sorridente. – É por que confiamos no null.
- Não totalmente. – meu pai interrompeu. – Mas confiamos que ele te faz feliz. Quando voltarmos, eu estarei pronto para aceitá-lo aqui, eu juro. Pela sua felicidade.
- Pai, eu não posso acreditar nisso. – eu disse com os olhos brilhando um sorriso enorme no rosto. – Vocês não tem ideia do quanto eu estou explodindo de felicidade!
- Que bom filha, essa é a nossa intenção. – minha mãe disse se levantando e me dando um abraço. – Pensar na sua felicidade.
Meu pai também se levantou e também me abraçou.
- Nós te amamos muito minha princesa. – ele disse e parecia sei lá, que esse era o dia mais feliz da minha vida.
Narrador Onipresente
O ginásio da escola já estava cheio. Alesha Dixon tocava na maior altura. Adolescentes teimavam em tomar bebidas alcoólicas escondidos mesmo com toda vigilância da escola que fazia vista grossa pra isso, afinal, era o último dia deles ali e já não bastava todos os problemas que a escola passou esse ano, especialmente esse ano com a entrada de null null e null null.
null, null assim como Hiago, Tarso, Lucas e Allan estavam elegantemente vestidos de preto e com gravata borboleta. A decoração elegante e sexy do ginásio tinha ficado por conta de null que, como sempre, sempre tinha as melhores ideias. A baixinha tinha sido uma das primeiras a chegar na festa e trajava um belo vestido azul null e brilhoso.
- Nossa null, você falta babar em cima da null! – Hiago comentou ao ver null acompanhando com o olhar e com um sorriso null dando ordem para os responsáveis pelos jogos, afinal, o tema era cassino nos anos 20.
- Não tenho culpa de ter uma namorada tão linda e perfeita. – ele disse se gabando.
- Então a deve ser do mesmo saco das lindas e perfeitas, por que os olhos do null parecem dois globos brilhosos de danceteria quando veem ela. – Allan falou assim que olhou pra null, que olhava pra porta vendo entrar.
- Mais que perfeita. – ele comentou e saiu ao encontro dela.
- E as gatas da boate Clam? Deu em alguma coisa? – null perguntou aos rapazes enquanto sorvia mais um pouco de bebida disfarçado em um copo descartável vermelho.
- Ah cara, deu em muita coisa. – Tarso respondeu rindo e os outros riram também cúmplices.
- Elas são incríveis e nos convidaram pra inauguração de uma filial da boate em Las Vegas. – Lucas falou. – Pena que o Allan não vai poder ir por que tem que estudar pro vestibular.
- Eu não ir?! – Allan falou surpreso. – Claro que eu vou! Caso vocês não tenham percebido, eu sou praticamente o convidado de honra desde que a Espanhola fez uma plaquinha sexy pra mim e postou no Twitter dela. Eu sou o cara, desculpem.
Os outros rapazes reviraram os olhos.
- Quer dizer que vocês vão pra Las Vegas? – null perguntou. – Caralho! Não há virgindade, castidade, fidelidade que sobreviva a uma noite em Boulevard.
- Bom saber para referencias futuras que você não põe os pés mais em Las Vegas. – null disse com um sorriso sarcástico chegando por trás dele e o abraçando.
- Visssh. – os meninos disseram em coro.
- Divirtam-se rapazes. – ela disse sorrindo pra eles, os tranquilizando, estava tudo bem. – Como o null falou, não há santidade, timidez que sobreviva às boates de Las Vegas.
- Como sabe disso? – null perguntou ciumento. null sorriu pra ele. – Hein dona null null null?
- Briga de marido e mulher, vish, vamos pular fora daqui. – Allan disse saindo e os felas o acompanharam rindo.
- Relaxa meu amor. – null respondeu segurando o rosto de null e o beijando. – Era só uma brincadeira.
- Ah bom, pensei que tivesse que ir pra Las Vegas também caçar alguém. – ele disse sorrindo.
- Então quer dizer, que você conseguiu passar de ano direto. – falava com null com um sorriso no rosto enquanto os dois dançavam.
- Sim. – ele respondeu. – Não podia continuar no colegial enquanto minha namorada ia pra faculdade, sabe, eu sou muito carente dela. – ele disse fazendo bico. Ela sorriu. – Que bom que esse inferno de escola acabou... Mesmo que esse ano tenha sido o melhor, por que teve você.
- Falando em inferno que acabou. – falou passando para uma feição tensa. – O inferno com os Gaizos parece ter acabado também não é? Já vai fazer quase um mês que eles não dão notícias nem fazem nada.
- Não sei não. – null falou sério. – Eu não subestimaria eles, nem contaria vitória antes de vê-los atrás das grades depois do que eles fizeram com Jorge Gonçales.
- Eu sei, mas talvez seja como o ditado: cão que muito late, não morde. – continuou. – Talvez eles só quisessem passar um medo e seus verdadeiros alvos fossem mesmo os irmãos Gonçales.
- Não acredito nisso não null. – null falou se irritando um pouco.
- Eles querem que vivamos com medo, como na Guerra Fria. – a moça continuou argumentando. – Eles não estão com nada null, deveríamos continuar nossas vidas sem medo.
- . – null disse parando de dançar e a olhando sério. – Eles são perigosos, você não os conhece, não sabe do que eles são capazes. Espancar o Jorge e o Jorgito em um beco escuro é só um cartão de boas vindas ao mundo deles, eles tem coragem de fazer mais.
- Não quero mais viver assim, com medo do que eles podem, supostamente fazer. – ela falou séria. null se soltou dela.
- Não é pra viver com medo, é só pra ficar alerta enquanto o pessoal do meu pai acham eles. – null disse a repreendendo. – Nunca subestime um Gaizo , pode ser seu maior erro.
Ele terminou dizendo sério.
- Vou pegar algo pra beber. – ele disse respirando fundo para dissipar a irritação. Estava irritado, por que começava a achar que as coisas eram simples, estava irritado por que não achavam logo os Gaizos, estava irritado, por que era como havia falado, Guerra Fria, nenhum dos dois lados se manifesta e essa tensão continua.
