Falar sobre a vida alheia é uma prática bastante antiga, do tempo das cavernas. Os homens da pré-história buscavam informações acerca da vida de outras pessoas para saber de suas fraquezas, seus medos, o que sabiam fazer, seus desejos e outros.
Naquela época, não havia a escrita e consequentemente as informações eram passadas oralmente. A fofoca então passou a fazer parte não só da vida social, mas também da parte política, onde era usada para desmoralizar os monarcas, e da história da humanidade, onde uma informação errada poderia mudar toda a trajetória da história.
Em 1560, a rainha Elizabeth I foi fortemente atacada por fofocas a cerca de sua vida pessoal. Em 1917, o czar Nicolau II e sua esposa foram vítimas de fofocas que focavam a vida íntima do casal. Em 1922, o ditador Mussolini foi alvo das fofocas, só que para ele teve efeito positivo, pois lhe deram prestígio pela realização de um projeto que já havia iniciado antes dele assumir o poder na Itália. Dessa forma, a fofoca tinha e ainda tem o poder de prejudicar ou beneficiar uma pessoa.
Fofoca
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Nota: Se procura pelo detetive cômico criado por Cassiano Gabus Mendes para a novela Elas por Elas, veja Mário Fofoca.
A fofoca consiste no ato de fazer afirmações não baseadas em fatos concretos, especulando em relação à vida alheia.
Presente ao longo de toda a História, tal ato é freqüentemente ligado à imagem das mulheres.
O historiador Bernard Capp, da Universidade de Warwick, no Reino Unido, afirma que "a rainha inglesa Elizabeth I, por exemplo, foi intenso alvo de fofocas entre 1560 e1570. (...) Ela tem um caso? Está grávida? Teve um filho ilegítimo? Boatos assim eram muito comuns entre os ingleses".1
Fofoca e os gêneros[editar | editar código-fonte]
Embora associado a um hábito feminino, estatisticamente os homens são mais fofoqueiros. A Social Issues Research Centre2 , um centro de pesquisas independente deLondres, entrevistou 1.000 donos de telefones celulares com o intuito de saber qual era o teor das conversas. Destes, 33% dos homens eram fofoqueiros habituais, contra apenas 26% das mulheres.
Em termos de conteúdo, pesquisa recente revelou apenas uma diferença significativa entre a fofoca masculina e feminina: os homens gastam muito mais tempo falando de si mesmos. Do tempo total dedicado à conversa sobre as relações sociais, os homens gastam dois terços falando sobre suas próprias relações, enquanto as mulheres só falam de si mesmos de um terço do tempo3 .
Geralmente os homens fofocam sobre o ambiente de trabalho, gafe de colegas e principalmente sobre mulheres. Também vale ressaltar as razões que levam a fofoca: as mulheres, em geral, é uma maneira de passar o tempo enquanto para os homens pode servir, além de pura informação, como meio de auto-afirmação perante o resto dosamigos e colegas (quando este, por exemplo, gaba-se de ter saído com uma bela mulher).
Curiosamente, muitos dos participantes do sexo masculino desta pesquisa inicialmente alegaram que não fofocavam, enquanto quase a totalidade das mulheres prontamente admitiam fazer fofoca. Em novo interrogatório, no entanto, a diferença parece ser mais uma questão de semântica do que material: o que as mulheres estavam felizes de chamar de "fofocas", os homens definiam como "troca de informações". Um participante do sexo masculino,de forma mais honesta, confidenciou: "Nós não gostamos de chamar de fofoca, porque soa trivial - como se você não tivesse nada melhor para fazer."
Ligações externas[editar | editar código-fonte]
- Um dos fenômenos sociais mais populares há séculos, a fofoca já interferiu nos rumos da História (em português)
- A sociologia da fofoca (em português)
- Site de fofoca (em português)
Notas
- ↑ http://historia.abril.uol.com.br/2006/edicoes/vidaprivada/mt_243008.shtml
- ↑ http://www.sirc.org/publik/gossip.shtml
- ↑ http://www.sirc.org/publik/gossip.shtmlMesmo que você nunca tenha tido aulas sobre a história da Rússia do século XVIII, é provável que já tenha ouvido a história de Catarina, a Grande. Segundo dizem, Catarina II, imperatriz da Rússia, morreu em circunstâncias questionáveis envolvendo um cavalo. No entanto, se você perguntar a alguém que se interessa por história vai descobrir que essa não é verdadeira. Na verdade, Catarina II morreu de derrame e não havia nenhum cavalo presente.
