quinta-feira, 8 de janeiro de 2015

RELIGIÃO CAMINHO DO PAI

EU ANGICO HOJE FALO DE RELIGIÃO SOBRE RELIGIÃO ALGO QUE TEMOS QUE RESPEITAR CADA UM ESCOLHE UM CAMINHO QUE PERCORRERA TENTANDO IR A DEUS    , EU SOU ALVO DE PRECONCEITO MOTIVOS EU JÁ CONHECE A CATÓLICA A ESPIRITA E TAMBÉM  EVANGÉLICA FOI PRECISO CONHECER A TODAS PRA EU ENTENDER QUE MINHA FE VÊ DE DENTRO DE MIM SÓ SOU CAPAZ DE TER ALGO PELA  FE SE EU FOR AO PROFUNDO DO MEU SER SENDO DO PAI , TENHO MUITA BARREIRA QUE AS VEZES TEMO AI VEJO QUE MINHA BUSCA E MINHA FE PASSAM JUNTO COMIGO .Religião não se Discute, se Respeita !?
Recebi pelo Facebook a imagem abaixo:

e imediatamente fiz um comentário no sentido de que discussão e respeito não são coisas incompatíveis. A discussão faz parte na nossa natureza, e pode perfeitamente ser acompanhada por um forte respeito pelas convicções do antagonista. Parece que foi o grande Voltaire que criou a lápide abaixo:

"Não concordo com o que dizes, mas defendo até a morte o direito de o dizeres" (há variantes)

Ou seja, os grandes polemistas nunca desrespeitam a opinião do adversário. Só recorrem ao cinismo, à ironia, aqueles que fazem da discussão uma arma de destruição, não construtiva.

A imagem acima a meu ver é muito significativa, por nos levar a uma religião que é o foco das grandes iniciativas no sentido de cercear a sua prática: o culto afro-brasileiro. Já discuti esse assunto em post anterior, "O Cerco às Religiões Afro-Brasileiras", de 16/08/2012, onde enfatizei a revolta dos evangélicos contra uma mostra dos Orixás no Parque Vaca Brava em Goiânia.

A verdade é que o desrespeito às religiões não parte de quem não acredita nelas. Esses não as suas maiores vítimas, mas a intolerância não para por aí. Ao fundamentalista não é aceito o fato de que o seu vizinho pode ter uma crença diferente da sua, muito menos não ter crença nenhuma. Essa ferramenta de direcionar a boiada semeando o rancor é muito eficaz, e vemos nesta mesma semana ela ser aplicada com rigor na política, com os petistas publicando na terça feira em sua página no Facebook um texto intitulado "A Balada de Eduardo Campos", a qual, por não ser assinada, é obviamente a posição oficial do Partido. Frases do tipo "estimulado pelos cães de guarda da mídia", "o ovo da serpente (referindo-se a Marina Silva)", demonstrativas do mais raso xingatório, fazem parte da caixa de ferramentas daqueles que não sabem discutir com argumentos sólidos. Campos teve o bom senso de não cair nessa, dizendo que não vai discutir o Brasil nesses termos. Mas isso é outra história.

Vamos primeiramente analisar o papel da Inquisição no processo de perseguir as outras crenças. Em três séculos, entre 1450 e 1750, estima-se que 9 milhões de bruxos foram mortos, dos quais 80% eram mulheres. Isso significa que 30 mil pessoas eram sacrificadas por ano da forma mais atroz, ou 82 por dia. Qual seria o crime dessas pessoas para merecer tamanho castigo? Elas eram pagãs, professavam outra crença, e isso não era aceito pela Igreja Católica, a qual, após ter conquistado o poder em todas as nações europeias, via o paganismo como uma ameaça ao seu sistema religioso, que por ser novo, não podia sofrer oposição.