No outro lado do salão, Sabrina Ferraz e Miranda Aguiar se seguravam para manter a pose de patricinhas do San Sebastian e não se atracarem no meio da festa. As duas moças de famílias tradicionais e que matavam um leão por dia para continuarem sendo as patricinhas mais invejadas de Riviella, tinham ido a festa de formatura da escola com exatamente o mesmo vestido vermelho brilhante e de mula manca. Até o penteado das duas eram iguais! Os outros alunos riam disfarçadamente olhando para as duas que tentavam a todo custo se afastarem. null observou a cena de longe e se segurou para não rir, apesar de odiar o império Ferraz-Aguiar na cidade, sabia que era maldade, qualquer garota iria querer se enterrar por dias ao está na mesma situação.
null atravessava o salão para comentar da tragédia com , ela a observava irritada e sozinha depois da briga com null. Mas ao chegar na metade do caminho, null fixou seu olhar em uma cena que lhe chamou atenção.
- O que o Oliver está fazendo? – ela perguntou para si mesma no meio do salão.
CAPITULO 25 - PARTE II
Oliver ria muito escondido atrás de umas cortinas enquanto tirava fotos com seu Iphone verde limão. Logo depois, Oliver abriu uma porta que dava acesso aos corredores da escola, a essa hora, vazios. null olhou para , depois olhou para Oliver fugindo. Seu instinto dizia que aquilo queria dizer alguma coisa. A baixinha resolveu seguir Oliver sozinha. Entrou pela mesma porta que ele e como já presumia, os corredores estavam vazios e um pouco escuros. Continuou andando tentando adivinhar onde Oliver iria. A única coisa que escutava era seu sapato batendo no chão a cada passo que dava e a música no salão ao longe. Continuou andando até escutar um barulho de algo caindo no chão e quebrando, parecia vidro.
- O laboratório de química! – ela lembrou e dobrou a direita para seguir o barulho. Não sabia ao certo se era Oliver ou qualquer outro psicopata aproveitando da festa da escola para invadir, não tinha certeza até ouvir Oliver xingar.
- Puta merda! – ele xingou e ela seguiu sua voz até o laboratório de química como presumia. Foi de fininho para não ser notada até ver Oliver apertando o dedo machucado. – Vidro vadio! Eu aqui tendo que fazer uma atualização importante e você empatando minha vida!
Ele resmungou.
“ Uma atualização importante?” – Pensou null tentando entender. Oliver sentou na cadeira alta e pegou o celular.
- Prontinho. – Oliver comentou rindo enquanto apertava alguns botões em seu sortificado celular. – Agora é só esperar os comentários e as vadias enlouquecerem.
null começava a desconfiar. Se afastou da sala e pegou seu celular. Estava a tremer com sua suposição, mas era sim o que parecia.
“ OTT informa que as lojas refinadas de Riviella estão vendendo vestidos vermelhos a atacado! É isso mesmo produção? KKK As patricinhas Sabrina Ferraz e Miranda Aguiar provavelmente compraram seus mesmos vestidos parcelados em algum brechó da cidade! E só pra não perder a piada: o par de vasos mais elegante da festa de formatura do San Sebastian. ”
null nem conseguiu terminar de ler, só ao analisar que a foto que estampava a manchete vinha do ângulo em que Oliver estava pode comprovar.
- Aquela biba vadia é quem posta na OTT! – ela concluiu e caminhou decidida até o laboratório. Oliver já saia e os dois se bateram de frente.
- Aff garota, o que tá fazendo aqui? – Oliver perguntou arrumando o terno.
- Descobrindo se planinho maligno! – ela falou.
- Do que tá falando sua louca? – Oliver perguntou se fazendo de desentendido.
- É você o dono da OTT! – ela o acusou.
- Você enlouqueceu minha filha? – Oliver falou rindo. – Tá querendo jogar a batata quente nas minhas mãos é? Todos sabem que é você a dona da OTT!
- Eu vi você tirando foto da Sabrina e da Miranda e minutos depois a OTT fez um post com sua foto! – ela continuou.
- Queridinha... Dezenas de pessoas tiraram fotos daquelas vadias insuportáveis. – Oliver se defendeu de novo.
- Mas só uma delas correu pro laboratório e postou uma nova “atualização”. –null disse serenamente.
- Você nunca vai conseguir provar nada. – Oliver disse com desdenho.
- Mas agora eu sei a verdade. – ela disse sorrindo. – Você não passa de uma pessoa sem caráter que faz tudo por popularidade e que quer fama destruindo e difamando as outras pessoas, como fez comigo, com a e com metade da escola!
- Por que vocês sempre estão na frente dos holofotes! – Oliver gritou. – Eu também tenho muito a mostrar e ninguém nunca me deu valor!
- Nós éramos suas amigas de verdade e você nos apunhalou pelas costas. – null disse. – Você não imagina o quanto doeu em mim e na cada post seu nos difamando!
- Não estou nem aí. – Oliver disse. – Vocês não sabem o quanto doía em mim ser sempre coadjuvante nas histórias de vocês. Não me arrependo de ter feito o site, você nunca vai conseguir provar que eu sou o dono e eu vou continuar cavando os podres de todos vocês e expondo pro mundo por que vocês não sou perfeitinhas, damas da sociedade, vocês são putas, vadias desgraçadas...
- POR QUE SOMOS FELIZES?! – null gritou abrindo os braços. – Por que encontramos pessoas que nos amam de verdade?! Eu tenho tanta pena de você Oliver. Todos vão saber o quão podre você por baixo de todas essas roupas de marca. E eu e a , o null e o null vamos continuar felizes por que temos uns aos outros e você não tem ninguém além de um site fajudo e nojento com fãs anônimos que são tão podres quanto você, são os mesmo que fazem piadinhas de você, que não te respeitam. Obrigada por ter jogado amizade de verdade no lixo. Você não vale nada. Ela disse isso e saiu.
null saiu pisando forte pelos corredores escuros e vazios. Aos poucos se aproximava da porta para voltar à quadra da escola. Oliver já havia sumido também indo pela direção contrária. null continuava furiosa por Oliver ter sido tão baixo com ela e com enquanto dizia que era amigo delas. Submersa em seus pensamentos, a baixinha nem percebia que estava sendo seguida. Já se escutava além da música ao longe, bem ao longe e do barulho do sapato de null no chão, escutava-se outros sapatos batendo no chão. Eles paravam assim que null parava. Ela olhou pra trás e não viu ninguém.
- Oliver? – ela gritou perguntando. – Vai bancar a vadia psicopata agora? Achei que você tivesse mais estilo!
