A literatura de cordel é um gênero literário escrito para o povo e que ao longo dos anos serviu para veicular a informação que algumas vezes era mais rápida que o jornal.
O cordel originou-se em relatos orais e depois popularizou-se na forma "impresso em folhetos" dai no Brasil ser conhecido também como folheto.
Os folhetos eram pendurados em barbantes (cordéis ou barbantes em Portugal) e vendidos, por isso a popularização do seu nome literatura de cordel. O Renascimento deu início a impressão de relatos orais que persiste até hoje.
O Brasil iniciou esta literatura impressa no século XIX com características próprias e com temas locais e da época. Além dos temas da época também eram escritas lendas, temas religiosos, fatos históricos, etc. Alguns folhetos chegam a ser pérolas do cotidiano da época. O cordel também acompanhou a evolução da língua portuguesa. Alguns exemplos:
O ASSASSINO DA HONRA de Caetano Cosme Silva
"O mau não é perseguido
o justo sofre demais
onde reina a união
tem inveja o satanaz
portanto conto o passado
de uns cem anos atrás."
VIAGEM AO PAÍS DE SÃO SARUÊ de Manoel Camilo dos Santos
"Os peixes lá são tão mansos
com o povo acostumados
saem do mar vem pras casas
são grandes, gordos e cevados
é só pegar e comer
pois todos vivem guisados."
HISTÓRIA DO PAPAGAIO MISTERIOSO de Luis da Costa Pinheiro
"Eu sou a mãe do feitiço
ninguém me pode vencer
para me subjugar
só existe um poder
fora deste eu garanto
faço o que quizer fazer."
A maior popularidade atualmente está presente em Pernambuco, Paraíba, Rio Grande do Norte e no Ceará. Outros estados fora do nordeste também acabaram contribuindo com a literatura como: Rio de Janeiro, Minas Gerais e São Paulo. Em Alagoas um grande nome do cordel é Jorge Calheiros que em entrevista a televisão relatou mais de 50 anos de dedicação a arte do folheto.
MULHÉ FEIA de Jorge Calheiros
"Eu pensei em passear
na casa do meu avô
a peste na minha cola
e dizendo eu também vou
quando ela entrou no carro
foi morrendo o cobrador."
O ASSASSINO DA HONRA de Caetano Cosme Silva
"O mau não é perseguido
o justo sofre demais
onde reina a união
tem inveja o satanaz
portanto conto o passado
de uns cem anos atrás."
VIAGEM AO PAÍS DE SÃO SARUÊ de Manoel Camilo dos Santos
"Os peixes lá são tão mansos
com o povo acostumados
saem do mar vem pras casas
são grandes, gordos e cevados
é só pegar e comer
pois todos vivem guisados."
HISTÓRIA DO PAPAGAIO MISTERIOSO de Luis da Costa Pinheiro
"Eu sou a mãe do feitiço
ninguém me pode vencer
para me subjugar
só existe um poder
fora deste eu garanto
faço o que quizer fazer."
A maior popularidade atualmente está presente em Pernambuco, Paraíba, Rio Grande do Norte e no Ceará. Outros estados fora do nordeste também acabaram contribuindo com a literatura como: Rio de Janeiro, Minas Gerais e São Paulo. Em Alagoas um grande nome do cordel é Jorge Calheiros que em entrevista a televisão relatou mais de 50 anos de dedicação a arte do folheto.
MULHÉ FEIA de Jorge Calheiros
"Eu pensei em passear
na casa do meu avô
a peste na minha cola
e dizendo eu também vou
quando ela entrou no carro
foi morrendo o cobrador."
O marco inicial no cordel é o mestre de Pombal, Leandro Gomes de Barros, que mostrou bem a métrica e o compasso para o sucesso. Ele e outros fizeram este gênero literário rico e intenso além de inesquecível. Patativa do Assaré equivale a literatura de cordel ao que Luiz Gonzaga representa para a música brasileira.
A Academia Brasileira de Literatura de Cordel foi fundada no dia 7 de setembro de 1988. A academia representa o conjunto dos cordelistas brasileiros de maior destaque e popularidade. Segundo o site "Hoje o corpo acadêmico da ABLC é composto de 40 cadeiras de membros efetivos, sendo que 25% destas cadeiras podem ser ocupadas por membros não radicados no Rio de Janeiro."