Os antigos festivais pagãos foram assimilados e se transformaram em feriados religiosos, e os deuses foram transformados em demônios. Em 1233 foi instituído o Tribunal Católico Romano, a chamada Inquisição, com a finalidade de acabar com a heresia. Em 1320 a Igreja declarou oficialmente a Bruxaria, como era chamada a antiga religião dos pagãos, uma ameaça hostil ao cristianismo, e a perseguição aos não cristãos se espalhou com rapidez por toda a Europa. Em 1541 a bruxaria se tornou uma ofensa ilegal na Inglaterra e em 1604 foi adotada uma lei que decretou a pena capital para os bruxos e pagãos. Não havia mais para onde fugir em toda a Europa. Em 1640 as 13 colônias da América do Norte também decretaram a pena de morte para o crime de bruxaria. O episódio conhecido como "as bruxas de Salem", em 1692, executou 30 pessoas na cidade de Salem, Ma., em um julgamento infame.

O renascimento da Antiga Religião foi muito bem recebido pelo povo, e se deu principalmente através dos trovadores. Os camponeses nunca haviam abdicado de suas crenças primitivas, e viam no cristianismo não mais que uma versão moderna delas, onde a Deusa Mãe e sua Criança Divina (que é sacrificada e renasce) são representadas de forma diferente. Grandes catedrais foram erguidas para homenagear Maria, a incorporação da Deusa Mãe, e as trovas, os poemas de amor, não eram mais que o disfarce para homenagear a Deusa. A Igreja resolveu então agir contra a nova ameaça.

Joana D' Arc era na verdade uma líder da Antiga Religião, e por isso foi queimada como bruxa pelos ingleses. O terror se espalhou por toda a Europa. No Brasil, entre os séculos 16 e 18, a Inquisição prendeu mais de mil pessoas e mandou 29 para a fogueira, porém o seu foco principal foram os cristãos novos.

Anteriormente à Inquisição tivemos o período das Cruzadas. Foram 8 no total, e a primeira se iniciou em 1095. Seu objetivo era salvar a Europa Oriental e a Terra Santa do domínio dos turcos, que professavam o Islã. As atrocidades cometidas pelos cruzados foram tantas que ainda hoje se fala em vingança por parte dos muçulmanos. Para se dar uma ideia da inconsequência dessas iniciativas, é bom lembrar que entre a quarta e a quinta cruzada foi constituída a Cruzadas das Crianças. A crença era a de que as crianças, por estarem possuídas do poder divino, com facilidade tomariam posse de Jerusalém. Milhares de crianças partiram para os portos do litoral mediterrâneo e embarcaram em direção à Palestina. Os que sobreviveram à viagem foram vendidos em Alexandria como escravos.

Como se pode ver, dificilmente o cristianismo virá a perder a primazia da intolerância religiosa, e ela está passando, infelizmente, por uma fase de forte recrudescimento. Com a modernização dos procedimentos católicos no tratamento das outras religiões (o novo Papa chegou a considerar válidas as outras religiões), coube aos evangélicos pegar a bandeira fundamentalista. O alvo preferido por aqui são os orixás.

Segundo Gore Vidal, já citado neste Blog, a culpa de tudo isso é o Monoteísno. Com base nele, toda a sociedade ocidental se constituiu em torno do poder centralizado na figura do Rei, um representante de Deus na Terra. Religiões politeístas tendem a ser mais tolerantes, até porque aí está implícito o direito de escolha, dada a profusão de divindades.

A preferência pelas religiões afro-brasileiras nessa nova cruzada tem uma motivação óbvia. São religiões mágicas, rituais. Elas não pregam a remissão do pecado, muito menos há espaço para a negação do mundo terreno em prol da aceitação em outro mundo eterno após a morte. O que ela persegue é a interferência do sobrenatural "neste mundo presente", através da manipulação das forças sagradas, de sacrifícios oferecidos às múltiplas divindades, os orixás. Esses não são moralistas, não recompensam o que é considerado bom nem castigam o que se considera mau. Diferentemente das religiões moralistas, estamos diante de uma religião aética, com ênfase no ritual. Trata-se, como podemos ver, de um prato feito para a perseguição por parte dos nossos Felicianos da vida.