Ela ficou esperando a resposta até ver a sombra de alguém do outro lado do corredor. Sei lá, não parecia ser o Oliver. null começou a ficar com medo a julgar pelo coração disparando ela tentava manter a calma. A figura sombria permanecia parada a espreita e não parecia se incomodar com o fato de que null já percebia sua presença.
null se virou novamente e tentou andar o mais rapidamente até a porta. A poucos passos da porta, correu e pôs sua mão na maçaneta. Estava trancada. Ela tentou ao máximo abrir e chegou a bater pedindo pra que alguém abrisse... Ninguém ouviu. A próxima porta estava a dois corredores e dava para o estacionamento do colégio e ela tinha certeza absoluta de que tinha alguém mal intencionado escondido naqueles corredores vazios.
Ela escutou os passos novamente, pareciam botas batendo no chão e se virou repentinamente. Os passos cessaram.
- Quem tá aí?! – ela perguntou assustada. Não obteve resposta e começou a andar espreitada na parede torcendo pra que conseguisse chegar a saída antes que eu se perseguidor resolveu sair de detrás dos armários.
Narrador Onipresente
continuava olhando por alto a procura de null, que ainda não havia voltado. Com os braços cruzados e visivelmente irritada, a loira respirava fundo buscando paciência para curtir a festa.
- Oi . – um garoto espinhento falou se aproximando.
- Oi Samuel, não é? – ela perguntou confirmando o nome dele. era uma das garotas mais populares da escola, mas não se prendia a rótulos pra julgar ou discriminar outras pessoas, por isso, mesmo assim, tentava fazer amizades com todos, sem distinção.
- Nossa, você sabe o meu nome. – o garoto respondeu sorrindo orgulhoso.
- Claro, você ganhou o concurso de redação sobre a cidade no ano passado. Ficou muito bom. – ela disse sorrindo e ele sorriu mais ainda.
- Sim. – ele respondeu tímido e olhou pra baixo. – Olha, me mandaram te entregar esse recado. – ele disse lhe entregando um pedaço de papel amarelo dobrado . – Tenho que ir, parabéns pela graduação , você... Você é demais, amei a peça do Solo Tu. – ele disse a saiu batendo nos bolsos.
o observava de longe enquanto agradecia. Então, quando Samuel sumiu de sua vista, ela desembrulhou o papel e leu o recado.
“, preciso te contar algo muito importante, me encontra na porta da escola. – null.. ”
- null? – se perguntou. – Sua letra regrediu muito viu? – ela comentou rindo sobre a letra no papel. Não parecia com de sua amiga, mesmo assim, caminhou até a porta do colégio onde tinha poucos alunos. Olhou para os dois lados já na calçada e viu Oliver andando apressadamente com a cabeça baixa na direção contrária. correu até ela quase na esquina do colégio.
- Oliver! – ela gritou, ele não escutou e os dois toparam de frente.
- O que você quer?! – ele perguntou irritado, parecia possesso e agoniado.
- Calma. – disse. – Você viu a null? Ela disse que precisava falar comigo.
Oliver levantou a cabeça e limpou o suor da testa, colocou um sorriso sarcástico no rosto e continuou.
- Ah mais é claro. – ele disse. – Aquela vadiazinha não perde tempo não é?
- Vadiazinha? – falou séria. – Olha como fala com a minha melhor amiga Oliver, mais respeito!
- Mais respeito? – Oliver disse rindo. – Ela não se dá ao respeito e por eu ser o único que percebe isso, ela não vai perder tempo em contar pra todo mundo que eu sou o dono da OTT!!!
- Você é... – começou a falar incrédula. – Era você?
- Sim, sou eu por trás daquela merda toda! – Oliver disse elevando a voz. – Não me arrependo de ter dito minha opinião sobre todo mundo, principalmente sobre vocês duas, suas duas biscates!!!
deu um tapa na cara de Oliver e ele deu um grito estridente.
- Se você queria realmente dizer sua opinião sobre nós, dissesse na cara, por que você dizia que era nosso amigo. – falou apontando o dedo pra ele. – Você é um nojento sem caráter... UM FILHO DA PUTA!!!
- Eu quero que você se foda ! – Oliver gritou ainda com a mão no rosto. – Desejo que você e a null morram!!!
Ele gritou deixando assustada com tamanha intensidade de ódio vindo dele, mas não conseguiu pensar mais em nada quando um carro todo preto parou rapidamente na frente deles. Ela não entendeu. Um cara saiu dos arbustos atrás dela e colocou um pano umedecido em sua boca fazendo com que ela se debatesse até perder a consciência. Oliver gritava assustado, mas ninguém o ouvia devido ao som alto na escola, outro cara saiu do carro e bateu com um bastão na cabeça de Oliver colocando ele também no carro.
estava sonolenta e aos poucos ia tomando consciência de onde estava: em um carro com mais cinco homens vestidos de preto. Ela estava zonza e confusa e com muito medo.
- Quem são vocês? – ela perguntou tentando manter os olhos abertos. – Me deixem sair!
- Você só vai sair daqui quando null null acertar as contas dele com a gente. – um deles disse e juntou as peças entendendo que os Gaizos realmente não brincavam em serviço. O carro era grande, mais parecia uma mini van elegante, Oliver estava jogado de um lado desmaiado e sangrando, mas não tomou consciência demais nada quando desmaiou novamente.
null continuava andando vagarosamente e com cuidado em direção a porta do estacionamento. Quando estava perto, sentia que seu perseguidor continuava em sua cola, não resistiu, bateu o desespero e a baixinha começou a correr até a porta, até parar assustada quando uma faca afiada parou dois dedos acima da sua cabeça encravada na porta a sua frente. Antes que se recuperasse e tentasse abrir a porta novamente, alguém a puxou pelo cabelo e ela se virou.
- Ei! – ela gritou reconhecendo vagamente. – Eu conheço você!
- Não diria que você me conhece tão bem quanto o seu namorado me conhece. – Katy disse com um sorriso mal no rosto e com as mãos na cintura. - Eu vou acabar com você sua vadiazinha.
Ela disse e antes que sacasse um revólver na cintura, null se pôs a correr pelo corredor escuro da escola.
- Quanto mais tempo eu perder correndo atrás de você, menos tempo eu vou levar pra te finalizar! – Katy gritou ameaçando null que continuava a correr e pedir socorro. null olhou pra trás e Katy não estava atrás dela, ela parou de correr por um momento e pegou o celular que estava preso na meia sete por oito, bem na coxa. Assim que pegou o celular, olhou pra frente e Katy estava lá. null gritou e Katy a segurou com força.