O cordel não morreu no passado e hoje está mais forte do que nunca com o apoio da internet.
Literatura de cordel
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Literatura de cordel também conhecida no Brasil como folheto, é um gênero literário popular escrito frequentemente na forma rimada, originado em relatos orais e depois impresso em folhetos. Remonta ao século XVI, quando o Renascimento popularizou a impressão de relatos orais, e mantém-se uma forma literária popular no Brasil. O nome tem origem na forma como tradicionalmente os folhetos eram expostos para venda, pendurados em cordas, cordéis ou barbantesem Portugal. No Nordeste do Brasil o nome foi herdado, mas a tradição do barbante não se perpetuou: o folheto brasileiro pode ou não estar exposto em barbantes. Alguns poemas são ilustrados com xilogravuras, também usadas nas capas. As estrofes mais comuns são as de dez, oito ou seis versos. Os autores, ou cordelistas, recitam esses versos de forma melodiosa e cadenciada, acompanhados de viola, como também fazem leituras ou declamações muito empolgadas e animadas para conquistar os possíveis compradores. Para reunir os expoentes deste gênero literário típico do Brasil, foi fundada em 1988 aAcademia Brasileira de Literatura de Cordel, com sede no Rio de Janeiro.
Índice
[esconder]História
A história da literatura de cordel começa com o romanceiro do Renascimento, quando se iniciou impressão de relatos tradicionalmente orais feitos pelos trovadoresmedievais, e desenvolve-se até à Idade Contemporânea. O nome cordel está ligado à forma de comercialização desses folhetos em Portugal, onde eram pendurados em cordões, chamados de cordéis.1 Inicialmente, eles também continham peças de teatro, como as de autoria de Gil Vicente (1465-1536). Foram os portugueses que introduziram o cordel no Brasildesde o início da colonização.
- Evolução no Brasil
Na segunda metade do século XIX começaram as impressões de folhetos brasileiros, com suas características próprias. Os temas incluem fatos do cotidiano, episódios históricos,lendas, temas religiosos, entre muitos outros. As façanhas do cangaceiro Lampião (Virgulino Ferreira da Silva, 1900-1938) e o suicídio do presidente Getúlio Vargas (1883-1954) são alguns dos assuntos de cordéis que tiveram maior tiragem no passado. Não há limite para a criação de temas dos folhetos. Praticamente todo e qualquer assunto pode virar cordel nas mãos de um poeta competente.
No Brasil, a literatura de cordel é produção típica do Nordeste, sobretudo nos estados de Pernambuco, da Paraíba, do Rio Grande do Norte e do Ceará. Costumava ser vendida em mercados e feiras pelos próprios autores. Hoje também se faz presente em outros Estados, como Rio de Janeiro, Minas Gerais e São Paulo. O cordel hoje é vendido em feiras culturais, casas de cultura, livrarias e nas apresentações dos cordelistas.
O grande mestre de Pombal, Leandro Gomes de Barros, que nos emprestou régua e compasso para a produção da literatura de cordel, foi de extrema sinceridade quando afirmou na peleja de Riachão com o Diabo, escrita e editada em 1899:
"Esta peleja que fiz
não foi por mim inventada,
um velho daquela época
a tem ainda gravada
minhas aqui são as rimas
exceto elas, mais nada."
não foi por mim inventada,
um velho daquela época
a tem ainda gravada
minhas aqui são as rimas
exceto elas, mais nada."
Oriunda de Portugal, a literatura de cordel chegou no balaio e no coração dos nossos colonizadores, instalando-se na Bahia e mais precisamente em Salvador. Dali se irradiou para os demais estados do Nordeste. A pergunta que mais inquieta e intriga os nossos pesquisadores é "Por que exatamente no nordeste?". A resposta não está distante do raciocínio livre nem dos domínios da razão. A primeira capital da nação foi Salvador, ponto de convergência natural de todas as culturas, permanecendo assim até 1763, quando foi transferida para o Rio de Janeiro.