Uma luterana minha conhecida, em uma palestra de um amigo meu feita na minha casa sobre o assunto, ficou zangada quanto foi comentado que Lutero também tinha seus probleminhas com a intolerância. Para ela essa conta era dos Católicos Romanos. Ledo engano. Lutero por toda a vida combateu os judeus. É verdade que apenas uma pequena parte do seu trabalho tratou do assunto, mas em "Von den Juden und ihren lugen (Sobre os Judeus e suas mentiras)" e "Von Schem Hamphoras und von Geshlecht Christi (Em nome da Santa linhagem de Cristo)", afirma que os judeus tinham deixado de ser o povo eleito para se transformar no "povo do diabo", que a sinagoga era "uma prostituta incorrigível e uma devassa maléfica", e que os judeus estavam "cheios das fezes do demônio, nas quais se rebolam como porcos". Ele conclama as pessoas a incendiar as sinagogas, e a apreender os bens e o dinheiro dos Judeus, expulsá-los ou fazê-los trabalhar forçosamente: "é nossa a culpa em não matar eles".

Para os historiadores essa postura de Lutero foi de grande ajuda no desenvolvimento do anti-semitismo na Alemanha, e veio a servir de argumento para a perseguição dos Judeus durante o nazismo. Hitler considerava Lutero, ao lado de Frederico o Grande e Wagner, uma das três maiores figuras da Alemanha em todos os tempos. Para esses historiadores, Lutero tornou Hitler possível. Durante o julgamento de Nuremberg chegou-se a afirmar que tudo o que se havia dito sobre os Judeus não era mais que uma repetição das palavras de Lutero ditas 400 anos atrás.

Como podemos ver, a intolerância é democrática, atinge todas as camadas do cristianismo...
 Ateu fundamentalista prega o desrespeito às religiões

Matéria perfeita para o conhecido Dia da Mentira.* Depois de publicar uma “reportagem” despropositada, em sua edição dominical de uma semana atrás (lembra-se da fada do dente?), a Folha de S. Paulo volta à carga com uma entrevista feita com o maior ateu fundamentalista militante de nosso tempo: Richard Dawkins. Após várias linhas introdutórias dedicadas à propaganda gratuita dos livros do biólogo, diz a Folha na abertura da entrevista: “Figura polêmica, Dawkins tem provocado a admiração da comunidade leiga [sim, porque muitos especialistas – mesmo ateus – o repudiam] ao pregar o entusiasmo pelo pensamento livre e não dogmático; e também a ira de muitos líderes religiosos por sua crítica impiedosa ao criacionismo - tese que rejeita a evolução das espécies - e, ao mesmo tempo, sua apologia do ateísmo”. Detalhe: a entrevista foi gravada no mês passado, mas somente publicada hoje. Leia alguns trechos a seguir, com perguntas dadas de bandeja, do tipo que o ateu britânico adora (porque das difíceis ele corre, conforme bem sabe William Lane Craig, por exemplo) [meus comentários seguem entre colchetes]:

O sr. diz que há uma tendência ao silêncio em relação às doutrinas religiosas dos outros, que as pessoas evitam debater sobre suas próprias crenças, e que esse fato é nocivo à sociedade. Não seria necessário simplesmente respeitar as diferentes crenças das pessoas?