- Agora nós vamos ter uma conversinha. – ela disse.
Os corredores da escola continuavam escuros e vazios. A faca de Katy continuava encravada na porta que dava para o estacionamento. A mesma porta se abriu rapidamente e null entrou por ela correndo. O rapaz estava entrando em desespero logo após ter recebido uma mensagem suspeita de Katy e ao ver a faca e reconhecer o símbolo dos Gaizos teve certeza de que sua garota corria perigo.
- !!! – ele gritou e começou a correr nos corredores atrás dela. – Katy!!!! – ele gritava batendo nas portas com força e com raiva. – VAMOS!!! SOU EU QUEM VOCÊ QUER CARALHO!!!!
- Olha só, você finalmente entendeu o meu recado. – Katy disse e null se virou. Ela estava segurando null pelas costas e com a arma na cabeça da garota.
null olhava muito assustada para null, com os olhos cheios de lágrimas. null engoliu em seco.
- Calma Katy. – null disse mostrando a palma das mãos e tentando se aproximar. – Você não quer fazer isso quer? Você sabe que eu ficaria louco se você fizesse algo com ela.
- Hahaha. – ela riu ironicamente. – Eu não quero? Eu quero muito! Como tu mesmo disse, eu quero você.
- Se você me quer, deixa ela ir, eu vou ficar aqui, a gente leva um papo e... – null tentava negociar e Katy o interrompeu.
- Cala a boca! – ela gritou tirando o sorriso do rosto. – Você só fala null, você é um imundo, um sem caráter, eu não acredito em nenhuma palavra que saia da sua boca, você não sente nada por ninguém!
- Eu sinto Katy. – ele disse preocupado e com a voz embargada. – Eu amo ela, você tá ameaçando o meu mundo, a minha garota!
- O caralho! – Katy gritou. – Mas pra mim foda-se! Eu quero você e o que está entre mim e você... é ela... – Katy disse passando a arma pela cabeça dela de null. – E o que ela tem aqui. – desceu a arma e apontou para o ventre dela.
null desviou o olhar e algumas lágrimas escorreram.
- O... o quê? – null perguntou confuso e procurou o olhar de null. O silêncio dela confirmou.
- Ela tá esperando um filho seu. – Katy disse.
- Por que não me contou null? – ele perguntou sério.
- Eu fiquei com medo de você não aceitar, de você me odiar por ter engravidado cedo, não foi minha culpa, eu juro! – ela disse chorando. – Me perdoa.
- Blá blá blá. – Katy ironizou. – Você nem sabe se o filho é seu mesmo null....
- Cala a porra da sua boca Katy! – null gritou com ela. – É claro que é meu filho e se você fizer mal a ele ou a null, eu juro que vou até o inferno, mas eu acabo com sua raça. – ele disse entre os dentes.
- Você vai acreditar nisso? – Katy perguntou. – Quer saber? Cansei disso, pode dá adeus a sua vadiazinha.
- Katy! – null gritou se aproximando e Katy mexeu no gatilho da arma na cabeça de null. – Solta ela sua vagabunda, eu vou acabar com você.
- Você não tá em posição de me ameaçar. – Katy falou. null começou a tentar se soltar quando se escutou um tiro e repentinamente a pouca luz do corredor se acabou.
- ! – null gritou desesperado.
null estava tão desesperado em chegar até null que nem escutou os passos se aproximando correndo. A luz voltou e null correu até null que estava caída...
As luzes do corredor voltaram e null viu uma poça de sangue perto de null. Katy estava caída no chão também, segurando sua arma e com muito sangue na altura da cabeça.
- Você tá bem null? – uma voz familiar perguntou.
- Tô... – null disse se encostando na parede e sentando, null ainda a segurava com todo cuidado.
- Mesmo? Eu vou te levar no hospital. – null perguntava preocupado. – Você tá mesmo bem? E o meu filho? Ele... ele ta bem? – ele perguntava todo desajeitado.
- Eu to bem... Ele também tá bem. – null dizia respirando fundo. Passado o susto, null olhou para trás e depois para cima. Ficou incrédulo ao reconhecer quem tinha ajudado eles, quem tinha dado um tiro em Katy para salvar sua garota.
- Jorgito? – null perguntou confuso.
- Falta bala na minha 38 pra pegar todos esses Gaizos que fizeram o que fizeram comigo, com meu irmão e com a . - ele disse.
- Com a ??! – null e null perguntaram ao mesmo tempo.
- Sim, eles pegaram a ... – ele disse. – Honestamente... Eu to preocupado.
- Cadê o null? – null perguntou preocupado se levantando. null fez o mesmo.
- Ele já tá sabendo e os seguranças do senhor Richard já foram avisados também. – Jorgito disse verificando o corpo de Katy que estava inerte e frio morto.
- O null deve tá desesperado. Eu preciso achar ele. – null disse e saiu. null foi atrás dele. null parou no meio do caminho, se virou e disse para Jorgito. – Jorgito... Obrigada por ter salvo a null e o meu filho.
- Pode ser estranho e difícil de acreditar, mas hoje vocês são inimigos dos meus inimigos, portanto são meus... – ele começou a falar.
- Nós não somos seus amigos, ok? – null disse o interrompendo.
- Graças a Deus. – Jorgito disse ironicamente e os dois riram.
null correu no estacionamento para pegar sua moto. Nem sabia exatamente por onde começar, só sabia que iria buscar e esfregar a cara de Jackson no asfalto por ter mexido com sua null. Estava furioso e muito preocupado. O celular tocou assim que ele achou sua hayabusa no estacionamento.
- Seu filho da puta se você encostar num fio de cabelo da eu juro que eu te mato, eu te mato bem lentamente! – ele gritou assim que viu no visor que era Jackson. Só escutou a risada sonora do outro lado, a típica risada irônica de Jackson.
- Você acha mesmo que eu sou o tipo de cara que se contenta com fio de cabelo de uma loira linda como essa? – ele disse e o sangue de null subiu em uma velocidade que se estivesse na frente de Jackson, provavelmente já tinha saído morte. – Hahahaha.
- Onde você tá e o que você quer? – null perguntou enquanto ligava a moto.
- Eu vou passar na rodovia 87 em 6 minutos. – Jackson disse. – Me siga e veremos, a noite é uma criança.
Dizendo isso, Jackson desligou o telefone deixando null ainda mais irritado. O rapaz subiu em sua moto e já estava saindo do estacionamento quando null chegou.