Na indagação dos pesquisadores no entanto há lógica, porque os poetas de bancada ou de gabinete, como ficaram conhecidos os autores da literatura de cordel, demoraram a emergir do seio bom da terra natal. Mais tarde, por volta de 1750 é que apareceram os primeiros vates da literatura de cordel oral. Engatinhando e sem nome, depois de relativo longo período, a literatura de cordel recebeu o batismo de poesia popular.
Foram esses bardos do improviso os precursores da literatura de cordel escrita. Os registros são muito vagos, sem consistência confiável, de repentistas ou violeiros antes de Manoel Riachão ou Mergulhão, masLeandro Gomes de Barros, nascido no dia 19 de novembro de 1865, teria escrito a peleja de Manoel Riachão com o Diabo, em fins do século passado.
Sua afirmação, na última estrofe desta peleja (ver em detalhe) é um rico documento, pois evidencia a não contemporaneidade do Riachão com o rei dos autores da literatura de cordel. Ele nos dá um amplo sentido de longa distância ao afirmar: "Um velho daquela época a tem ainda gravada"2 .
Os poetas Leandro Gomes de Barros (1865-1918) e João Martins de Athayde (1880-1959) estão entre os principais autores do passado.3
Carlos Drummond de Andrade, reconhecido como um dos maiores poetas brasileiros do século XX, assim definiu, certa feita, a literatura de cordel: "A poesia de cordel é uma das manifestações mais puras do espírito inventivo, do senso de humor e da capacidade crítica do povo brasileiro, em suas camadas modestas do interior. O poeta cordelista exprime com felicidade aquilo que seus companheiros de vida e de classe econômica sentem realmente. A espontaneidade e graça dessas criações fazem com que o leitor urbano, mais sofisticado, lhes dedique interesse, despertando ainda a pesquisa e análise de eruditos universitários. É esta, pois, uma poesia de confraternização social que alcança uma grande área de sensibilidade".4
A literatura de cordel apresenta vários aspectos interessantes e dignos de destaque:
- As suas gravuras, chamadas xilogravuras, representam um importante espólio do imaginário popular;
- Pelo fato de funcionar como divulgadora da arte do cotidiano, das tradições populares e dos autores locais (lembre-se a vitalidade deste gênero ainda no nordeste do Brasil), a literatura de cordel é de inestimável importância na manutenção das identidades locais e das tradições literárias regionais, contribuindo para a perpetuação do folclore brasileiro;
- Pelo fato de poderem ser lidas em sessões públicas e de atingirem um número elevado de exemplares distribuídos, ajudam na disseminação de hábitos de leitura e lutam contra o analfabetismo;
- A tipologia de assuntos que cobrem, crítica social e política e textos de opinião, elevam a literatura de cordel ao estandarte de obras de teor didático e educativo.
Narrativa
Os textos considerados romances na literatura de cordel possuem alguns traços em comum quanto à sua narrativa. Os recursos narrativos mais utilizados nesses cordéis são as descrições dos personagens em cena e os monólogos com queixas, súplicas, rogos e preces por parte do protagonista.
São histórias que têm como ponto central uma problemática a ser resolvida através de inteligência e astúcia para atingir um objetivo. No romance romântico, a problemática envolve elementos relacionados ao imaginário europeu – duques, condes, castelos –, apropriados e adaptados pela literatura oral brasileira.5
O herói sofrerá, vivendo em desgraça e martírio, sempre fiel ao seu amor ou às suas convicções, mesmo com as intempéries. É comum a intriga envolver jovens que enfrentam problemas na escolha de seus companheiros, em relações familiares extremamente hierarquizadas. Objeção, proibição do namoro, noivados arranjados são algumas das dificuldades que impedem o jovem casal apaixonado de ficar junto ao longo do romance.5
Ao fim de tudo, o herói será exaltado e os opositores humilhados. Se assim não for, haverá outro meio de equilibrar a situação, que durante quase toda a narrativa permaneceu desfavorável ao protagonista.5
Poética
Quadra
Estrofe de quatro versos. A quadra iniciou o cordel, mas hoje não é mais utilizada pelos cordelistas. Porém as estrofes de quatro versos ainda são muito utilizadas em outros estilos de poesia sertaneja, como a matuta, a caipira, a embolada, entre outros.