Não devemos respeitar crenças que influenciam a vida de crianças e que vão contra conhecimento dado como consenso na comunidade científica [e respeitar o ateísmo proselitista infantil de Dawkins, devemos? Clique aqui]. Uma coisa é uma pessoa dizer que acredita em Papai Noel e manter essa crença dentro de sua família - ainda que eu considere uma pena para os filhos. Quando algumas pessoas, contudo, começam a ensinar que a Terra tem apenas cerca de 10 mil anos, aí eu acho um absurdo e quero lutar contra isso [este sempre é o ponto nevrálgico: os criacionistas bíblicos. E se eu considerar nociva a ideia de ensinar às crianças que Deus não existe, deverei também desrespeitar quem pensa assim e “lutar” contra isso? Com seu ateísmo fundamentalista, Dawkins prega o clima de belicosidade que não leva a nada – talvez, no máximo, a uma inquisição sem fogueiras contra os crentes. Gostaria de ver Dawkins visitando presídios e deixando com os bandidos exemplares de A Origem das Espécies ou de Deus, um Delírio, para ver depois o que acontece... Ao contrário disso, Bíblias entregues sistematicamente nesses ambientes têm transformado muitas e muitas vidas].

Um novo papa acaba de ser eleito. Ele é argentino. É possível dizer que isso representa um avanço em termos políticos da fé no mundo em desenvolvimento? [De repente, o biólogo ateu de um país anglicano se transforma em autoridade sobre assuntos católicos...]

Se pensarmos que haverá uma menor centralização política daqueles que determinam o futuro da Igreja Católica, sim, sem dúvida. No Brasil, a Igreja Católica tem perdido fiéis para outras tradições protestantes. Alguns atribuem tal fenômeno à dinâmica dos rituais católicos, ainda bastante hierarquizados e tradicionais, se comparados às religiões protestantes. Não conheço bem o contexto brasileiro, mas é possível imaginar que a não participação ativa dos fiéis nas missas católicas é um dos fatores que provavelmente têm contribuído para tal queda.

Explicando melhor, os rituais protestantes nos EUA são como shows, os participantes dançam, cantam, tocam instrumentos. Suponho que no Brasil as missas ainda tenham um formato bastante tradicional e que provavelmente tenham pouco apelo social para conquistar seguidores jovens. [Enfim, o óbvio ululante que ignora contextos sociológicos mais profundos; a Folha fez a pergunta para a pessoa errada.]

E quanto ao que não conseguimos explicar? Não vem daí uma das “necessidades” da religião e da crença no “sobrenatural”?

Essa talvez seja uma das explicações que mais me aborrecem para se crer em uma deidade. Eu gostaria que as pessoas não fossem preguiçosas, covardes e derrotistas o suficiente para dizer: “Eu não consigo explicar, portanto isso deve ser algo sobrenatural.” A resposta mais correta e corajosa seria a seguinte: “Eu não sei ainda, mas estou trabalhando para saber.” [Dawkins deixa de lado os fundadores do método científico que trabalharam arduamente para descobrir como Deus criou o Universo. Fizeram a ciência como a conhecemos – e que garante o ganha-pão de Dawkins – movidos por profundo sentimento de gratidão e louvor ao Criador.]

Comentário do leitor Valderi Felizardo da Silva: “Abri ­– pela última vez e já digo por que – a página online da Folha de S. Paulo e, depois daquela matéria do “Deus é como a fada do dente” (não existem pessoas que, depois da infância, falem tanto da fada de dente como os ateus...), vi outra: li uma entrevista confusa, tendenciosa e inquisitiva de Richard Dawkins dizendo que não se deve respeitar as crenças que divergem do consenso científico. Que consenso científico? Quem estabelece os consensos? A ciência, que não fala nem tem opiniões, ou os formadores de opinião? Pelo menos nos comentários [à entrevista] vejo que há pessoas que acham que Dawkins está querendo é blindar sua posição e atacar aqueles que pensam de modo contrário. O que está acontecendo com a Folha? Faltando matérias como aquelas dos anos de chumbo da ditadura? Depois das opiniões de Hélio, o qual não publica comentários de quem não seja assinante da genitora do Notícias Populares – é, eles tentam esquecer isso, mas tá no DNA, não é? – e das demais matérias de apologia ao ateísmo, não gastarei mais tempo nem digitais acessando o site do jornal.”
 

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