- null! – ele gritou, mas null não ouviu e saiu. null correu até o carro de Tarso e o abriu com facilidade.
- Eu vou com você. – null disse convicta.
- Não, você não vai. – null disse. – Você não sabe com que tipo de gente a gente tá lidando.
- Sei sim! Ou você esqueceu que eu tava com uma arma apontada pra minha cabeça? – ela rebateu e null a encarou por um segundo. Depois segurou em seu rosto.
- Você tem razão. – ele disse olhando nos olhos dela. – Mas eu quero você o mais longe deles o possível. Eu enlouqueceria se algo acontecesse com você null, principalmente agora que eu sei que o nosso filho tá chegando.
- Eu to preocupada com a , ela é minha melhor amiga, eu to com medo de que algo aconteça com ela. – ela disse quase chorando.
- Nada vai acontecer com a , nem eu, nem o null vamos deixar. – ele disse e lhe beijou passando segurança. – Além disso, ela vai tá aqui pra te ajudar com o nosso casamento.
Ele disse e abriu a porta do carro.
- O quê? – null perguntou.
- É! – null disse como se fosse óbvio. – Você me fez pai, então tem que casar comigo agora, só pra completar o pacote que vai me fazer o cara mais feliz do mundo! Eu te amo null, vai pra um lugar seguro e cuida do nosso bebê, eu vou atrás do meu melhor amigo.
Ele disse e saiu. null respirou fundo, olhou para o céu e rezou pela segurança de , null e null, logo encontrou com Jorgito e inacreditavelmente, era um lugar seguro com ele por perto.
Uma forte chuva já caia em Riviella, o carro de Jackson continuava a cortar a cidade, estavam perto da rodovia 87. null vinha a alta velocidade sem se importar se estava todo se molhando. já estava acordada e já rodovia movimentada se aproximando.
- Oliver? – ela cochichou. – Você tá bem? – ela perguntou preocupada com ele que trazia um corte na cabeça. Ele apenas virou para o outro lado nervoso.
Perspectiva de
Como o Oliver podia ser tão mesquinho a ponto de manter seu ódio mesmo na situação em que a gente estava?! E por que os Gaizos levaram ele se o problema deles era comigo? droga! Não tinha muito o que fazer, o carro fedia a drogas, fedia a comida podre, fedia podridão até na alma. Os caras eram todos moleques novos com exceção de um deles que parecia ter uns trinta anos já, ele era o que mais me dava medo e permanecia sentado a minha frente só me encarando.
Não sabia ainda qual era o seu propósito, e eu estava com muito medo por que algo aconteceria esta noite. Já estávamos na rodovia 87, olhei para trás e vi a moto do null, mas que droga, ele não deveria ter vindo! Mas se bem conheço ele, ele nunca deixaria de vim. Fiquei ainda mais aflita quando escutei os risos de Jackson e da turma dele... Eles preparavam algo de muito mal pra gente. Mas por que meu Deus?! O que o null fez de errado? Me salvou? Foi um erro eu ter entrado na vida dele? Se ele não tivesse me salvado, talvez ele não estivesse nessa situação agora.
Eu sentia algo muito ruim no coração, um pressentimento muito ruim e pensar na morte, era inevitável. Um filme passou pela minha cabeça e eu lembrei dos meus pais, nós estávamos começando a nos dar bem, tudo o que ele fizeram por mim nessas últimas semanas, inclusive aceitar o null e me deixar ficar no Brasil. Pensei na null e no bebê dela que estava por vim, sim ela tinha me contato na semana retrasada e ela tava muito aflita com isso. Bobagem, o null seria um ótimo pai apesar de bem maluco. Eu queria estar com ela nesses momentos. Eu queria estar com meus pais. Eu queria estar com o null... Mas eu sentia como se fosse o fim da linha. E tudo o que eu não disse? E tudo o que eu não fiz? E tudo o que eu não vivi ainda com o null? Tentava manter a calma, mas estava impossível, eu não queria morrer, não queria que ninguém se machucasse por minha causa e o null vinha direto pra armadilha. Eu temia muito, ele era impulsivo, e o Jackson e os comparsas dele estavam em maior número.
Quando voltei a reparar na estrada, estávamos indo para um lado mais deserto e escuro. Me endireitei no banco afim de prestar atenção.
- Ah meu Deus! – Oliver gritou chorando. – Me soltem seus imundos! Me deixem sair! O que querem comigo?! Dinheiro? Liguem logo pros meus pais?!
- Cala a boca viado! – um deles gritou e eu me assustei.
- Não! – Oliver gritou mais ainda. – Não paro! Me soltem ou eu vou acabar com vocês!
Eu queria tanto pedir pra que ele mantivesse a calma, por que era muito perigoso bater de frente assim. Oliver continuava dando escândalo quando o mais velho, aquele que me dava mais medo, de um soco em Oliver e mandou ele se calar de uma vez por todas. Oliver se debatia tanto tentando abrir as portas que foram preciso dois deles pra amarrar os braços e as pernas de Oliver.
Eu me mantinha cada vez mais encolhida e cada vez mais assustada. A estrada começava a ficar íngreme então olhei novamente pela janela e tinha várias placas de construção. “Ponte sobre o rio Abism a 1Km.”
Fiquei preocupada, era a parte da cidade onde estava em obras principalmente a velha ponte sobre o rio Abism. Chovia forte, muito forte e trovões me assustavam a cada hora.
Já podia avistar a ponte com madeira velha e apodrecida ao longe. A moto de null estava cada vez mais próxima da gente. O rio Abism era um rio de corredeira e muitas pedras. Era um rio muito violento especialmente nessa época do ano quando ele ficava ainda mais cheio e perigoso. Os outros caras do carro estavam meio apreensivos.
- Jackson, essa ponte tá em obras, não sei se é seguro. – o cara que tava dirigindo falou para Jackson que estava do seu lado. Jackson estava tão preocupado em olhar pela janela se null estava próximo que nem prestou atenção.
- Cala a boca e continua dirigindo! – ele gritou depois riu. – O Snake tá vindo pra armadilha. O amor deixa a gente tão idiota mesmo assim?
Quem imaginaria qual o plano diabólico que estava na mente do Jackson se nem seus próprios comparsas entendiam por que ele arriscaria a própria vida motivado por um desejo de vingança por alguém... que se apaixonou...