A quadra é mais usada com sete sílabas. Obrigatoriamente tem que haver rima em dois versos (linhas). Cada poeta tem seu estilo. Um usa rimar a segunda com a quarta. Exemplo:
- Minha terra tem palmeiras
- Onde canta o sabiá (2)
- As aves que aqui gorjeiam
- Não gorjeiam como lá (4).
Outro prefere rimar todas as linhas, alternando ou saltando. Pode ser a primeira com a terceira e a segunda com a quarta, ou a primeira com a quarta e a segunda com a terceira. Vejamos estes exemplos de Zé da Luz:
- E nesta constante lida
- Na luta de vida e morte
- O sertão é a própria vida
- Do sertanejo do Norte
- Três muié, três irimã,
- Três cachorra da mulesta
- Eu vi nun dia de festa
- No lugar Puxinanã.
Sextilha
É a mais conhecida. Estrofe ou estância de seis versos. Estrofe de seis versos de sete sílabas, com o segundo, o quarto e o sexto rimados; verso de seis pés, colcheia, repente. Estilo muito usado nas cantorias, onde os cantadores fazem alusão a qualquer tema ou evento e usando o ritmo de baião. Exemplo:
- Quem inventou esse "S"
- Com que se escreve saudade
- Foi o mesmo que inventou
- O "F" da falsidade
- E o mesmo que fez o "I"
- Da minha infelicidade
Septilha
Estrofe (rara) de sete versos; setena (de sete em sete). Estilo muito usado por Zé Limeira, o Poeta do Absurdo.
- Eu me chamo Zé Limeira
- Da Paraiba falada
- Cantando nas escrituras
- Saudando o pai da coaiada
- A lua branca alumia
- Jesus, Jose e Maria
- Três anjos na farinhada.
- Napoleão era um
- Bom capitão de navio
- Sofria de tosse braba
- No tempo que era sadio,
- Foi poeta e demagogo
- Numa coivara de fogo
- Morreu tremendo de frio.
Na septilha usa-se o estilo de rimar os segundo, quarto e sétimo versos e o quinto com o sexto, podendo deixar livres o primeiro e o terceiro.
Oitava
Estrofe ou estância (grupo de versos que apresentam, comumente, sentido completo) de oito versos: oito-pés-em-quadrão. Oitavas-a-quadrão. Como o nome já sugere, a oitava é composta de oito versos (duas quadras), com sete sílabas. A rima na oitava difere das outras. O poeta usa rimar a primeira com a segunda e terceira, a quarta com a quinta e oitava e a sexta com a sétima.
Quadrão
Oitava na poesia popular, cantada, na qual os três primeiros versos rimam entre si, o quarto com o oitavo, e o quinto, o sexto e o sétimo também entre si.
Todas as estrofes são encerradas com o verso: Nos oito pés a quadrão. Vejamos versos de uma contaria entre José Gonçalves e Zé Limeira: - (AAABBCCB)
Gonçalves:
- Eu canto com Zé Limeira
- Rei dos vates do Teixeira
- Nesta noite prazenteira
- Da lua sob o clarão
- Sentindo no coração
- A alegria deste canto *
- Por isso é que eu canto tanto *
- NOS OITO PÉS A QUADRÃO
Limeira:
- Eu sou Zé Limeira e tanto
- Cantando por todo canto
- Frei Damião já é santo
- Dizendo a santa missão
- Espinhaço e gangão
- Batata de fim de rama *
- Remédio de velho é cama *
- NOS OITO PÉS A QUADRÃO.
Décima
Estrofe de dez versos, com dez ou sete sílabas, cujo esquema rimático é, mais comumente, ABBAACCDDC, empregada sobretudo na glosa dos motes, conquanto se use igualmente nas pelejas e, com menos frequência, no corpo dos romances.
Geralmente nas pelejas é dado um mote para que os violeiros se desdobrem sobre o mesmo. Vejamos e exemplo com José Alves Sobrinho e Zé Limeira:
- Mote:
- VOCÊ HOJE ME PAGA O QUE TEM FEITO
- COM OS POETAS MAIS FRACOS DO QUE EU.