Imagem de domínio público
Catarina II foi imperatriz da Rússia por 34 anos, até sua morte, em 1762A história da imperatriz russa e o cavalo não é uma invenção recente - ela começou como fofoca há mais de 200 anos. Não se trata apenas de uma história picante, é um bom exemplo da natureza da fofoca.FamososDose diária de fofoca sobre celebridades faz bem à saúde. Problemas de saúde e sociais vividos por pessoas famosas criam empatia no público com o mesmo problema.- É quase impossível descobrir quem foi o primeiro a contar a história. Historiadores acreditam que nobres franceses inventaram isso com o objetivo de destruir a reputação de Catarina.
- Tudo começou com uma tentativa maldosa de caluniar alguém e, possivelmente, dar reconhecimento social à pessoa que inventou a história.
- Quando as pessoas repetem esse história hoje, acreditam que seja verdade, apesar de sua inerente estranheza.
- A história é persistente e amplamente difundida circulando já há centenas de anos. E, mesmo com muitos historiadores negando, as pessoas a continuam espalhando.
- É o tipo de boato que a maior parte das pessoas não consegue deixar de espalhar, mesmo tendo decidido fofocar menos.
- Mesmo que alguns detalhes possam ter mudado, a base da história é a mesma de 200 anos atrás. Assim, podemos dizer que a fofoca de verdade é diferente daquela brincadeira do "telefone sem fio", que geralmente é usada para ensinar às crianças sobre as conseqüências da fofoca.
No entanto, ao contrário da história de Catarina II, nem todas as fofocas são maldosas ou falsas. Assim como os palavrões, outro uso da língua que muitas pessoas procuram evitar, a fofoca desempenha diversas funções dentro de grupos sociais, podendo algumas ser, de fato, úteis.Sociólogos, lingüistas, psicólogos e historiadores pesquisam sobre a fofoca e como ela funciona na sociedade. De qualquer modo, é um fenômeno complicado de se estudar. Como normalmente as pessoas fofocam espontaneamente e em particular, é quase impossível estudar a fofoca em ambiente laboratorial. Assim, muitos pesquisadores estudam a fofoca escutando a conversa dos fofoqueiros.Normalmente, a fofoca é uma conversa entre duas pessoas, com um certo tom de conspiraçãoAlém disso, quando os pesquisadores estudam a fofoca, nem todos usam a mesma definição. A maior parte começa com uma idéia básica: a fofoca é uma conversa entre duas pessoas cujo tema é uma terceira pessoa que não está presente. Alguns pesquisadores acrescentam outras condições, como:- é uma conversa que acontece reservadamente;
- as pessoas que estão conversando transmitem informações sobre as quais não têm certeza como se fossem fatos;
- as pessoas que estão fofocando e a pessoa que é o alvo da fofoca se conhecem na vida real. Segundo essa definição, a fofoca sobre celebridades não é bem uma fofoca, a não ser que o contador e o ouvinte sejam amigos da celebridade em questão;
- algo na linguagem corporal ou no tom de voz do contador sugere um julgamento moral sobre as informações que estão sendo passadas. Por exemplo, a frase "Clara tem um cachorrinho" parece ser neutra. Mas se Clara mora em uma república de estudantes que não permite animais e a entonação da pessoa que está falando é de quem está escandalizada, a frase passa a ser fofoca;
- de certa forma, os fofoqueiros se comparam à pessoa que é alvo da fofoca, considerando-se superiores a ela.
Para este artigo, usaremos uma definição básica: quando duas pessoas falam sobre uma terceira que está ausente e a conversa inclui murmúrios, julgamento ou tom de segredo, isso será considerado fofoca. A seguir, veremos um pouco sobre como a fofoca rege os grupos sociais.Fofoca x boatosTanto os boatos como a fofoca possuem conotação desagradável, mas os pesquisadores discordam quanto a serem a mesma coisa. Vamos ver um resumo dos diferentes pontos de vista sobre a fofoca e os boatos:- são a mesma coisa;
- os boatos são um tipo específico de fofoca;
- a fofoca se baseia em fatos, ao passo que os boatos se baseiam em hipóteses;
- a fofoca é uma ferramenta para manter a ordem social, já os boatos são uma ferramenta para explicar coisas que as pessoas não entendem;
- a fofoca tem a ver com algo que as pessoas pensam que aconteceu, mas os boatos expressam o que as pessoas esperam ou temem que aconteça.
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