O amor deixa a gente tão idiota mesmo assim? Olhei para trás, o null continuava nos seguindo sem hesitar. Como eu queria que ele tivesse uma luz e parasse imediatamente com aquilo!
- Por favor! – eu gritei em desespero. – Parem o carro, me deixem sair, vamos resolver isso fora daqui, por favor!
Eu implorei, meu coração continuava palpitando mais forte a respeito do meu mau pressentimento.
- Cala a boca sua vadia! – o próprio Jackson gritou. Oliver continuava se debatendo mesmo amarrado.
Eu estava tão nervosa que preferiria estar desmaiada... A morte não deveria doer tanto.
Narrador Onipresente
null conseguiu se aproximar de null, mas nem mesmo emparelhando o carro com a moto de null e tentando conversar, null não conseguia fazer ele parar pra pensar em outra estratégia. null continuava a dirigir determinado completamente molhado canalizando todo o seu ódio no carro a frente. Só Deus sabe do que ele seria capaz de fazer quando colocasse as mãos em Jackson. Em meio a tanto ódio arrumava tempo pra conversar com o pessoal lá de cima.
“Eu sei que tem alguém aí em cima olhando pra mim agora... Mãe, a pessoa mais importante da minha vida tá naquele carro agora. Eu sei que não fui uma boa pessoa, mas pede pro Cara aí cuidar dela, por favor mãe.”
Ele pedia em silêncio...
null e null prestaram atenção para qual caminho o carro de Jackson seguia e eles temeram bastante. Era a ponte sobre o rio Abism. Aquela velha ponte estava caindo aos pedaços e todo aquele trecho tinha sido interditado a meses.
- NÃO SEU DESGRAÇADO! NÃO VAI PRAÍ!! – null gritou abafado pelo capacete na chuva forte. Mas não foi suficiente, o carro de Jackson começava a atravessar a ponte rumo a cidade vizinha. Quando o carro estava na metade da velha e curta ponte, foi quando null chegou ao seu inicio. Um raio muito forte clareou aquela região e atingiu o topo de sustentação da ponte que partiu ao meio jogando o carro de Jackson no rio. null parou sua moto tão repentinamente que ela caiu no chão e ele correu até a beirada.
- NÃÃÃÃÃÃÃO!!!!!! – ele gritou tirando o capacete, desesperado ao ver o carro de Jackson caindo no rio.
null saiu do seu carro e observou aquilo. Estava chocado. Ao longe um som de sirene nem chamava a atenção deles.
Todos sabiam que não haveria nada a fazer, a correnteza era muito forte, a chuva era muito forte, mas null era impulsivo demais. Ele correu até o fim do que restava da ponte, no exato lugar onde ela se partiu e se jogou no rio.
- !!! NÃO FAZ ISSO CARALHO!!! – null gritou e em como em toda a sua vida, mesmo que pensasse nos riscos melhor que null, não o deixaria sozinho. O rapaz também se jogou no rio. Em todos os seus 18 anos, null e null sempre se metiam nas piores e mais inimagináveis confusões. Já tinham estado na prisão inúmeras vezes, já estiveram em tribunais inúmeras vezes, já estiveram em hospitais inúmeras vezes... e já viram a morte de perto inúmeras vezes também. Mas nada era pior pra null, do que ver a morte das pessoas que ele ama de perto. Depois do que houve com sua mãe, vê-la morrer em seus braços o traumatizou para sempre e marcava todos os seus aniversários, pois foi na véspera do seu aniversário que sua mãe havia morrido. Não queria ver essa cena novamente com , nem que morresse também, ele faria alguma coisa a mais.
O carro estava parcialmente submerso mais virado para cima sendo levado pela água como um pedaço de folha é levado pelo vento. Em um ritmo muito rápido, a água fria ia invadindo o carro sob os gritos de todos ali. batia desesperadamente na janela tentando abri-la. Os outros tentavam abrir a portas para sair. Já entravam em desespero sem oxigênio nem perspectiva de salvação.
submersa pela água olhou para o lado e viu Oliver conseguindo se soltar e alguns dos caras conseguiam sair, mas já estava tarde pra ela... Ia aos poucos apagando e vendo apenas uma forte luz vindo em sua direção.
“ A morte não deveria doer tanto...”
... Foi a última coisa em que pensou antes de fechar os olhos.
Outono... Em algum lugar onde se respirava tranquilidade... Dois anos depois...
null Narrando
O sol ameno batia no meu rosto. Eu estava todo vestido de preto. Dois anos depois, meu cabelo estava um pouco maior e mesmo penteado, o vento insistia em bater nele e deixá-lo bagunçado. Mesmo depois de anos, meu coração ainda ficava apertado quando eu lembrava disso. Eu estava em pé, com as mãos unidas na frente do corpo, logo após ter deixado um arranjo de flores amarelas em seu túmulo, suas preferidas. Durante esse tempo que passou pouco se ouviu falar de Tarso, Hiago, Lucas e Allan, eles começaram a trabalhar na Boate Clam e sumiram. Jorgito assumiu a empresa do seu pai e devolveu o Tufan pra comunidade em Erbon, volta e meia lá tem campeonatos de skate e oficinas pras crianças carentes. O que sobrou dos Gaizos foram presos pela equipe do meu pai. Meu pai tá morando em Londres com a esposa dele que já ganhou dois Oscar’s. Nunca mais se ouviu falar do Jason ou da Priscila, a última coisa que fiquei sabendo foi que viraram “acompanhantes de luxo” fora do país. O tempo passou pra todo mundo e todos nós mudamos muito.