- Sobrinho:
- Vou lhe avisar agora Zé Limeira <A
- Dizem que quem avisa amigo é >B
- Vou lhe amarrar agora a mão e o pé >B
- E lhe atirar naquela capoeira <A
- Pra você não dizer tanta besteira <A
- Nesta noite em que Deus nos acolheu >C
- Você hoje se esquece que nasceu >C
- E se lembra que eu sou bom e perfeito >D
- Você hoje me paga o que tem feito >D
- Com os poetas mais fracos do que eu. >C
- Zé Limeira:
- Mais de trinta da sua qualistria
- Não me faz eu correr nem ter sobrosso
- Eu agarro a tacaca no pescoço
- E carrego pra minha freguesia
- Viva João, viva Zé, viva Maria
- Viva a lua que o rato não lambeu
- Viva o rato que a lua não roeu
- Zé Limeira só canta desse jeito
- Você hoje me paga o que tem feito
- Com os poetas mais fracos do que eu.
Martelo
Estrofe composta de decassílabos, muito usada nos versos heroicos ou mais satíricos, nos desafios. Os martelos mais empregados são o gabinete e o agalopado.
Martelo agalopado - Estrofe de dez versos decassílabos, de toada violenta, improvisada pelos cantadores sertanejos nos seus desafios.
Martelo de seis pés, galope - Estrofe de seis versos decassilábicos. Também se diz apenas agalopado.
Galope à beira-mar
Estrofe de 10 versos hendecassílabos (que tem 11 sílabas), com o mesmo esquema rímico da décima clássica, e que finda com o verso "cantando galope na beira do mar" ou variações dele. Termina, sempre, com a palavra "mar".
Às vezes, porém, o primeiro, o segundo, o quinto e o sexto versos da estrofe são heptassílabos, e o refrão é "meu galope à beira-mar". É considerado o mais difícil gênero da cantoria nordestina, obrigatoriamente tônicas as segunda, quinta, oitava e décima primeira sílabas.
- Sobrinho:
- Provo que eu sou navegador romântico
- Deixando o sertão para ir ao mirífico
- Mar que tanto adoro e que é o Pacífico
- Entrando depois pelas águas do Atlântico
- E nesse passeio de rumo oceânico
- Eu quero nos mares viver e sonhar
- Bonitas sereias desejo pescar
- Trazê-las na mão pra Raimundo Rolim
- Pra mim e pra ele, pra ele e pra mim
- Cantando galope na beira do mar.
- Limeira:
- Eu sou Zé Limeira, caboclo do mato
- Capando carneiro no cerco do bode
- Não gosto de feme que vai no pagode
- O gato fareja no rastro do rato
- Carcaça de besta, suvaco de pato
- Jumento, raposa, cancão e preá
- Sertão, Pernambuco, Sergipe e Pará
- Pará, Pernambuco, Sergipe e Sertão
- Dom Pedro Segundo de sela e gibão
- Cantando galope na beira do mar.
Redondilha
- Antigamente, quadra de versos de sete sílabas, na qual rimava o primeiro com o quarto e o segundo com o terceiro, seguindo o esquema abba.
- Hoje, verso de cinco ou de sete sílabas, respectivamente redondilha menor e redondilha maior.
Carretilha
Literatura popular brasileira - Décima de redondilhas menores rimadas na mesma disposição da décima clássica; miudinha, parcela, parcela-de-dez.
Métrica e Rima
- Métrica:
Arte que ensina os elementos necessários à feitura de versos medidos. Sistema de versificação particular a um poeta. Contagem das sílabas de um verso. Verso é a linguagem medida. Para medir devemos ajuntar as palavras em número prefixado de pés. Chama-se pé uma sílaba métrica. O verso português pode ter de duas a doze sílabas. Os mais comuns são os de seis, sete, oito, dez e doze pés. Como o verso mais comum, mais espontâneo é o de sete pés, comecemos nele a contagem métrica. Exemplo:
- Minha terra tem palmeiras
- Onde canta o sabiá
- As aves que aqui gorjeiam
- Não gorjeiam como lá.