Meus pés afundavam na verde grama do cemitério e aquele silêncio era quase ensurdecedor. Eu decidi que não iria mais fugir desse silêncio, era como se quando tudo estivesse em silêncio eu pudesse escutá-la... E se ela quisesse falar agora, eu estaria a todo ouvido. Meu coração não estava mais tão apertado como antes ao pensar nela, eu fechei os olhos e senti um vento mais forte bater. Eu sorri, por que não a ouvi, ouvir sua voz de novo quebraria minhas pernas, eu apenas a senti e foi como se meu coração ficasse limpo e leve. Ela esteve comigo nos momentos difíceis e não foi sua voz que me acalmou como quando ela estava viva, mas a sua energia, sua leveza...
null Narrando
O sol ameno batia no meu rosto. Eu estava todo vestido de preto. Dois anos depois, meu cabelo estava um pouco maior e mesmo penteado, o vento insistia em bater nele e deixá-lo bagunçado. Mesmo depois de anos, meu coração ainda ficava apertado quando eu lembrava disso. Eu estava em pé, com as mãos unidas na frente do corpo, logo após ter deixado um arranjo de flores amarelas em seu túmulo, suas preferidas. Durante esse tempo que passou pouco se ouviu falar de Tarso, Hiago, Lucas e Allan, eles começaram a trabalhar na Boate Clam e sumiram. Jorgito assumiu a empresa do seu pai e devolveu o Tufan pra comunidade em Erbon, volta e meia lá tem campeonatos de skate e oficinas pras crianças carentes. O que sobrou dos Gaizos foram presos pela equipe do meu pai. Meu pai tá morando em Londres com a esposa dele que já ganhou dois Oscar’s. Nunca mais se ouviu falar do Jason ou da Priscila, a última coisa que fiquei sabendo foi que viraram “acompanhantes de luxo” fora do país. O tempo passou pra todo mundo e todos nós mudamos muito.
Meus pés afundavam na verde grama do cemitério e aquele silêncio era quase ensurdecedor. Eu decidi que não iria mais fugir desse silêncio, era como se quando tudo estivesse em silêncio eu pudesse escutá-la... E se ela quisesse falar agora, eu estaria a todo ouvido. Meu coração não estava mais tão apertado como antes ao pensar nela, eu fechei os olhos e senti um vento mais forte bater. Eu sorri, por que não a ouvi, ouvir sua voz de novo quebraria minhas pernas, eu apenas a senti e foi como se meu coração ficasse limpo e leve. Ela esteve comigo nos momentos difíceis e não foi sua voz que me acalmou como quando ela estava viva, mas a sua energia, sua leveza...
Eu quase pude sentir seu abraço carregado pelo vento... Eu quase pude sentir a sua benção naquele dia...
EPILOGO
null Narrando
Eu quase pude sentir seu abraço carregado pelo vento... Eu quase pude sentir a sua benção naquele dia...
- Eu daria tudo pra que ela estivesse aqui... – eu disse engolindo em seco pra segurar as lágrimas ainda com os olhos fechados. Eu sentia os passos do null se aproximando devagar. Eu abri os olhos e todo o meu esforço foi em vão, por que eu chorei, tava incontrolável. Ele também tava vestido de preto, ele colocou uma mão no bolso e a outra ele passou pelo meu ombro.
- Ela tá muito orgulhosa de você. – ele disse com a voz embargada. – Ela deve tá se mordendo de orgulho de quem você se tornou.
Ele disse e nós dois sorrimos mesmo chorando. O vento continuava ameno, mas o suficiente para nos bagunçar o cabelo.
- Já se passou dois anos e eu nunca te perguntei por que você se jogou no rio. – eu perguntei e olhei pra ele. – Você tinha a null e ela já tava com o Felipinho na barriga.
- ... Você é meu irmão e a única família que eu tive durante anos. – ele respondeu. – Eu nunca te deixaria passar por isso sozinho. Nunca.
- Você estava lá quando ela morreu. – eu disse chorando e olhei pro túmulo a nossa frente.
Ele também olhou.
- Ela também era uma mãe pra mim. – ele disse olhando pro túmulo também. - A gente precisa ir.
Respirei fundo e chorei mais ainda.
- Mãe... – falei olhando pra foto dela na lápide. – Eu sei que não fui um bom filho, e eu me arrependo por todos os abraços que eu não te dei. Eu juro que se pudesse fazer alguma coisa pra que a senhora pudesse estar aqui, eu faria. Eu queria que a senhora desse um abraço na minha esposa e agradecesse pessoalmente a ela por ter me mudado tanto. Obrigada por ter salvo a vida dela quando eu mais pedi.
Eu disse isso e me virei. O null já estava esperando na moto dele. Montei na minha moto e saímos dali. A estrada estava vazia e calma e só nós dois cortamos aquela pequena cidade na serra de moto.
Em outro ponto, um longo vestido branco enchia um pequeno quarto e um longo cabelo loiro descia escorrido pelas costas dela. Felipe null, grande garoto, a cara cuspida do null com o gênio da null com os seus dois anos de idade, esperava de smoking eu e o null voltarmos.
A casa de campo da família null estava enfeitada de branco com flores. E os poucos convidados já se acomodavam nas cadeiras ao ar livre. Eu, meu pai, o null e o Felipe passamos no caminho de flores brancas, os homens da família null. E lá estava eu, ao lado do padre, esperando ela para este que seria um dos dias mais felizes da minha vida.
Há dois anos, se não tivessem conseguido tirar a daquele rio, eu não faria questão de sair também. Mas os bombeiros conseguiram tirar ela. O Jackson não escapou e infelizmente, o Oliver também não. O null e a null se casaram e o Felipe nasceu. E hoje, eu vou casar com a .
Eu escutei no piano ao longe My Heart Beats For Love e eu sabia que esse era o anúncio. Ela estava vindo com um vestido branco me deixando bobo, bobo, muito bobo mais apaixonado do que nunca. E mesmo com os convidados ali e uns 20 metros de distância entre nós dois, era como se tivesse apenas eu e ela ali. Ela me olhava com o sorriso mais encantador do mundo, aquele sorriso que mudou o meu mundo vindo da garota que mudou a minha vida. Parecia uma eternidade, mas foram só alguns segundos para ela estar ao meu lado. Eu segurei na sua mão e a cerimônia se iniciou.
- Você tá pronta pra eternidade ao meu lado? – eu perguntei assim que a cerimônia estava acabando.
Ela me olhou e estava tão emocionada que eu tava quase chorando também.
- Você tá pronto pra me fazer a mulher mais feliz desse mundo? – ela perguntou e sorriu.
- Eu nasci pronto pra ser seu, eu nasci pra te fazer feliz... – eu respondi segurando as duas mãos dela.
- “.. ele respira em meu peito e corre pelo meu sangue” – ela disse.
- O meu amor. – eu confirmei.
- O nosso amor. – ela disse e me beijou. – Eu te amo.
- Eu te amo mais minha null. – eu disse e só escutei os aplausos, mas eles não eram tão fortes quanto o meu coração batendo naquela hora.
Saímos de moto, ela erguia o buquê enquanto cruzávamos aquela estrada cercada por campos de flores amarelas. Era a coisa mais confortante do mundo saber que ela estava comigo.
Eu sei, eu sempre soube que eu era todo errado, mas eu sabia, eu sentia que faltava algo. E mesmo que as pessoas perguntassem por que eu não era feliz mesmo tendo dinheiro, mulheres, beleza, saúde e um puta melhor amigo!, eu não sabia explicar por que eu não concordava quando me diziam “null null, você tem tudo!”. Então, percebi, que quem tinha tudo era quem tinha a , por que o resto ficou tão pequeno quando eu conheci ela e de repente eu sabia que mesmo sendo errado eu era o certo pra ela! Mesmo eu sendo errado e problemático, o certo era eu estar com ela, por que tudo ficava melhor quando a gente tava junto. Era como está no paraíso, um paraíso proibido... Agora somos só nós dois rumo a eternidade que eu prometi a ela... e o pra sempre vai ficar pequeno quando eu encher a vida dela de todo esse amor pelo qual meu coração bate.
My Heart Beats For Love, My Heart Beats For null!
EPILOGO
null Narrando
Eu quase pude sentir seu abraço carregado pelo vento... Eu quase pude sentir a sua benção naquele dia...
- Eu daria tudo pra que ela estivesse aqui... – eu disse engolindo em seco pra segurar as lágrimas ainda com os olhos fechados. Eu sentia os passos do null se aproximando devagar. Eu abri os olhos e todo o meu esforço foi em vão, por que eu chorei, tava incontrolável. Ele também tava vestido de preto, ele colocou uma mão no bolso e a outra ele passou pelo meu ombro.
- Ela tá muito orgulhosa de você. – ele disse com a voz embargada. – Ela deve tá se mordendo de orgulho de quem você se tornou.
Ele disse e nós dois sorrimos mesmo chorando. O vento continuava ameno, mas o suficiente para nos bagunçar o cabelo.
- Já se passou dois anos e eu nunca te perguntei por que você se jogou no rio. – eu perguntei e olhei pra ele. – Você tinha a null e ela já tava com o Felipinho na barriga.
- ... Você é meu irmão e a única família que eu tive durante anos. – ele respondeu. – Eu nunca te deixaria passar por isso sozinho. Nunca.
- Você estava lá quando ela morreu. – eu disse chorando e olhei pro túmulo a nossa frente.
Ele também olhou.
- Ela também era uma mãe pra mim. – ele disse olhando pro túmulo também. - A gente precisa ir.
Respirei fundo e chorei mais ainda.
- Mãe... – falei olhando pra foto dela na lápide. – Eu sei que não fui um bom filho, e eu me arrependo por todos os abraços que eu não te dei. Eu juro que se pudesse fazer alguma coisa pra que a senhora pudesse estar aqui, eu faria. Eu queria que a senhora desse um abraço na minha esposa e agradecesse pessoalmente a ela por ter me mudado tanto. Obrigada por ter salvo a vida dela quando eu mais pedi.
Eu disse isso e me virei. O null já estava esperando na moto dele. Montei na minha moto e saímos dali. A estrada estava vazia e calma e só nós dois cortamos aquela pequena cidade na serra de moto.
Em outro ponto, um longo vestido branco enchia um pequeno quarto e um longo cabelo loiro descia escorrido pelas costas dela. Felipe null, grande garoto, a cara cuspida do null com o gênio da null com os seus dois anos de idade, esperava de smoking eu e o null voltarmos.
A casa de campo da família null estava enfeitada de branco com flores. E os poucos convidados já se acomodavam nas cadeiras ao ar livre. Eu, meu pai, o null e o Felipe passamos no caminho de flores brancas, os homens da família null. E lá estava eu, ao lado do padre, esperando ela para este que seria um dos dias mais felizes da minha vida.
Há dois anos, se não tivessem conseguido tirar a daquele rio, eu não faria questão de sair também. Mas os bombeiros conseguiram tirar ela. O Jackson não escapou e infelizmente, o Oliver também não. O null e a null se casaram e o Felipe nasceu. E hoje, eu vou casar com a .
Eu escutei no piano ao longe My Heart Beats For Love e eu sabia que esse era o anúncio. Ela estava vindo com um vestido branco me deixando bobo, bobo, muito bobo mais apaixonado do que nunca. E mesmo com os convidados ali e uns 20 metros de distância entre nós dois, era como se tivesse apenas eu e ela ali. Ela me olhava com o sorriso mais encantador do mundo, aquele sorriso que mudou o meu mundo vindo da garota que mudou a minha vida. Parecia uma eternidade, mas foram só alguns segundos para ela estar ao meu lado. Eu segurei na sua mão e a cerimônia se iniciou.
- Você tá pronta pra eternidade ao meu lado? – eu perguntei assim que a cerimônia estava acabando.
Ela me olhou e estava tão emocionada que eu tava quase chorando também.
- Você tá pronto pra me fazer a mulher mais feliz desse mundo? – ela perguntou e sorriu.
- Eu nasci pronto pra ser seu, eu nasci pra te fazer feliz... – eu respondi segurando as duas mãos dela.
- “.. ele respira em meu peito e corre pelo meu sangue” – ela disse.
- O meu amor. – eu confirmei.
- O nosso amor. – ela disse e me beijou. – Eu te amo.
- Eu te amo mais minha null. – eu disse e só escutei os aplausos, mas eles não eram tão fortes quanto o meu coração batendo naquela hora.
Saímos de moto, ela erguia o buquê enquanto cruzávamos aquela estrada cercada por campos de flores amarelas. Era a coisa mais confortante do mundo saber que ela estava comigo.
Eu sei, eu sempre soube que eu era todo errado, mas eu sabia, eu sentia que faltava algo. E mesmo que as pessoas perguntassem por que eu não era feliz mesmo tendo dinheiro, mulheres, beleza, saúde e um puta melhor amigo!, eu não sabia explicar por que eu não concordava quando me diziam “null null, você tem tudo!”. Então, percebi, que quem tinha tudo era quem tinha a , por que o resto ficou tão pequeno quando eu conheci ela e de repente eu sabia que mesmo sendo errado eu era o certo pra ela! Mesmo eu sendo errado e problemático, o certo era eu estar com ela, por que tudo ficava melhor quando a gente tava junto. Era como está no paraíso, um paraíso proibido... Agora somos só nós dois rumo a eternidade que eu prometi a ela... e o pra sempre vai ficar pequeno quando eu encher a vida dela de todo esse amor pelo qual meu coração bate.
My Heart Beats For Love, My Heart Beats For null!
~ ~ ~ FIM ~ ~ ~
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