Eis como se contam as sílabas:
Mi | nha | ter | ra |tem | pal | mei|
Não contamos a sílaba final "ras" porque o verso acaba no último acento tônico. O verso a quem sobra uma sílaba final chama-se grave. Aquele a quem sobram duas sílabas finais chama-se esdrúxulo. O terminado por palavra oxítona chama-se agudo, como o segundo e o quarto do exemplo supra. Eis como se decompõe o segundo verso:
On | de | can | ta o | sa | bi |á|
Nesse verso "ta o" se leem como t'o formando um pé, pela figura sinalefa (fusão) . Sabiá, modernamente, se deve contar dissílabo, porque biá, em duas silabas, forma hiato. Em geral devemos sempre evitar o hiato, quer intraverbal, quer interverbal. Os autores antigos e os modernos pouco escrupulosos toleram muitos hiatos.
Mi | nha | ter | ra |tem | pal | mei|
Não contamos a sílaba final "ras" porque o verso acaba no último acento tônico. O verso a quem sobra uma sílaba final chama-se grave. Aquele a quem sobram duas sílabas finais chama-se esdrúxulo. O terminado por palavra oxítona chama-se agudo, como o segundo e o quarto do exemplo supra. Eis como se decompõe o segundo verso:
On | de | can | ta o | sa | bi |á|
Nesse verso "ta o" se leem como t'o formando um pé, pela figura sinalefa (fusão) . Sabiá, modernamente, se deve contar dissílabo, porque biá, em duas silabas, forma hiato. Em geral devemos sempre evitar o hiato, quer intraverbal, quer interverbal. Os autores antigos e os modernos pouco escrupulosos toleram muitos hiatos.
- Sinalefa:
Figura pela qual se reúnem duas sílabas em uma só, por elisão, crase ou sinérese.
- Sinérese:
Contração de duas sílabas em uma só, mas sem alteração de letras nem de sons, como, p. ex., em reu-nir, pie-da-de, em vez de re-u-nir, pi-e-da-de.
As| aves | que a| qui | gor| jei |
Não | gor | jei| am | co | mo | lá |
Não | gor | jei| am | co | mo | lá |
No caso o verso é um heptassílabo, porque só contamos sete sílabas. Se colocarmos uma sílaba a mais ou a menos em qualquer dos versos, fica dissonante e perde a beleza e harmonia.
Vale lembrar que quando a palavra seguinte inicia com vogal, dependendo do caso, pode haver a junção da sílaba da primeira com a segunda, como se faz na língua francesa. Exemplo:
Para verificar a quantidade de silabas podemos contar nos dedos. Vejamos neste trechinho de Patativa do Assaré:
Nes | ta | noi | te | pas | sa | gei | ra
1 2 3 4 5 6 7
Vale lembrar que quando a palavra seguinte inicia com vogal, dependendo do caso, pode haver a junção da sílaba da primeira com a segunda, como se faz na língua francesa. Exemplo:
Para verificar a quantidade de silabas podemos contar nos dedos. Vejamos neste trechinho de Patativa do Assaré:
Nes | ta | noi | te | pas | sa | gei | ra
1 2 3 4 5 6 7
Há | coi| sa | que | mui | to | pas | ma
1 2 3 4 5 6 7
1 2 3 4 5 6 7
Um mote:
Vou | fa | zer | se | re | na | ta | na | cal | ça | da
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
Vou | fa | zer | se | re | na | ta | na | cal | ça | da
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
Da | me | ni | na | que a | mei | na | mi | nha | vi | da
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
- Rima
- Rimas consoantes:
As que se conformam inteiramente no som desde a vogal ou ditongo do acento tônico até a última letra ou fonema. Exemplo: fecundo e mundo; amigo e contigo; doce e fosse; pálido e válido; moita e afoita.
- Rimas toantes:
Aquelas em que só há identidade de sons nas vogais, a começar das vogais ou ditongos que levam o acento tônico, ou, algumas vezes, só nas vogais ou ditongos da sílaba tônica. Exemplo: fuso e veludo; cálida e lágrima; "Sem propósito de sonho / nem de alvoradas seguintes, / esquece teus olhos tontos / e teu coração tão triste." Cecília Meireles, Obra Poética, p. 516.
No caso da literatura de cordel nordestina, faz parte da tradição do gênero o uso de rimas consoantes. Se um folheto de cordel usa rimas toantes, o conhecedor de cordel pensa logo que o autor daquele folheto desconhece a existência destas regras. Um cordel escrito assim pode até ser um grande poema, mas não se pode dizer que se trata de 'um cordel autêntico'.
Bibliografia
- Dicionário Aurélio
- Português prático – Sivadi Editorial
Referências
- ↑ [1], Stories on a string: the Brazilian literatura de cordel by Candace Slater.
- ↑ http://www.ablc.com.br/historia/hist_cordel.htm
- ↑ Obras e Autores da Literatura de Cordel.
- ↑ http://www.bibliotecadigital.ufmg.br/dspace/bitstream/1843/BUOS-8FMH5A/1/entre_fanaticos_e_her_is___gabriel_braga.pdf
- ↑ a b c LONDRES, Maria José Fialho. Cordel: do encantamento às histórias de luta – São Paulo: Duas Cidades, 1983.
UMA FOTO VIRALIZA E MUDA A VIDA DE JOVENS DE PERIFERIA: CONHEÇA A HISTÓRIA DE BRANDON, VIDAL E NADIA
Esta não é a história inspiradora de apenas uma pessoa. É a história de um encontro inspirador entre indivíduos especiais, que, com o poder da internet e da conexão entre as pessoas, comoveram e mobilizaram muita gente a favor de uma causa muito importante. Ajudar a custear a ida de jovens de Brownsville no Brooklin, NY, (área com as maiores taxas de criminalidade da cidade) para a faculdade.Tudo começou com Brandon Stanton. Talvez você não conheça o seu nome, mas provavelmente já viu alguma foto tirada por ele. Brandon é o humano – no melhor sentido da palavra – por trás de“Humans of New York”, uma página no Facebook que compartilha imagens e depoimentos de pessoas sobre suas vidas, memórias, objetivos e medos, com o objetivo de humanizar os habitantes da maior cidade do mundo.Poderia ser só mais um depoimento, só mais uma foto. Mas Vidal Chastanet, um jovem de apenas 13 anos e estudante da 6a série da escola Mott Hall Bridges Academy, na periferia de NY, elevou a conversa a outro nível:“Quem é a pessoa que mais influenciou você na vida?”“A diretora da minha escola, a Srta. Lopez.”“E como ela influenciou você?”“QUANDO A GENTE SE METE EM CONFUSÃO, ELA NÃO NOS SUSPENDE. ELA NOS CHAMA NO ESCRITÓRIO DELA E EXPLICA COMO A SOCIEDADE FOI CONSTRUÍDA AO NOSSO REDOR. E ELA DIZ PRA GENTE QUE CADA VEZ QUE ALGUÉM LARGA A ESCOLA, UMA NOVA CELA É CONSTRUÍDA NOS PRESÍDIOS. UMA VEZ ELA FEZ TODOS OS ESTUDANTES SE LEVANTAREM, UM DE CADA VEZ, E ELA DISSE A CADA UM DE NÓS QUE SOMOS IMPORTANTES.”
O post viralizou nas redes sociais, atingiu mais de um milhão de curtidas no Facebook. Brandon não se deu por satisfeito. Brandon queria atingir mais. E conseguiu.Ele foi até a escola conhecer Nadia Lopez, a diretora. Coincidentemente, Nadia estava levantando fundos para levar os estudantes a uma visita de campo à Universidade de Harvard – a faculdade que ela quer que seus alunos tenham como objetivo. Brandon se uniu à causa. Através de um site definanciamento colaborativo, levantou U$700 mil em apenas quatro dias. Hoje o valor já passa de U$1 mi.Agora o objetivo é ainda maior: foi criado um fundo para bolsas de estudo para os formandos da Mott Hall Bridges Academy. Ele será chamado “The Vidal Scholarship Fund”, o que poderia ser traduzido como Fundo Vidal para Bolsas de Estudo. E adivinha quem será o primeiro aluno a receber a bolsa? O próprio Vidal. Visite a página.Este é um exemplo do incrível poder que as novas mídias e a tecnologia têm de mudar as vidas das pessoas para melhor! A gente provavelmente não teria a oportunidade de conhecer essa história bonita se não fosse por uma página no Facebook. E o final dela foi ainda mais feliz graça a uma ferramentas de crowdfunding disponível online e o poder de muitas pessoas unidas, independente de qualquer distância geográfica. Isso é #socialgood!
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